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Imagem Corporal noções e definições

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27/09/2018 Imagem Corporal: noções e definições.
http://www.efdeportes.com/efd71/imagem.htm 1/4
Imagem Corporal: noções e
definições 
 Imagen Corporal: conocimiento y definiciones Corporal Image: slight knowledge and definitions
 
 
 Graduate Director of Physical Education - UNIABEU 
 Master Science Student of Physical Education - FEF/UNICAMP 
 
 
 Leonardo Mataruna 
 leonardo.mataruna@cev.org.br
 (Brasil) 
 
 
 
 
 
 Resumo
 Este artigo faz uma breve apresentação da terminologia Imagem Corporal, a qual vem sendo utilizada por muitos pesquisadores da área
de educação física e que sua compreensão faz com que possamos trabalhar os conteúdos específicos, de uma maneira melhor, entendendo o
corpo sob uma visão mais ampla, onde a relação do objeto no "eu" se completa. 
 Unitermos: Corporal. Imagem do Corpo. Identidade Corporal. 
 
 Resumen
 Este artículo hace una breve presentación de la terminología Imagen Corporal, donde muchos investigadores del área de Educación Física
están utilizando en sus estudios y practica profesional. Su comprensión permite que el trabajo específico quede mas completo, visualizando
el cuerpo dentro de una visión más amplia, donde la relación del objeto en "yo" si complementa. 
 Palabras clave: Imagen Corporal. Imagen del Cuerpo. Identidad Corporal. 
 
 Abstract
 This article presents one brief explanation of the Corporal Image terminology, which comes being used for many researchers of physical
education area. Its posibles understanding the specific contents for can work in a better way, understanding the body with a ampler view,
where the relation "mine" with object can be complete. 
 Keywords: Corporal image. Body's Image. Corporal Identity. 
 
 
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 71 - Abril de 2004
1 / 1 
 
O que é Imagem Corporal?
 Imagem corporal é a figuração do próprio corpo formada e estruturada na mente do mesmo indivíduo,
ou seja, a maneira pela qual o corpo se apresenta para si próprio. É o conjunto de sensações sinestésicas
construídas pelos sentidos (audição, visão, tato, paladar), oriundos de experiências vivenciadas pelo
individuo, onde o referido cria um referencial do seu corpo, para o seu corpo e para o outro, sobre o objeto
elaborado.
 O termo Imagem Corporal vem sendo usado freqüentemente de maneira permutável com a terminologia
Esquema do Corpo, em estudos neurológicos e psicológicos, onde ocorrem também resistências a
determinadas definições e muitas confusões metodológicas e conceituais (PAILLARD, 2001).
 O esquema corporal é tido como a "experiência imediata de uma unidade do corpo, (....) percebida,
porém é mais do que uma percepção, (...) chamamos de esquema de nosso corpo", ou mesmo, segundo
Head apud Schilder (1999), que o denomina como modelo postural do corpo. O aludido é a imagem
tridimensional que todo sujeito tem do seu próprio corpo, não abordando sob a ótica de uma mera
sensação ou imaginação, mas da apercepção corporal, mesmo que a informação tenha chegado através
dos sentido.
 A imagem que pode ser visual, motora, auditiva, tátil, entre outras, não pode ser analisada
separadamente os itens ou adotar para casa estrutura um padrão único para a avaliação de alteração em
todas as estruturas.
 Toda mudança reconhecível entra na consciência comparando-se com situações já vivenciadas,
realizando assim uma avaliação da nova situação que gera uma mudança na Imagem Corporal.
 Há uma distinção desobstruída proposta primeiramente por Head e Holmes (1912) apud Paillard (2001),
entre um esquema do corpo considerado como "um padrão combinado de encontro em que todas as
mudanças subseqüentes da postura estão sendo medidas (...) antes que a mudança postural incorpore o
consciente."; e a imagem do corpo como "uma representação interna na experiência consciente da
informação visual, tátil e motor, da origem corporal".
 Segundo Cash & Pruzinsky (s/d) a imagem corporal pode ser definida como a visão do nosso corpo que
produzimos em nossa mente (SCHILDER, 1935). A imagem corporal é definida como a representação
mental do próprio corpo (KRUEGER,1990,p.125).
 
Como se processa o desenvolvimento da Imagem Corporal?
27/09/2018 Imagem Corporal: noções e definições.
http://www.efdeportes.com/efd71/imagem.htm 2/4
 A Imagem Corporal se desenvolve desde o nascimento até a morte, dentro de uma estrutura complexa e
subjetiva, sofrendo modificações que implicam na construção contínua, e reconstrução incessante,
resultante do processamento de estímulos.
 Durante os anos pré-escolares a criança desenvolve de forma acentuada o seu conceito a respeito da
imagem corporal. Com um pensamento e uma linguagem mais abrangente, começa a reconhecer que a
aparência das pessoas pode ser mais ou menos desejável e as diferenças de cor ou raça. Ela conhece o
significado das palavras "bonito" e "feio" e reflete a opinião que os outros têm a respeito de sua aparência.
Aos cinco anos, por exemplo, a criança já compara sua altura com a de seus pares e pode dar-se conta de
ser alta ou baixa, especialmente quando as pessoas se referem a ela, chamando-a de "alta ou baixa para a
idade". Apesar de seus progressos no desenvolvimento da imagem corporal, o pré-escolar ainda tem uma
noção pouco definida a respeito dos limites do seu corpo, além de possuir escassos conhecimentos de sua
anatomia interna. Em virtude disto, qualquer experiência invasiva o atemoriza, especialmente quando há
solução de continuidade da pele, tais como pequenos cortes ou escoriações. Em seu pensamento, em
conseqüência de uma pele rompida pode escapar todo o seu sangue e interiores. Por isto os curativos são
tão importantes para segurar tudo dentro, e qualquer arranhão precisa de mercúrio ou esparadrapo, para
que a interpretação da imagem corporal da criança seja atendida evitando distúrbios que possam surgir
posteriormente (MONTARDO, 2002).
 A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos, estando o seu corpo ocupando um
espaço no ambiente em função do tempo, captando assim imagens, recebendo sons, sentindo cheiros e
sabores, dor e calor, movimentando-se. O corpo é o seu centro, o seu referencial, para si mesma, para o
espaço que ocupa e na relação com o outro.
A noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos disponibilidade e
adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da relação entre o vivido e o universo.
É nosso espelho afetivo-somático ante uma imagem de nós mesmos, do outro e dos objetos
(RAMOS, 2002).
 O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no decorrer da evolução da criança, não
tem nada a ver com uma tomada de consciência sucessiva de elementos distintos, os quais, como num
quebra-cabeça, iriam pouco a pouco se encaixar uns aos outros para compor um corpo completo a partir de
um corpo desmembrado. O esquema corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que
uma fotografia revelada na câmara escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno,
forma e coloração cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer
relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente terminada por volta dos quatro ou cinco
anos. Isto é, ao lado da construção de um corpo 'objetivo', estruturado e representado como um objeto
físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência precoce, global e
inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no desenvolvimento ulterior da imagem e da
representação de si mesmo, idem.
 A imagem corporal é continua e representativa do esquema postural e acompanha o indivíduo desde o
seu nascimento até o ultimo suspiro, sofrendo adaptações e transformações globais de acordo com o
momento vivido.
 Quanto maior forem os estímulos e as possibilidadesde novas experiências do recém nascido durante
toda sua trajetória de vida, mais completa será a sua formação do esquema corporal, principalmente sob o
ponto de vista psicomotor. As experiências corporais que determinam a imagem corporal corroboram para
a modelação de um esquema que refletirá na adolescência e na vida adulta. Sua forma poderá ser
lapidada, porém terá seus elementos da construção inicial preservados, apesar das transformações
ocorridas ao longo da vida.
 O esquema corporal é uma aquisição lenta e paulatina. Desenvolve-se desde antes do nascimento, se
incrementa em forma notável desde este até o terceiro ano de vida e, logo, continua em permanente
evolução adaptativa pelo resto da existência do individuo. Se estrutura sobre a base dos componentes
neurológicos em desenvolvimento e maturação onde se liga fundamentalmente, as percepções
exteroceptivas, proprioceptivas e interoceptivas que permitem estabelecer, em um momento inicial a
consciência sobre localização espacial total, a capacidade e o funcionamento de uma determinada parte do
corpo, a consciência inicial sobre a magnitude do esforço necessário para realizar uma determinada ação, e
a consciência sobre a posição do corpo e suas partes no espaço durante esta ação (BARRETO, 2002).
 Estas noções que se desenvolvem prioritariamente durante os primeiros meses de vida extra-uterina,
mas que se inicia durante a vida intrauterina, como já se abordou, vão ocorrendo cada vez mas fáceis e
inconscientes pela repetição continua e eficaz de cada ato em questão, até chegar a automatização da
resposta frente ao estímulo específico.
27/09/2018 Imagem Corporal: noções e definições.
http://www.efdeportes.com/efd71/imagem.htm 3/4
 Liga-se sem associações ao estabelecimento dos reflexos em que as percepções sensoriais, sensitivas e
proprioceptivas se conjugam para gerar a excitação neuronal que, em nível central ou em nível da medula
espinal, desencadeia a motricidade requerida como resposta ao estímulo percebido ou a uma ação gerada
conscientemente, Idem.
 Ainda que pareça evidente, é necessário aclarar que o esquema corporal se implanta e evolui, especial e
especificamente, sobre a maturação do conjunto neuromúsculo-esquelético e que se liga ao processo de
ereção que leva o neonato através das etapas de rastejar, engatinhar e primeiros passos, até ao total
domínio da marcha e orientação, as quais são suportadas pelo eixo axial que está localizado na coluna
vertebral, Idem.
 A imagem corporal do bebê amadurece aos poucos na medida em que ele experimenta o toque, a
exploração do espaço, a manipulação e contato com objetos. A idéia de separação de seu corpo de outros
corpos e objetos se dá gradativamente (LE BOULCH,1987). Krueger (1968) e Piaget (1945) concordam que
a percepção da existência do corpo próprio, individual, se dá por volta dos 18 meses, idem. Le Boulch
aponta que Lacan, após Wallon enfatizam a grande importância da "fase do espelho", quando a criança vê
sua imagem projetada no espelho, olha por trás do mesmo... Até então, a imagem de seu corpo encontra-
se incompleta, fragmentada. A imagem do todo acontece quando ela se vê no espelho. Ela passa então da
"imagem do corpo fragmentado à compreensão da unidade de seu corpo como um todo organizado"
(MATARUNA, 2002; AJURIAGUERRA, 1986, 1987; LE BOULCH, 1987, p.215). Krueger (1990) ressalva a
importância da imagem corporal não ser limitada a imagens visuais, mas como fruto da absorção de
experiências vividas.
 A imagem corporal nunca é estática. Ela muda de ação para ação (FELDENKRAIS,1977;
SCHILDER,1999). "De início, quando a imagem está sendo estabelecida, sua taxa de mudança é alta; novas
formas de ação que, apenas um dia antes, estavam além da capacidade da criança, são rapidamente
conseguidas "(FELDENKRAIS,1977,p.28).
 
A experiência da "falta" no processo de desenvolvimento da Identidade Corporal
 A criança não espera nada do mundo exterior de plenitude e fusionalidade. A perda da plenitude fusional
não assegura a separação do Eu e do não-EU, a qual exige uma dissociação perceptiva entre as sensações
provocadas pelo exterior e as sensações internas, que se revertem em experiência (LAPIERRE, 1984, p.11).
 Os objetos transicionais e os desejos do homem ocorrem para minimizar, ou seja, compensar a falta do
se ou de um ser. O desejo de possuir o corpo do outro se transforma em desejo possessivo pelos objetos
(idem, p.18).
 A falta no corpo, oculta no inconsciente, vai emergir no consciente sob a forma simbólica de uma falta
do ter. Mas o ter não pode nunca preencher esta falta e o desejo de posse pelos objetos torna-se
incontrolável cumulativo e desabando como uma avalanche.
 La Pierre contextualiza a experiência da "falta" no processo de desenvolvimento da Identidade Corporal
na necessidade do individuo transferir ou se apoiar, e porque não dizer, consumir o outro. Este se revela
desde o nascimento do bebê, quando se corta o cordão umbilical e há a separação do líquido amniótico, até
a fase adulta quando ainda há a necessidade de recuperar o trauma ocorrido na quebra da fusionalidade.
Para o autor a construção da identidade corporal ocorrerá espelhada no que o outro apresenta, e sobre o
desejo do individuo reproduzido pelo outro.
 A construção deste modelo corporal surgirá de uma maneira pela qual o sujeito tenta consumir,
enquanto objeto, o corpo de um outro individuo para suprir o seu espaço fusional interior.
 Na fantasmática fusional da criança, as "cavidades" são aberturas para o mundo misterioso do interior
do outro, daí o desejo inconsciente de penetrar nestas cavidades (...), onde a criança com seus dedos , a
mão, o olhar, e com todo o corpo explora estes orifícios na busca da interioridade alheia no seu próprio
corpo, fato que no futuro vai se investir nas relações sexuais (LAPIERRE, 1984, p.32)
 Para o surgimento da identidade corporal, o corpo deve estar reunido com uma imagem global que
aparece por volta do oitavo mês de vida, durante o estágio do espelho, que ainda é imperfeita mas que se
aprimora com o reforço. As experiências motoras corroboram para o conhecimento das dimensões
corporais permitindo atingir com maior facilidade esta totalidade (Idem, p. 23).
 
Referências bibliográficas
AJURIAGUERRA J.; MARCELI D. La exploración del niño.Barcelona: Masson, 1987.
27/09/2018 Imagem Corporal: noções e definições.
http://www.efdeportes.com/efd71/imagem.htm 4/4
AJURIAGUERRA J. Psicopatología del adolescente. Barcelona: Masson, 1986.
BARRETO, J.F. Sistema estomatognático y esquema corporal.Disponível em 
 http://www.colombiamedica.univalle.edu.co/Vol30No4/estomato.html. Acessado em: 24 de abril de
2002.
FELDENKRAIS, M. Consciência pelo movimento. São Paulo: Summus,1977.
KRUEGER, D.W. Developmental and Psychodynamic Perspectives on Body Image change, 1990.
LAPIERRE, A. A Falta - Fusionalidade e Identidade. In: Fantasmas Corporais e Prática
Psicomotora. São Paulo: Manole, 1984, p. 9-42.
LE BOULCH,J. O desenvolvimento psicomotor - do nascimento até 6 anos. Porto Alegre: Artes
Médicas,1987.
MATARUNA, L. A imagem corporal sob a ótica fisiológica: analisando as obras de Paul
Schilder. Trabalho Apresentado à Disciplina Imagem Corporal do Programa de Pós-Graduação
(Stricto Sensu) em Educação Física da Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de
Campinas. São Paulo: UNICAMP-FEF, 2002.
MONTARDO, J.L. Aprendendo a Vida. Disponível em: 
 http://planeta.terra.com.br/saude/montardo/desenvolvimento/epensamento2.htm. Acessado em 03
de maio de 2002
PAILLARD, J.; FLEURY, M.; LAMARRE, Y. Are body schema and body image functionally distinct ?
Evidence from deafferented patients. Resumo publicado nos anais do evento: Bases neurologiques
du codage de l'espace et de l'action. Lyon, France, Ecole Normale Supérieure, 22-24 March 2001.
Acessado em http://www.lyon151.inserm.fr/symposium534/posters/43paillard.html. Disponível em
14 de maio de 2002.
RAMOS, E. Algumas áreas da psicomotricidade. Disponível
em: http://members.tripod.com.br/ramoseducacaofisica/motor.htm. Acessado em 12 de maio de
2002.
SCHILDER, P. A Imagem do Corpo: As Energias Construtivas da Psique. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
SCHILDER, P. F. The Image and the Appearance of the Human Body: Studies in Constructive
Energies of the Psyche. London: Trench e Trubner, 1935.
Outro artigos de Leonardo Mataruna
 em Portugués

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