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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIENCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE MATERIAIS ANA LUÍSA TERASAWA SENRA AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA MATHEUS WEHMUTH TAMANHO DE GRÃO ASTM PONTA GROSSA JUNHO/2014 ANA LUISA TERASAWA SENRA AUGUSTO ARAUJO VUITIK KAROLINA MAIA MATHEUS WEHMUTH TAMANHO DE GRÃO ASTM Relatório apresentado à disciplina de Ensaios e Caracterização de Materiais do Curso de Engenharia de Materiais, 3ª série, da Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG. Prof. Dr. André Luís Moreira de Carvalho PONTA GROSSA JUNHO/2014 1 SUMÁRIO 1 OBJETIVOS ................................................................................................ 2 2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 2 2.1 TAMANHO DE GRÃO.................................................................................. 2 2.2 CONTAGEM DE GRÃOS ............................................................................ 3 2.2.1 Método da comparação ........................................................................... 3 2.2.2 Método do intercepto linear ..................................................................... 4 2.2.3 Método planimétrico ................................................................................ 4 3 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 5 3.1 MATERIAIS .................................................................................................. 5 3.2 MÉTODO DO INTERCEPTO LINEAR ......................................................... 6 3.3 MÉTODO PLANIMÉTRICO ......................................................................... 6 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 7 4.1 AÇO 1006 .................................................................................................... 7 4.2 AÇO 1045 .................................................................................................... 7 4.3 ALUMÍNIO 7010 ........................................................................................... 8 4.4 ALUMÍNIO 7050 ........................................................................................... 8 4.5 COBRE ........................................................................................................ 8 5 CONCLUSÕES ........................................................................................... 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 10 2 1 OBJETIVOS Esta prática tem como objetivo medir o tamanho médio de grãos das amostras de aço 1006 e 1045, cobre eletrolítico, alumínio forjado e alumínio laminado, através de duas técnicas: método planimétrico e do intercepto linear. 2 REVISÃO DA LITERATURA A grande maioria dos materiais cristalinos utilizados em engenharia é policristalina. O agregado policristalino consiste de pequenos cristais, denominados grãos, com dimensões de poucas dezenas de micrômetros, arranjados de maneira a preencher todo o espaço (sem deixar vazios) [1]. Contornos de grãos são as fronteiras bidimensionais que separam cristais de diferentes orientações em um agregado policristalino. As diferenças de orientação entre grãos vizinhos são de dezenas de graus. Por esta razão, este tipo de defeito é denominado contorno de alto ângulo. A região do contorno tem uma espessura de aproximadamente duas a cinco distâncias interatômicas e é bastante defeituosa [1]. É importante destacar que um grão em um agregado policristalino é um poliedro que deve preencher todo o espaço, satisfazer o equilíbrio de tensões superficiais e, é claro, satisfazer as relações entre o número de vértices, arestas e faces (teorema de Euler). O poliedro que mais se aproxima destas exigências é o ortotetracaidecaedro (24 vértices, 36 arestas e 14 faces) [1]. 2.1 TAMANHO DE GRÃO Tamanho de grão é geralmente especificado pelo seu diâmetro médio ou usando-se um procedimento atribuído à American Society for Testing and Materials (ASTM). O procedimento ASTM é comum em aplicações de engenharia. Na pesquisa, geralmente prefere-se medir tamanho de grão pela técnica do intercepto linear. Nessa técnica linhas são desenhadas na fotomicrografia e o número de contornos de grão que interceptam esta linha é contado [2]. 3 A norma ASTM E 112-96 é a norma referente à medição de tamanho médio de grão por contagem manual através de imagens, enquanto os métodos para contagem automática de grãos são descritos na norma ASTM E 1382-97. Os métodos para contagem manual se baseiam em três procedimentos básicos para a estimação do tamanho de grãos: método por comparação, método planimétrico e método por contagem de interceptos [3]. 2.2 CONTAGEM DE GRÃOS 2.2.1 Método da comparação O método de comparação não exige a contagem de grãos, interceptos ou intersecções, ao contrário, como o nome sugere e, desde que a estrutura de grãos a ser comparada seja equiaxial, é realizada uma comparação de estrutura de grãos a uma série de imagens gradeadas na forma de quadros ou transparências, denominadas cartas. Estas cartas são imagens de padrões obtidas por diferentes métodos de ataque à superfície, com tamanhos de grãos e aumentos definidos [3]. As fotografias das cartas padrão de comparação da ASTM são obtidas utilizando-se a equação 1, onde NAE é o numero de grãos existentes por polegada quadrada com aumento de 100 vezes e G representa o número ASTM de tamanho de grão [4]. Equação 1 ( ) Equação 2 4 2.2.2 Método do intercepto linear Para o procedimento do intercepto linear, são desenhadas sobre a micrografia quatro linhas de 100 mm cada como formando um quadrado e duas linhas diagonais em seu interior, de 150 mm cada. Os contornos de grão interceptados por duas das quatro linhas do quadrado e pelas duas diagonais em questão são contados, e procede-se com os cálculos das equações 3 e 4, onde NL é o número de interceptos por unidade de comprimento, Ni é a quantidade de contornos de grão interceptados, L é o comprimento total das linhas, M é o aumento utilizado na micrografia [5]. ̅ ⁄ Equação 3 O tamanho de grão G é obtido através da Equação 4. ( ̅ ) Equação 4 2.2.3 Método planimétrico No procedimento planimétrico de Jefferies desenha-se um círculo com área equivalente a 1mm2 sobre a foto (esta área de 1 mm2 corresponde à área real da superfície do material, e não à área da figura). Conta-se então a quantidade de grãos dentro do círculo (Ninside) e de grãos que interceptam a linha do círculo (Nintercept). Estes valores são substituídos na equação 3, para determinação do número de grãos por milímetro quadrado (NA), onde o fator “f” é o multiplicador de Jefferies (para aumento de 100 vezes, f = 2). A área média do grão (A) pode ser calculada de acordo com a equação 4 [5]. ( ⁄ ) Equação 5 ̅ ⁄ Equação 6 5 A partir de ambos os métodos (planimétrico e intercepto linear) é possível calcular o número de tamanho de grão ASTM (G), por meio de conversões especificadas na norma E112. A imagem abaixo exemplificacomo deve ser feita a contagem de grãos [5]. Figura 1: Exemplo do método utilizado para contagem e determinação do tamanho de grão. 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Foram utilizadas micrografias das seguintes amostras metálicas: Aço 1006; Aço 1045; Alumínio 7050 – T7451; Alumínio 7010 – T73 forjado; Cobre eletrolítico C1100 recozido. . 6 3.2 MÉTODO DO INTERCEPTO LINEAR Foram distribuídas 4 linhas na imagem da micrografia com ampliação de 100 vezes: uma linha vertical de 100 mm; uma linha horizontal de 100 mm, e duas linhas diagonais de 150 mm cada. Sendo assim, utiliza-se a equação 3 para calcular o número de interceptos por unidade de comprimento NL, onde L é o tamanho das linhas (500mm) e M é o aumento utilizado (100x). Consultou-se o diâmetro médio de grão utilizando a tabela da norma ASTM E-112. Calculou-se o tamanho de grão ASTM (G) utilizando-se a equação abaixo. Onde NL’ é o valor médio dos quatro campos considerados. 288,3)'log.643856,6( LNG 3.3 MÉTODO PLANIMÉTRICO Para a execução do método planimétrico desenha-se um círculo de área conhecida (utilizou-se 5000mm²) na micrografia. Para um aumento de 100x de acordo com a norma ASTM E-112, contou-se os grãos dentro Ndentro e os grãos interceptados pela circunferência Ninterceptados . Foi utilizada a equação 5, onde f é o multiplicador de Jeffries, que para o aumento utilizado vale 2,0. Para todas as amostras observadas, conseguiu-se um valor médio NA’ do número de grãos por milímetro quadrado referente aos valores de NA. O tamanho de grão (G) ASTM é determinado utilizando-se a equação abaixo [5]. 954,2)'log.321928,3( ANG Utilizaram-se os tamanhos de grão ASTM (G) para calcular o número de grãos por polegada quadrada em um aumento de 100x, como mostra a equação abaixo [5]. 12 GAEN 7 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para cada material, foi realizada a contagem pelo método dos interceptos e pelo método planimétrico. Esse procedimento foi feito em 4 micrografias diferentes, sendo tomada a média da contagem e calculado o tamanho de grão do material. Os dados dos quatro campos de cada amostra bem como a média de cada material estão relacionados nas tabelas de 1 a 5. 4.1 AÇO 1006 Tabela 1: Tamanho de grão para o aço 1006. AÇO 1006 MÉTODO DE JEFFRENS MÉTODO DOS INTERCEPTOS CONTIDOS INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM 354 188 896 6,85 189 37,8 7,19 405 202 1012 7,03 217 43,4 7,59 387 196 970 6,97 228 45,6 7,73 372 182 926 6,90 197 39,4 7,31 MÉDIA 6,94 MÉDIA 7,46 TAMANHO DE GRÃO 61,30 TAMANHO DE GRÃO 87,88 Por ter uma baixa porcentagem de carbono, o material possui uma granulação mais fina e um tamanho de grão maior, se comparado ao aço 1045, que possui um teor de carbono maior. 4.2 AÇO 1045 Tabela 2: Tamanho de grão para o aço 1045. AÇO 1045 MÉTODO DE JEFFRENS MÉTODO DOS INTERCEPTOS CONTIDOS INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM 38 14 90 3,54 62 12,4 3,98 46 20 112 3,85 53 10,6 3,52 34 14 82 3,40 67 13,4 4,20 44 16 104 3,75 56 11,2 3,68 MÉDIA 3,64 MÉDIA 3,85 TAMANHO DE GRÃO 6,21 TAMANHO DE GRÃO 7,19 8 O aço 1045 possui um número ASTM menor do que o aço 1006, pois seus grãos são maiores, comportando menos grãos por polegada quadrada. 4.3 ALUMÍNIO 7010 Tabela 3: Tamanho de grão para o alumínio 7010. ALUMÍNIO 7010 MÉTODO DE JEFFRENS MÉTODO DOS INTERCEPTOS CONTIDOS INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM 268 162 698 6,49 94 18,8 5,18 277 168 722 6,54 88 17,6 4,99 246 138 630 6,35 113 22,6 5,71 258 148 664 6,42 121 24,2 5,91 MÉDIA 6,45 MÉDIA 5,44 TAMANHO DE GRÃO 43,72 TAMANHO DE GRÃO 21,78 A mesma analogia feita para o aço pode ser feita para as ligas de alumínio. De modo semelhante, uma liga mais pura possui grãos mais finos e um maior número de grãos por polegada quadrada O processo de forjamento também ocasiona uma granulometria diferenciada. 4.4 ALUMÍNIO 7050 Tabela 4: Tamanho de grão para o alumínio 7050. ALUMÍNIO 7050 MÉTODO DE JEFFRENS MÉTODO DOS INTERCEPTOS CONTIDOS INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM 159 68 386 5,64 81 16,2 4,75 133 52 318 5,36 65 13 4,11 123 40 286 5,21 82 16,4 4,78 137 44 318 5,36 108 21,6 5,58 MÉDIA 5,39 MÉDIA 4,81 TAMANHO DE GRÃO 20,97 TAMANHO DE GRÃO 13,98 A tabela acima ressalta as características comentadas anteriormente para a granulometria das ligas de alumínio. 9 4.5 COBRE Tabela 5: Tamanho de grão para o cobre eletrolítico. COBRE MÉTODO DE JEFFRENS MÉTODO DOS INTERCEPTOS CONTIDOS INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM INTERCEPTADOS Nº DE GRÃOS NÚMERO ASTM 45 16 106 3,77 54 10,8 3,58 53 28 134 4,11 63 12,6 4,02 36 12 84 3,44 41 8,2 2,78 51 30 132 4,09 68 13,6 4,24 MÉDIA 3,85 MÉDIA 3,66 TAMANHO DE GRÃO 7,23 TAMANHO DE GRÃO 6,31 O cobre difere das outras ligas no sentido em que apresenta um elevado grau de pureza, devido ao tratamento eletrolítico, e apresenta uma microestrutura grosseira. O processo de cristalização difere do aço e do alumínio, permitindo a formação de grãos maiores. 5 CONCLUSÕES A determinação do tamanho de grão é importante para que possam ser avaliadas diversas propriedades do material, principalmente a resistência a deformação. Também podem ser avaliados através dessa técnica a efetividade de tratamentos térmicos como a recristalização. O método é dispendioso, mas fornece uma boa estimativa quando não se tem acesso aos métodos computacionais de análise. Entretanto, para obtenção de informações mais rápidas e precisas, recomenda-se utilizar análises digitais da microestrutura. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] PADILHA, A. F. Materiais de Engenharia: Microestrutura e Propriedades. 1ª edição. São Paulo: Hemus Editora,1997. 349 p. [2] CHAWLA, K. K. MEYERS, M. A. Mechanical Behavior of Materials. 2ª edição. New Jersey: Prentice Hall,1999. 856 p. [3] DIAS, F. C. Uso do software Image J para análise quantitativa de imagens de microestrutura de materiais. 2008. 148 f. Dissertação ( Mestrado em Engenharia e Tecnologia Espaciais) – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, São José dos Campos, 2008. [4] SANTANA, A. J. AMORIM, D. S. C. CUNHA, M. A. CÔRTES, P. E. F. Automação da medida de tamanho de grão médio utilizando metodologia estatística para identificação de formas. [5] ASTM E 112-96. Standard Test Methods for Determining Average Grain Size.
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