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PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) - CCJ0149 - Caso Concreto 11

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PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) - CCJ0149 
Caso Concreto 11 
BRAD NORONHA foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da Comarca
do Município X, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego de arma de
fogo. Ainda durante a fase do inquérito policial, BRAD NORONHA foi reconhecido pela
vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou através de pequeno
orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. Já em sede de instrução
criminal, nem vítima, nem testemunhas, afirmaram ter escutado qualquer disparo de arma
de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o assaltante portava uma.
Não houve perícia, pois os policiais que prenderam o réu em flagrante não lograram êxito
em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo que, após escutarem gritos de ?
pega ladrão!?, viram o réu correndo e foram ao seu encalço. Afirmaram que, durante a
perseguição, os passantes apontavam para o réu, bem como este jogou um objeto no
córrego que passava próxima ao local dos fatos, que acreditavam ser a arma de fogo
utilizada.
 O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito ao silêncio. Ao cabo da instrução
criminal, BRAD NORONHA foi condenado a dez anos e seis meses de reclusão, por
roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido fixado o regime inicial fechado para
cumprimento da pena. O magistrado, para fins de condenação e fixação da pena, levou
em conta os depoimentos testemunhais colhidos em juízo e o reconhecimento da vítima
em sede policial, bem como o fato de o réu ser reincidente e portador de maus
antecedentes, circunstâncias provadas no curso do processo.
Você, na condição de advogado de BRAD NORONHA, é intimado da decisão no
dia 20 de maço de 2017. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que
podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, apresentando as
razões, e sustentando as teses jurídicas pertinentes, indicando o último dia para o
oferecimento da peça cabível.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA
COMARCA X DO ESTADO DE __
Processo nº:__
BRAD NORONHA, já qualificado nos autos da presente ação penal que lhe move o ilustre
membro do ministério público, sob alegação de ter, supostamente, violado norma penal
contida no artigo 157, § 2º, inciso I do estatuto repressivo pátrio, inconformado com o r.
decreto condenatório prolatado por esse d. juízo, por seu advogado infra-assinado, vem, r.
com fulcro no artigo 593, inciso I do código processual penal, a presença de vossa
excelência interpor:
RECURSO DE APELAÇÃO
Termos em que requer que seja o mesmo recebido, processado e remetido, com as
inclusas razões ao egrégio tribunal de justiça.
Termos em que;
Pede deferimento.
X / 25.03.2017
Advogado
OAB
RAZÕES DA APELAÇÃO
APELANDO: Brad Noronha
APELADO: Ministério Público
Processo nº: _
Egrégio Tribunal
Colenda Câmara
Nobres Julgadores
Em que tese o ilibado saber jurídico do d. magistrado da 1ª vara criminal, a r. sentença
penal condenatória exarada pelo juízo a quo, não merece prosperar em seu desiderato,
visto que os fundamentos que embasaram a mesma carecem de base legal que lhe dê a
devida sustentação.
DOS FATOS
O apelante foi denunciado, por ter em tese, praticado conduta tipificada no
artigo157, § 2º, inciso I do códex penal, sendo condenado ao final da instrução criminal as
penas cominadas no artigo constante da exordial acusatória.
Ocorre que o decreto condenatório ora atacado é passível de reforma, como passa
a demonstrar pelas razões de fato e de direito a seguir expostos.
DOS FUNDAMENTOS
 DAS PRELIMINARES
Preliminarmente cabe destacar que o reconhecimento realizado em sede policial,
que não observou os ditames legais previstos no artigo 226 do código de processo penal.
Desta forma verificou-se causa de nulidade prevista no artigo 564, inciso IV do
diploma supramencionado, devendo ser reconhecida as nulidades dos atos processuais
desde o reconhecimento.
DO MÉRITO
 DA ATIPICIDADE
Da análise dos autos verifica-se que os agentes policiais envolvidos no flagrante,
não lograram êxito em apreender a arma, que em tese, o apelante estaria portando, bem
como o objeto da suposta subtração.
Desta forma restou prejudicado o flagrante em sua comprovação de materialidade,
não devendo tal fato ser interpretado em desfavor do apelante.
Ocorre que o reconhecimento se deu de forma errônea, visto que o apelante foi
“reconhecido” através de um pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava
apenas o apelado, quando na verdade o mesmo deveria ter sido colocado em sala
própria, ao lado de outras pessoas, a fim de que pudesse ser, verdadeiramente,
identificado pela suposta vítima
Resta claro que o mero indício do cometimento de um crime é suficiente para a
denúncia, porém a condenação necessita que o mesmo seja comprovado de forma cabal.
 DA INSUFICIÊNCIA DE PROVAS
Das provas acostadas aos autos, tem-se que as testemunhas foram convergentes
em afirmar que não ouviram qualquer disparo no dia do evento, assim como não
presenciaram o apelante subtraindo algum material da suposta vítima.
Também os policiais afirmaram ter empreendido perseguição após ouvirem os
transeuntes gritando “pega ladrão” e apontando o apelante, não sendo capaz de afirmar,
com certeza, se o mesmo foi autor de algum delito.
Cabe aqui destacar que não há nos autos qualquer laudo pericial versando sobre a
arma ou se o apelante havia realizado disparos, o que, diante da ausência de provas que
imponha a aplicação do princípio do in dubio pro reo.
 DA EXCLUSÃO DO CRIME DE ROUBO
Há se de apontar para a ausência de comprovação da utilização de arma. Se por
hipótese, e por mera argumentação, aceitar-se que tenha o agente sido o autor do delito.
A arma não foi apreendida e, se ela existisse, deveria ter sido alcançada pois os policiais
afirmam ter sido a mesma jogada em um córrego.
Embora a afirmação, não houve nenhum empenho na busca da suposta arma.
Assim, apenas para argumentar, tivesse sido o agente autor de algum delito, esse não
poderia ser de roubo majorado pelo emprego de arma. Não poderia, sequer, ser
considerado crime de roubo, eis que não há prova, nos autos, do emprego de violência
ou grave ameaça contra a suposta vítima. Assim, se alguma condenação deva pesar
sobre o ora apelante, essa deverá se constituir pela prática do crime de furto, previsto no
artigo 155 do código penal, e não do crime de roubo. 
 DA DOSIMETRIA DA PENA
Por ocasião da fixação de pena o d. magistrado considerou o reconhecimento da
vítima como circunstancial. Como já demonstrado acima o mesmo encontra-se eivado de
vícios insanáveis, posto que realizado em desacordo com a legislação.
Ressalta-se, ainda, que houve nítida violação do princípio da vedação do bis in
idem, considerando que em duas fases distintas da dosimetria o mesmo fato restou
valorado.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a vossa excelência que:
1. Que seja reconhecida a preliminar arguida, a fim de decretar a nulidade de todos os
atos processuais desde o reconhecimento;
2. Caso assim não entenda vossa excelência, que seja reconhecida a atipicidade do fato,
absolvendo o apelante em conformidade com o artigo 386 do código de processo penal;
3. Se ainda assim, não entender vossa excelência, que seja reconhecida a insuficiência
de provas aplicando o princípio do in dubio pro reo a fim de absolver o acusado com fulcro
no artigo 386, inciso VII do código de processo penal;
4. Ainda, não sendo esse o entendimento, requer que seja a conduta pela qual o apelante
fora denunciado desclassificada para a prevista no artigo 155 do diploma repressivo
brasileiro;
5. No caso de condenação, que seja,a pena privativa de liberdade substituída por
restritiva de direitos em conformidade com o artigo 44 do código penal.
Termos em que;
Pede deferimento
X / 02.04.2017
Advogado
OAB

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