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CURSO - Psicomotricidade

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2 
www.soeducador.com.br 
 Psicomotricidade 
SUMÁRIO 
 
PSICOMOTRICIDADE .............................................................................................. 4 
História da Psicomotricidade no Brasil ...................................................................... 6 
A evolução da Psicomotricidade ............................................................................... 7 
A Psicomotricidade na organização funcional cerebral............................................ 12 
ORIGEM DA VIDA - GÊNESE ................................................................................ 17 
Origem das Espécies - Filogênese .......................................................................... 18 
Ontogênese ............................................................................................................ 19 
Sensação ................................................................................................................ 21 
Percepção ............................................................................................................... 21 
Formação de Imagem ............................................................................................. 22 
Simbolização ........................................................................................................... 22 
Relações Interpessoais ........................................................................................... 23 
Elementos da psicomotricidade ............................................................................... 27 
Esquema corporal ................................................................................................... 27 
A organização do corpo no espaço (organização espacial) ..................................... 28 
A dominância lateral ................................................................................................ 29 
O equilíbrio .............................................................................................................. 29 
A organização latero-espacial ................................................................................. 29 
A coordenação dinâmica ......................................................................................... 30 
DESENVOLVIMENTO MOTOR .............................................................................. 31 
AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE.................................................................... 32 
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ........................................................................... 32 
PERCEPÇÃO.......................................................................................................... 32 
COORDENAÇÃO .................................................................................................... 32 
ORIENTAÇÃO ........................................................................................................ 33 
CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE ............................................... 33 
HABILIDADES CONCEITUAIS ............................................................................... 35 
HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO............... 35 
Distúrbios Psicomotores .......................................................................................... 36 
 
 
3 
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 Psicomotricidade 
DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR ......................................................... 37 
ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR .................................. 38 
Teorias e Exercícios em Psicomotricidade .............................................................. 39 
ESQUEMA CORPORAL ......................................................................................... 39 
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL ...................................................................... 40 
COORDENAÇÃO DINÂMICA GERAL .................................................................... 41 
MOTRICIDADE FINA DAS MÃOS E DOS DEDOS ................................................. 41 
CUIDANDO DAS MÃOS ......................................................................................... 42 
AMASSANDO A MASSA ........................................................................................ 42 
ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL ................................................ 42 
EXERCÍCIO DE ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL........................ 43 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 44 
 
 
 
 
 
4 
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 Psicomotricidade 
PSICOMOTRICIDADE 
 
 
A educação pelo movimento ao longo do tempo contribuiu para que cientistas 
e precursores analisassem a evolução da motricidade humana como um todo. Os 
gregos analisavam o corpo negligente em função da mente, acreditava-se que a 
mente não tinha relação com o corpo e seus sentidos. Dessa forma, marcos históricos 
estimularam profissionais ousados a novos desafios no século XIX. 
A Psicomotricidade surgiu na França (1900-1940), em Paris, sendo Dupré o 
seu precursor ao evidenciar a “Síndrome da Debilidade Motora”. Verificou que existia 
uma estreita relação entre anomalias psicológicas e anomalias motrizes, levando em 
consideração a recordação do corpo passado, a valorização do corpo presente e a 
reabilitação do corpo futuro. 
O corpo passa a ser estudo de profissionais das áreas: neurológica, 
psiquiátrica e psicológica, na intenção de compreender o corpo e as estruturas 
cerebrais, na necessidade de clarear os fatores patológicos, da síndrome de 
debilidades motrizes e debilidades mentais. 
Dupré integrou os movimentos às funções psicológicas superiores, à 
inteligência e à afetividade. Ele estabeleceu uma relação entre o cérebro e o 
comportamento sobre a debilidade motora, associado à lei do paralelismo 
psicomotor, relacionado ao desenvolvimento motor e intelectual. (LOUREIRO, 2009). 
Dupré (1913), contradiz a separação corpo – mente, estabelece seus 
conceitos da Psicomotricidade: mente - movimento, dessa forma contribui para outros 
 
 
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 Psicomotricidade 
desafios importantes no nível do desenvolvimento funcional cognitivo, motor e 
afetivo. A partir dessa contradição, vários autores seguiram a etiologia de Dupré 
como HEAD, Esquema Corporal; SHLIDER, imagem do corpo; Piaget, 
desenvolvimento das crianças e Wallon (1925), emoções e tônus foi o pioneiro da 
Psicomotricidade. (LOUREIRO, 2009). 
Wallon como médico e psiquiatra, consolidou seu interesse em conhecer a 
organização biológica do homem. A partir desse conceito fundou um laboratório de 
pesquisa junto à escola francesa com o objetivo em atender crianças “anormais”, 
localizada na periferia de Paris. Devido sua dedicação nos atendimentos clínicos e o 
interesse pela psicologia da criança, em 1939 ele se muda para sua própria sede. 
(WALLON, 1920 a 1937 in GALVÃO, 1995). 
Wallon, ao longo de sua carreira analisou o estudo da criança como um 
recurso para conhecer o psiquismo humano, debruçou com atenção e engajamento 
no processo de desenvolvimento infantil. Dessa maneira, impulsionou médicos, 
neuropsiquiatras, pedagogos, psicólogos e outros profissionais às primeiras 
tentativas de estudos da reeducação psicomotora, na concepção de agregar como 
processo básico de intervenção tônica, mental, motora e afetiva como meio de 
relação da ação com o outro. 
Os estudos consagraram importantes nomes como: Ajuriaguerra, Guilmain, 
Erickson, Bérges, Soubiran e Stambak, envolvidos com o trabalho no hospital Henri 
Rouselle, na França, onde contribuíram para os primeiros terapeutas psicomotores, 
além de desenvolver uma intensa atividade científica propagada pelos projetos de 
Wallon. 
Na França,em 1967, pela equipe Ajuriaguerra com a proposta da Dra. Giselle 
Soubiran, criou o primeiro ISRP (Instituto Superior Reeducação Psicomotor), assim 
sendo, em 1974 houve o reconhecimento da saúde como profissão que culminou o 
“Primeiro Diploma Estadual” – Psicorreducador, porém teve reconhecimento do 
governo francês. Em 1985 foi substituído pelo “Diploma Estadual Psicomotricista” em 
docência de formação. (LOUREIRO, 2009). 
Em 1970, Simone Raiman chega ao Brasil, com suas experiências 
psicocinéticas seguindo o mesmo intuito da escola francesa. No ano 1979 o 
Ministério da Educação convida a Dra. Dalila Costallat e Dra. Gisele Soubiran para 
 
 
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 Psicomotricidade 
virem ao Brasil divulgar sua pesquisa: a Psicomotricidade como processo de 
reabilitação em pessoa com deficiência mental. (COSTALLAT, in LOUREIRO, 2009). 
Por meio da Dra. Beatriz Loureiro, a Psicomotricidade conseguiu estabilidade 
no Brasil, surgiu à fundação GAE - Grupo de Atividades Especializadas em São 
Paulo, com o objetivo em atender crianças com dificuldade psicomotoras. Partindo 
do seu empenho estabeleceu formação universitária pública e particular, cursos de 
Pós-graduação, intercâmbio entre os países Brasil/França. A expansão da disciplina 
progrediu na América do Sul, América do Norte, América Central e em outros países, 
sendo hoje bem representada na França pelos presidentes das Delegações OIPR – 
Organização Internacional da Psicomotricidade e Relaxação. No Brasil, a Dra. Beatriz 
Loureiro postulou as formações e atuações de ontem, hoje e certamente de amanhã. 
Desde 1996 foi criada em São Paulo a O.N.P - Ordem Nacional dos Psicomotricistas 
de São Paulo. (LOUREIRO, 2009). 
 
História da Psicomotricidade no Brasil 
 https://psicomotricidade.com.br/capitulominasgerais/historia-da-psicomotricidade-no-brasil/ 
 
A história da Psicomotricidade no Brasil, segue os passos da escola francesa. 
Era clara e nítida a influência marcante da Escola Francesa de Psiquiatria Infantil e 
da Psicologia na época da 1ª guerra em todo mundo. O Brasil foi também invadido, 
 
 
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 Psicomotricidade 
ainda que tardiamente, pelos primeiros ventos da Pedagogia e da Psicologia. Nos 
países europeus, pesquisadores se organizavam em grupos de trabalho: era preciso 
responder as aspirações e necessidades da sociedade industrial, que levava as 
mulheres ao trabalho formal, deixando as crianças em creches. 
 Os franceses se conscientizavam sobre a importância do gesto e 
pesquisavam profundamente os temas corporais. André Thomas e Saint-Anné 
Dargassie, iniciavam suas pesquisas sobre tônus axial. A maturação, os reflexos 
tônicos arcaicos do nascimento dos primeiros anos de vida, produziram as primeiras 
palavras-chave da Psicomotricidade. 
 No entanto, Henri Wallon ousou falar em Tônus e Relaxamento e Dr. 
Ajuriaguerra combinou às suas pesquisas, a importância do tônus falada por Wallon 
em seus escritos sobre o diálogo tônico. Dra. Giselle Soubiran iniciou sua prática de 
relaxação psicotônica e fez seguidores. Empenhada cada vez mais em mostrar ao 
mundo, a importância do tônus no dia a dia, ela apontou aos pesquisadores, 
caminhos a serem seguidos e estudados e deixou clara a sintomatologia tônica 
corporal do século. No Brasil, Antonio Branco Lefévre buscou junto às obras de 
Ajuriaguerra e Ozeretski, influenciado por sua formação em Paris, a organização da 
primeira escala de avaliação neuromotora para crianças brasileiras. 
 
A evolução da Psicomotricidade 
 
1790 – Maine de Brian, primeiro a valorizar o movimento como componente 
essencial da estruturação do “eu”. Para ele, é na ação que o EU toma consciência 
de si mesmo e do mundo. O “eu” não pensa, vive-se; 
1874 – C. Koupernik foi o principal indicador do que poderíamos chamar de 
Psicomotricidade do adulto; 
1885 – Jean M. Charcot a partir do estudo sobre o membro fantasma, histeria, 
evidência as interferências do psiquismo sobre o corpo e do corpo sobre o psiquismo, 
encaminhando uma mudança progressiva da visão dualista; 
1890 – Freud ressalta a noção do inconsciente, do corpo pulsão, do corpo 
relação, ou seja, o corpo passa a desempenhar um papel importante nas formações 
inconscientes; 
 
 
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 Psicomotricidade 
1900– Karl Wernicke usou pela primeira vez o termo psico-motricidade; 
1901– Phillipe Tisié falou que por Educação Física não se deve entender 
apenas exercício muscular do corpo, mas também e principalmente o treinamento 
dos centros psicomotores pelas associações múltiplas e repetidas entre movimento 
e pensamento; 
1906 – Dupré publicou na Revue de Neurologie o resultado dos estudos sobre 
a Psicomotricidade, nos quais define a síndrome da debilidade motora, para 
evidenciar o paralelismo psicomotor, ou seja, a associação estreita entre 
desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade; 
1909 – Ajuriaguerra foi considerado o iniciador da psicomotricidade da criança 
com o relatório sobre a debilidade motora. A psicomotricidade seria a experiência do 
corpo, como diálogo tônico, podendo ser lida como uma linguagem. Ajuriaguerra que 
afirmou que o papel da função tônica não é apenas o de servir de pano de fundo da 
ação corporal, mas é também um modo de relação com o outro; 
1925 – Dupré retoma o termo psicomotricidade na obra Pathologie de 
l’imagination et de l’émotivité, empregado, também, na mesma época, por Wernicke; 
Henri Wallon apresenta a famosa classificação das síndromes psico-motoras e 
sustenta um paralelismo das manifestações motoras e psíquicas, impregnado do 
reducionismo neurológico, fruto do dualismo corpo-alma; 
1930 – H. Wallon distingue dois tipos de atividades motoras e faz uma escala 
de desenvolvimento da criança, além de relacionar diretamente o movimento com o 
desenvolvimento psíquico; 
1935 – E. Guillmain, além de montar um teste psicomotor, analisou o 
paralelismo entre o comportamento geral da criança e o teste psicomotor e descobre 
três funções essenciais: atividades tônica, relacional e intelectual; 
1937 – Jean Piaget demonstra a importância do movimento, com base de toda 
a estruturação da inteligência humana. Reafirma que a atividade motora é o ponto de 
partida para o desenvolvimento das inteligências. A partir daí a função tônica e a 
coordenação dos esquemas serão reconhecidos pelas psicologias como objeto de 
estudo; 
1948 – Heuyer fala da psicomotricidade como a associação estreita entre o 
desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade; 
 
 
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 Psicomotricidade 
1960 – 1º edição da obra “Educação Psicomotora e Retardo Mental” de Picq 
e Vayer, que significa o ponto em que a educação psicomotora ganha 
verdadeiramente uma autonomia, e se converte em uma atividade educativa original 
e com objetivos próprios; 
1963 – No quadro universitário do Hospital Salpétrière, na França, expediuse 
um certificado de Reeducação da Psicomotricidade; 
1963-1973 –Institucionalização e dispersão das doutrinas e do método; 
1974 – Existe, na França, o diploma de Estado de Psicomotricista, obtido 
através dos Ministérios da Saúde e da Família, envolvendo três anos de estudos, 
após o Bacharelado; 
1980 – Com o incentivo de Françoise Desobeau, foi criada a SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE TERAPIA PSICOMOTORA (SBTP), integrada à sociedade 
Internacional de Terapia Psicomotora (SITP), num encontro em Araruama, onde 
estiveram presentes 40 profissionais de oito profissões diferentes e de oito Estados 
do Brasil. 
1982 – I Congresso Brasileiro de Psicomotricidade; foram iniciadas as 
primeiras publicações na área de Psicomotricidade através dos Anais do congresso, 
dos exemplares IPERA, da própria Sociedade, além de revistas como 
CONTINUIDADE, do CESIRe CORPO E LINGUAGEM, da Editora Jacobé, que era 
dirigida por um dos membros da Sociedade; 
1983 – Foram criados cursos de Pós-graduação de Psicomotricidade, na 
Universidade Estácio de Sá e no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação 
(IBMR), constituindo um passo importante na história da Psicomotricidade. 
1985 – Decreto 85.188, de 7.02.1985, rebatizou o diploma de Estado de 
Psicomotricidade. 
1989 – Em Julho foi aberto, no IBMR, o curso de formação de 
Psicomotricidade com duração de 4 anos, a nível de graduação. 
 
Definição Psicomotricidade: 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
do 
A Psicomotricidade é a ciência 
que busca esclarecer o organismo 
como condição primeira 
pensamento, afi nal, toda função 
psíquica supõe um equipamento 
orgânico. Contudo, adverte que não 
lhe constitui uma razão suficiente, já 
que objetos da ação mental vêm do 
exterior, isto é, do grupo ou ambiente no qual o indivíduo se insere. Os fatores de 
natureza orgânica e social são uma complexa relação de reciprocidade que ao longo 
de sua existência aborda as contradições. (WALLON, in GALVÃO, 1995). 
 
 
Definição em Psicomotricidade (in LOUREIRO, 2009) 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
Conforme as informações abordadas na figura 1, a espécie humana é 
verificada como uma perspectiva dialética da evolução do homem na sua atividade 
corporal, conjunto de reações que constitui um processo de sensação privilegiada 
em relação com o mundo exterior, interferindo em pontos positivos e negativos do 
indivíduo na construção da sua consciência. 
Psico é o conjunto de características psicológicas de um indivíduo, de 
fenômenos psíquicos e processos mentais, que provêm do Psiquismo, é uma energia 
inteligente, gerada pelo cérebro (espírito/alma), aleatória ou objetiva da força que a 
gerou. Conforme pesquisadores no assunto, criar é conseguir aquilo que se deseja 
que se tem como objetivo “ação e reação/ causa e efeito". 
Motricidade é o conjunto de funções e relações asseguradas pelo esqueleto, 
músculo e o sistema nervoso periférico, que permite o movimento e o deslocamento 
do homem no ambiente que vive. (LOUREIRO, 2009). 
Portanto, a somática do Psico/Motricidade da essência à Psicomotricidade é 
que estimula a área psicomotora comentada por diversos estudiosos: saber fazer 
(cognição/memória), querer fazer (motivação controle das emoções) e poder fazer 
(atenção), visa a aprendizagem e adaptação holística do ser humano, que tem 
finalidade de associar o pensamento, ato e o gesto. Estudando o desenvolvimento 
cognitivo, afetivo e motor do indivíduo, podemos associar de forma coerente toda a 
dimensão de uma rede interdisciplinar que veio dar estudo ao movimento. 
O trabalho psicomotor beneficia a criança no controle de sua motricidade, 
utilizando de maneira privilegiada a base rítmica associada a um trabalho de controle 
tônico e de relaxação cautelosamente conduzido. (LE BOULCH, 1987). 
Portanto, a Psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a 
mediatização, disponibilidade tônica, segurança gravitacional e o controle postural, a 
noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, 
enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental 
concomitante, entre o corpo e a motricidade. 
As evidências dos precursores estabelecidas acima demonstram a 
objetividade da Psicomotricidade no meio social, na concepção de abordar critérios 
que beneficiem o indivíduo no seu desempenho sobre suas próprias ações e reações. 
 
 
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 Psicomotricidade 
O trabalho psicomotor pode dirigir-se tanto à melhoria de posturas, posições, 
atitudes e atividades motoras, quanto para introduzir novas aprendizagens. O corpo 
como porta de entrada e saída da aprendizagem expõe toda a transcendência de sua 
experiência concreta ou sensorial, no contexto abstrato ou perceptivo, enfim para o 
reprensetativo ou simbólico, melhorando a qualidade de vida. No entanto, ilustra a 
importância que o movimento e a postura têm no processo contínuo de percepção 
do mundo exterior na introdução do conhecimento. (GONÇALVES, 2010). 
A Psicomotricidade é fundamentada na Ontogênese, (ciência que estuda a 
evolução do homem) que, por sua vez, estrutura-se na Filogênese (ciência que 
estuda a evolução da espécie). Dessa forma, acredita-se que a espécie humana 
progediu sobre as bases de mutações, passando por todos os processos de 
diferenciação em relação aos animais, até terem a possibilidade de desenvolverem 
um sistema de comunicação simbólica, o qual, passa os conhecimentos a outros 
seres da mesma espécie. (QUIRÓS apud GONÇALVES, 2010:87). 
A Psicomotricidade é uma área do conhecimento que se ocupa do estudo e 
da compreensão dos fenômenos relacionados com o movimento corporal, seu 
desenvolvimento e integridade. (NUNES, 1995, in LOUREIRO, 2009). 
 
 
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 Psicomotricidade 
Percebe-se a Psicomotricidade como orientação, direção e mediatização para 
o processo de aprendizagem no plano corporal e gráfico, que gerou a possibilita 
avaliar e elaborar um plano Terapêutico Psicomotor, visando oferecer cada vez mais 
ferramentas para o corpo, buscando consciência corporal diante das experiências 
adquiridas. 
 
 
A motricidade tem a função de levar as experiências concretas ao cérebro, a 
qual fará decodificação da s informações sensoriais, perceptivas e afetivas 
vivenciadas pela criança. O desenvolvimento neurológico da criança é informação 
resultante de todas as aquisições registradas na sua maturação de comportamento 
e aprendizagem. 
 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
A Psicomotricidade na organização funcional cerebral 
Sistema Nervoso Central – Sistema Límbico Fonte: (in GONÇALVES, 2010, 
p. 89). 
 
O Sistema Límbico é uma unidade responsável pelas emoções e certos 
comportamentos necessários à sobrevivência do ser humano. Nos pilares da 
Psicomotricidade significa “o querer fazer, o poder fazer, o saber fazer”, o qual 
corresponde o processamento neural: processa, integra e age, a Figura – 2 é um 
resumo simplicado de que forma o cérebro funciona no SNC e algumas estruturas 
que participam do sistema límbico: Córtex pré-frontal – lida com o raciocínio; Corpo 
caloso – divisão dos hemisférios; Tálamo – responsável por receber informações 
sensorias do corpo; Hipotálamo – responsável pela homoestase corporal e controla 
da temperatura e a emoção do corpo; Lobo temporal – é o centro cerebral da fala; 
Amígdala – é uma coleção em forma de amêndoa, de núcleos localizados 
profundamente no lobo temporal ; Hipocampo – é formado pelas substâncias 
cinzentas e brancas na parte do lobo temporal; Vermis cerebelar; (GONÇALVES, 
 
 
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 Psicomotricidade 
2010). 
 Luria, psicólogo russo, pioneiro dos estudos do funcionamento cerebral, 
traduziu o mecanismo o cérebro em sistemas funcionais. A figura - 2 anatômica 
resume as captações e funções sensoriais importantes no processo de informação 
cérebro/corpo e corpo/cérebro decorrentes dos impulsos nervosos transmitidos pelas 
sinapses elétricas e os transmissores dos mecanismos motor/movimento, 
cognitivo/pensamento e afetivo/emoção na estrutura cerebral. 
A maturação cerebral efetua-se, igualmente, através da emergência de 
sistemas funcionais e em interação sistêmica, vários conjuntos de células neuronais 
específicas. Portanto, a instalação de conexões neurais provocadas pela 
aprendizagem sucessivamente vai permitir a integração complexa da informação 
multissensorial, a qual ilustra a passagem da linguagem corporal, a linguagem faladae a linguagem escrita. (FONSECA, 2008:405). 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
 
Cada unidade neurofuncional desempenha uma função específica no 
processo funcional cerebral, estabelecendo o tempo e o modo em que o ser humano 
esteja apto a um repertório de aquisições necessárias para maturação, organização 
e integração no seu desenvolvimento e a novas aprendizagens. 
Mediante competências psicomotoras agrupadas em neuroblocos. 
1ª Unidade Neurobloco Funcional Postura – é composta pela Tonicidade e 
Localização das unidades funcionais cerebrais – modelo Luriano. Fonte: (in GONÇALVES, 2010, p.93). 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
Equilibração corresponde à aquisição da persistência motora “atenção” reguladorora 
tônus, da vigília corporal e dos estados de alerta mental, sua função reticular de 
regular e modular o tônus do córtex, mantendo o cérebro em estado funcional de 
alerta. 
2ª Unidade Neurobloco Funcional Somatognosia – corresponde à noção do 
corpo esquema e imagem corporal, lateralização, estrutura espaço-temporal que 
constituem na memória corporal “recepção, codificação e processamento sensorial, 
está localizada na região lateral do córtex, na função de receptor dos lóbulos occiptal 
(visão), temporal (auditivo) e parietal (sensorial tátil), analisando e armazendo as 
informações no cérebro. 
3ª Unidade Neurobloco Funcional Praxia - é responsável pela verificação, 
correção e extratificação das formas das praxias global e distal que condizem à 
capacidade de relacionar as ações globais e refinadas da conduta humana na 
consciência e expressão voluntária. Estão associados aos lóbulos frontais do cérebro 
e ao telencéfalo. Dentro da Psicomotricidade LURIA e COSTALLAT, são bases do 
conhecimento para se entender as diversas manisfetações do ato psicomotor pela 
via corporal e gráfica. LOUREIRO, (2009) 
Os processos mentais do homem em geral, e a atividade consciente em 
particular; sempre ocorrem com a participação das três unidades, cada uma das 
quais tem o seu papel a desempenhar nos processos mentais e fornece a sua 
contribuição para o desempenho dos referidos processos. (LURIA, 1981, in 
GONÇALVES, 2010) 
Nessa dimensão de imagem as bases psicomotoras otimizam a estruturação 
desse processo de aquisições, pois organizam, e pontuam o momento em que o ser 
humano “a criança” está apta a integrar as suas competências seguidas por Luria. 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
 
Desenvolvimento Psicomtorde 0 a 7 anos. 
Fonte: ( In GONÇALVES, 2009, p.38). 
 
Conforme o desenvolvimento da criança retratada nesta figura 4, ressalta um 
caminho convergente destes estudiosos, a evolução da criança no sistema funcional 
cerebral, se processa em várias inserções de aprendizagem e desenvolvimento. 
Com base na figura - 4 Ajuriaguerra expõe, seu padrão de desenvolvimento 
psicomotor no Corpo Agido, a criança é receptora no espaço subjetivo e evolui 
através do diálogo tônico e o desaparecimento das reações primitivas. No Corpo 
Actuante, a criança é espectadora a um espaço pré - representado, dialogo tônico, 
com mobilidade espaço - temporal em reação a um plano gnósico e social progressivo. 
No Corpo Práxico, a criança é vista como um ator no espaço, com o objetivo de 
processar o diálogo consigo próprio, automatizando as aquisiç ões com redução do 
tempo. “A Psicomtricidade é a realização de um pensamento através de um ato 
motor, coeso, harmonioso e preciso”. (AJURIAGUERRA, 1982 in LOUREIRO, 2009). 
Com base na figura – 4 , Wallon diz que a influência está caracterizada no 
ambiente sobre a aprendizagem e o desenvolvimento psíquico da criança. A criança 
exposta a uma linguagem tônica, facilitará seu ajuste ao ambiente, evidenciando a 
motricidade como es sência deste processo e a construção do eu corporal. 
CorpoVivido – estágios impulsivos, tônico - emocional e sensório - motor. Corpo 
Percebido – estágios projetivo e personalístico. Corpo Representado – estágio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
categorial. Dessa forma, a criança evolui sua aprendizagem no mundo exterior em 
função da relação. “O movimento não é um puro deslocamento no espaço nem uma 
adição pura e simples de contrações musculares; o movimento tem um significado 
de relação e de interação afetiva com mundo exterior”. (WALLON, in GONÇALVES, 
2009:94). 
Portanto, a Psicomotricidade mediatiza o ato psicomotor através das 
intervenções psicomotoras que conduz, a organização e a vivência, a estimula a criar 
relações infinitas conscientes que façam a criança ficar segura dos seus atos e ter 
satisfação em realizá-las, pois estão integrados à linguagem da Psicomotricidade 
“Querer Fazer, Saber Fazer e Poder Fazer não deixando de perder sua 
oportunidade no mundo externo. 
 
 
 
social. 
É óbvio que a definição de vida é sinônimo de energia. Esta visão idealista da 
vida procede das explicações que vão de Platão a Aristóteles como um princípio 
espiritual e sobrenatural determinada por uma força suprema e divina. Com isso, 
permite reconhecer a noção de vida, a formação da matéria, resultante da 
ORIGEM DA VIDA - GÊNESE 
 
É evidente a diversidade da origem 
da vida, a qual engloba a evolução pré - 
orgânica e a evolução orgânica da 
humanidade. Sendo assim, resulta em 
mudanças contínuas que ocorrem desde a 
ao concepção nascimento, e do 
nascimento à morte, este período de 
processos evolutivos, maturacionais 
e h ierarquizados ocorre 
em um plano biológico e 
 
 
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 Psicomotricidade 
combinação e da constelação de fenômenos físico-químicos que originaram o 
aparecimento de vida no planeta Terra. (FONSECA, 1998). 
A matéria orgânica é a condição dos seres vivos, que por definição, são 
organismos compostos de órgãos, que subentende um corpo que vive em 
permanente troca de energia com o meio externo. Cadencia a transformação no 
aspecto morfológico e comportamental que requer uma permanente adaptação ao 
meio exterior, no processo de assimilação e acomodação. (FONSECA, 1998). 
 
Origem das Espécies - Filogênese 
 
Na teoria da evolução, a espécie é vista como uma continuidade biológica e 
genética, ou seja, a criação, variabilidade, fertilidade e a reprodução natural de 
indivíduo, que inclui uma noção de tempo e uma sequência. 
A espécie passou a não ser explicada puramente por um simples ato de 
criação, mas por um processo lento de transformação em longos períodos de tempo. 
Esta concepção contemporânea categoriza um princípio evolutivo, onde todas as 
espécies vivas evoluem a partir de formas simples. 
As espécies mudam no espaço e no tempo conforme suas variações de 
populações, adaptações, ecofenótipos, isolamentos, migrações, alterações do 
envolvimento em um processo de seleção natural e luta pela sobrevivência. 
(FONESCA, 1998). 
Estes exemplos mencionados da genética humana servem para demonstrar 
que a evolução da espécie não pode ser interpretada sem o esclarecimento 
necessário da mudança de condições do meio, no processo bioquímico e fisiológico 
que determinam aspectos comportamentais, presentes na diferença genética 
(genótipo) e naturalmente no processo evolutivo do fenótipo. A mãe relatou que após 
a gravidez do primeiro filho teve de tormar antedepressivo durante 4º (quatro) mês. 
Na segunda gestação sofreu uma queda, caiu sentada no chão no 6º (sexto) mês de 
gravidez, mas não houve trauma no feto. 
 
 
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 Psicomotricidade 
No entanto, a Psicomotricidade otimiza os princípios importantes efundamentais no desenvolvimento da criança na evolução filogênica, na intenção de 
reconhecer dados concretos e significaticos de forma reflexível. 
 
Ontogênese 
 
Decorre de um processo embrionário o qual visa compreender o sentido 
biológico e dinâmico da filogenética à motricidade. Dessa maneira, os estudos da 
concepção da fecundação e gestação do zigoto, caracteriza um ser humano, único e 
determinado no início da sua vida. A ontogênese permite o estudo sistemático e 
minucioso do desenvolvimento e crescimento humano nos aspectos morfológicos, 
fisiológicos e químicos do ser humano, desde a fecundação até a maturidade para 
reprodução do indivíduo. 
O ciclo embrionário visa organização, estruturação e função da morfologia 
somática e da energia dos agentes genéticos de crescimento, permite passo a passo 
do comportamento neurofuncional e as escalas de desenvolvimento do embrião, feto, 
prematuro e recém-nascido ao termo criança, dando começo às atividades motoras. 
A ontogênese da motricidade aborda o desenvolvimento humano de forma 
hierarquizada que leva tempo para atingir a maturação tônica e estruturas funcionais 
na evolução do corpo. Seguindo a lei céfalo-caudal (da cabeça para os pés) e a lei 
próximo-distal (do eixo do corpo para extremidade), diante da tonificação tubo neural, 
o embrião desenvolve processo muscular em termos evolutivos ao corpo: cabeça, 
pescoço, tronco, braços, pernas, mãos, pés e dedos das mão e dedos dos pés, 
obedecendo um processo dialético das vias corticais curtas a vias longas. Entretanto, 
afirma que o sistema muscular não evolui biologicamente de uma forma diferente do 
sistema neurológico, pois ambos comunciam ao nível do desenvolvimento motor 
(ativo) e sensorial (reativo), um conjunto sinápticos no processo de mielinização. 
(FONSECA, 1998). 
A evolução do cérebro humano se processa à semelhança de uma casa, como 
alas e superestrutura, no decorrer da filogênese, dando à homem herança 
considerada ímpar a reposta somática e cognitiva cognição espaço-
temposimbologia-linguagememoção. (MACLEAN, in LOUREIRO, 2009). 
 
 
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 Psicomotricidade 
 Tendo como foco o estudo dificuldade aprendizagem – ortográfica na 
Psicomotricidade, trabalhamos no tempo atencional na área psicomotora relacionada 
à Tonicidade e Equilibração propondo atividades e técnicas nas leis do 
desenvolvimento, partindo do global ao específico, e, do concreto ao abstrato. 
Toda esta dimensão de expressão é possível por intermédio das aquisições 
sociais, pois encaminham a criança para a sua autonomia. A criança começa pelo 
espaço que não ultrapassa o alongamento de seus braços, inicia a modificação do 
envolvimento e o espaço como autocriação da própria independência da pessoa 
humana e isso permite à criança, a descoberta do seu mundo de criação e de 
satisfação. 
 
 
 
Ontogênse: É o desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até a 
maturidade para a reprodução Fonte: (in LOUREIRO, 2009, p.8). 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
 
Ontogênese refere-se ao amadurecimento e repete a gênese e a filogênese. 
Neste momento o indivíduo está completo e estruturado, pronto para originar um 
novo ser. As grandes conquistas da espécie humana, consideradas como produto 
final das tendências filogenéticas, podem ser resumidas nos seguintes sistemas 
funcionais ontogenéticas que constituem a hierarquia da motricidade humana à 
postura bípede, à praxia e visão binocular, à linguagem falada, linguagem escrita e a 
cultura social. (FONSECA, 1998). 
A aprendizagem da leitura envolve diversas habilidades – linguísticas, 
perceptivas, motoras, cognitivas – e por esta razão não se pode atribuir a nenhuma 
delas isoladamente a responsabilidade pelas desadaptações da criança na escola. É 
preciso, portanto, descobrir em qual área ela se encontra mais comprometida. 
(MORAIS, 1986, in OLIVEIRA, 2003). 
As dificuldades de aprendizagem escolar são percebidas no momento do 
ingresso da criança no ensino formal. O conceito abrange 40% das crianças no Brasil, 
as quais frequentam o sistema educacional, apresentam dificuldades de 
aprendizagem. Tal incapacidade é influenciada por múltiplas causas como: visual 
perceptivo, memória, atenção, linguagem, leitura/escrita ou problemas 
comportamentais e sociais. (WAJNSZTEJN, 2005). 
Sensação 
É o nível de comportamento, que se refere somente à ativação de estruturas 
senso neurais, a qual está presente na vida do ser humano antes mesmo de nascer, 
dados exteroceptivos – vindos do meio exterior; proprioceptivos – vindos dos 
músculos, tendões e articulações em movimento; interoceptivos – vindos dos órgãos 
internos, levando-o a desenvolver uma capacidade de reconhecimento e 
decodificação das informações relacionadas com seu meio. 
Percepção 
Os elementos de comportamento concomitantes ao funcionamento do SNC 
começam com a percepção e é definida como déficit neurológico que pode consistir 
de conversões inadequadas de sensações dos impulsos elétricos. Pressupõe a 
incapacidade de uma criança perceber através da audição ou da visão a diferença 
de som das letras “cold e coal; m e n; b e d”; e no corpo, a falta de percepção das 
 
 
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 Psicomotricidade 
partes corporais, são sensações proprioceptivas que constituem a desordem da 
percepção. Segundo PIAGET e HEAD, os aspectos psicomotores da Lateralidade 
estão ligados diretamente ao Esquema e Imagem Corporal e estruturações 
temporalespacial. 
A criança após 7 (sete) anos de idade deve conseguir localizar, discriminar, 
nomear e conceituar em si num primeiro plano e após 9 (nove) anos de idade 
identificar no outro e no espaço gráfico, relacionando as noções tridimensional e 
bidimensional. Dessa forma, a criança adquiriu noção proprioceptiva e orientação do 
corpo, tempo e do espaço refletindo no plano gráfico. (LOUREIRO, 2009). 
A percepção, como processo receptivo, não subentende somente a 
discriminação, a capacidade de distinguir entre os sons ou estímulos visuais, mas 
também a capacidade de organizar a sensação num todo significativo, a capacidade 
de estruturar a informação que está sendo recebida. Pressupõe, além disso, a 
atenção. O processo global de percepção é uma experiência que exige atenção, 
organização, discriminação e percepção. 
 
Formação de Imagem 
Salienta o comportamento como aspecto funcional cognitivo, no que diz 
respeito aos Distúrbios de Aprendizagem. Não é fácil desenvolver um quadro de 
terapia sem incluir a formação de imagem, pois através da tomada de consciência 
distingue-se o processo de percepção, memória e a capacidade de identificar, 
reconhecer e apreender apresentando extraordinárias experiências conforme a 
formação da imagem, que está ligada ao corpo, baseada nas experiências de 
sensações auditivas, visuais, táteis, gustativas, cinéticas e tônicas, nas quais a 
criança pode ter percepções no nível do próprio corpo ou vivida com uma outra 
pessoa que colabora para definição desta imagem. As intervenções psicomotoras 
realizadas sucedem-se de forma para direcionar o processo simbólico e intuitivo de 
organizar, reconhecer e construir o próprio corpo. (BOSCANI, 2006). 
Simbolização 
 
É abrangente, englobando o tipo verbal e não verbal de aprendizagem e 
recordação. Refere-se à capacidade de representar a experiência. Não se sabe se 
 
 
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 Psicomotricidade 
essa capacidade é sinônimo do desenvolvimento da consciência. Entretanto, é 
discutido que o comportamento simbólico é representativo e essencialmente 
exclusivo do ser humano. O uso de palavras como um instrumento de pensamento 
ou raciocínio ou resolução de problemas, significa as experiências vivenciadas de 
apreender,avaliar e recordar “tempo, tamanho, distância, volume, forma, altura e 
velocidade”; portanto, é importante para a criança conhecer, para dar condições de 
bem estar geral na aprendizagem educacional. A criança que apresenta a dificuldade 
facilmente poderá estar perturbada ou estar em carência do desenvolvimento gráfico. 
Nesse momento, torna-se fundamental a vivência simbólica, específica da realidade 
humana, para decodificar as imagens, de interpretar formas simples e complexas, 
que permitem à criança, postura, uma analogia entre o traço e o objeto, dando base 
ao aprendizado da escrita e da leitura que são simultâneas. A Psicomotricidade 
permite expressões, percepções do corpo em diversas situações que procede no 
processo de desenvolvimento de corpo não vivido nem globalizado, proporcionando 
uma autonomia na comunicação corporal. 
 
Relações Interpessoais 
Enfatizam a atitude de que a criança não tem sentimento de relacionamento 
com outras crianças e que antes era visto somente como Distúrbio Emocional. A 
criança não tem a capacidade para reconhecer e identificar as atitudes e sentimentos 
dos outros, mesmo quando vê suas expressões faciais, não conseguindo distinguir 
entre manifestações de tristeza e felicidade, raiva e gentileza, delicadeza e 
indelicadeza, a desobediência e ajuda. 
Noção espacial gráfica: é analisado o ponto inicial do desenho, a noção 
espacial do papel direita/esquerda, o domínio lateral destro/canhoto, a 
proporcionalidade simétrica acima/abaixo; 
Qualidade do desenho: observa-se complementação das principais partes 
do corpo, características e preenchimento corporal boca/olhos/nariz; 
Proporcionalidade do desenho: o preenchimento corporal não pode ser 
maior que as partes centrais: cabeça/tronco/braços/pernas; 
O contexto do desenho – as correlações psicoemocionais: obedecem aos 
aspectos afetivos ou omitem déficit intelectual, orgânico, motor ou neurológico, 
 
 
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 Psicomotricidade 
 
Dificuldades de Aprendizagem Fonte: ( Fonseca, 2008. p.39). 
 
sexualidade, diferenças sexuais, vestuário, expressões faciais 
“agressivo/triste/alegre, olhar insinuante/ cílios roupas transparentes, devem ser 
levados em consideração. Portanto, vale ressaltar que Avaliação Psicomotora 
procede em observações à idade do sujeito, o nível do seu desenvolvimento motor, 
cognitivo e afetivo. (SPITZ, WALLON, DI-LEO in LOUREIRO, 2009). 
O desenvolvimento psicomotor da criança está intimamente relacionado à 
evolução própria, o qual insere no seu contexto social e cultural, e o faz de forma 
dinâmica e dialética através de rupturas e desequilíbrios provocados por contínuas 
reorganizações que ocorrem dentro do seu ser total e completo. A aprendizagem é, 
portanto considerada a condição necessária e fundamental no processo de 
desenvolvimento de funções psicológicas, dessa maneira a Psicomotricidade implica 
a uma organização neuropsicológica corporal e intelectual da criança. (FONSECA, 
2008). 
 
Devemos salientar que dificuldade de aprendizagem está relacionada ao 
conjunto de fatores que sensibilizam a motricidade humana, tendo em vista 
estabelecerem correlações múltiplas entre as avaliações psicomotoras, observadas 
durante as sessões. 
 
Conceitos da psicomotricidade segundos diversos autores: 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
 Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica 
como o “Pai da Psicomotricidade”, define assim: “ Psicomotricidade se conceitua 
como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, 
psicológica, condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa a representação e a 
expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo. ” 
Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese, que 
com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as 
interrelações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua 
convivência com os demais. ” 
Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle 
mental e da expressão motora”. 
Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e Relaxação, bases fundamentais da 
estrutura psico corporal, estática e em movimento, precedente e condicionante a toda 
atividade psíquica”. 
Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação 
afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o 
controle postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a 
planificação práxica, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem 
e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como 
unidade e totalidade do ser. O seu enfoque é, portanto, psico somático, psico 
cognitivo, psiquiátrico, somatoanalítico, psico neurológico e psico terapêutico”. P. 
Vayer, “É a educação da integridade do ser, através do seu corpo”. 
Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais 
neuro, psico- cognitivo funcionais, sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação, 
manifestadas pela dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser 
humano.” 
Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a educação dos movimentos, ou 
através dos movimentos, visando a melhor utilização das capacidades psicofísicas 
da criança. Neste caso utiliza-se o movimento como meio e não como fim a ser 
atingida. A Psicomotricidade é o suporte básico que auxilia a criança a adquirir tanto 
sensações e percepções como conceitos, os quais lhe darão o conhecimento de seu 
corpo e, através desse, do mundo que o rodeia. 
 
 
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 Psicomotricidade 
Coste (1981), define a Psicomotricidade como uma técnica em que cruzam e 
se encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências 
constituídas, entre a biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e linguística. É 
considerada como uma terapia, “a terapia psicomotriz” a qual desenvolve a 
capacidade de expressão do indivíduo, fazendo com que haja um novo conhecimento 
do corpo. 
Schinca (1992), o controle e conhecimento do próprio corpo são essenciais 
para o estabelecimento da ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação entre 
cada ser e o exterior se manifesta através de atos e comportamentos motores, 
adaptados e ajustados mediante as sensações e percepções. 
Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da psicomotricidade é recente 
sendo que só no início deste século abordou-o assunto ainda que superficialmente. 
Em uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se, sobretudo no desenvolvimento 
motor da criança. Depois se estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento 
motor e o atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o 
desenvolvimento da habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje 
em dia os estudos ultrapassam os problemas motores, pesquisando também as 
ligações com a lateralidade, a estruturação espacial e a orientação temporal por um 
lado e, por outro, as dificuldades escolares de crianças com inteligência normal. Faz 
também com que se tome consciência das relações existentes entre o gesto e a 
afetividade. 
 Para De Meur (1984), a psicomotricidade quer justamente destacar a relação 
existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global 
da criança por meio de uma técnica. A psicomotricidade baseia-se em princípios a 
partir da vivência do corpo no espaço e no tempo, desenvolvendo a consciência de 
si mesmo, como um ser capaz de sentir expressar e o mais importante, ser capaz de 
partilhar e comunicar-se com os demais. 
 O estudo da psicomotricidade envolve cinco temas distintos: tomada de 
consciência do corpo, a formação da personalidade da criança, istoé 
desenvolvimento do esquema corporal, através do qual a criança toma consciência 
do seu próprio corpo e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo; 
tomada de consciência da lateralidade, a criança percebe que seus membros não 
 
 
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 Psicomotricidade 
reagem da mesma forma, percebe uma maior dominância dos movimentos de um 
hemicorpo do que no outro (assimetria funcional); tomada de consciência do espaço, 
tomada de consciência da situação do seu próprio corpo em um meio ambiente, 
tomada de consciência da situação das coisas entre si, possibilidade do sujeito se 
organizar perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si; tomada de 
consciência do tempo, que diz respeito a como a criança se localiza no tempo, 
capacidade de situar-se em função da sucessão dos acontecimentos (antes, durante, 
após), da duração dos acontecimentos (longo, curto), da sequência (dias da semana, 
meses ano), caráter irreversível do tempo (ontem, hoje, amanhã) e renovação cíclica 
do tempo (orientação temporal); tomada de consciência da relação 
corpoespaçotempo, como a criança se expressa também através do desenho, 
completa com o domínio progressivo do desenho e do grafismo. 
 Sociedade Brasileira de Psicomotricidade - “a ciência que tem como objeto 
de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo 
interno e externo”, a psicomotricidade é um assunto que todos os profissionais de 
Educação Física devem tomar conhecimento. O site da SBP vale uma visita com 
calma e atenção. A lista de cursos de formação, especialização e pós-graduação é 
bastante detalhada, assim como a programação de eventos que acontecem em todo 
o Brasil. 
 Para quem se interessar pelo assunto, antes de ir à livraria adquirir as 
indicações da seção “publicações” deve visitar a seção “glossário”, para inteirar-se 
dos termos técnicos mais usados. 
 
Elementos da psicomotricidade 
 
 A psicomotricidade envolve os seguintes elementos: esquema e imagem 
corporal, coordenação global, equilíbrio, dominância lateral, orientação espacial e 
lateroespacial, orientação temporal, coordenação dinâmica das mãos. 
 Estes elementos são considerados básicos para o desenvolvimento global da 
criança, são pré-requisitos necessários para a criança adquirir à aprendizagem da 
leitura e da escrita; vivenciar a percepção do seu corpo com relação aos objetos, 
 
 
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 Psicomotricidade 
saber discriminar partes do seu corpo e ter controle sobre elas e obter organização 
de espaço e tempo. 
 
Esquema corporal 
 
É um elemento básica indispensável para a formação da personalidade da 
criança. É a representação da imagem que a criança tem de seu próprio corpo. A 
criança se sentirá bem na medida em seu corpo lhe obedece, em que o conhece 
bem, em que pode utiliza-lo não somente para movimentar-se, mas também para 
agir. Uma criança cujo esquema corporal é mal constituído não coordena bem os 
movimentos, na escola a grafia é feia, e a leitura expressiva, não harmoniosa: a 
criança não segue o ritmo da leitura ou então para no meio de uma palavra. Segundo 
De Meur (1989), uma criança que se sinta à vontade significa que ele domina o seu 
corpo, utiliza-o com desenvoltura e eficácia, proporcionando-lhe bem estar, tornando 
fáceis e equilibrados seus contatos com os outros. 
 
A organização do corpo no espaço (organização espacial) 
 
 
 É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de 
um ambiente contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos com rastejar, 
engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o desenvolvimento das primeiras noções 
espaciais: perto, longe, dentro, fora. Para De Meur (1989), os problemas quanto à 
orientação temporal e espacial, como por exemplo, com a noção “antes-depois”, 
acarretam principalmente confusão na ordenação dos elementos de uma sílaba. A 
criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras estejam 
misturadas, sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má 
organização espacial ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para 
 
 
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 Psicomotricidade 
calcular a criança deve ter pontos de referência, colocar os números corretamente, 
possuir noção de “fileira”, de “coluna”; deve conseguir combinar as formas para fazer 
construções geométricas. Diante de problemas de percepção espacial uma criança 
não é capaz de distinguir um “b” de um “d”, um “p” de um “q”, 
“21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a esquerda e a direita. Se não se 
distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”, o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”. 
 
A dominância lateral 
 
 Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita utilizar 
um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em atividades que 
requeiram habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. A definição da 
lateralidade ocorre à medida que a criança se desenvolve. A lateralidade na criança 
não deve ser estimulada até que não tenha sido definida, quando a criança é forçada 
a usar um lado do corpo torna-se prejudicial para a lateralidade, devido a fatores 
culturais os mais antigos acham que não é correto a criança escrever com a mão 
esquerda, forçando-a a utilizar a mão direita par tal ação, os pais devem favorecer a 
escolha feita pelas crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se ainda 
a criança tiver tendência para o sinestrismo e os pais tentar fazer algo para que 
impeça, pode levar a criança a apresentar danos na motricidade e contribuir para o 
surgimento de problemas de aprendizagem. 
 
O equilíbrio 
 
 É a função na qual os indivíduos mantêm sua estabilidade corporal durante 
os movimentos e quando em estado de imobilidade (Masson,1985). Shinca (1992), 
relata que o bom equilíbrio é essencial para a conquista da locomoção assim como 
a independência dos membros superiores. A dificuldade de equilibrar-se produz 
estados de ansiedade e insegurança, pois a criança não consegue manter um estado 
estático ou de movimento e isto atrapalha a relação entre equilíbrio físico e psíquico. 
Picq e Vayer (1985), diz que na presença de algum distúrbio do equilíbrio pode-se 
observar uma indisponibilidade imediata dos movimentos, desequilíbrio corporal 
 
 
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 Psicomotricidade 
global, marcha não harmoniosa, tensões musculares locais, desalinhamentos 
anatômicos e imprevisibilidade de atitudes. Socialmente a criança pode apresentar 
tendência à inibição ou desejo de esconder, e falta de confiança em si mesmo. 
 
A organização latero-espacial 
 
Desenvolve da seguinte maneira, aos 6 anos a criança tem conhecimento do 
lado direito e esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a posição relativa entre 
dois objetos, aos 8 anos reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa, aos 
9 anos consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com o mesmo 
lado do corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é transpõe o lado da pessoa 
para o seu, aos 10 anos reproduz movimentos de figuras esquematizadas, e aos 11 
anos consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos. 
 
A coordenação dinâmica 
 
 A coordenação dinâmica geral da a criança um bom domínio do corpo 
suprindo a ansiedade habitual, diminui as sincinesias e as tensões trazendo um 
controle satisfatório e confiança com relação ao próprio corpo. 
 Com relação à coordenação dinâmica das mãos Le Boulch (1982) diz que a 
habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da coordenação global. 
Reveste muita importância nas praxias, no grafismo, pelo que deve dar se muita 
atenção particular. A criança quando apresenta algum distúrbio no desenvolvimentoda coordenação (tanto global como da dinâmica das mãos), poderá apresentar 
dificuldades escolares com disgrafia, ultrapassa linhas e margens do caderno, pode 
ter dificuldades na apreensão de dedos e nos gestos. 
 Os potenciais humanos, são apoiados nas 
 áreas básicas da Psicomotricidade, seu estudo e pesquisa constantes do esquema 
e da imagem corporal, da lateralização, da tonicidade, da equilibração e 
coordenação, são enriquecidos instrumentalmente, estimulando o sentimento de 
competência, de auto-estima, entendendo o ser humano em constantes e complexas 
 
 
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 Psicomotricidade 
adaptações, fazendo-o concluir que é amado e aceito, tornando-o transformador e 
produtor social. 
 Sintetizando, a Psicomotricidade subtende uma concepção holística de 
aprendizagem e de adaptação do ser humano, que tem por finalidade, associar 
dinamicamente, o ato ao pensamento, o gesto à palavra, o símbolo ao conceito. 
 
 
 DESENVOLVIMENTO MOTOR 
 
 
 O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos 
nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervoso central, 
crescimento dos ossos e músculos. São, portanto, comportamentos não aprendidos 
que surgem espontaneamente desde que a criança tenha condições adequadas para 
exercitar-se. Esses comportamentos não se desenvolverão caso haja algum tipo de 
distúrbio ou doença. Podemos notar que crianças que vivem em creches e que ficam 
presas em seus berços sem qualquer estimulação não desenvolverão o 
comportamento de sentar, andar na época adequada que futuramente apresentarão 
problemas de coordenação e motricidade. 
 As principais funções psicomotoras é um bom desenvolvimento da 
estruturação do esquema corporal que mostre a evolução da apresentação da 
imagem do corpo e o reconhecimento do próprio corpo, evolução de preensão e da 
coordenação óculo-manual que nos proporciona a fixação ocular e prensão e olhar e 
desenvolvimento da função tônico e da postura em pé e reflexos arcaicos da 
estruturação espaço-temporal (tempo, espaço, distância e retina). 
 
 
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 Psicomotricidade 
 Um perfeito desenvolvimento de nosso corpo ocorre não somente 
mecanicamente, mas sim que são aprendidos e vivenciados junto a família, onde a 
criança aprende a formar a base da noção de seu 'eu corporal'. 
 Não podemos esquecer de citar a importância dos sentimentos da criança na 
fase do conhecimento de seu próprio corpo, pois um esquema corporal mal 
estruturado pode determinar na criança um certo desajeitamento e falta de 
coordenação, se sentindo insegura e isso poderá desencadear uma série de reações 
negativas como: agressividade, mal humor, apatia que às vezes parece ser algo tão 
simples poderá originar sérios problemas de motricidade que serão manifestados 
através do comportamento. 
 
AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE 
 
 Para fins didáticos subdividiremos a psicomotricidade em áreas que, embora 
citadas isoladamente, agirão quase sempre vinculadas umas às outras; 
entenderemos por "Prática Psicomotora" todas as atividades que visam estimular as 
várias áreas que mencionaremos a seguir: 
 
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 
 
A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função 
de socialização. Permite ao indivíduo trocar experiências e atuar - verbal e 
gestualmente - no mundo. 
Por ser a linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da 
respiração, incluem-se nesta área os exercícios fonoarticulatórios e respiratórios. 
 
PERCEPÇÃO 
 
Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. 
A percepção está ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que 
chegam até nos provocam uma sensação que possibilita a percepção e a 
discriminação. Primeiramente sentimos, através dos sentidos: tato, visão, audição, 
 
 
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 Psicomotricidade 
olfato e degustação. Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação entre o 
sentir e o pensar. E, por fim, discriminamos - reconhecemos as diferenças e 
semelhanças entre estímulos e percepções. A discriminação é que nos permite 
saber, por exemplo, o que é verde e o que é azul, e a diferença entre o 1 e o 7. As 
atividades propostas para esta área devem auxiliar o desenvolvimento da percepção 
e da discriminação. 
 
COORDENAÇÃO 
 
A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento 
físico. Entendida como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe 
integridade e maturação do sistema nervoso. Subdividiremos a coordenação motora 
em coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina e visual. A 
coordenação dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo (cabeça, 
ombros, braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo 'coloca grupos 
musculares diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos 
voluntários mais ou menos complexos". A coordenação visomanual engloba 
movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades 
utilizando dedos, mãos e pulsos. A coordenação visual refere-se a movimentos 
específicos com os olhos nas mais variadas direções. 
 As atividades psicomotoras propostas para a área de coordenação estão 
subdivididas nessas três áreas. 
 
ORIENTAÇÃO 
 
A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de 
adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, 
ocupa necessariamente um espaço em um dado momento. A orientação espacial e 
temporal corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, 
à memória a às experiências vivenciadas pelo indivíduo. 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE 
 
 A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo 
ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, 
sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o 
referencial. A noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos 
disponibilidade e adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da relação 
entre o vivido e o universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma imagem de 
nós mesmos, do outro e dos objetos. O esquema corporal, da maneira como se 
constrói e se elabora no decorrer da evolução da criança, não tem nada a ver com 
uma tomada de consciência sucessiva de elementos distintos, os quais, como num 
quebra-cabeça, iriam pouco a pouco encaixar-se uns aos outros para compor um 
corpo completo a partir de um corpo desmembrado. O esquema corporal revela-se 
gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia revelada na câmara 
escura mostra-se pouco a pouco para o observador, tomando contorno, forma e 
coloração cada vez mais nítidos. A elaboração e o estabelecimento deste esquema 
parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez que a evolução está praticamente 
terminada por volta dos quatro ou cinco anos. Isto é, ao lado da construção de um 
corpo 'objetivo', estruturado e representado como um objeto físico, cujos limites 
podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência precoce, global e 
inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no desenvolvimento ulterior 
da imagem e da representação de si. O conceito corporal, que é o conhecimento 
intelectual sobre partes e funções; e o esquema corporal, que em nossa mente regula 
a posição dos músculos e partes do corpo. O esquema corporal é inconsciente e se 
modifica com o tempo. 
 Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que 
é a bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A 
lateralidade diz respeito à percepção dos ladosdireito e esquerdo e da atividade 
desigual de cada um desses lados visto que sua distinção será manifestada ao longo 
do desenvolvimento da experiência. Perceber que o corpo possui dois lados e que 
um é mais utilizado do que o outro é o início da discriminação entre a esquerda e 
direita. De início, a criança não distingue os dois lados do corpo; num segundo 
 
 
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 Psicomotricidade 
momento, ela compreende que os dois braços encontram-se um em cada lado de 
seu corpo, embora ignore que sejam "direito" e "esquerdo". Aos cinco anos, aprende 
a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um 
olho do outro. Aos seis anos, a criança tem noção de suas extremidades direita e 
esquerda e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu 
corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos, etc.). Aos sete anos, sabe com precisão 
quais são as partes direita e esquerda de seu corpo. As atividades psicomotoras 
auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e lateralidade e boa orientação 
com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e aos sinais gráficos. 
 Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da 
orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal. 
 
HABILIDADES CONCEITUAIS 
 
 A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar 
relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância, etc. 
 A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a 
criança adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e 
forma. Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadros e aprende sobre 
sequência e ordem; aprende frases: acabou, não mais, muito, o que amplia suas 
ideias de quantidade. A criança progride na medida do conhecimento 
lógicomatemático, pela coordenação das relações que anteriormente estabeleceu 
entre os objetos. Para que se construa o conhecimento físico (referente a cor, peso, 
etc.), a criança necessita ter um sistema de referência lógico-matemático que lhe 
possibilite relacionar novas observações com o conhecimento já existente; por 
exemplo: para perceber que um peixe é vermelho, ela necessita um esquema 
classificatório para distinguir o vermelho de todas as outras cores e outro esquema 
classificatório para distinguir o peixe de todos os demais objetos que conhece. 
 
HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
 As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no 
processo de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades 
tais como: 
• dominância manual já estabelecida (área de lateralidade); 
• conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas 
voltas existem nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de 
habilidades conceituais); 
• movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de 
movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma 
página com os olhos ou os dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e 
para folhear (área de coordenação visual e manual); 
• discriminação de sons (área de percepção auditiva); 
• adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das 
diferenças dos pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda 
para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção 
de espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção 
visual, orientação espacial, lateralidade, habilidades conceituais); 
• pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de 
comunicação e expressão); 
 
 
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 Psicomotricidade 
• noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e 
palavras (área de orientação têmporo-espacial); capacidade de decompor palavras 
em sílabas e letras (análise); possibilidade de reunir letras e sílabas para formar 
novas palavras 
• 
• 
( síntese). 
 
 Distúrbios Psicomo tores 
 
 
"O que não percebeu, negais que exista; o que não calculastes, é mentira; o 
que vós não pensastes, não tem peso, metal que não cunhais, dizeis que é falso." 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
(Goethe) 
Que há com ela? O que acontece com essa criança desajeitada? 
Porque, apesar de sua aparência cheia de torpor e inabilidade, quando consegue 
aproximar-se, mostra-se com encanto e interesse? 
 O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas vezes... precipitava-se pelas 
escadas ao invés de desce-las, ou morria de medo como se fosse um grande 
empreendimento... escalá-las e não apenas subi-las. E vestir-se. O que seria a 
manga, onde estariam os braços, as pernas das calças? Enfiam-se pela cabeça? 
Por que existem laços de sapato? Para atormentar crianças? Ou talvez, a sua mãe 
que, desoladamente, contempla sua dificuldade? E um caderno? Começa-se de que 
lado? Por que as coisas são assim? Que estranho é este mundo de lados que não 
tem lados... O que há com esta criança? 
 Seus movimentos são desajeitados, lentos e pesados. Quando andam, 
apoiam duramente o calcanhar no solo. Quando crianças custam a aprender a subir 
e descer escadas, nas escolas, evitam participar de jogos, nas quais geralmente são 
ridicularizadas e afastadas: tê-las como parceiras é perder na certa. 
 Tal ser é uma questão e uma dificuldade para seus pais, para seus mestres, 
para todos nós. Como entendê-lo. Como ajudá-lo? 
 
 DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR 
 
 A criança descrita na história acima apresenta um distúrbio de 
motricidade: 
uma dispraxia. 
 Praxias: São sistemas de movimentos coordenados em função de um 
resultado ou de uma intenção. Não são nem reflexos, nem automatismos, nem 
movimentos involuntários. O estudo sobre os distúrbios das praxias foram 
primeiramente, sistematizados em adultos. Estas perturbações consistiam em perda 
ou alterações do ato voluntário, como de lesão no sistema nervoso central. São as 
apraxias. 
 Pesquisas foram desenvolvidas com crianças que mostraram serem algumas 
delas portadoras de um determinado distúrbio cujos sintomas assemelhavam-se aos 
 
 
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 Psicomotricidade 
adultos. Por outro lado mesmo existindo a lesão, ela incidia sobre um cérebro ainda 
em desenvolvimento e portanto em condições diferentes a dos adultos. 
 A partir destas considerações e da preocupação em estabelecer-se uma 
psicopatologia diferencial da criança e do adulto passa-se a encontrar, na literatura, 
a denominação de dispraxia ou apraxia de evolução quando se trata de distúrbios 
das praxias na criança. 
 Apraxia aparece referindo-se ao distúrbio infantil. 
 Classificação das apraxias. Distinguem três variedades: 
a) Apraxia sensório-cinética - que se caracteriza pela alteração da síntese 
sensório-motora como a desautomatização do gesto. Não há nela distúrbios de 
representação do ato. 
b) Apracto-somato-gnosia espacial - caracterizada por uma 
desorganização do esquema corporal e do espaço. 
c) Apraxia de formulação simbólica que se caracteriza por uma 
desorganização da atividade simbólica e da compreensão da linguagem. 
 A finalidade é de estabelecer os diferentes tipos de distúrbios. 
 
 ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR 
 
 Debilidade Motora é uma condição patológica da mobilidade, às vezes 
hereditária e familiar, caracterizada pela exageração dos reflexos tendinosos, uma 
perturbação do reflexo plantar, um desajeito dos movimentos voluntários intencionais 
que levam a impossibilidade de realizar voluntariamente a ação muscular. 
Distúrbio Psicomotor: significa umtranstorno que atinge a unidade 
indissociável, formada pela inteligência, pela afetividade e pela motricidade. 
Paratonia: É a possibilidade que apresentam certas crianças de relaxar 
voluntariamente um músculo. 
Sincinesias: São fenômenos normais em crianças. 
Catalepsia: É uma aptidão anormal para a conservação de uma atitude. 
 Outros sinais são marcados como certas epilepsias, espasmos dos músculos 
lisos, alguns estados de excitação e de agitação e a instabilidade. 
 
 
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 Psicomotricidade 
 Assim muitos anos, os distúrbios de psicomotricidade e portanto, as 
dispraxias, foram vistos sob o nome de debilidade motora que é uma insuficiência de 
imperfeição das funções motoras consideradas do ponto de vista da sua adaptação. 
Os distúrbios da Psicomotricidade são definido sob o nome de Disfunções 
Psicomotoras. 
 Pesquisas feitas com crianças deficientes mentais focalizando os processos 
que estariam na base das deficiências da aprendizagem. Adotaram a classificação 
das deficiências mentais, proposta por Straus (1933) em endógenas aquelas crianças 
com antecedentes familiares de distúrbios mentais; em exógenas as crianças 
portadoras de lesão cerebral. 
 
Teorias e Exercícios em Psicomotricidade 
 
ESQUEMA CORPORAL 
 Conhecimento intuitivo imediato que a criança tem do próprio corpo, 
conhecimento capaz de gerar as possibilidades de atuação da criança sobre as 
partes do seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os objetos que a cercam. 
Exercício 1 : Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O profissional diz os 
nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços, 
pernas, pés, explorando uma parte por vez. 
A criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional, 
respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá ser realizado de 
olhos abertos, e a seguir de olhos fechados. Olhos abertos: 
Aprendizado. 
 Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo. 
 Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz, 
olhos, boca, queixo, sombrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a 
mão apoiada sobre a mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o 
dedo menor, os nomes dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante 
um a um dizendo os respectivos nomes dos dedos. 
 
 
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 Psicomotricidade 
 Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança 
acompanha com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um objeto que se 
desloca no espaço. 
 Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos 
sobre os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar com a 
criança que a parte do corpo que se apoia com força sobre suas mãos chama-se rins. 
 Exercício 5: Automatizando a noção 
de direita e esquerda 
 Conhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é 
a sua mão direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito, realizar o 
exercício em etapas: 
- fechar com força a mão direita; 
- depois a esquerda; 
- Levantar o braço direito; 
- depois o esquerdo; 
- bater o pé esquerdo; 
- depois o direito; 
- mostrar o olho direito; 
- depois o esquerdo; 
- mostrar a orelha direita; 
- depois a esquerda; 
- levantar a perna esquerda; - depois a direita. 
 Trabalhar com os olhos abertos, e quando a criança estiver dominando o 
exercício trabalhar com os olhos fechados. 
 Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer 
de que lado está a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si 
mesma. Durante a realização do exercício, não deixar a criança cruzar os braços, 
pois isso dificulta sua orientação espacial. 
 
COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL 
 
 
 
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 Psicomotricidade 
 A finalidade dos exercícios de coordenação óculo-manual tem como 
finalidade o domínio do campo visual, associada a motricidade fina das mãos. 
 Exercício - Realizar este jogo em duas etapas: 
 A criança bate a bola no chão, apanhando-a inicialmente com as duas mãos, 
e depois ora com a mão direita, ora com a mão esquerda. No início a criança deverá 
trabalhar livremente. Numa segunda etapa o professor determinará previamente com 
qual das mãos a criança deverá apanhar a bola. 
 A criança joga a bola para o alto com as duas mãos, apanhando-a com as 
duas mãos também. Em seguida, joga a bola para o alto com uma só mão, 
apanhando-a com uma só mão também. 
 Variar o uso das mãos. Ora com a direita ora com a esquerda. 
Jogo de Pontaria no Chão - Desenhar um círculo no chão ou utilizar um arco. 
As crianças deverão jogar a bola dentro do círculo. Aumentar gradativamente à 
distância. 
Variar jogando a bola na frente, atrás, do lado esquerdo, do lado direito do 
círculo. 
 
 COORDENAÇÃO DINÂMICA GERAL 
 
 Estes exercícios possuem a função de equilíbrio que é a base essencial da 
coordenação dinâmica geral que possuem a finalidade de melhorar o comando 
nervoso, a precisão motora e o controle global dos deslocamentos do corpo no tempo 
e no espaço. Constituem-se de exercícios de marchas e saltos. Apresentamos 
exercícios em que a criança a nível de experiências vividas, manipula conceitos 
espaciais importantes para o seu preparo para a alfabetização. 
 Os conceitos espaciais: direita, esquerda, atrás, na frente, entre, perto, longe, 
maior, menor; são vivenciados através de movimentos específicos. A partir daí 
propomos exercícios com maior intensidade. Se coloca a medição de um raciocínio, 
de uma reflexão sobre os dados vivenciados no primeiro nível. Dessa forma permite 
a criança passar para a etapa de estruturação temporal requerida para o aprendizado 
da leitura e da escrita. 
 Exercício: Andando saltando e equilibrando-se. 
 
 
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 Psicomotricidade 
1. Andando de cabeça erguida 
2. A criança anda com um objeto sobre a cabeça (pode ser um livro de 
capa dura). Dominada esta etapa a criança para, levanta uma perna formando um 
angulo de noventa graus e coloca-se lentamente no chão. O mesmo trabalho 
deverá ser feito com a outra perna. 
3. Quem alcança? 
4. O professor segura um objeto a uma determinada altura (pode ser um 
lápis, uma bola) a criança deverá saltar para alcança-lo . Inicialmente fazer o 
exercício em pé, depois de cócoras. 
 
 MOTRICIDADE FINA DAS MÃOS E DOS DEDOS 
Os exercícios de motricidade fina são muito importantes para a criança, na 
medida em que educam é gesto requerido para a escrita, evitando a apreensão e a 
prisão inadequados que tanto prejudicam o grafismo, tornando o ato de escrever uma 
experiência aversiva a criança. 
 
 CUIDANDO DAS MÃOS 
 
Exercício de Motricidade Fina : 
Trabalhando só com os braços - Este exercício tem como objetivo desenvolver 
a independência segmentar do braço em relação ao tronco, o que beneficia e facilita 
o trabalho da mão no ato de escrever. Apresentamos uma série de gráficos (traçados) 
que o professor deverá reproduzir em tamanho grande no quadro de giz ou 
programá-los em cartões. As crianças por sua vez deverão reproduzi-los com gestos 
executados no ar. 
 
 AMASSANDO A MASSA 
 Fazendo Bolas de Massa - O professor distribui a classe bolas de massa de 
tamanhos variados (usar massa para modelar) sentada, com o cotovelo apoiado 
sobre a carteira, a mão para o alto, a criança aperta as bolas de massa com força, 
amassando-as. Orientar a criança para que trabalhe com dois dedos por vez. 
 
 
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 Psicomotricidade 
Trabalhar primeiro uma das mãos, depois com a outra e, finalmente, com as duas 
juntas.

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