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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA WILLIAN DA MAIA COMPRESSÃO PONTA GROSSA SETEMBRO/2014 AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA WILLIAN DA MAIA COMPRESSÃO Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do Curso de Engenharia de Materiais, 3ª série, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Prof. Cláudia Francine Machado Canova PONTA GROSSA SETEMBRO/2014 SUMÁRIO 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 2 1.1 ENSAIO DE COMPRESSÃO ............................................................................ 2 1.2 ENSAIO DE ABATIMENTO (SLUMP TEST) .................................................... 4 2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 5 3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 5 3.1 MATERIAIS ...................................................................................................... 5 3.2 PROCEDIMENTO ............................................................................................ 5 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................... 6 5 CONCLUSÃO ................................................................................................... 9 ANEXOS ................................................................................................................... 10 6 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 11 6.1 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ..................................................................... 11 6.2 PROCEDIMENTOS ........................................................................................ 11 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 13 7.1 RETRAÇÃO DAS AMOSTRAS ...................................................................... 13 7.1.1 Retração de Secagem .................................................................................... 14 7.1.2 Retração de Queima ....................................................................................... 15 7.2 ABSORÇÃO E POROSIDADE ....................................................................... 17 7.3 DENSIDADE APARENTE E POROSIDADE .................................................. 18 7.4 MÓDULO DE RUPTURA ................................................................................ 20 8 CONCLUSÃO ................................................................................................. 21 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 21 2 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Dentre os inúmeros ensaios que avaliam a qualidade do concreto e seus compostos, o ensaio de resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos é mais difundido no meio técnico. Esta escolha se justifica por alguns motivos: tem custos consideravelmente baixos; facilidades de execução e de correlação dos seus resultados com outras propriedades, como o modulo de elasticidade e resistência à tração. Porém, é sabido que o concreto é um material heterogêneo e o ensaio apresenta muitas variáveis dependentes dos materiais componentes, geometria, tratamento da superfície de aplicação da carga, adensamento e taxa de aplicação do carregamento [1]. 1.1 ENSAIO DE COMPRESSÃO No Brasil o ensaio de compressão axial é o mais utilizado na verificação da resistência do concreto, fornecendo resultados que servem como uma valiosa ferramenta de controle e aproximação de diversas propriedades, que se relacionam a este material, como, resistência à tração e modulo de elasticidade. Para verificar resistências de tanta importância, se faz necessário um estudo cada vez mais aprofundado sobre variáveis intrínsecas a ele [1]. Os ensaios de compressão são realizados de maneira semelhante a ensaios de tração, o que difere é força aplicada, a qual é de compressão e o corpo de prova se contrai ao longo da direção da tensão. Nos ensaios de compressão, os corpos de prova são submetidos a uma força axial para dentro, distribuída de modo uniforme em toda seção transversal do corpo de prova [2]. O ensaio de compressão pode ser realizado em uma maquina universal de ensaios, a qual deve ter uma adaptação de duas placas lisas, sendo uma fixa e outra móvel. O corpo de prova é apoiado e mantido sob compressão por essas placas. (3) As relações que valem para a tração, também valem para a compressão. Isso significa que um corpo submetido à compressão também sofre uma deformação elástica e a seguir uma deformação plástica [3]. 3 Um problema decorrente do ensaio de compressão é o atrito entre o corpo de prova e as placas da maquina de ensaio. Para tentar minimizar tal problema, é necessário revestir as faces superior e inferior do corpo de prova com materiais de baixo atrito, como por exemplo, a parafina, o teflon, entre outros. Outra consequência do ensaio é a ocorrência de flambagem, ou seja, o encurvamento do corpo de prova, esse problema decorre da instabilidade na compressão. À medida que se eleva a resistência do concreto os métodos de preparação de topos dos corpos de prova comumente utilizados tornam-se inválidos. A utilização da metodologia inadequada altera os valores de resistência do concreto, apresentando valores inferiores à resistência real do material. A determinação da resistência à compressão axial pelo processo de rompimento de corpos de prova cilíndricos de concreto torna-se, portanto, um grande desafio [3]. Materiais cerâmicos não apresentam limite de escoamento, pois não possuem deformação plástica, em termos práticos. Portanto, as informações retiradas dos ensaios de compressão para estes tipos de materiais são a tensão máxima que este suporta e sua respectiva deformação elástica, assim como o módulo de elasticidade deste material [3]. O ensaio de compressão é mais utilizado para materiais frágeis. Uma vez que nesses materiais a fase elástica é muito pequena, não é possível determinar com precisão as propriedades relativas a esta fase. A única propriedade mecânica que é avaliada nos ensaios de compressão de materiais frágeis é o seu limite de resistência à compressão. Do mesmo modo que nos ensaios de tração, o limite de resistência à compressão é calculado pela carga máxima dividida pela seção original do corpo de prova [3]. Nesse ensaio as fissuras não se iniciam na matriz (argamassa) antes de se atingir 50% da tensão de ruptura. Até esse estágio, pode-se observar apenas um sistema estável de fissuras na zona de transição intersticial com o agregado graúdo. Em níveis maiores de tensão, as fissuras se iniciam na matriz; sua quantidade e tamanho crescem progressivamente com o aumento de tensão. As fissuras na matriz e zona de transição acabam por se agrupar, 4 normalmente a superfície de ruptura pode ser observada entre 20º e 30º a partir da direção da carga [3]. 1.2 ENSAIO DE ABATIMENTO (SLUMP TEST) A consistência do concreto está relacionada com suas próprias características, com a mobilidade da massa e a coesão entre seus componentes.Modificando a proporção de água adicionada ou empregando aditivos, sua plasticidade é alterada, variando a deformação do concreto perante esforços [4]. A consistência é um dos principais fatores que influenciam na trabalhabilidade do concreto, sendo que esta última depende também de características da obra e dos métodos adotados para o transporte, lançamento e adensamento do concreto. A trabalhabilidade é uma propriedade do concreto recém-misturado que determina a facilidade e a homogeneidade com a qual o material pode ser utilizado [4]. O ensaio do abatimento do concreto, também conhecido como Slump Test, é realizado para verificar a trabalhabilidade do concreto em seu estado plástico, buscando medir sua consistência e avaliar se está adequado para o uso a que se destina [4]. O teste de abatimento é ilustrado na Figura 1. Figura 1: Teste de abatimento (Slump test) Fonte: [5] 5 2 OBJETIVOS Comparar o desempenho da argamassa e do concreto com diferentes proporções de argila SV, quando submetidos à compressão. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Argila Argamassa Cimento Concreto Moldes para confecção dos corpos de prova Amostras de bloco cerâmico Máquina universal de ensaios Shimadzu adaptada para ensaio de compressão 3.2 PROCEDIMENTO Foram confeccionados corpos de prova cilíndricos, pelo técnico de laboratório, adaptando a norma NBR-5738:2003 para fins didáticos. Os corpos de prova foram feitos com composição de: concreto, argila, cimento e argamassa em proporções de 2:1 e 8:1. Os cilindros possuíam altura equivalente ao dobro do diâmetro, e foram submetidos à compressão na maquina universal de ensaios Schimadzu, com velocidade de ensaio de 0,01mm/s. Observou-se então o gráfico até o momento em que houvesse uma queda na curva, indicando o inicio do rompimento do corpo de prova. Após isso, relaxou-se a carga que o cilindro estava submetido e verificou-se o tipo de fratura em cada amostra. 6 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Abaixo estão listados os limites de resistência à compressão de cada corpo de prova. Tabela 1: Valores de resistência mecânica de compressão para os cilindros de diferentes composições. Força (N) Compressão (MPa) Argamassa 2086,41 1,0626 Concreto 3915 1,99389 Argila SV 2:1 8243,44 4,19835 Argila SV 8:1 861,094 0,43855 Pela tabela, é possível notar que o concreto possui o dobro da resistência que a argamassa pura apresenta. Uma proporção de 2:1 de argila fornece o dobro da resistência do concreto, enquanto a maior proporção de argila produz um material 5 vezes mais frágil. Em todos os corpos de prova a fratura se propagou no interior do cilindro, formando um encaixe cônico clássico. Entretanto, os planos basais dos corpos de prova estavam irregulares e concentrando as tensões. Isso contribuiu para que a fratura ocorresse no interior do cilindro, mas muito próxima da extremidade. Poros e orifícios na superfície lateral dos corpos de prova também podem ter contribuído para os desempenhos inferiores. Apesar disso, ainda é possível comparar os níveis de resistência entre os materiais de forma razoável. A resistência dos corpos analisados está diretamente ligada com a distribuição das partículas no interior. É preciso que o reforço adicionado seja duro, e também que haja uma boa distribuição desse reforço na matriz, a fim de que a tensão seja transmitida de maneira ideal. A argamassa era constituída apenas por cimento e água. Esses componentes não promoviam uma boa distribuição da tensão, fazendo o corpo de prova fraturar facilmente. Por outro lado, na composição do concreto há argamassa, areia e pedras. Esse último aditivo atua muito bem na transferência de tensões, já a areia provoca uma distribuição gradual de energia por ser mais fina que as pedras e mais grossa que a argamassa. Por isso ocorre um aumento na resistência à compressão quando comparamos a argamassa pura com o concreto. 7 Gráfico 1: Tensão e deformação da amostra de argamassa. Gráfico 2: Tensão e deformação da amostra de concreto. Ainda no que diz respeito ao tamanho das partículas, a substituição da areia por uma mistura de argila na proporção 2:1 ocasiona um aumento substancial na resistência. Nessa situação, a argila ajuda a transferir as tensões da argamassa para as partículas de areia e estas para as pedras. A melhor distribuição de tamanho de partículas também ocasiona uma estrutura menos porosa e menos propensa à trincas. Por outro lado, quando a areia é substituída por uma mistura de argila na proporção 8:1, a grande quantidade de argila desestabiliza essa transferência de tensão, enfraquecendo o material. Isso acontece porque uma fração muito 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Te n sã o ( M P a) Deformação (%) Argamassa 0 0,5 1 1,5 2 2,5 0 0,5 1 1,5 2 Te n sã o ( M P a) Deformação (%) Concreto 8 grande da amostra possui granulometria fina, apresentando maior plasticidade e menor resistência à compressão. Portanto, a proporção 2:1 apresenta uma distribuição de partículas superior à do concreto; enquanto que a proporção 8:1, com mais argila, possui resistência menor que a da argamassa. Gráfico 3: Tensão e deformação da amostra da argila 2:1. Gráfico 4: Tensão e deformação da amostra da argila 8:1. 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 Te n sã o ( M P a) Deformação (%) Argila 2:1 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 0 1 2 3 4 5 6 Te n sã o ( M P a) Deformação (%) Argila 8:1 9 5 CONCLUSÃO O ensaio de compressão verifica a capacidade de carga que os blocos cerâmicos suportam quando submetidos a forças exercidas perpendicularmente sobre suas faces opostas, mostrando também o formato que a trinca obteve, e determina se as amostras oferecem resistência mecânica adequada a determinadas situações. Nota-se nos resultados obtidos para esse ensaio, que uma proporção de 2:1 de argila fornece o dobro da resistência do concreto, enquanto a maior proporção de argila produz um material 5 vezes mais frágil, concluindo que essa grande quantidade de argila desestabiliza a transferência de tensão, enfraquecendo o material. O ensaio de compressão é muito válido, porém, neste caso, devemos levar em consideração o método de preparo das amostras, uma vez que não foram adotadas medidas cautelosas para evitar irregularidades no material, desfavorecendo a obtenção de resultados mais precisos. ANEXOS 11 6 MATERIAIS E MÉTODOS 6.1 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS Torrões de argila SV; Água; Almofariz e pistilo; Tamís de 80 mesh; Formas de metal; Bacia plástica; Pincel; Saco plástico; Copos de plástico; Balança analítica (0,0001g); Balança convencional (0,1 Kg); Paquímetro (0,05mm); Prensa hidráulica manual (capacidade máxima de 10ton); Molde metálico retangular 60X20X5mm; Estufa; Mufla; Balança de Arquimedes; Máquina Universal de Ensaios Modelo Shimadzu AGI – 10KN; 6.2 PROCEDIMENTOS Preparação da argila Foram pesados aproximadamente 180 gramas de argila SV. Os torrões de argila foram triturados utilizando o almofariz e pistilo até atingirem a forma de um pógrosso que pudesse ser peneirado. Esse pó de argila foi passado através de um tamís de 80 mesh. Os grãos que não passaram foram triturados novamente no almofariz e passados pelo mesmo tamís. Tal processo foi repetido até que se obtivesse um aspecto fino e homogêneo. [6]. 12 Preparação das amostras O pó de argila SV foi separado em 15 porções de 10 gramas. Cada porção foi despejada dentro do molde para prensagem, com leve agitação para a distribuição uniforme na cavidade. Tal cavidade foi previamente medida com o uso do paquímetro de precisão 0,05mm. O molde foi encaixado e prensado em uma prensa manual, inicialmente com uma carga de meia tonelada, seguida de alívio e uma segunda carga de três toneladas. O molde era retirado da máquina e virado de ponta cabeça para que o corpo de prova pudesse ser retirado. Cada corpo de prova foi identificado com o número do grupo e da amostra, para facilitar o estudo posterior. Amostra crua Logo após a prensagem, cada amostra foi pesada com o auxílio da balança analítica. Em seguida, foram empilhadas em grupos de até seis corpos de prova, e deixadas na estufa por 24 horas a uma temperatura média de 110°C. Amostra seca Após a secagem, cada amostra foi pesada novamente utilizando a balança analítica. Cada uma das dimensões dos corpos de prova foi verificada com o paquímetro de precisão 0,05 mm. As amostras foram separadas em dois grupos para queima em diferentes temperaturas. Amostra Curada As amostras foram queimadas a 1100ºC. Após a queima, as dimensões dos corpos de prova foram novamente aferidas utilizando o mesmo paquímetro. As amostras também foram pesadas mais uma vez com a balança analítica, e deixadas submersas em água por exatamente 24 horas. Peso Úmido Após as 24 horas de imersão, o excesso de água foi retirado das amostras utilizando um pano úmido. O peso de cada corpo foi novamente verificado na balança analítica. 13 Peso Submerso Utilizando uma estrutura que suspende as amostras num béquer com água sem que este se encoste à balança, o peso submerso de cada amostra foi determinado. Após estas medições, as amostras foram novamente deixadas na estufa por 24 horas para secagem a 110ºC. Ensaio com Máquina Universal O mesmo ensaio foi realizado com a Máquina Universal de Ensaios, utilizando as garras próprias para análise da Flexão em três pontos. Foram inseridos os dados de comprimento, largura e espessura das 5 amostras com melhor aspecto superficial. Dessa forma, a própria máquina pode nos fornecer a curva de escoamento e a carga de ruptura das amostras. 7 RESULTADOS E DISCUSSÃO A argila vermelha apresentou-se muito resistente à moagem. Sua cor característica deve-se à provável presença de óxido de ferro em sua composição. Após a queima, essa cor se intensificou. As temperaturas de sinterização não influenciam somente na cor da amostra, mas também em diversas propriedades, como será desenvolvido a seguir. 7.1 RETRAÇÃO DAS AMOSTRAS Um dos parâmetros observados foi a modificação no tamanho das amostras após a secagem e após a queima. Isso é um fator de interesse principalmente econômico, pois envolve as quantidades de matéria-prima necessárias para a fabricação de uma peça cerâmica. Um corpo cerâmico sofre duas retrações significativas: uma após a secagem, a qual está ligada à quantidade de água retida pelo material durante o processamento; e a retração de queima, que ocorre quando a peça é sinterizada. Nesse caso, a retração da amostra relaciona-se com sua composição mineralógica. 14 7.1.1 Retração de Secagem O principal fator que influencia a retração de secagem é a quantidade de água utilizada durante a fabricação do corpo cerâmico, estando atrelados o tamanho das partículas e a homogeneidade do sistema. Assim, é possível determinar uma relação entre a umidade utilizada na moldagem e a retração observada. Quando há grandes quantidades de água numa amostra – acima de 12% – as suas moléculas se posicionam entre as partículas. A evaporação desta água promove a retração do material. [7] Por outro lado, quando o percentual de água é muito pequeno – abaixo de 12% – ela consegue se acomodar na estrutura atômica da cerâmica, o que torna sua evaporação quase imperceptível. Para determinar a retração de secagem percentual, foram comparados os comprimentos cru ( ) e seco ( ) através da Equação 1: Equação 1. Retração Linear de Secagem. A argila SV apresentou cerca de 1.5% de umidade de moldagem, com retração de secagem imperceptível, como demonstra o Gráfico 5: 15 Gráfico 5. A umidade e a retração dos corpos após secagem – organizados em ordem crescente. 7.1.2 Retração de Queima Era de se imaginar que uma amostra queimada a uma temperatura maior tivesse uma maior retração de secagem e uma maior perda ao fogo. Para determinar a retração de queima percentual, foram comparados os comprimentos cru ( ) e queimado ( ) através da Equação 2: Equação 2 Retração Linear de Queima A perda ao fogo foi determinada comparando os pesos crus ( ) e queimados ( ) através da Equação 3: Equação 3. Perda ao fogo. A retração de queima e a perda ao fogo das amostras está relacionada na 0,00% 0,50% 1,00% 1,50% 2,00% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 P e rc e n tu al d e U m id ad e e d e R e tr aç ão Umidade e retração das amostras Umidade de Moldagem Retração de Secagem 16 Tabela 2: 17 Tabela 2. Retração de Queima e Perda ao Fogo das amostras. Amostra Retração de Queima Perda ao Fogo 2 1,667% 6,89% 3 1,750% 7,08% 4 1,667% 6,69% 5 1,667% 6,74% 6 2,000% 7,19% 7 1,667% 7,02% 8 2,333% 7,27% 9 1,667% 6,74% 10 1,000% 6,74% 12 1,667% 6,67% 13 1,667% 6,57% Como era esperado, as retração no comprimento das amostras é diretamente proporcional à massa perdida. Abaixo estão relacionadas as curvas de retração e perda ao fogo para as diferentes temperaturas. Gráfico 6. Relação entre as curvas de retração e perda ao fogo para os dois grupos. Analisando esses dados, ainda é possível concluir que a argila era constituída por cerca de 6,7% de matéria orgânica e componentes voláteis, valor apropriado considerando que pela cor clara da amostra, ela deveria ter pouca ou nenhuma 6,50% 6,60% 6,70% 6,80% 6,90% 7,00% 7,10% 7,20% 7,30% 1,000% 1,200% 1,400% 1,600% 1,800% 2,000% 2,200% 2,400% P e rd a ao F o go R e tr aç ão d e Q u e im a Retração de Queima e Perda ao Fogo Retração de Queima Perda ao Fogo 18 matéria orgânica. Isso se reflete na pequena retração de queima, com valores que flutuam ao redor de 1,7%. 7.2 ABSORÇÃO E POROSIDADE A absorção e a porosidade de uma amostra são diretamente proporcionais, quanto mais poros o material possui, maior é a capacidade de absorção de água, pois ele tem um maior espaço interior. A porosidade depende do tamanho das partículas, da força de prensagem e da temperatura de sinterização. Uma força de prensagem maior faz com que as partículas fiquem mais próximas, e uma temperatura de sinterização maior aumenta o contato entre partículas vizinhas [8]. De acordo com a tabela: Tabela 3. Absorção e porosidade das amostras. Amostra Absorção Porosidade 2 17,96% 36,53% 3 17,58%35,96% 4 17,47% 35,85% 5 17,52% 35,90% 6 17,57% 36,13% 7 17,77% 36,30% 8 18,08% 36,74% 9 18,04% 36,65% 10 18,04% 36,66% 12 18,17% 36,85% 13 18,27% 37,08% Para determinar a absorção de água percentual, foram comparados os comprimentos úmido ( ) e queimado ( ) através da Equação 4: Equação 4. Absorção de água. A porosidade aparente foi determinada comparando os pesos úmido ( ), queimados ( ) e imersos ( ) através da Equação 5: 19 Equação 5. Porosidade aparente. Os dados estão organizados no Gráfico 3.Nota-se que a porosidade das amostras é elevada, próxima de 40%, o que indica a pouca formação de fase vítrea durante a sinterização. Isso pode estar ligado com uma granulometria elevada no pó ou com uma baixa temperatura de queima. 7.3 DENSIDADE APARENTE E POROSIDADE Diferente da absorção, a densidade é inversamente proporcional à porosidade. Quando uma amostra tem uma porosidade elevada, possui mais espaços vazios, o que diminui sua densidade. A partir do gráfico abaixo, esses dois conceitos podem ser relacionados. Percebe-se que as linhas de porosidade são praticamente inversas às de densidade. A densidade aparente na tabela abaixo foi calculada utilizando a Equação 6: 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 35,80% 36,80% 37,80% 17,30% 17,60% 17,90% 18,20% P o ro si d ad e A p ar e n te A b so rç ão D 'á gu a Absorção d'água e porosidade Absorção Porosidade Gráfico 7. Absorção e Porosidade das amostras em temperaturas distintas. 20 ⁄ Equação 6. Densidade aparente. Para construir o Gráfico 8, utilizou-se a Tabela 4. Tabela 4. Densidade Aparente e Porosidade das amostras. Amostra Porosidade Densidade 2 36,53% 166,90% 3 35,96% 168,63% 4 35,85% 169,40% 5 35,90% 169,04% 6 36,13% 169,43% 7 36,30% 167,93% 8 36,74% 166,43% 9 36,65% 166,55% 10 36,66% 166,59% 12 36,85% 165,97% 13 37,08% 165,88% Gráfico 8. Relação entre densidade e porosidade das amostras. 165,00% 166,00% 167,00% 168,00% 169,00% 170,00% 35,60% 36,00% 36,40% 36,80% 37,20% 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 D e n si d ad e A p ar e n te P o ro si d ad e A p ar e n te Porosidade e Densidade Aparente Porosidade Aparente Densidade Aparente 21 7.4 MÓDULO DE RUPTURA O Ensaio de flexão (Figura 2) procura determinar a carga máxima que uma amostra suporta em determinadas condições. O módulo de ruptura é a relação existente entre a força aplicada ( ), a distância entre os apoios ( ) e as dimensões do corpo ( e ). Como mostra a equação: Equação 7. Módulo de Ruptura. Figura 2. Esquema básico do ensaio de flexão em três pontos. Os valores de limite de resistência para as amostras estão especificados na tabela abaixo: Tabela 5: Módulos de ruptura das amostras com melhor aparência. Amostra Módulo (MPa) 4 11,6725 5 7,8352 6 8,5606 9 7,6340 13 5,1073 MÉDIA 8,1619 As amostras com tamanho médio de partícula de 80 mesh apresentaram um módulo de ruptura de 8,1619 MPa. Este valor é maior do que o apresentado pelas amostras constituídas por grãos mais grosseiros, de 60 mesh. Os dados do lote de 60 mesh foram coletados para a Estatística de Weibull, e a resistência média do lote de trinta amostras foi de 5,61 MPa, com módulo de Weibull de 4,30. Uma granulometria mais fina permite uma melhor distribuição de partículas no volume, ocorrendo uma melhor transferência de carga durante a prensagem e diminuindo os defeitos [8]. 22 8 CONCLUSÃO Analisando os dados coletados, percebe-se que os defeitos exercem grande influência nas propriedades dos materiais cerâmicos. Os valores obtidos flutuam com grande liberdade, apesar disso, o comportamento inversamente e diretamente proporcional das propriedades ainda pode ser observado, sendo úteis para detectar de maneira quantitativa quaisquer erros no processo de fabricação. Ainda, é possível constatar pelos resultados que a amostra possui pequena quantidade de matéria orgânica – baixa perda ao fogo e retração – sendo necessária pouca quantidade de água no processo produtivo – pequena retração de secagem. A alta porosidade ocasiona uma baixa resistência mecânica. REFERÊNCIAS 1. CHIES, J. A. Corpos de prova submetidos à compressão: influência do tipo de preparação das faces para diferentes níveis de resistência do concreto. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, 2011. 2. BORTOLI, G. Ensaios de Materiais. Santo Ângelo: Universidade Regional Inegrada do Alto Uruguai e das Missões - URI, 2007. 3. MELO, S. Ensaio de Compressão. Disponível em:< http://www.sidneymelo.com.br /Discipl/Material/Compressao.pdf >. Acesso em: 22 setembro 2014. 4. ESO - Concreto: Ensaio do abatimento (Slump Test). Disponível em: < http://www.ufrgs.br/eso/content/?p=956>Acesso em: 22 setembro 2014. 5. FREITAS JR, J. D. A. Materiais de Construção - Propriedades do concreto fresco. Curitiba: Universidade Federal do Paraná - UFPR, 2013. 6. SANTOS, P. D. S. D. Ciência e Tecnologia de Argilas. Rio de Janeiro: Blucher, v. 1, 1989. 7. FEITOSA, H. S.; MONTEIRO, S. N.; VIEIRA, C. M. F. Avaliação da Secagem da Cerâmica Vermelha Através da Curva Bigot. Cerâmica Industrial, Rio de Janiero, v. 8, n. 2, p. 42-46, Janeiro/Fevereiro 2003. ISSN 1413. 8. ALBERO, A. J. L. A Operação de Prensagem: Considerações Técnicas e sua Aplicação Industrial Parte I : O Preenchimento das Cavidades do Molde. Cerâmica Industrial, v. 5, n. 5, p. 23-28, Setembro/Outubro 2000. ISSN 1413. 9. PINHEIRO, B. C. A.; HOLANDA, J. N. F. Efeito da Temperatura de Queima em Algumas Propriedades Mecânicas da Cerâmica Vermelha. Cerâmica, São Paulo, v. 56, n. 339, p. 237-243, Julho/Agosto/Setembro 2010.
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