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A SÍNDROME DE BURNOUT

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A SÍNDROME DE BURNOUT
O termo burnout foi primeiramente divulgado pelo médico Herbert Freundenberger em uma Revista de Psicologia em 1974, porém, Maslach e Pines, psicólogos sociais, foram os divulgadores do termo em 1977, no Congresso Anual da Associação Americana de Psicólogos (RODRIGUES, 2006). 
O estudo dos fatores e condições de risco e dos agravos associados com o trabalho pode ser realizado na dimensão coletiva e individual, os estudos sobre a SB no Brasil ainda são escassos e muitos profissionais não conhecem esta síndrome. Diante destas considerações é de fundamental importância que os profissionais de saúde estejam atentos para os aspectos ocupacionais durante a realização da história clínica, incluindo nesta uma anamnese ocupacional, não somente quando há suspeita de qualquer agravo à saúde resultante do trabalho, mas como parte rotineira da consulta (MEDRONHO, 2011).
 “Burnout”, é um tipo de estresse ocupacional que acomete profissionais envolvidos com qualquer tipo de cuidado em uma relação de atenção direta, contínua e altamente emocional. A instalação da SB ocorre de maneira lenta e gradual devido ao seu âmbito de trabalho, acometendo o indivíduo progressivamente.
A SB é um processo que se desenvolve na interação de características do ambiente de trabalho e características pessoais. É um problema que atinge profissionais em serviço, principalmente aqueles voltados para atividades de cuidado com outros, no qual a oferta do cuidado ou serviço frequentemente ocorre em situações de mudanças emocionais. 
Ajudar outras pessoas sempre foi reconhecido como objetivo nobre, mas apenas recentemente tem-se dado atenção para os custos emocionais da realização do objetivo. O exercício das profissões que envolvem o cuidado implica em uma relação permeada de ambiguidades, como conviver com a tênue distinção entre envolver-se profissional e não pessoalmente na ajuda ao outro. 
O trabalho é uma atividade que pode ocupar grande parcela de tempo de cada indivíduo e do seu convívio em sociedade. O trabalho faz parte da natureza humana e, por meio dele, o homem constrói o mundo e se constrói, com identidade e subjetividade próprias. A execução
do trabalho poderia ser percebida como primariamente prazerosa, no entanto, em muitas circunstâncias, ainda é sentida como sacrifício e desencadeadora de sofrimento
e adoecimento; não pelo trabalho em si, mas pelo clima organizacional e emocional existente no ambiente laboral. As mudanças que têm ocorrido acabam gerando um desgaste físico e emocional nos trabalhadores. Os agravos mentais ocupam lugar de destaque, dentre eles encontra se a Síndrome de Burnout (SB) aonde acomete nos diversos âmbitos de trabalhos a vida de professores, profissionais da enfermagem, policiais, bombeiros, médicos, dentre outros.
Para observar as manifestação da síndrome distinguem três momentos. Em um primeiro momento, as demandas de trabalho são maiores que os recursos materiais e humanos, o que gera um estresse laboral no indivíduo. Nesse momento, o que é característico é a percepção de uma
sobrecarga de trabalho, tanto qualitativa quanto quantitativa. No segundo momento, evidencia-se um esforço do indivíduo em adaptar-se e produzir uma resposta emocional ao desajuste percebido. Aparecem, então, sinais de fadiga, tensão, irritabilidade e até mesmo ansiedade, o que exige uma adaptação psicológica do sujeito, a qual reflete no seu trabalho, reduzindo seu interesse e sua responsabilidade pela função. E, finalmente, em um terceiro momento, ocorre o enfrentamento defensivo, ou seja, o sujeito produz uma troca de atitudes e condutas com a finalidade de defender-se das tensões experimentadas, ocasionando comportamentos de distanciamento emocional, retirada, cinismo e rigidez.
SÍNDROME DE BURNOUT NO TRABALHADOR DE ENFERMAGEM 
Enfermeiro, técnicos e auxiliares de enfermagem fazem parte de uma profissão caracterizada por ter, em sua essência, o cuidado e por grande parte de trabalho ser o contato direto com pacientes e familiares. Do ponto de vista da organização do trabalho, a indefinição do papel profissional; a sobrecarga de trabalho frequentemente justificada por falta de pessoal e estimulada pelo pagamento de horas-extras; falta de autonomia e autoridade na tomada de decisões, entre outras, geram um estado de estresse crônico, identificando-se como uma da profissão de maior incidência de Burnout (MOREIRA, 2009).
SINAIS E SINTOMAS PARA PRIMEIRA PERCEPÇÃO DA DOENÇA
1. Sensação constante de negatividade
É muito comum que as pessoas que estejam a passar por esta síndrome sejam constantemente negativas, como se nada fosse dar certo.
2. Cansaço físico e mental
As pessoas com Síndrome de Burnout geralmente apresentam um cansaço constante e excessivo, difícil de recuperar.
3. Falta de vontade
Uma característica muito comum desta síndrome é falta de motivação e vontade para fazer atividades sociais ou estar com outras pessoas.
4. Dificuldade de concentração
As pessoas podem também sentir dificuldade em concentrar-se no trabalho, tarefas diárias ou numa simples conversa.
5. Falta de energia
Um dos sintomas que se manifesta na Síndrome de Burnout é o cansaço excessivo e a falta de energia para manter hábitos saudáveis, como ir na academia ou ter um sono regular.
6. Sentimento de incompetência
Algumas pessoas podem ter o sentimento de que não se estão fazendo o suficiente dentro e fora do trabalho.
7. Dificuldade para gostar das mesmas coisas
Também é normal que a pessoa sinta que já não gosta das mesmas coisas de que gostava anteriormente, como fazer uma atividade ou praticar um desporto, por exemplo.
8. Priorizar as necessidades dos outros
As pessoas que sofrem de síndrome de Burnout, costumam colocar as necessidades dos outros à frente das próprias.
9. Alterações repentinas de humor
Outra característica muito comum, são as alterações repentinas de humor com muitos períodos de irritação.
10. Isolamento
Devido a todos estes sintomas, a pessoa tem tendência em isolar-se de pessoas importantes na sua vida, como amigos e familiares.
MATIFESTAÇÃO DENTRO DE QUATRO CLASSES
Dentre eles estão os sintomas físicos (fadiga constante e progressiva, dores musculares ou osteomusculares, distúrbios do sono e do sistema respiratório, cefaleias/enxaquecas, perturbações gastrointestinais, imunodefciência, transtornos cardiovasculares, disfunções sexuais e alterações menstruais em mulheres); os sintomas psíquicos (falta de atenção/concentração; alterações da memória; lentifcação do pensamento; sentimento de alienação, de solidão e de impotência; impaciência; labilidade emocional; dificuldade de autoaceitação/baixa autoestima; astenia/ desânimo/disforia/depressão; desconfança/paranoia); os
sintomas comportamentais (negligência/escrúpulo excessivo, irritabilidade, incremento da agressividade, incapacidade para relaxar, dificuldade na aceitação de mudanças, perda de iniciativa, aumento do consumo de substâncias, comportamento de alto risco, suicídio) e os sintomas defensivos (tendência ao isolamento, sentimento de onipotência, perda do interesse pelo trabalho ou até pelo lazer, absenteísmo, ímpetos de abandono do trabalho, ironia/cinismo).
Os efeitos da SB interferem em todas as esferas da vida do indivíduo, com prejuízos pessoais e profissionais, bem como geram conseqüências à instituição, na medida em que os efeitos se refletem na produtividade, na imagem de eficiência da organização, nos custos com o tratamento de saúde dos funcionários, na contratação e no treinamento de novos profissionais.
TRATAMENTO
O tratamento para Síndrome de Burnout deve ser orientado por um psicólogo ou psiquiatra e, normalmente, é feito através da combinação de medicamentos e terapias durante 1 a 3 meses.
Além disso, ao longo do tratamento psicológico o paciente encontrar algumas estratégias
Reorganizar o seu trabalho, diminuindo as horas de trabalho ou as tarefas que é responsável, por exemplo;
Aumentar o convívio com amigos, para se distrair do estresse do trabalho;
Fazer atividades relaxantes,como dançar, ir ao cinema ou sair com os amigos, por exemplo;
Fazer exercício físico, como caminhada ou Pilates, por exemplo, para libertar o estresse acumulado.
Moreira (2009) explica que o tratamento da Síndrome de Burnout inclui o uso de antidepressivo e psicoterapia, os quais devem ser aliados a atividade física regular e exercícios de relaxamento, que também ajudam a controlar os sintomas. Ainda com relação ao enfrentamento da Síndrome de Burnout Moreno (2011) enfatiza três níveis de intervenções: centrados na resposta do indivíduo (individual), no contexto ocupacional (organizacional) e na interação contexto ocupacional e indivíduo (combinadas).
MEDICAÇÕES INDICADAS
Pode indicar a ingestão de remédios antidepressivos, como Sertralina ou Fluoxetina, por exemplo, para ajudar a ultrapassar a sensação de inferioridade e de incapacidade e a ganhar confiança, que são os principais sintomas manifestados pelos portadores da Síndrome de Burnout.
PREVENÇÃO
Como forma de prevenção do Burnout, diversas ações podem ser implementadas. A redefinição e a reorganização dos processos de trabalho são de grande importância. É imprescindível que haja percepção do significado do trabalho e que o trabalhador se sinta engajado e responsável por aquilo que faz, sem sentir-se coagido por normas e políticas rígidas. Assim, uma das principais estratégias para prevenir a síndrome é enfatizar a promoção dos valores humanos no ambiente de trabalho, para fazer dele uma fonte de saúde e realização. Cabe a cada pessoa iniciar um processo de mudança pessoal e institucional, com propostas construtivas e participativas; ou, também, se os ambientes são mais fechados e resistentes, administrar a própria saúde e buscar aliados para iniciar um movimento que leve à construção de espaços mais saudáveis no contexto de trabalho.
COMO EVITAR O SURGIMENTO DA SÍNDROME
Sempre que surgem os primeiros sinais de burnout é importante focar em estratégias que ajudam a reduzir o estresse, como:
Definir pequenos objetivos na vida profissional e pessoal;
Participar em atividades de lazer com amigos e familiares;
Fazer atividades que "fujam" à rotina diária, como passear, comer num restaurante ou ir no cinema;
Evitar o contato com pessoas "negativas" que estejam constantemente reclamando dos outros e do trabalho;
Conversar com alguém de confiança sobre o que se está sentindo.
A Síndrome de Burnout pode ser evitada, desde que a cultura da organização favoreça a execução de atividades preventivas do estresse crônico, a partir da atuação em equipes multidisciplinares, numa perspectiva de resgatar as características afetivas contidas no cotidiano de quem cuida (JODAS; HADDAD, 2009).
SINAIS DE MELHORA
Quando o paciente com Síndrome de Burnout faz o tratamento de forma adequada podem surgir sinais de melhora como maior rendimento no trabalho, maior confiança e diminuição da freqüência das dores de cabeça e do cansaço.
Além disso, o trabalhador começa a ter maior rendimento no trabalho, aumentando o seu bem-estar.
SINAIS DE PIORA
Os sinais de piora do Síndrome de Burnout surgem quando o individuo não segue o tratamento recomendado e incluem perda total da motivação em relação ao emprego, acabando por faltar com frequência e desenvolvimento de distúrbios gastrointestinais, como diarreia e vômitos, por exemplo.
Nos casos mais graves, o individuo pode desenvolver uma depressão, podendo precisar de internamento para ser avaliado diariamente pelo médico.
CONCLUSÃO
Burnout é considerado um sério processo de deterioração da qualidade de vida do trabalhador, tendo em vista suas graves implicações para a saúde física e mental., pode ser evitada, desde que a cultura da organização favoreça a execução de medidas preventivas do estresse
crônico. A busca da prevenção da SB também depende de uma decisão interna, do querer mudar, da busca da reconstrução do trabalho e do viver.
A síndrome de Burnout é caracterizada pela exaustão emocional, forte estresse, despersonalização e redução da realização pessoal e suas consequências na vida emocional e física do trabalhador. Esta se tornou evidente à medida que o afeta sua psique e eleva o número de afastamentos do trabalho relacionado à síndrome. Por se tratar de uma síndrome recente, os portadores da síndrome de Burnout não sabem identificá-la, podendo ser comparado apenas com estresse do dia a dia. A exaustão no trabalho sem a busca de ajuda física e mental manifesta a doença gerando consequências graves ao individuo e acarretando prejuízos a empresa. Em conjunto, empresa e funcionário, tendo conhecimento da síndrome de Burnout podem ir à busca de soluções, tratamentos e métodos de prevenção diminuindo os casos da doença e gerando o bem estar e a satisfação no exercício de sua função de maneira agregar ganhos para a empresa e o bem estar biopsicossocial.

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