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1
UNIDADE 1
ADMINISTRAÇÃO E 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
•	 saberá	o	que	significa	administração,	bem	como	a	origem	dessa	ciência	tão	
importante	para	as	organizações;
•	 conhecerá	as	teorias	e	as	funções	da	administração;
•	 entenderá	como	é	feito	o	planejamento	dentro	das	organizações;
•	 aprenderá	o	que	é	Administração	Pública	e	as	principais	diferenças	entre	
ela	e	a	administração	particular.
•	 descobrirá	as	origens	históricas	da	Administração	Pública,	como	se	deu	a	
formação	do	Estado	e	a	divisão	dos	três	poderes;
•	 conhecerá	as	constituições	que	já	fizeram	parte	da	história	do	nosso	país;
•	 saberá	quais	são	os	princípios	constitucionais	e	os	princípios	reconhecidos	
que	regem	a	Administração	Pública;
•	 entenderá	o	que	é	Direito	Administrativo;
•	 saberá	como	funciona	o	processo	legislativo	brasileiro,	ou	seja,	como	são	
aprovadas	as	leis.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	final	de	cada	um	deles,	você	
encontrará	atividades	que	reforçarão	o	seu	aprendizado.
TÓPICO	1	–	ADMINISTRAÇÃO
TÓPICO	2	–	ADMINISTRAÇÃO	PÚBLICA
TÓPICO	3	–	O	QUE	REGE	A	ADMINISTRAÇÃO	PÚBLICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ADMINISTRAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Certamente	em	vários	momentos	já	escutamos,	ou	até	mesmo	já	proferimos	
a	palavra	administração,	mas	afinal,	será	que	sabemos	mesmo	o	seu	significado?	
Se	 lhe	 pedissem	 para	 definir	 administração	 como	 você	 definiria?	 O	 dicionário	
brasileiro	O	Globo	de	Fernandes,	Luft	e	Guimarães	(1992,	grifo	dos	autores)	traz	a	
seguinte	definição:
“ADMINISTRAÇÃO,	 s.f.	 Ato	 ou	 efeito	 de	 administrar;	 gerência	 de	
negócios;	pessoal	que	administra;	direção;	governo;	superintendência;	repartição	
onde	se	tratam	negócios	de	administração	pública;	local	onde	se	administra;	[...].”	
Ora,	 se	 administração	 é	 ato	 ou	 efeito	 de	 administrar,	 o	 que	 vem	 a	 ser	
administrar?	 “ADMINISTRAR,	v.	 tr.	dir.	 Exercer	 a	 administração	de	 (negócios	
públicos	ou	particulares);	gerir,	superintender,	governar;	dirigir;	[...]”	(O	GLOBO,	
1992,	grifo	dos	autores).
 
Podemos	 observar	 que	 existem	 vários	 significados	 para	 a	 palavra	
administração.	 Entretanto,	 quando	 se	 refere	 à	 administração	 de	 negócios,	
Kwasnicka	(2010,	p.	20,	grifo	da	autora)	define	da	seguinte	forma:	
O	 mais	 importante	 e	 consistente	 uso	 do	 termo	 administração	 é	
aquele	em	que	ele	é	visto	como	um	processo	integrativo	fundamental,	
buscando	a	obtenção	de	resultados	específicos.	Administrar	é,	portanto,	
um	processo	pelo	qual	o	administrador	cria,	dirige,	mantém,	opera	e	
controla	uma	organização.	
Maximiano	(2011,	p.	6,	grifo	do	autor),	por	sua	vez,	afirma	que:
“Administração	 é	 o	 processo	 de	 tomar	 decisões	 sobre	 objetivos	 e	
utilização	 de	 recursos	 [...].	 O	 processo	 administrativo	 abrange	 cinco	
tipos	principais	de	decisões,	também	chamadas	processos	ou	funções:	
planejamento, organização, liderança, execução e controle.”
Com	 base	 nos	 conceitos	 acima	 apresentados,	 podemos	 concluir	 que	
administração	 envolve	 tomada	 de	 decisões	 para	 atingir	 objetivos	 previamente	
estabelecidos,	e	para	que	esses	resultados	sejam	alcançados	é	necessário	utilizar	
algumas	ferramentas,	tais	como	planejamento,	execução,	direção	e	controle,	que	
serão	mais	bem	explicados	futuramente.
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
4
Mas	 afinal,	 de	 onde	 surgiu	 a	 administração?	 Podemos	 dizer	 que	 a	
administração	 sempre	 esteve	 presente	 na	 vida	 dos	 homens,	 pois,	 desde	 a	 sua	
existência	 o	 homem	 viu	 a	 necessidade	 de	 se	 organizar	 em	 sociedade,	 analisar	
situações,	resolver	problemas,	evoluir.	O	uso	de	ferramentas	de	administração	não	
é	necessário	apenas	para	os	negócios.	Conforme	Kwasnicka	(2010,	p.	19):	
A	 administração	 não	 está	 confinada	 apenas	 a	 setores	 produtivos	 de	
bens	 e	 serviços.	Até	mesmo	um	núcleo	 familiar	 requer	 certo	grau	de	
administração.	 Quanto	 maior	 o	 nível	 de	 complexidade	 de	 atividade	
definida	 pelo	 grupo	 formal,	 maior	 a	 necessidade	 de	 aplicar	 os	
conhecimentos	da	ciência	administrativa.
Enquanto	algumas	ciências	são	estudadas	desde	o	início	das	civilizações,	
como	é	o	caso	da	Filosofia,	o	estudo	da	administração	como	ciência	é	relativamente	
novo:
No	 que	 se	 refere	 à	 administração,	 nunca	 foram	 encontradas	 obras	
que	 comprovem	 seu	 desenvolvimento	 na	Antiguidade.	 Entretanto,	 a	
construção	de	uma	pirâmide,	a	estrutura	de	uma	cidade	como	Atenas	
e	 a	 administração	de	um	 império	 tão	vasto	 como	o	 Império	Romano	
certamente	 revelam	conhecimentos	de	administração.	 (KWASNICKA,	
2010,	p.	27).
Agora,	se	analisarmos	que	a	essência	da	administração	está	presente	em	
diversas	 áreas	da	vida	humana,	 como	vida	pessoal,	 organização	 em	 sociedade,	
trabalho,	fica	a	pergunta:	por	que	o	estudo	da	administração	não	era	considerado	
importante?	
Porque,	 na	 Antiguidade,	 o	 trabalho	 era	 considerado	 uma	 atividade	
desprezível.	Razões	para	isso?	A	escravidão	e	a	orientação	dos	povos	primitivos	
para	a	guerra	 (onde	quem	era	soldado	possuía	status	 social),	nessa	época	quem	
trabalhava	era	considerado	inferior	aos	demais.	(KWASNICKA,	2010).
Na	 Idade	 Média	 também	 não	 houve	 grande	 evolução,	 de	 acordo	 com	
Kwasnicka	 (2010,	 p.	 28):	 “Com	 o	 preconceito	 das	 classes	 mais	 favorecidas	 em	
relação	ao	trabalho,	e	a	tradição	e	o	misticismo	impedindo	as	inovações	técnicas,	
a	 Idade	 Média	 transcorre	 sem	 grandes	 alterações	 nas	 aplicações	 práticas	 das	
ciências.”
A	mudança	começa	a	partir	do	Renascimento,	em	que	o	Humanismo	–	uma	
nova	doutrina	filosófica	–	recupera	o	patrimônio	filosófico,	literário	e	artístico	da	
Antiguidade,	e	liberta,	através	da	racionalidade,	o	homem	do	misticismo	medieval.	
Com	o	Renascimento,	a	estrutura	social	da	Idade	Média,	baseada	no	misticismo	
e	 na	 tradição,	 dá	 lugar	 a	 uma	 nova	 ordem	 social	 calcada	 na	 objetividade	 e	 na	
racionalidade.	Os	preconceitos	em	relação	ao	trabalho	são	esquecidos,	e	inicia-se	
uma	transformação	de	tratamento	ao	trabalho.	(KWASNICKA,	2010).
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
5
“HUMANISMO, s.m. Doutrina dos humanistas do Renascimento, que ressuscitaram 
o culto das línguas e das literaturas antigas [...].” (DICIONÁRIO O GLOBO, 1992, grifo dos 
autores).
A	 Revolução	 Industrial	 provocou	 grandes	 transformações	 na	 forma	 de	
ver	 a	 administração.	 As	 empresas	 que	 eram	 domiciliares	 (não	 tinham	 divisão	
de	 trabalho,	 não	 possuíam	máquinas)	 começaram	 a	 crescer,	 utilizar	máquinas,	
empregar	 várias	 pessoas,	 produzir	 em	 grande	 escala,	 e	 viram-se	 obrigadas	 à	
melhor	administrar	seus	negócios,	a	fim	de	superar	a	concorrência	e	conquistar	
mercado.	(KWASNICKA,	2010).
E	 assim	 foram	 surgindo	 diversas	 teorias	 com	 o	 objetivo	 de	 melhorar	
e	 aumentar	 a	 produção,	 conquistar	 novos	mercados,	 superar	 a	 concorrência.	A	
seguir,	passaremos	ao	estudo	das	principais	teorias	da	administração.
2 TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO
Os	problemas	sempre	estiveram	presentes	nas	organizações,	cabendo	aos	
administradores	a	busca	por	soluções	e	novas	técnicas	que	propiciassem	melhores	
resultados	produtivos	e	financeiros,	surgindo	assim,	as	teorias	da	administração.	
 
De	acordo	com	Maximiano	(2011,	p.	25):	
As	 teorias	 da	 administração	 [...]	 surgiram	 e	 vêm	 se	 aprimorando	 há	
muito	 tempo,	desde	que	os	administradores	do	passado	enfrentaram	
problemas	 práticos	 e	 precisaram	 de	 técnicas	 para	 resolvê-los.	 [...]	
Ao	 longo	 dos	 séculos,	 essas	 ideias	 e	 técnicas,	 influenciadas	 pelas	
circunstâncias	de	cada	momento	histórico,	evoluíram	continuamente.
O	 que	 são	 as	 teorias	 da	 administração?	 “As	 teorias	 da	 administração	
são	 conhecimentos	 organizados,	 produzidos	 pela	 experiência	 prática	 das	
organizações.”(MAXIMIANO,	2011,	p.	8).
De	 forma	 mais	 completa,	 Maximiano	 (2011,	 p.	 8)	 define:	 “Teorias	 são	
explicações,	interpretações	ou	proposições	sobre	a	realidade.	Por	exemplo:	teoria	
da	burocracia,	teorias	da	motivação.	A	própria	definição	da	administração	como	
processo	de	planejar,	organizar,	executar	e	controlar	é	uma	teoria.”
Com	o	 intuito	de	 facilitar	a	compreensão,	vamos	dividir	esse	estudo	em	
abordagens	da	administração,	sendo:	abordagem	clássica,	abordagem	humanística,	
abordagem	 neoclássica,	 abordagem	 estruturalista,	 abordagem	 comportamental,	
abordagem	sistêmica	e	abordagem	contingencial.
NOTA
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
6
2.1 TEORIA CLÁSSICA
A	abordagem	clássica	é	formada	pela	escola	da	Administração	Científica	e	
pela	Teoria	Clássica.
O	 precursor	 do	 movimento	 da	 administração	 científica	 foi	 Frederick	
Wislow	Taylor.	Taylor	nasceu	em	1856,	na	Pensilvânia	e	apesar	de	pertencer	a	uma	
família	renomada	tornou-se	trabalhador	manual.	Entre	1874	e	1878	trabalhou	numa	
empresa	de	bombas	hidráulicas	como	torneiro,	e	foi	nessa	empresa	que	passou	a	
observar	o	que	considerava	má	administração:	falta	de	vontade	dos	funcionários	
e	péssimas	relações	entre	trabalhadores	e	gerentes.	Em	1878	foi	trabalhar	na	usina	
siderúrgica	Midvale	Steel,	onde	entrou	como	 trabalhador	e	acabou	se	 tornando	
engenheiro	chefe.	Foi	nessa	empresa	que	observou	os	problemas	das	operações	
fabris.	(MAXIMIANO,	2011).
Entre	os	problemas	observados	por	Taylor,	seguem	alguns	exemplos:
•	 A	 administração	não	 tinha	noção	 clara	da	divisão	de	 suas	 responsabilidades	
com	o	trabalhador.
•	 Não	havia	incentivos	para	melhorar	o	desempenho	do	trabalhador.
•	 Muitos	trabalhadores	não	cumpriam	suas	responsabilidades.
•	 As	decisões	dos	administradores	baseavam-se	na	intuição	e	no	palpite.
•	 Não	havia	integração	entre	os	departamentos	da	empresa.
•	 Os	trabalhadores	eram	colocados	em	tarefas	para	as	quais	não	tinham	aptidão.
•	 Os	 gerentes	 pareciam	 ignorar	 que	 a	 excelência	 no	 desempenho	 significaria	
recompensas	tanto	para	eles	próprios	quanto	para	a	mão	de	obra.
•	 Havia	 conflitos	 entre	 capatazes	 e	 operários	 a	 respeito	 da	 quantidade	 da	
produção.	(MAXIMIANO,	2011).
Taylor,	 durante	 sua	 carreira,	 dedicou-se	 à	 resolução	 desses	 e	 outros	
problemas	 comuns	 nas	 empresas.	A	 partir	 de	 suas	 observações	 e	 experiências	
desenvolveu	seu	sistema	de	administração	de	tarefas,	sistema	que	ficou	conhecido	
como	taylorismo	e	mais	tarde,	administração	científica.	(MAXIMIANO,	2011).
Segundo	Chiavenato	(2008,	p.	5):
Taylor	teve	inúmeros	seguidores	(como	Gantt,	Gilbreth,	Emerson,	Ford,	
Barth	 e	 outros)	 provocou	 uma	 verdadeira	 revolução	 no	 pensamento	
administrativo	 no	 mundo	 industrial	 de	 sua	 época.	 A	 preocupação	
original	 foi	eliminar	o	 fantasma	do	desperdício	e	das	perdas	sofridas	
pelas	 indústrias	 e	 elevar	 os	 níveis	 de	 produtividade	 por	 meio	 da	
aplicação	de	métodos	e	técnicas	de	engenharia	industrial.
“O	nome	Administração	Científica	é	devido	à	 tentativa	de	aplicação	dos	
métodos	da	ciência	aos	problemas	da	Administração	a	fim	de	aumentar	a	eficiência	
industrial.	[...]	Para	Taylor	[...]	A	improvisação	deve	ceder	lugar	ao	planejamento	e	
o	empirismo	à	ciência	[...].”	(CHIAVENATO,	2008,	p.	5).
 
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
7
A	 abordagem	 básica	 da	 Administração	 Científica	 consiste	 nas	 tarefas.	
Taylor	 observou	 que	 a	mesma	 tarefa	 era	 executada	 de	 formas	 diferentes	 pelos	
trabalhadores	 e	 considerou	 que	 através	 de	 análise	 científica	 esses	 métodos	
poderiam	ser	melhorados	e	padronizados.	Conforme	Chiavenato	(2008,	p.	6,	grifo	
do	autor):	“Essa	tentativa	de	substituir	métodos	empíricos	e	rudimentares	pelos	
métodos	científicos	recebeu	o	nome	de	Organização Racional do Trabalho	(ORT).”
Quando se fala em métodos empíricos, podemos considerar que são métodos 
baseados apenas na experiência, uma vez que “EMPIRISMO, s.m. Doutrina que atribui a 
origem das ideias ou conhecimentos à experiência; conhecimentos práticos devidos à 
experiência; [...].” (DICIONÁRIO O GLOBO, 1992, grifo dos autores).
De	acordo	com	Chiavenato	(2008),	a	ORT	se	fundamenta	em:
1 – Análise do trabalho e do estudo dos tempos e movimentos	 –	 O	 trabalho	
foi	 analisado,	 verificando-se	 cada	 movimento	 necessário	 para	 a	 execução	
de	 determinada	 tarefa,	 eliminando-se	 movimentos	 inúteis	 e	 simplificando	
os	 úteis.	 Além	 disso,	 acompanharam	 o	 tempo	 de	 execução	 dos	 trabalhos,	
determinando	 tempos	 médios	 para	 a	 realização	 das	 tarefas.	 Dessa	 forma,	
o	método	de	 trabalho	e	o	 tempo	para	 sua	execução	 foram	padronizados.	O	
estudo	dos	tempos	e	movimentos	dos	operários	foi	proposto	pelo	engenheiro	
Frank	B.	Gilbreth.
2 – Estudo da fadiga humana	–	Gilbreth	observou	que	um	trabalhador	cansado	
produz	menos,	apresenta	queda	na	qualidade,	perde	tempo,	corre	mais	risco	de	
acidentes,	em	resumo,	o	cansaço	reduz	a	eficiência.	A	administração	científica	
tinha	como	objetivo	a	eliminação	dos	movimentos	que	produzem	fadiga	e	que	
não	estão	ligados	à	tarefa	do	funcionário.
3 – Divisão do trabalho e especialização do operário	–	após	a	análise	do	trabalho	
e	 estudo	dos	 tempos	e	movimentos	percebeu-se	que	dividindo	o	 trabalho	e	
o	operário	se	especializando	em	determinada	tarefa	era	possível	aumentar	a	
produtividade.	
4 – Desenho de cargos e tarefas	–	no	desenho	de	cargos	foram	especificados	seu	
conteúdo	 (tarefas),	 os	métodos	 de	 executar	 as	 tarefas	 e	 as	 relações	 com	 os	
demais	cargos	existentes.	Entre	as	vantagens	de	desenhar	os	cargos	podemos	
destacar:	redução	nos	custos	de	produção	com	a	contratação	de	empregados	
com	 qualificações	mínimas	 e	 salários	menores;	minimização	 de	 custos	 com	
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8
treinamento;	 redução	 de	 erros	 na	 execução;	 facilidade	 de	 supervisão	 (cada	
supervisor	pode	controlar	um	número	maior	de	empregados)	e	aumento	da	
produtividade	em	decorrência	do	aumento	da	eficiência.
5 – Incentivos salariais e prêmios de produção –	com	os	métodos	para	a	realização	
dos	trabalhos	definidos	e	organizados	era	preciso	fazer	com	que	os	operários	
colaborassem	 e	 trabalhassem	 dentro	 dos	 padrões	 de	 tempo	 previstos.	 Para	
isso,	Taylor	e	seus	seguidores	criaram	planos	de	incentivos	salariais	e	prêmios	
de	produção,	a	ideia	foi	remunerar	com	base	na	produção	de	cada	trabalhador. 
6 – Conceito de homo economicus	 –	 homem	 econômico,	 de	 acordo	 com	 esse	
conceito	 toda	 pessoa	 é	 influenciada	 apenas	 por	 recompensas	 salariais,	
econômicas	 e	materiais.	 O	 homem	 não	 gosta	 de	 trabalhar,	 trabalha	 devido	
ao	medo	 da	 fome	 e	 pela	 necessidade	 de	 obter	 dinheiro	 para	 viver.	Assim,	
as	 recompensas	 salariais	 e	 os	prêmios	 incentivariam	 cada	operário	 a	usar	 o	
máximo	de	sua	capacidade	física	para	produzir	mais.
7 – Condições ambientais de trabalho –	 conclui-se	 que	 além	 do	 método	 de	
trabalho	e	do	incentivo	salarial	a	eficiência	depende	também	de	um	conjunto	
de	 condições	 de	 trabalho	 que	 garantam	 o	 bem-estar	 físico	 e	 diminuam	 a	
fadiga	 do	 trabalhador.	Algumas	 condições	 de	 trabalho	 que	 preocuparam	 a	
Administração	Científica:
1.	Adequação	de	 instrumentos	e	 ferramentas	de	trabalho	e	de	equipamentos	de	
produção	para	minimizar	o	esforço	do	operador	e	a	perda	de	tempo	na	execução	
da	tarefa.
2.	Arranjo	físico	das	máquinas	e	dos	equipamentos	para	racionalizar	o	fluxo	da	
produção.
3.	Melhoria	do	ambiente	físico	de	trabalho	de	maneira	que	o	ruído,	a	ventilação,	a	
iluminação	e	o	conforto	no	trabalho	não	reduzam	a	eficiência	do	trabalhador.
4.	Projeto	 de	 instrumentos	 e	 equipamentos	 especiais,	 como	 transportadores,	
seguidores,	contadores	e	utensílios	para	reduzir	movimentos	inúteis.
8 – Padronização –	 além	 doestudo	 dos	 tempos	 e	 movimentos,	 da	 divisão	 do	
trabalho,	existiu	a	preocupação	com	a	padronização	dos	métodos	e	processos	
de	trabalho	e	a	padronização	das	máquinas	e	equipamentos.
9 – Supervisão funcional	 –	 assim	 como	 o	 operário	 deve	 ser	 especializado	
em	 determinada	 tarefa,	 deve	 acontecer	 a	 especialização	 do	 supervisor.	
Taylor	propôs	 a	 existência	de	diversos	 supervisores,	 cada	um	especializado	
em	 determinada	 área,	 com	 autoridade	 funcional	 relativa	 somente	 à	 sua	
especialidade.	O	operário	recebe	ordens	de	vários	encarregados.
Podemos	perceber	que	na	Administração	Científica	os	processos	passaram	
a	ser	analisados	e	padronizados,	com	o	intuito	de	aumentar	a	eficiência.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
9
Enquanto	 a	 Administração	 Científica	 era	 desenvolvida	 nos	 Estados	
Unidos,	na	França,	em	1916,	Fayol	fundava	a	Teoria	Clássica	da	Administração,	
caracterizada	pela	ênfase	na	estrutura	que	a	organização	deveria	possuir	para	ser	
eficiente.	(CHIAVENATO,	2008).
De	acordo	com	Chiavenato	 (2008,	p.	12,	grifo	do	autor):	“Fayol	define	o	
ato	de	administrar	como:	prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.	 [...]	os	
elementos	da	Administração	que	constituem	o	chamado	processo administrativo:	são	
localizáveis	no	trabalho	do	administrador	em	qualquer	nível	ou	área	de	atividade	
da	empresa.”
 
Fayol	definiu	14	princípios	gerais	da	Administração,	conforme	Maximiano	
(2011):
1 – Divisão do trabalho	–	tarefas	específicas	para	cada	pessoa.
2 – Autoridade e responsabilidade	–	autoridade	é	o	direito	de	mandar	e	fazer-se	
obedecer;	responsabilidade	é	consequência	do	poder.
3 – Disciplina	–	respeito	às	regras	estabelecidas.
4 – Unidade de comando	–	cada	pessoa	tem	apenas	um	superior.
5 – Unidade de direção	–	apenas	um	chefe	e	um	programa	para	operações	que	
têm	o	mesmo	objetivo.
6 – Interesse geral	 –	 os	 interesses	 da	 empresa	 estão	 acima	 dos	 interesses	
individuais.
7 – Remuneração do pessoal	–	deve	ser	justa.
8 – Centralização	–	o	poder	de	decisão	é	do	chefe.
9 – Cadeia escalar (linha de comando)	–	hierarquia.
10 – Ordem	–	um	lugar	para	cada	pessoa	e	cada	pessoa	em	seu	lugar.
11 – Equidade	–	tratamento	justo	às	pessoas.
12 – Estabilidade do pessoaWl	–	evitar	rotatividade,	pois	prejudica	o	desempenho	
da	empresa.
13 – Iniciativa	–	capacidade	de	ver	o	problema	e	buscar	soluções.
14 – Espírito de equipe	–	harmonia	e	união	entre	as	pessoas	da	organização.	
Segundo Kwasnicka (2010, p. 232): 
“Hierarquia é a posição que cada grupo ocupa dentro do desenho que a organização adota. 
As posições de mais status tendem a ser de menor número de pessoas, ou até de uma 
pessoa. À medida que o status dentro dessa figura diminui, aumenta o número de grupos, e 
consequentemente o número de pessoas em cada grupo. Esses grupos são normalmente 
constituídos segundo um critério que atenda às necessidades da empresa. A hierarquia 
atende características de delegação de autoridade e é alocada em posições da organização 
e não em pessoas.”
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
10
Após	o	estudo	das	principais	características	da	Administração	Científica	e	
da	Teoria	Clássica	podemos	perceber	que	ambas	buscavam	a	eficiência.	No	entanto,	
partiam	de	pontos	de	vista	diferentes:	a	Administração	Científica	de	Taylor	tinha	
ênfase	nas	tarefas,	enquanto	a	Teoria	Clássica,	de	Fayol,	tinha	ênfase	na	estrutura	
da	 organização.	A	maior	 contradição	 entre	 essas	 duas	 teorias	 é	 na	 questão	 da	
forma	de	comando,	onde	a	Administração	Científica	pregava	a	existência	de	vários	
chefes	para	um	mesmo	trabalhador,	e	a	Teoria	Clássica,	a	unidade	de	comando	e	
o	poder	centralizado,	ou	seja,	apenas	um	chefe	(com	poder	de	decisão)	para	vários	
trabalhadores.
2.2 TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS
Após	o	estudo	das	tarefas	e	da	estrutura	da	organização	chega	o	momento	
de	analisar	as	pessoas	como	parte	importante	para	o	desempenho	das	organizações.	
De	acordo	com	Chiavenato	(2008,	p.	15):
A	Abordagem	Humanística	faz	com	que	a	preocupação	com	a	máquina	
e	com	o	método	de	trabalho	e	a	preocupação	com	a	organização	formal	
e	os	princípios	de	Administração	cedam	prioridade	para	a	preocupação	
com	as	pessoas	 e	os	grupos	 sociais	 –	dos	aspectos	 técnicos	 e	 formais	
para	os	aspectos	psicológicos	e	sociológicos.	
A	 Teoria	 das	 Relações	 Humanas	 surgiu	 nos	 Estados	 Unidos,	 em	 1930,	
em	 função	 das	 conclusões	 da	 Experiência	 de	 Hawthorne,	 desenvolvida	 por	
Elton	Mayo	 e	 colaboradores,	 em	oposição	 à	 Teoria	Clássica.	 Entre	 os	 fatos	 que	
deram	origem	à	Teoria	das	Relações	Humanas	estão:	a	necessidade	de	humanizar	
e	 democratizar	 a	 administração,	 o	 desenvolvimento	 das	 ciências	 humanas	
(especialmente	a	psicologia),	as	ideias	da	filosofia	pragmática	de	John	Dewey	e	da	
Psicologia	Dinâmica	de	Kurt	Lewin	e	as	conclusões	da	Experiência	de	Hawthorne.	
(CHIAVENATO,	2008).
FUTUROS: Na leitura complementar você terá a explicação do que foi a 
Experiência de Hawthorne.
Conforme	Chiavenato	(2008,	p.	16,	grifo	do	autor):	“O	advento	da	Teoria	
das	 Relações	 Humanas	 trouxe	 uma	 nova	 linguagem	 que	 passou	 a	 dominar	 o	
repertório	 administrativo:	 fala-se	 agora	 em	 motivação, liderança, comunicação, 
organização informal, dinâmica de grupo	etc.”
ESTUDOS FU
TUROS
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
11
Na	Teoria	das	Relações	Humanas	o	homo economicus	dá	lugar	ao	homem	
social,	 o	 comportamento	 das	 pessoas	 é	 influenciado	 por	 fatores	motivacionais,	
entre	 esses	 fatores	 estão:	 a	 interação	 social	 com	 os	 colegas	 de	 trabalho,	 bom	
relacionamento	com	o	líder	e	comunicação	(tanto	para	definir	padrões	dentro	da	
empresa	quanto	para	interação	com	colegas	de	trabalho).	(CHIAVENATO,	2008).
É	 a	 partir	 dessa	 teoria	 que	 as	 pessoas	 passaram	 a	 ser	 vistas	 como	peça	
importante	para	o	sucesso	da	organização,	ficando	evidenciada	a	importância	da	
existência	de	bons	líderes.	De	acordo	com	Chiavenato	(2008,	p.	23):	
Como	o	 sucesso	da	organização	depende	diretamente	das	pessoas,	 o	
trabalho	básico	do	administrador	é	lidar	com	as	pessoas	que	fazem	parte	
da	organização.	Para	Pfefer	a	chave	do	sucesso	organizacional	está	nas	
pessoas	e	na	liderança.	O	administrador	deve	ser	um	verdadeiro	líder.
 “Liderança é a realização de metas por meio da direção de colaboradores. A 
pessoa que comanda com sucesso seus colaboradores para alcançar finalidades específicas 
é líder. Um grande líder tem essa capacidade dia após dia, ano após ano, em uma grande 
variedade de situações.” (MAXIMIANO, 2011, p. 277).
2.3 TEORIA NEOCLÁSSICA
A	partir	de	1950	houve	grande	desenvolvimento	econômico	e	industrial,	o	
mundo	passava	por	mudanças	e	transformações,	como	o	surgimento	da	televisão,	
do	motor	a	jato	e	o	esboço	das	telecomunicações,	e	a	teoria	administrativa	também	
precisou	 se	 adaptar.	 Embora	 tenha	 havido	 críticas	 em	 relação	 ao	 que	 pregava	
a	 teoria	 clássica,	 ela	 nunca	 foi	 totalmente	 substituída	por	 outra	 abordagem.	As	
teorias	que	surgiram	depois	sempre	tiveram	como	base	a	clássica,	como	ponto	de	
partida	ou	como	crítica	para	tentar	uma	posição	diferente.	(CHIAVENATO,	2008).
A	Teoria	Neoclássica	 representa	a	Teoria	Clássica	colocada	em	um	novo	
figurino	 e	 dentro	 de	 um	 ecletismo	 que	 aproveita	 a	 contribuição	 de	 todas	 as	
demais	teorias	administrativas.	A	abordagem	neoclássica	baseia-se	nos	seguintes	
fundamentos:
1.	A	 Administração	 é	 um	 processo	 operacional	 composto	 por	 funções,	 como:	
planejamento,	organização,	direção	e	controle.
2.	Como	a	Administração	envolve	uma	variedade	de	situações	organizacionais,	ela	
precisa	fundamentar-se	em	princípios	básicos	que	tenham	valor	preditivo.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
12
3.	A	Administração	é	uma	arte	que,	como	a	Medicina	ou	a	Engenharia,	deve	se	
apoiar	em	princípiosuniversais.
4.	Os	princípios	de	administração,	a	exemplo	dos	princípios	das	ciências	lógicas	e	
físicas,	são	verdadeiros.
5.	A	cultura	e	o	universo	físico	e	biológico	afetam	o	meio	ambiente	do	administrador.	
Como	a	ciência	ou	arte,	a	teoria	da	Administração	não	precisa	abarcar	todo	o	
conhecimento	para	poder	servir	de	fundamentação	científica	aos	princípios	de	
Administração.	(CHIAVENATO,	2008).
Foi	 na	 Teoria	 Neoclássica	 que	 a	 organização	 empresarial	 passou	 a	 ser	
dividida	em	 três	níveis:	nível	 institucional	 (formado	por	dirigentes	e	diretores),	
nível	 intermediário	 (formado	 por	 gerentes)	 e	 nível	 operacional	 (formado	 por	
supervisores	que	administram	a	 execução	das	 tarefas	 e	operações	da	empresa).	
(CHIAVENATO,	2008).
Outro	 ponto	 importante	 a	 ser	 destacado	 nessa	 teoria	 é	 o	 enfoque	 na	
Administração	por	objetivos	(APO).		De	acordo	com	Maximiano	(2011,	p.	77):	
A	 administração	 por	 objetivos	 é	 um	 procedimento	 sugerido	 para	
aplicação	prática	do	processo	de	planejar,	organizar,	executar	e	controlar.	
[...]	 A	 base	 da	APO	 é	 o	 processo	 do	 qual	 participam	 o	 chefe	 e	 sua	
equipe	(ou	um	subordinado	em	particular).	Esse	processo	participativo	
substitui	o	processo	hierárquico,	no	qual	o	chefe	simplesmente	define	
os	objetivos	e	os	transmite	pela	cadeia	de	comando	abaixo,	para	depois	
avaliar	o	desempenho	da	equipe.
Quando	os	métodos	hierárquicos	foram	substituídos	pelos	participativos,	
final	da	década	de	90,	a	ideia	principal	da	Administração	por	objetivos	(APO)	se	
tornou	 irrelevante,	 entretanto,	 seus	 três	 componentes	 continuam	 sendo	 válidos	
em	 qualquer	metodologia	 de	Administração.	 Esses	 componentes	 são:	 objetivos	
específicos	 (definição	 de	 objetivos	 de	 forma	 específica	 e	 mensurável),	 tempo	
definido	 (é	definido	um	 tempo	para	a	 realização	dos	objetivos)	 e	 feedback sobre 
o	 desempenho	 (durante	 o	 período	 definido	 para	 a	 realização	 dos	 objetivos	 o	
desempenho	da	equipe	é	avaliado,	para	que,	se	necessário,	sejam	feitas	correções	e	
os	objetivos	sejam	alcançados).	(MAXIMIANO,	2011).
A	 ideia	 de	 Fayol	 de	 que	 administrar	 é	 prever,	 organizar,	 comandar,	
coordenar	 e	 controlar	 sobreviveu	 a	 várias	 abordagens	 posteriores,	 tendo	 seu	
conceito	 evoluído	 para	 processo	 administrativo	 (planejar,	 organizar,	 dirigir	
e	 controlar).	Em	meio	a	 tantas	mudanças	o	processo	administrativo	precisa	 ser	
flexível.	O	processo	administrativo	além	de	ser	o	núcleo	da	Teoria	Neoclássica	é	
também	o	fundamento	da	moderna	Administração.	(CHIAVENATO,	2008).
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
13
2.4 TEORIA ESTRUTURALISTA
A	 abordagem	 estruturalista	 divide-se	 em	 duas	 teorias:	 a	 Teoria	 da	
Burocracia	 com	 ênfase	 na	 estrutura	 e	 a	 Teoria	 Estruturalista	 com	 ênfase	 na	
estrutura,	nas	pessoas	e	no	ambiente.	As	burocracias	surgiram	da	necessidade	que	
as	organizações	sentiram	de	ordem	e	exatidão	e	também	do	apelo	dos	trabalhadores	
por	 tratamento	mais	 justo.	A	 burocracia	 tinha	 como	 fim	 organizar	 e	 dirigir	 as	
atividades	da	empresa	com	a	maior	eficiência	possível.	(CHIAVENATO,	2008).
Max	Weber	 foi	um	cientista	que	se	dedicou	ao	estudo	das	organizações.	
Conforme	Maximiano	(2011,	p.	99):
De	acordo	com	Weber,	as	organizações	formais	modernas	baseiam-se	
em	leis,	que	as	pessoas	aceitam	por	acreditarem	que	são	racionais,	isto	
é,	 definidas	 em	 função	 do	 interesse	 das	 próprias	 pessoas	 e	 não	 para	
satisfazer	 aos	 caprichos	 arbitrários	de	um	dirigente.	 	As	pessoas	 que	
integram	 as	 organizações	 modernas	 também	 aceitam	 que	 algumas	
pessoas	 representem	 a	 autoridade	 da	 lei:	 guardas	 de	 trânsito,	 juízes,	
prefeitos	e	gerentes.	A	autoridade	é	contrapartida	da	responsabilidade	
que	têm	essas	pessoas	de	zelar	pelo	cumprimento	da	lei.	A	obediência	é	
devida	às	leis,	formalmente	definidas,	e	às	pessoas	que	as	representam,	
que	agem	dentro	de	uma	jurisdição.	Qualquer	sociedade,	organização	
ou	grupo	que	se	baseie	em	leis	racionais	é	uma	burocracia.
A	Teoria	da	Burocracia	surgiu	a	partir	da	década	de	1940,	quando	alguns	
estudiosos	buscaram	na	obra	de	Max	Webber,	já	falecido,	inspiração	para	essa	nova	
teoria	da	organização.	São	características	da	burocracia,	para	Weber:	caráter	legal	
das	normas	e	regulamentos,	caráter	formal	das	comunicações,	caráter	racional	e	
divisão	do	trabalho,	impessoalidade	nas	relações,	hierarquia	de	autoridade,	rotinas	
e	procedimentos	padronizados,	competência	técnica	e	meritocracia,	especialização	
da	administração,	profissionalização	dos	participantes	e	completa	previsibilidade	
do	funcionamento.	(CHIAVENATO,	2008).
 
Segundo	Carvalho	(2008,	p.	46-47):
Para	Weber	 (1947)	 apud	 Chiavenato	 (2003,	 p.	 266):	As	 vantagens	 da	
burocracia	 são:	 racionalidade	 dos	 objetivos,	 precisão	 na	 definição	
do	 cargo	 e	na	operação,	 rapidez	nas	decisões,	única	 interpretação	de	
informações	 recebidas,	 uniformidade	 de	 rotina	 e	 procedimentos,	
continuidade	 da	 organização,	 redução	 dos	 conflitos	 interpessoais,	
decisões	tomadas	nas	mesmas	circunstâncias,	confiabilidade	e	benefícios	
para	as	pessoas	da	organização.
Todo	sistema	possui	desvantagens,	e	alguns	autores	passaram	a	analisar	
as	 consequências	 negativas	 da	 burocracia,	 o	 que	 denominaram	 disfunções	 da	
burocracia.	Confira	no	quadro	a	seguir:
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
14
QUADRO 1 – PANORAMA DAS DISFUNÇÕES ORGANIZACIONAIS, SEGUNDO DIVERSOS AUTORES
DISFUNÇÃO CARACTERÍSTICAS
PARTICULARISMO
Dentro	da	organização,	defender	os	interesses	de	grupos	externos,	por	motivos	de	
convicção,	amizade	ou	interesse	material.	Fazer	“panelinhas”	com	colegas	de	escola.
SATISFAÇÃO DE 
INTERESSES
PESSOAIS
Defender	 interesses	pessoais	dentro	da	 organização.	Contratar	parentes,	 fazer	
negócios	com	empresas	da	família.
E X C E S S O D E 
REGRAS
Multiplicidade	de	 regras	 e	 exigências	 para	 a	 realização	de	 atividades.	 Firma	
reconhecida,	encaminhamento	de	processos	burocráticos.
HIERARQUIA E 
INDIVIDUALISMO
A	hierarquia	divide	 responsabilidades	e	 atravanca	o	processo	decisório.	Realça	
vaidades	 e	 estimula	a	 luta	pelo	poder.	Hierarquia	das	grandes	 empresas	 e	dos	
militares.
MECANICISMO
Burocracia	 são	 sistemas	de	 cargos	 limitados,	que	 colocam	pessoas	em	situações	
alienantes.	Cargos	de	escritório,	montadores	de	peças.
FONTE: Maximiano (2011, p. 105)
Passamos	neste	momento	para	o	estudo	da	Teoria	Estruturalista.	De	acordo	
com	Chiavenato	(2008,	p.	45):	
A	 Teoria	 Estruturalista	 significa	 um	 desdobramento	 da	 Teoria	 da	
Burocracia	 e	 uma	 leve	 aproximação	 à	Teoria	das	Relações	Humanas.	
Representa	uma	visão	crítica	da	organização	formal.	O	estruturalismo	
está	 voltado	 para	 o	 todo	 e	 para	 o	 relacionamento	 das	 partes	 na	
constituição	do	 todo.	A	 totalidade,	a	 interdependência	das	partes	e	o	
fato	de	que	o	 todo	é	maior	do	que	a	 simples	 soma	das	partes	 são	as	
características	básicas	do	estruturalismo.
Segundo	Chiavenato	apud Carvalho	(2008,	p.	49):
A	 Teoria	 Estruturalista	 tem	 como	 objetivo	 principal,	 o	 estudo	 das	
organizações,	 fundamentalmente	 na	 estrutura	 interna	 e	 na	 interação	
com	outras	organizações,	que	são	as	unidades	sociais	e	são	concebidas	
para	cumprir	e	atingir	objetivos	específicos,	mantendo	relações	estáveis	
a	fim	de	viabilizar	o	conjunto	de	metas	propostas.
A	Teoria	 Estruturalista	 foca	 no	homem	organizacional	 que	desempenha	
diferentes	 papéis	 em	 várias	 organizações,	 e	 para	 ser	 bem	 sucedido	 em	 todas	
as	 organizações	 precisa	 ser	 flexível,	 tolerante	 às	 frustrações,	 capaz	 de	 adiar	
recompensas	e	ter	sempre	o	desejo	de	realização.		(CHIAVENATO,	2008).
Segundo	Chiavenato	(2008,	p.	46):
O	desenvolvimento	das	organizações	se	deu	por	quatro	etapas:	etapa	da	
natureza	(é	a	inicial,	onde	a	única	base	de	subsistênciada	humanidade	
eram	os	 elementos	da	natureza);	 etapa	do	 trabalho	 (os	 elementos	da	
natureza	passaram	a	ser	transformados	por	meio	do	trabalho,	o	trabalho	
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
15
passou	a	condicionar	as	formas	de	organizar	a	sociedade);	etapa	do	capital	
(o	capital	supera	a	natureza	e	o	trabalho,	torna-se	um	dos	fatores	básicos	
da	vida	social);	e	etapa	da	organização	(as	etapas	anteriores	se	submetem	
à	organização;	a	organização	utiliza-se	da	natureza,	do	 trabalho	e	do	
capital	para	alcançar	seus	objetivos).
A	 Teoria	 Estruturalista	 inicia	 o	 estudo	 das	 organizações	 como	 sistemas	
abertos,	 considerando	que	a	organização	 interage	com	o	ambiente	externo.	Nas	
organizações	sempre	existirão	os	conflitos,	no	entanto,	isso	tem	seu	lado	positivo:	
a	 organização	 sempre	 estará	 inovando	 e	 mudando.	 Analisando	 os	 aspectos	
positivos,	 restrições	 e	 limitações	 do	 estruturalismo,	 conclui-se	 que	 essa	 é	 uma	
teoria	de	transição	em	direção	à	Teoria	de	Sistemas.	(CHIAVENATO,	2008).
2.5 TEORIA COMPORTAMENTAL
Segundo	Chiavenato	(2008,	p.	52):	
A	Teoria	Comportamental	 (ou	Teoria	Behaviorista)	da	Administração	
trouxe	 uma	 nova	 concepção	 e	 um	 novo	 enfoque	 dentro	 da	 teoria	
administrativa:	 a	 abordagem	 das	 ciências	 do	 comportamento	 [...],	 o	
abandono	das	posições	normativas	e	prescritivas	das	teorias	anteriores	
(Teorias	Clássica,	das	Relações	Humanas	e	da	Burocracia)	e	a	adoção	
de	posições	explicativas	e	descritivas.	A	ênfase	permanece	nas	pessoas,	
mas	dentro	do	contexto	organizacional	mais	amplo.
McGregor,	um	dos	autores	dessa	teoria,	comparou	dois	estilos	opostos	de	
administrar,	dividindo-os	em	Teoria	X	(baseada	na	teoria	tradicional,	mecanicista	
e	 pragmática)	 e	 Teoria	 Y	 (baseada	 nas	 concepções	 modernas	 a	 respeito	 do	
comportamento	humano).	A	Teoria	X	considera	que	as	pessoas	são	preguiçosas	por	
natureza,	não	têm	ambição,	são	resistentes	às	mudanças	e,	por	serem	dependentes,	
não	desenvolvem	autocontrole	e	autodisciplina;	e	por	isso,	as	pessoas	precisam	ser	
dirigidas	e	orientadas	no	desenvolvimento	das	atividades.		A	Teoria	Y,	por	sua	vez,	
considera	que	as	pessoas	sentem	prazer	em	trabalhar,	têm	interesse	em	conquistar	
bons	 resultados	 para	 a	 empresa,	 têm	 motivação	 e	 capacidade	 para	 assumir	
responsabilidades	 e	 têm	 capacidade	 e	 criatividade	 para	 solucionar	 problemas.	
(CHIAVENATO,	2008).
Herbert	Simon	utilizou	a	teoria	das	decisões	para	explicar	o	comportamento	
humano	 nas	 organizações.	 Na	 Teoria	 Comportamental,	 a	 organização	 é	 vista	
como	um	sistema	de	decisões.	Toda	decisão	envolve	seis	elementos:	tomador	de	
decisão	(quem	faz	a	escolha),	objetivos	(o	que	pretende	atingir	com	sua	escolha),	
preferências	 (critérios	 utilizados	 para	 escolher	 alguma	 coisa),	 estratégia	 (como	
atingir	 os	 objetivos),	 situação	 e	 resultado.	 O	 processo	 decisório	 envolve	 sete	
etapas:	percepção	da	 situação	que	envolve	algum	problema,	análise	e	definição	
do	problema,	definição	dos	objetivos,	procura	de	alternativas	de	 solução	ou	de	
cursos	de	ação,	escolha	da	alternativa	mais	adequada,	avaliação	e	comparação	das	
alternativas	e	implementação	da	alternativa	escolhida.	(CHIAVENATO,	2008).
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
16
De	acordo	com	Chiavenato	(2008,	p.	59):
A	 partir	 da	 Teoria	 Comportamental,	 um	 grupo	 de	 cientistas	 sociais	
e	 consultores	 de	 empresas	 desenvolveu	 uma	 abordagem	 moderna,	
democrática	e	variada	ao	desenvolvimento	planejado	das	organizações,	
que	recebeu	o	nome	de	Desenvolvimento	Organizacional	(DO).
Entre	 os	 objetivos	do	Desenvolvimento	Organizacional	 estão:	 fazer	 com	
que	as	pessoas	se	identifiquem	com	a	organização,	sejam	comprometidas,	leais	e	
compartilhem	dos	objetivos	da	empresa;	e	desenvolver	espírito	de	equipe	através	
da	integração	e	interação	das	pessoas.	(CHIAVENATO,	2008).
É	 nessa	 teoria	 que	 as	 pessoas	 começam	 a	 ser	 percebidas	 como	 parte	
importante	do	processo	decisório	dentro	das	organizações.
2.6 TEORIA SISTÊMICA
A	Teoria	Geral	dos	Sistemas	foi	elaborada	pelo	biólogo	alemão	Ludwig	Von	
Bertalanffy,	por	volta	de	1950.	Essa	 teoria	demonstra	o	 isomorfismo	das	ciências,	
permitindo	a	eliminação	de	suas	fronteiras	e	o	preenchimento	dos	espaços	vazios	
(espaços	brancos)	entre	elas.	Os	sistemas	não	podem	ser	compreendidos	apenas	pela	
análise	separada	e	exclusiva	de	cada	uma	de	suas	partes.	(CHIAVENATO,	2008).
De	acordo	com	Maximiano	(2011,	p.	308,	grifo	do	autor):
Sistema	é	um	todo	complexo	ou	organizado;	é	um	conjunto	de	partes	
ou	elementos	que	formam	um	todo	unitário	ou	complexo.	Um	conjunto	
de	 partes	 que	 interagem	 e	 funcionam	 como	 um	 todo	 é	 um	 sistema.	
Qualquer	entendimento	da	ideia	de	sistema	compreende:
•	Um	conjunto	de	entidades	chamadas	partes,	elementos ou componentes.
•	Alguma	espécie	de	relação ou interação	das	partes.
•	A	visão	de	uma	entidade	nova	e	distinta,	criada	por	essa	relação,	em	
um	nível	sistêmico	de	análise.
A	partir	dessa	 teoria	 as	 empresas	passaram	a	 ser	 consideradas	 sistemas	
que	possuem	vários	sistemas	internos	e	que	interagem	com	outros	sistemas.	“Todo	
sistema	está	integrado	dentro	de	um	ambiente,	formado	por	outros	sistemas	que	
se	organizam	em	sistemas	 cada	vez	maiores.	Os	 sistemas	 importam	energia	do	
ambiente	 e	 a	 processam,	 para	 transformá-la	 e	 devolvê-la	 aos	 outros	 sistemas.”	
(MAXIMIANO,	2011,	p.	321).
Compreender	o	sistema	no	qual	a	organização	está	inserida	faz	toda	diferença	
na	forma	de	planejar	e	tomar	decisões.	Conforme	Maximiano	(2011,	p.	321):	
Na	análise	de	qualquer	sistema,	é	necessário	entender	qual	seu	ambiente	
e	seu	papel	dentro	dele:	as	relações	de	interdependência,	as	fontes	de	
recursos,	os	destinatários	dos	produtos	e	serviços,	as	regras	que	devem	
ser	 obedecidas.	 Principalmente,	 a	 análise	 deve	 focalizar	 a	missão	 do	
sistema	dentro	do	ambiente:	sua	utilidade	para	outros	sistemas.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
17
O	 enfoque	 sistêmico	 permite	 ao	 administrador	 visão	 integrada	 das	
organizações	e	do	processo	administrativo,	além	de	auxiliar	no	planejamento	e	na	
elaboração	de	sistemas	que	produzam	resultados.	(MAXIMIANO,	2011).
Maximiano	 (2011)	 apresenta	 exemplos	 de	 ideias	 baseadas	 no	 enfoque	
sistêmico:
• Administração da qualidade total – a	 qualidade	 é	 um	 problema	 de	 toda	 a	
empresa,	não	apenas	do	departamento	de	qualidade.
• Reengenharia e redesenho de processos –	 o	 desempenho	 de	 um	 processo	
depende	de	toda	a	organização.
• Mudança organizacional –	a	mudança	é	realizada	para	melhorar	o	desempenho	
da	organização,	por	isso	não	deve	acontecer	de	forma	isolada,	deve	atingir	todos	
os	departamentos	necessários.
• Administração estratégica –	 o	 equilíbrio	 entre	 sistemas	 internos	 e	 externos	
garante	o	desempenho	e	a	sobrevivência	da	organização.
• Abordagem situacional –	as	soluções	dependem	sempre	de	um	ajuste	com	a	
situação.	Não	existe	receita	pronta.
A	organização	é	um	sistema	aberto,	ou	seja,	está	em	constante	interação	com	
o	ambiente,	influenciando-o	e	sendo	influenciada.	O	sistema	aberto	tem	capacidade	
de	crescimento,	mudança	e	adaptação	ao	ambiente.	(CHIAVENATO,	2008).
Essa	 abordagem	 possibilitou	 grandes	 avanços	 para	 as	 organizações,	
uma	 vez	 que	 se	 passou	 a	 analisar	 fatores	 internos	 e	 externos	 que	 influenciam	
seu	desempenho.	Os	administradores	deixaram	de	considerar	fatores	 isolados	e	
passaram	a	analisar	a	empresa	como	um	todo.
2.7 TEORIA CONTINGENCIAL
Segundo	Chiavenato	(2008,	p.	81):	
A	 Teoria	 da	Contingência	 enfatiza	 que	 não	 há	 nada	 de	 absoluto	 nas	
organizações	 ou	 na	 teoria	 administrativa.	 Tudo	 é	 relativo.	 Tudo	
depende.	A	 abordagem	 contingencial	 explica	 que	 existe	 uma	 relação	
funcional	entre	as	condições	do	ambiente	e	as	técnicas	administrativas	
apropriadas	para	o	alcance	eficazdos	objetivos	da	organização.
“A	 visão	 contingencial	 está	 dirigida	 acima	 de	 tudo	 para	 desenhos	
organizacionais	e	 sistemas	gerenciais	adequados	para	cada	situação	específica.”	
(CHIAVENATO,	2008,	p.	81).	
Essa	 teoria	 considera	 duas	 variáveis	 que	 influenciam	 as	 características	 da	
organização:	o	ambiente	e	a	tecnologia.	O	ambiente	é	multivariado	e	complexo,	por	isso,	
é	preciso	analisá-lo	conforme	seu	conteúdo.	E	a	tecnologia	envolve	os	equipamentos	
utilizados	 para	 produzir	 determinado	 bem	 e	 o	 conhecimento	 acumulado	 e	
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
18
desenvolvido	para	realizar	tarefas.	A	partir	dessa	teoria	a	variável	tecnologia	assumiu	
importante	papel	na	teoria	administrativa.	(CHIAVENATO,	2008).
Conforme	Chiavenato	(2008,	p.	82):
A	organização	passou	a	ser	diferenciada	em	três	níveis	organizacionais:	
nível	 institucional	 ou	 estratégico	 (responsável	 pela	 formulação	 de	
políticas	 gerais),	 nível	 intermediário	 (responsável	 pela	 elaboração	 de	
planos	e	programas	específicos)	e	nível	operacional	 (responsável	pela	
execução	de	rotinas	e	procedimentos).	
Para	finalizar,	vejamos	o	que	pensa	Kwasnicka	(2010,	p.	49):
Toda	organização	deve	estar	atenta	para	os	elementos	do	ambiente,	que	
são	muitos	e	que	mudam	com	certa	rapidez.	Essa	é	a	base	para	a	visão	
contingencial	da	organização:	a	organização	adapta	e	auxilia	a	moldar	
seu	ambiente	de	forma	a	torná-lo	viável.	Ou	seja,	não	é	o	ambiente	que	
se	adapta	à	empresa,	é	a	empresa	que	se	adapta	ao	ambiente”.
3 FUNÇÕES DA ADMINISTRAÇÃO
Segundo	Fayol	apud	Maximiano	(2011,	p.	72):	“A	administração	compreende	
cinco	funções:	planejamento,	organização,	comando,	coordenação	e	controle.”	
Fayol	 apud	 Maximiano	 (2011)	 definiu	 as	 funções	 da	 administração	 da	
seguinte	maneira:
l	Planejamento	(previsão):	examinar	o	futuro	e	traçar	um	plano	de	ação	a	médio	
e	longo	prazo.
l	 Organização:	 montar	 uma	 estrutura	 humana	 e	 material	 para	 realizar	 o	
empreendimento.
l Comando:	manter	o	pessoal	em	atividade	em	toda	a	empresa.
l	 Coordenação:	reunir,	unificar	e	harmonizar	toda	a	atividade	e	esforço.
l	 Controle:	cuidar	para	que	tudo	se	realize	de	acordo	com	os	planos	e	as	ordens.
A	 grande	 maioria	 dos	 autores	 aborda	 as	 funções	 como	 sendo	 quatro:	
planejamento,	organização,	direção	e	controle.	Por	esse	motivo,	vamos	nos	ater	à	
explicação	destas	quatro.
3.1 PLANEJAMENTO
Conforme	Chiavenato	 (2008,	p.	 341):	 “O	planejamento	está	voltado	para	
o	 futuro.	 [...]	 É	 para	 [o	 futuro]	 que	 a	 organização	deve	 estar	 preparada	 a	 todo	
instante.	 Planejamento	 é	 a	 função	 administrativa	 que	 define	 objetivos	 e	 decide	
sobre	os	recursos	e	tarefas	necessários	para	alcançá-los	adequadamente.”
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
19
O	processo	de	planejamento	é	a	ferramenta	para	administrar	as	relações	
com	 o	 futuro.	 É	 uma	 aplicação	 específica	 do	 processo	 decisório.	 As	
decisões	que	procuram,	de	alguma	forma,	influenciar	o	futuro,	ou	que	
serão	 colocadas	 em	prática	 no	 futuro,	 são	 decisões	 de	 planejamento.	
(MAXIMIANO,	2011,	p.	79).
 
Planejar	é	decidir	antecipadamente.	O	processo	do	planejamento	segue	
seis	etapas:	definição	de	objetivos,	verificação	da	atual	situação	da	organização	
em	 relação	 aos	 objetivos	 (onde	 a	 empresa	 está?	 O	 que	 precisa	 ser	 feito?),	
desenvolvimento	de	premissas	quanto	às	condições	 futuras	 (o	que	 temos	pela	
frente?),	 análise	 das	 alternativas	 de	 ação,	 escolha	 de	 um	 curso	 de	 ação	 entre	
as	 várias	 alternativas	 e	 implementação	 do	 plano	 e	 avaliação	 dos	 resultados.	
(CHIAVENATO,	2008).
O	processo	de	planejamento	acontece	por	meio	de	planos.	De	acordo	com	
Maximiano	(2011,	p.	80-81):
[...]	Um	plano	é	um	guia	para	a	ação	no	futuro.	O	plano	estabelece	qual	
situação	deverá	ser	alcançada,	o	que	precisa	ser	feito	para	alcançá-la	e	os	
recursos	que	serão	aplicados	nesse	esforço.	Os	planos	também	devem	
incluir	uma	previsão	dos	meios	de	controle	da	ação	e	do	consumo	dos	
recursos,	para	assegurar	a	realização	dos	objetivos.
A	parte	mais	importante	de	um	plano	são	os	objetivos.	“Objetivos	são	os	
resultados	desejados,	que	orientam	o	 intelecto	e	a	ação.	São	os	fins,	propósitos,	
intenções	ou	estados	futuros	que	as	pessoas	e	as	organizações	pretendem	alcançar,	
por	meio	da	aplicação	de	esforços	e	recursos.”	(MAXIMIANO,	2011,	p.	81).
Os	 planos	 podem	 ser	 temporários	 ou	 permanentes.	 Planos	 temporários	
extinguem-se	após	a	realização	dos	objetivos	(exemplo:	construção	de	uma	casa),	
enquanto	os	permanentes	apresentam	decisões	programadas,	que	são	utilizadas	
em	situações	predefinidas	 (exemplo:	definição	do	negócio,	missão	da	empresa).	
(MAXIMIANO,	2011).
O	planejamento	é	classificado	de	acordo	com	o	nível	organizacional	que	
abrange.	São	três	o	níveis	de	planejamento:	estratégico,	tático	e	operacional,	que	
serão	abordados	com	maior	ênfase	em	momento	futuro.
“Objetivos são resultados específicos que se pretende atingir.” (CHIAVENATO, 
2008, p. 341)
NOTA
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
20
O	sucesso	de	um	bom	planejamento	depende	de	ótima	organização	para	
sua	execução.	É	nesse	processo	que	se	define	o	que	será	feito,	como	será	feito	e	
por	quem	será	feito.	De	acordo	com	Maximiano	(2011,	p.	83):	“Organizar	é,	como	
todas	as	funções	da	administração,	um	processo	de	tomar	decisões.	As	decisões	de	
dividir	o	trabalho,	atribuir	responsabilidades	a	pessoas	e	estabelecer	mecanismos	
de	comunicação	e	coordenação	são	decisões	de	organizar.”
Para	Chiavenato	(2008,	p.	359):	“[...]	organização	significa	o	ato	de	organizar,	
estruturar	e	integrar	os	recursos	e	os	órgãos	incumbidos	de	sua	administração	e	
estabelecer	relações	entre	eles	e	suas	atribuições.”
O	processo	de	organizar	possui	as	seguintes	etapas:	
•	 Analisar	os	objetivos	e	o	trabalho	a	serem	realizados.
•	 Dividir	o	trabalho,	de	acordo	com	os	critérios	mais	apropriados	para	a	realização	
dos	objetivos.
•	 Definir	as	responsabilidades	pela	realização	do	trabalho.
•	 Definir	os	níveis	de	autoridade.
•	 Desenhar	a	estrutura	organizacional.	(MAXIMIANO,	2011).
A	divisão	do	trabalho	é	feita	para	que	os	funcionários	se	especializem	em	
determinada	tarefa	e	a	executem	com	maior	eficiência.	(CHIAVENATO,	2008).
Em	 relação	 à	 etapa	de	desenho	da	 estrutura	organizacional,	Maximiano	
(2011,	p.	85)	afirma:
Todas	 as	 decisões	 sobre	 divisão	 do	 trabalho,	 responsabilidades	 e	
autoridade	 resumem-se	 na	 estrutura	 organizacional.	 A	 estrutura	
organizacional	mostra	a	autoridade	e	as	responsabilidades	das	pessoas,	
como	indivíduos	e	como	integrantes	de	grupos.	Além	disso,	a	estrutura	
organizacional	 mostra	 a	 comunicação	 entre	 as	 pessoas	 e	 grupos.	 A	
estrutura	 organizacional	 é	 um	 conceito,	 representado	 pelo	 gráfico	
chamado	organograma.
3.2 ORGANIZAÇÃO
“O organograma é o tipo mais comum de gráfico para representar a estrutura 
organizacional de uma empresa. Usualmente, é composto por um número de blocos 
interligados [...] que mostram a relação de autoridade e responsabilidade existente na 
estrutura.” (KWASNICKA, 2010, p. 243). 
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
21
3.3 DIREÇÃO (EXECUÇÃO)
A	 função	 administrativa	 de	 direção	 está	 relacionada	 com	 a	maneira	
pela	qual	os	objetivos	devem	ser	alcançados	através	da	atividade	das	
pessoas	e	da	aplicação	dos	recursos	que	compõem	a	organização.	[...]	
Dirigir	significa	interpretar	os	planos	para	as	pessoas	e	dar	as	instruções	
e	orientação	sobre	como	executá-los	e	garantir	o	alcance	dos	objetivos”.	
(CHIAVENATO,	2008,	p.	368).
É	 nessa	 etapa	 que	 o	 papel	 do	 administrador	 no	 tratamento	 com	 seus	
subordinados	é	fundamental	para	se	atingir	bons	resultados.	Conforme	Chiavenato	
(2008,	p.	373):	“O	administrador	exerce	direção,	toma	decisões	e	influencia	e	motiva	
as	pessoas.Ele	comunica	e	estrutura	as	organizações	e	desenha	cargos	e	tarefas	
que	 repercutem	 no	 relacionamento	 interpessoal	 dos	membros.	 Ele	 incentiva	 as	
pessoas	sob	diferentes	aspectos.”	
O	 comportamento	 do	 administrador	 pode	 variar	 de	 acordo	 com	 a	
situação,	conforme	segue:
TABELA 1 - COMO VOCÊ GOSTARIA DE ADMINISTRAR UMA EMPRESA? 
Sistema 1
Autoritário
coercitivo
Sistema 2
Autoritário
benevolente
Sistema 3
Consultivo
Sistema 4
Participativo
Total	Centralização	
das	decisões
Alguma	centralização	
das	decisões
Descentralização	
e	delegação	das	
decisões
Total	descentralização	das	
decisões
Imposição,	coerção,	
intimidação
Alguma	imposição	de	
regras	e	regulamentos
Consulta	aos	níveis	
inferiores,	com	certa	
delegação
Participação,	consenso	e	
debate
Nenhuma	
transformação,	
somente	ordens	e	
comandos.
Pouca	informação,	
ordens,	comandos	e	
alguma	orientação
Fluxo	de	informação	
vertical	(ascendente	
e	descendente)
Intensa	informação	e	
comunicação,	troca	de	
ideias	e	sugestões
Nenhuma	liberdade,	
muitas	regras	e	
regulamentos
Alguma	liberdade,	
desconfiança	e	
condescendência
Confiança	nas	
pessoas.	Algum	
trabalho	em	equipe
Total	liberdade	e	
autonomia	das	pessoas.	
Poucas	regras	e	restrições
Punições	e	ações	
disciplinares,	
obediência	rígida
Punições	menos	
arbitrárias,	
recompensas	salariais
Ênfase	nas	
recompensas	
salariais,	raras	
punições	ou	castigos
Ênfase	nas	recompensas	
salariais,	sociais	e	
simbólicas
FONTE: Chiavenato (2008, p. 373)
É	importante	ressaltar	que	muitas	vezes	durante	a	execução	de	um	plano	pode	
haver	necessidade	de	alterar	decisões	e	implementar	correções.	(MAXIMIANO,	2011).
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
22
3.4 CONTROLE
O	sucesso	do	que	foi	planejado	depende	de	um	bom	controle.		De	acordo	
com	 Chiavenato	 (2008,	 p.	 377):	 “[...]	 o	 controle	 é	 a	 função	 administrativa	 que	
monitora	e	avalia	as	atividades	e	os	resultados	alcançados	para	assegurar	que	o	
planejamento,	a	organização	e	a	direção	sejam	bem-sucedidos.”	
Segundo	Maximiano	(2011,	p.	91),	“[...]	o	processo	de	controle	produz	e	usa	
informações	para	tomar	decisões.	As	informações	e	decisões	de	controle	permitem	
manter	qualquer	sistema	orientado	para	o	objetivo.”
São	etapas	do	processo	de	controle:
1.	Estabelecimento	de	objetivos	ou	padrões	de	desempenho.
2.	Avaliação	ou	mensuração	do	desempenho	atual.
3.	Comparação	do	desempenho	atual	com	os	objetivos	ou	padrões	estabelecidos.
4.	Tomada	 de	 ação	 corretiva	 para	 corrigir	 possíveis	 desvios	 ou	 anormalidades.	
(CHIAVENATO,	2008).
O	ciclo	compreendido	pelo	processo	de	controle	inicia	com	o	estabelecimento	
dos	padrões	de	desempenho,	uma	vez	definidos	esses	padrões,	é	preciso	analisar	o	
desempenho	atual	da	organização	e	compará-lo	com	os	padrões	fixados,	e	havendo	
necessidade,	efetuar	as	devidas	correções	para	que	o	que	foi	planejado	seja	executado.	
Uma	organização	que	não	controla	e	não	faz	adequações	para	corrigir	os	
problemas,	corre	o	risco	de	investir	recursos	e	não	atingir	os	objetivos	estabelecidos.	
Daí	a	importância	dessa	função.
4 PLANEJAMENTO
De	 acordo	 com	 Oliveira	 (2011,	 p.	 4):	 “[...]	 o	 planejamento	 pode	 ser	
conceituado	como	um	processo	[...]	desenvolvido	para	o	alcance	de	uma	situação	
futura	 desejada,	 de	 um	 modo	 mais	 eficiente,	 eficaz	 e	 efetivo,	 com	 a	 melhor	
concentração	de	esforços	e	recursos	pela	empresa”.
É	através	do	planejamento	que	a	empresa	define	o	que	será	feito,	e	como	será	
feito,	para	atingir	os	objetivos	esperados.	O	planejamento	envolve	toda	a	empresa,	
e	 faz	parte	de	 sua	 rotina	diária.	 	 Segundo	Chiavenato	 (2008,	 p.	 347):	 “[...]	 toda	
organização	está	sempre	planejando:	o	nível	institucional	elabora	genericamente	
o	planejamento	estratégico,	o	nível	intermediário	segue-o	com	planos	táticos	e	o	
nível	operacional	traça	detalhadamente	os	planos	operacionais”.
São	 três	 os	 tipos	 de	 planejamento:	 estratégico,	 tático	 e	 operacional.	 O	
tipo	de	planejamento	varia	de	acordo	 com	o	nível	organizacional,	dessa	 forma,	
o	planejamento	estratégico	(nível	institucional)	aborda	a	empresa	como	um	todo;	
o	 planejamento	 tático	 (nível	 intermediário)	 aborda	 cada	 unidade	 da	 empresa	
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
23
separadamente;	 e	 o	 planejamento	 operacional	 (nível	 operacional)	 aborda	 cada	
operação.	(CHIAVENATO,	2008).	
Vejamos	 mais	 algumas	 particularidades	 de	 cada	 tipo	 de	 planejamento.	
Iniciemos	pelo	planejamento	estratégico.		Conforme	Chiavenato	(2008,	p.	348):	
O	planejamento	estratégico	é	um	processo	organizacional	compreensivo	
de	 adaptação	 através	 da	 aprovação,	 tomada	 de	 decisão	 e	 avaliação.	
Procura	 responder	 a	 questões	 básicas,	 como:	 por	 que	 a	 organização	
existe,	o	que	ela	faz	e	como	faz.	O	resultado	do	processo	é	um	plano	que	
serve	para	guiar	a	ação	organizacional	por	um	prazo	de	três	a	cinco	anos.
Como	abrange	toda	a	empresa,	o	planejamento	estratégico	é	elaborado	pelos	
níveis	mais	 altos	 da	 organização.	 São	 parâmetros	 do	 planejamento	 estratégico:	
a	 visão	 do	 futuro,	 os	 fatores	 ambientais	 externos	 e	 os	 fatores	 organizacionais	
internos.	(CHIAVENATO,	2008).
O	 planejamento	 tático,	 por	 sua	 vez,	 é	 desenvolvido	 pelos	 níveis	
organizacionais	 intermediários,	 tendo	 como	 principal	 finalidade	 a	 utilização	
eficiente	dos	recursos	disponíveis	para	a	consolidação	de	objetivos	previamente	
fixados,	 segundo	 uma	 estratégia	 predeterminada,	 bem	 como	 as	 políticas	
orientativas	para	o	processo	decisório	da	empresa.	(OLIVEIRA,	2011).
Além	disso,	o	planejamento	 tático	é	de	médio	prazo,	ou	seja,	 se	estende	
para	 o	 exercício	 de	 um	 ano	 e	 abrange	 departamentos	 específicos,	 envolvendo	
planos	de	produção,	planos	financeiros,	planos	de	marketing	e	planos	de	recursos	
humanos.	(CHIAVENATO,	2008).
E	 finalmente,	 o	 planejamento	 operacional,	 que	 foca	 no	 curto	 prazo	 e	
abrange	cada	tarefa	ou	operação	individualmente.	(CHIAVENATO,	2008).
De	acordo	com	Oliveira	(2011,	p.	20):
O	 planejamento	 operacional	 é,	 normalmente,	 elaborado	 pelos	 níveis	
organizacionais	 inferiores,	 com	 foco	 básico	 nas	 atividades	 do	 dia	 a	
dia	da	empresa.	Os	planejamentos	operacionais	detalham	os	recursos	
necessários	para	sua	criação	e	implantação;	os	procedimentos	que	serão	
adotados;	os	resultados	finais	esperados;	os	prazos;	e	os	responsáveis	
por	sua	execução	e	implantação.
Os	planos	operacionais	cuidam	da	administração	da	rotina	para	assegurar	
que	 todos	 executem	 as	 tarefas	 e	 operações	 de	 acordo	 com	 os	 procedimentos	
estabelecidos	pela	organização,	a	fim	de	que	esta	possa	alcançar	os	seus	objetivos.	
(CHIAVENATO,	2008).
Os	planos	operacionais	podem	ser:	procedimentos	(métodos),	orçamentos	
(envolvem	dinheiro),	programações	(tempo)	e	regulamentos	(comportamento	das	
pessoas).	(CHIAVENATO,	2008).
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
24
Segundo Oliveira (2011, p. 181-182): “Numa empresa, a estratégia está 
correlacionada à arte de utilizar, adequadamente, os recursos físicos, tecnológicos, financeiros 
e humanos, tendo em vista a minimização dos problemas internos e a maximização das 
oportunidades que estão no ambiente empresarial, o qual não é controlável”.
5 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Todos	 dependemos	 diariamente	 de	 serviços	 públicos,	 e	 certamente,	 a	
maioria	de	nós	nunca	parou	para	analisar	a	 estrutura	administrativa	que	move	
os	 órgãos	 públicos.	 Sim,	 porque	 por	 trás	 dos	 serviços	 que	 utilizamos	 existem	
inúmeros	processos	e	procedimentos	a	serem	seguidos.
Mas	 afinal,	 o	 que	 é	 e	 para	 que	 serve	 a	 Administração	 Pública?	 A	
Administração	Pública	pode	ser	conceituada	em	sentido	subjetivo	eem	sentido	
objetivo.	Segundo	Moraes	(2005,	p.	91,	grifo	do	autor):	
A	 Administração	 Pública	 pode	 ser	 definida	 objetivamente	 como	
a	 atividade	 concreta	 e	 imediata	 que	 o	 Estado	 desenvolve	 para	 a	
consecução	dos	interesses	coletivos,	e	subjetivamente	como	o	conjunto	de	
órgãos	e	de	pessoas	jurídicas	aos	quais	a	lei	atribui	o	exercício	da	função	
administrativa	do	Estado.
Podemos	 dizer,	 então,	 que	 Administração	 Pública	 de	 forma	 objetiva	
envolve	 as	 atividades	 que	 o	 Estado	 desenvolve	 para	 atender	 o	 bem	 comum,	
enquanto	a	Administração	Pública	de	forma	subjetiva	inclui	os	órgãos	e	pessoas	
que	executarão	as	atividades	obedecendo	às	leis.
Para	 Marcello	 Caetano	 citado	 por	 Moraes	 (2005,	 p.	 91),	 Administração	
Pública	é	o	“[...]	conjunto	de	pessoas	jurídicas,	cuja	vontade	se	exprime	mediante	
órgãos	e	cuja	atividade	se	processa	através	de	serviços.”
“Administração	Pública	é	o	planejamento,	organização,	direção	e	controle	
dos	serviços	públicos,	segundo	as	normas	do	direito	e	da	moral,	visando	ao	bem	
comum.”	(BÄCHTOLD,	2008,	p.	26).
Bächtold	(2008,	p.	26)	complementa	que:	
NOTA
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
25
A	 palavra	 administração	 vem	 do	 latim	 ad	 (direção)	 e	 minister 
(obediência),	ou	seja,	o	administrador	dirige	obedecendo	à	vontade	de	
quem	 o	 contratou.	Assim,	 o	 administrador	 público	 vai	 conduzir	 seu	
trabalho	procurando	atender	à	necessidade	da	população	que	o	elegeu	
(obediência	ao	seu	objetivo).
É	importante	lembrar	que,	embora	o	administrador	público	trabalhe	de	
forma	a	atender	a	vontade	do	povo	que	o	escolheu,	na	Administração	Pública	
“[...]	 a	 vontade	 decorre	 da	 lei	 que	 fixa	 a	 finalidade	 a	 ser	 perseguida	 pelo	
administrador.”	(DI	PIETRO,	2011,	p.	50).
A	Administração	 Pública	 em	 sentido	 objetivo	 engloba:	 fomento,	 polícia	
administrativa,	serviço	público	e	intervenção:	
•	 fomento:	atividade	administrativa	de	incentivo	à	iniciativa	privada	de	utilidade	
pública,	 por	 meio	 de	 subvenções,	 financiamentos,	 favorecimentos	 fiscais	 e	
desapropriações;
•	 polícia	administrativa:	exercício	de	restrições	ao	exercício	de	direitos	individuais	
em	 benefício	 do	 interesse	 maior	 da	 coletividade,	 exteriorizando-se	 por	
intermédio	de	sanções,	notificações,	licenças,	fiscalizações;
•	 serviço	público:	corresponde	a	toda	atividade,	sob	regime	predominantemente	
público,	executada	direta	ou	indiretamente,	pela	Administração	Pública,	com	a	
finalidade	de	satisfazer	à	necessidade	da	coletividade;
•	 intervenção:	 corresponde	 à	 regulamentação	 e	 à	 fiscalização	 da	 atividade	
econômica	 de	 natureza	 privada,	 e	 da	 atuação	 direta	 do	 Estado	 no	 domínio	
econômico,	por	meio	de	empresas	estatais.	
A	 Administração	 Pública	 deve	 garantir	 o	 cumprimento	 da	 lei,	
desconsiderando	 a	 vontade	 particular,	 pois	 sua	 função	 é	 o	 bem	 comum,	
não	 individual.	 Para	 que	 a	 Administração	 Pública	 realize	 suas	 atividades	
o	 ordenamento	 jurídico	 lhe	 conferiu	 alguns	 poderes,	 que	 são	 os	 chamados	
poderes	administrativos,	são	eles:	poder	regulamentar,	poder	disciplinar,	poder	
hierárquico	e	poder	de	polícia.	(MORAES,	2005).
O estudo detalhado de cada um desses poderes será feito na Unidade 2.
ESTUDOS FU
TUROS
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
26
6 DIFERENÇA ENTRE ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA
Os	conceitos	de	administração	já	apresentados,	mostram	que	administrar	
é	 planejar,	 organizar,	 dirigir	 e	 controlar	 recursos	 para	 alcançar	 objetivos	
estabelecidos.	Isso	vale	tanto	na	iniciativa	privada	quanto	na	pública.	No	entanto,	
as	diferenças	entre	administração	privada	e	administração	pública	são	inúmeras	e	
começam	pela	sua	finalidade.	
De	acordo	com	Saravia	(2010,	p.	4-5):	
O	 ponto	 de	 partida	 da	 distinção	 está	 na	 própria	 finalidade	 de	 cada	
uma	das	duas	esferas	de	ação.	O	Estado	se	define	pelo	seu	objetivo	de	
bem	 comum	 ou	 interesse	 geral	 que,	 no	 caso	 do	 Brasil,	 está	 explícito	
na	 Constituição	 Federal.	 Vale	 a	 pena	 lembrar	 o	 preâmbulo,	 quando	
estabelece	a	razão	de	ser	do	Estado	brasileiro:	“um	Estado	Democrático,	
destinado	a	assegurar	o	exercício	dos	direitos	 sociais	e	 individuais,	 a	
liberdade,	a	segurança,	o	bem-estar,	o	desenvolvimento,	a	igualdade	e	
a	justiça	como	valores	supremos	de	uma	sociedade	fraterna,	pluralista	
e	 sem	preconceitos,	 fundada	na	harmonia	 social	 e	 comprometida,	na	
ordem	interna	e	internacional	com	a	solução	pacífica	das	controvérsias”.
Enquanto	a	finalidade	de	uma	empresa	é	obter	ganho	econômico	através	da	
organização	de	recursos	(materiais,	financeiros,	humanos	e	tecnológicos)	utilizados	
para	produção	de	um	bem	ou	prestação	de	um	serviço.	(SARAVIA,	2010).
Outra	diferença	de	grande	relevância	decorre	do	princípio	da	legalidade,	
expresso	na	Constituição,	conforme	Meirelles	(2005,	p.	88):
Na	 Administração	 Pública	 não	 há	 liberdade	 nem	 vontade	 pessoal.	
Enquanto	 na	 administração	 particular	 é	 lícito	 fazer	 tudo	 que	 a	 lei	
não	proíbe,	na	Administração	Pública	só	é	permitido	fazer	o	que	a	lei	
autoriza.	A	 lei	 para	 o	 particular	 significa	 “pode	 fazer	 assim”;	 para	 o	
administrador	público	significa	“deve	fazer	assim”.
O	fato	é	que,	conforme	Bächtold	(2008,	p.	26):	“Em	todos	os	países,	qualquer	
que	seja	sua	forma	de	governo	ou	organização	política,	existe	uma	administração	
pública.	É	a	administração	pública	que	permite	aos	governantes	cumprir	as	funções	
básicas	do	governo,	de	forma	a	tratar	o	bem	público	da	melhor	maneira	possível.”
De	acordo	com	Meirelles	(2005,	p.	86):	“Os	fins	da	administração	pública	
resumem-se	num	único	objetivo:	o	bem	comum	da	coletividade	administrada.”	
Ao	 longo	 deste	 caderno	 de	 estudos	 você	 aprenderá	 como	 surgiu	 a	
Administração	 Pública,	 como	 ela	 funciona,	 suas	 principais	 características,	 seus	
princípios,	sua	evolução,	como	e	por	quem	é	exercida.
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
27
Outras	 grandes	 diferenças	 apontadas	 por	Osborne	 e	Gabler	 citados	 por	
Saravia	 (2010)	 são:	a	motivação,	pois	os	chefes	do	setor	público	 têm	a	 reeleição	
como	motivação,	 enquanto	 os	 empresários,	 o	 lucro;	 os	 recursos	 financeiros	 do	
governo	 são	 obtidos	 através	 do	 pagamento	 de	 impostos	 pelos	 contribuintes,	
enquanto	numa	empresa	originam	da	venda	de	produtos	aos	clientes;	as	decisões	
na	esfera	pública	são	adotadas	democraticamente,	enquanto	na	iniciativa	privada	
o	empresário	decide	sozinho	ou	com	os	acionistas	da	empresa.
Outra	 diferença	 entre	 empresa	 privada	 e	 administração	 pública	 é	 com	
relação	 à	 contratação	de	 seus	 funcionários.	A	 administração	pública	deve	 fazer	
concurso	 público	 para	 cargos	 efetivos,	 ou	 processo	 seletivo	 quando	 houver	
necessidade	de	contratar	temporariamente.	O	mesmo	acontece	para	aquisição	de	
produtos	e	serviços,	quando	a	administração	pública	deve	fazer	processo	licitatório.
O	regime	jurídico	também	é	diferente,	para	a	empresa	é	de	direito	privado	
e	para	 a	 organização	pública	 –	pelo	menos,	 em	princípio	 –	 é	 o	direito	público.	
Consequentemente,	 o	 pessoal	 da	 empresa	 privada	 está	 regido	 pelo	 direito	
trabalhista	(CLT)	e	o	da	administração	pública	é,	em	princípio,	estatutário	ou	de	
direito	público	(com	as	exceções	previstas	em	lei).	(SARAVIA,	2010).
Apesar	 de	 todas	 essas	 diferenças	 elencadas,	 a	 administração	 pública	
depende	 da	 iniciativa	 privada,	 e	 esta	 por	 sua	 vez,	 também	 depende	 daquela.	
Conforme	Simon	citado	por	Saravia	(2010,	p.	8):
Uma	 sociedade	 produtiva	 necessita	 de	 organizações	 produtivas	 e	 de	
mercados	 eficazes.	 Sem	 as	 primeiras,	 as	 segundas	 não	 têm	 negócios	
possíveis.	E	entre	as	organizações	necessárias	estão	as	governamentais	
que	 podem	 fornecer	 o	 marco	 legal	 e	 a	 infraestrutura	 de	 serviços	
essenciais	que	fazem	com	que	as	operaçõescomerciais	sejam	possíveis,	
eficazes	e	capazes	de	responder	às	necessidades	e	metas	da	sociedade.
Leia o artigo Administração Pública e Administração de Empresas: Quem Inspira a 
Quem? De Enrique Jeronimo Saravia, disponível na íntegra no site: <http://revistaadmmade.
estacio.br/index.php/admmade/article/viewFile/100/103>.
DICAS
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
28
EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE
As	 causas	 imediatas	 do	 aparecimento	 da	 Escola	 de	 Relações	 Humanas	
foram	os	 estudos	 e	 as	 experiências	 realizados	por	 professores	 da	Universidade	
de	Harvard	na	Western	Electric	 em	sua	 fábrica	de	 equipamentos	 telefônicos	de	
Hawthorne	a	partir	de	1927.
Esses	estudos	foram	precedidos	por	outros,	realizados	a	partir	de	1924	
pela	 Academia	 Nacional	 de	 Ciências,	 os	 quais	 se	 concentraram	 na	 análise	
das	 relações	 da	 produtividade	 com	 a	 iluminação	 no	 local	 de	 trabalho.	 Tal	
análise	 baseava-se	 nas	 orientações	 de	 Taylor,	 Gilbreth	 e	 seus	 sucessores.	
O	 homem	 era	 visto	 como	 uma	 unidade	 isolada	 cuja	 eficiência	 poderia	 ser	
estimada	cientificamente.	Acreditava-se	que	essa	eficiência	seria	 influenciada	
principalmente	pelos	fatores	que	seguem:	
•	 movimentos	dispendiosos	e	ineficientes	na	execução	do	trabalho;
•	 fadiga;
•	 deficiência	do	ambiente	físico.
Os	estudos	de	Hawthorne	podem	ser	divididos	em	três	fases.	A	primeira	
fase	 iniciou-se	em	1923	e	 foi	orientada	por	membros	do	Comitê	em	Iluminação	
Industrial	 (Committee	 on	 Industrial	 Lighting),	 fundado	 pela	 General	 Electric	
Company	sob	supervisão	de	Charles	Snow.	Snow	conduziu	estudos	sobre	os	efeitos	
da	intensidade	de	luz	na	produtividade.	Realizaram-se	então	experiências	com	os	
indivíduos,	para	estudar	esses	fatores	e	como	eles	influenciavam	na	execução	da	
tarefa.	De	acordo	com	esse	centro	de	referência,	na	primeira	experiência	realizada,	
os	métodos	de	produção	e	os	sistemas	de	remuneração	foram	mantidos	constantes.	
Inicialmente	 foram	 selecionados	 dois	 grupos	 de	 operários.	 Em	 um	 grupo,	 a	
iluminação	permaneceu	constante	durante	toda	a	experiência;	no	outro,	teve	sua	
intensidade	sempre	aumentada.
A	 produção	 do	 segundo	 grupo	 elevou-se,	 mas	 também	 cresceu	 a	
produção	do	primeiro,	o	que	mostrava	que	a	iluminação	não	era	uma	variável	
que	afetava	o	trabalho	das	equipes.	Os	resultados	até	então	não	tinham	levado	
a	nada.	Como	continuação	das	pesquisas,	foi	reduzida	a	iluminação	no	grupo	
de	teste	e,	surpreendentemente,	a	produção	continuou	a	aumentar.	A	conclusão	
evidente	foi	de	que	havia	outras	variáveis	que	não	estavam	sendo	controladas	e	
que	exerciam	influência	direta	sobre	a	produtividade.	A	partir	desses	resultados,	
o	 grupo	 de	 pesquisadores	 de	 Hawthorne	 iniciou	 novas	 pesquisas,	 com	 o	
objetivo	de	determinar	essas	novas	variáveis.	Esses	 resultados,	 interpretados	
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | ADMINISTRAÇÃO
29
por	um	dos	 colegas	de	Charles	 Snow,	Homer	Hilbarger,	 ficaram	 conhecidos	
como	efeito	Hawthorne:	o	fato	de	que	os	trabalhadores	eram	observados	pelos	
pesquisadores	durante	o	 seu	 trabalho	 e	 a	 comunicação	 com	estes	os	 levou	a	
considerar	que	havia	maior	interesse	e	preocupação	por	parte	da	direção	com	
a	melhoria	 de	 suas	 condições	 de	 trabalho	 e	 isso	 os	 impulsionou	 a	 trabalhar	
e	 a	 produzir	 mais,	 independentemente	 da	 variação	 da	 iluminação.	 Esses	
resultados	mostraram	que	o	simples	 fato	de	os	 indivíduos	serem	observados	
muda	seu	comportamento.	Chamou-se	a	atenção	para	as	necessidades	afetivas	
dos	empregados.
A	 segunda	 fase	 dos	 experimentos	 foram	 os	 testes	 conduzidos	 no	 Relay	
Assembly	 Test	 Room	 em	 1927.	 Seis	 mulheres	 foram	 escolhidas	 para	 o	 estudo,	
separadas	das	outras	operárias	e	colocadas	para	trabalhar	na	montagem	de	relés	
elétricos,	em	condições	especiais.	As	mulheres	trabalhavam	em	uma	sala	menor	
que	a	anterior,	com	uma	iluminação	mais	intensa,	as	condições	de	pagamento	e	
de	trabalho	na	 linha	de	montagem	foram	modificadas	e	havia	um	pesquisador-
observador	que	também	trabalhava	na	supervisão	de	tarefas.	Uma	das	mudanças	
mais	marcantes	 é	 que	 as	mulheres	 estavam	autorizadas	 a	 conversar	 umas	 com	
as	 outras	 e	 a	 interagir	 durante	 o	 trabalho.	 Mais	 uma	 vez,	 constatou-se	 que	 a	
possibilidade	de	comunicar-se	entre	si	e	 interagir,	bem	como	a	 interação	com	o	
pesquisador,	influenciaram	fortemente	nos	resultados.
A	 última	 fase	 da	 pesquisa	 começou	 em	 1931	 e	 ficou	 conhecida	 como	
experimentos	 do	 Bank	 Wiring	 Observation	 Room.	 Foram	 utilizados	 métodos	
de	pesquisa	sofisticados,	com	foco	na	dinâmica	entre	pequenos	grupos.	Catorze	
homens	foram	selecionados	para	participar	das	observações	na	sala	de	estudos.	
Eles	 foram	 encarregados	 de	 montar	 componentes	 elétricos	 em	 equipe.	 Os	
pesquisadores	 interagiram	 menos	 com	 os	 trabalhadores.	 A	 produtividade	 não	
aumentou;	 ao	 contrário,	 ficou	 comprovado	 que	 o	 grupo	 limitava	 o	 ritmo	 de	
trabalho	e	a	produtividade.
O	 fracasso	 das	 tentativas	 de	 relacionar	 as	 condições	 físicas	 de	 trabalho	
com	a	produtividade	não	constitui,	 todavia,	o	único	 fato	 importante	na	origem	
da	Escola	das	Relações	Humanas.	Como	 já	dissemos,	 esta	 foi	 a	 causa	próxima,	
embora	outras	mais	gerais,	como	as	que	seguem,	não	possam	ser	esquecidas.
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
30
Os	resultados	de	Hawthorne	foram	interpretados	da	seguinte	maneira:
•	 A	 produtividade	 dos	 trabalhadores	 era	 determinada	 por	 padrões	 e	
comportamentos	informais	estabelecidos	pelo	grupo	de	trabalho.
•	 Os	padrões	e	as	normas	informais	dos	grupos	de	trabalhadores	são	influenciados	
por	elementos	que	eles	trazem	em	sua	cultura	e	hábitos	próprios,	que	refletem	
características	de	sua	socialização.
•	 Quando	existe	um	conflito	entre	as	regras	de	trabalho	e	os	padrões	informais	
estabelecidos	pelo	grupo,	a	tendência	deste	era	diminuir	a	produtividade.
FONTE: MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia de. Teoria geral da 
administração. 3. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. p. 44 e 45.
31
Neste tópico vimos que:
•	 Administração	 envolve	 planejamento,	 organização,	 direção	 e	 controle	 de	
recursos	materiais,	humanos,	financeiros	e	tecnológicos	para	atingir	resultados	
positivos	para	a	organização.
•	 Apesar	 de	 o	 estudo	 da	 Administração	 como	 ciência	 ser	 recente,	 já	 existem	
muitas	teorias	com	o	intuito	de	adaptar	as	organizações	e	as	pessoas	para	atingir	
melhores	resultados.
•	 A	Teoria	Clássica	abrange	a	Teoria	Científica,	proposta	por	Taylor	nos	Estados	
Unidos,	 que	 dava	 ênfase	 às	 tarefas.	 Enquanto	 na	 França,	 Fayol	 propunha	 a	
Teoria	Clássica,	 cujo	 foco	era	na	estrutura	que	a	organização	deveria	possuir	
para	ser	eficiente.
•	 A	Teoria	das	Relações	Humanas	surgiu	nos	Estados	Unidos,	por	volta	de	1930	em	
decorrência	da	Experiência	de	Hawthorne.	Seu	precursor	foi	Elton	Mayo.	Essa	
teoria	passou	a	considerar	as	pessoas	e	os	grupos	sociais	dentro	da	organização.
•	 A	 Teoria	Neoclássica	 nada	mais	 é	 do	 que	 a	 Teoria	 Clássica	 aproveitando	 os	
conhecimentos	das	outras	teorias.	Foi	nessa	teoria	que	a	organização	passou	a	
ser	dividida	nos	níveis	institucional,	intermediário	e	operacional.
•	 A	Teoria	Estruturalista	estuda	a	organização	na	estrutura	interna	e	na	interação	
com	outras	organizações.	A	empresa	passa	a	ser	considerada	um	sistema	aberto,	
que	interage	com	o	ambiente	externo.
•	 A	 Teoria	 Comportamental	 foca	 no	 comportamento	 humano	 dentro	 da	
organização.	As	pessoas	começam	a	ser	percebidas	como	parte	importante	do	
processo	decisório	dentro	das	organizações.
•	 Na	Teoria	Sistêmica	a	organização	passa	a	ser	estudada	como	um	sistema	aberto	
em	constante	interação	com	o	ambiente,	influenciando-o	e	sendo	influenciada,	
capaz	de	crescerde	adaptar-se	ao	ambiente.
•	 A	Teoria	Contingencial	enfatiza	que	numa	organização	tudo	é	relativo,	tudo	
depende.	Não	existe	solução	pronta	para	os	problemas,	 tudo	vai	depender	
da	situação.
•	 As	 funções	 da	 administração	 (planejar,	 organizar,	 dirigir	 e	 controlar)	 são	
essenciais	para	o	bom	desempenho	das	organizações	e	devem	estar	integradas.
RESUMO DO TÓPICO 1
32
•	 O	 planejamento	 é	 de	 suma	 importância	 para	 a	 sobrevivência	 da	 empresa.	 É	
dividido	em	planejamento	estratégico	(nível	institucional),	planejamento	tático	
(nível	intermediário)	e	planejamento	operacional	(nível	operacional).
•	 A	Administração	Pública	também	envolve	planejamento,	organização,	direção	e	
controle,	no	entanto,	sua	finalidade	é	o	bem	comum,	não	o	lucro.
•		As	principais	diferenças	entre	administração	particular	e	Administração	Pública	
são	a	finalidade	(lucro	x	bem	comum)	e	o	fato	de	a	Administração	Pública	só	
poder	fazer	o	que	a	lei	autoriza	e	a	administração	particular	poder	fazer	tudo	o	
que	a	lei	não	proíbe.
33
1	 No	que	se	refere	à	Administração,	analise	as	proposições	a	seguir	e	assinale	
a	alternativa	CORRETA:
I.	Administração	envolve	planejamento,	organização,	direção	e	controle.
II.	Administrar	é	tomar	decisões	sobre	objetivos	e	utilização	de	recursos.
III.	Uma	empresa	que	não	utiliza	as	ferramentas	da	Administração	terá	sucesso	
garantido,	diferentemente	daquelas	que	utilizam.
a)	(			)	Apenas	a	proposição	I	está	correta.
b)	(			)	Apenas	a	proposição	II	está	correta.
c)	 (			)	As	proposições	I	e	II	estão	corretas.
d)	(			)	Todas	as	proposições	estão	corretas.
2	 O	estudo	da	Administração	como	ciência	é	recente.	Das	alternativas	a	seguir,	
quais	são	as	causas	desse	fato:
a)	(			)	Na	Antiguidade	o	trabalho	era	visto	com	desprezo.
b)	(			)	Na	Antiguidade	o	 trabalho	era	visto	 com	desprezo	e	na	 Idade	Média	
as	classes	mais	favorecidas	tinham	preconceito	em	relação	ao	trabalho,	
quem	era	nobre	não	trabalhava.
c)	(			)	O	estudo	da	Administração	não	 tem	nada	a	ver	 com	a	 forma	como	o	
trabalho	era	visto.
d)	(			)	A	Administração	não	fazia	parte	da	vida	dos	homens,	até	hoje	muitos	
nem	precisam	dela.
3	 Com	base	nas	teorias	da	Administração,	relacione	a	coluna	da	direita	com	a	
coluna	da	esquerda:
AUTOATIVIDADE
I.	Administração	Científica (		)	Ênfase	nas	pessoas.
II.Teoria	Clássica (		)	Ênfase	na	estrutura.
III.Teoria	das	Relações	Humanas
(	 	 )	Ênfase	no	 comportamento	das	pessoas	que	passam	a	
ser	 consideradas	parte	 importante	do	processo	decisório	
dentro	da	empresa.
IV.Teoria	Comportamental (		)	Ênfase	nas	tarefas.
A	sequência	CORRETA	é:
a)	 (			)	I	-	II	-	IV	e	III.
b)	(			)	I	–	II	–	III	e	IV.
c)	 (			)	II	–	I	–	III	e	IV.
d)	(			)	III	–	II	–	IV	e	I.
34
4	 Taylor	procurou	substituir	os	métodos	rudimentares	por	métodos	científicos,	
esse	projeto	recebeu	o	nome	de:
a)	 (			)	Organização	Internacional	do	Trabalho.
b)	(			)	Organização	Regional	do	Trabalho.
c)	 (			)	Organização	Racional	do	Trabalho.
d)	(			)	Organização	Radical	do	Trabalho.
5	 A	Administração	Científica	e	a	teoria	das	Relações	Humanas	classificavam	
o	homem	de	acordo	com	seus	interesses.	Para	a	Administração	Científica	o	
homem	foi	conceituado	como	________	__________,	enquanto	na	teoria	das	
Relações	Humanas	era	considerado	_________	__________.
Assinale	a	alternativa	que	preenche	corretamente	as	lacunas:
a)	 (			) Homo economicus;	homem	social.
b)	(			)	Homo economicus;	homem	racional.
c)	 (			)	Homem	social;	homo economicus.
d)	(			)	Homem	social;	homem	racional.
6	 São	funções	da	Administração:
a)	(			)	Planejamento	e	organização.
b)	(			)	Planejamento,	organização,	direção	e	controle.
c)	(			)	Organização,	controle	e	liderança.
d)	(			)	Planejamento,	auditoria	e	ouvidoria.
7	 O	 planejamento	 é	 vital	 para	 o	 sucesso	 das	 empresas	 e	 abrange	 toda	 a	
organização.	Acerca	do	planejamento	 relacione	a	coluna	da	direita	 com	a	
coluna	da	esquerda.
I.	Planejamento
(		)	Compreende	o	nível	intermediário	da	empresa,	aborda	cada	unidade	
separadamente,	é	de	médio	prazo.
II.	Planejamento	estratégico (		)	Processo	desenvolvido	para	alcance	de	situação	futura	desejada.
III.	Planejamento	tático
(		)	Abrange	o	nível	operacional	da	empresa,	compreende	cada	tarefa	
individualmente,	foca	no	curto	prazo.
IV.	Planejamento	operacional
(		)	Elaborado	pelos	níveis	mais	altos	da	organização,	compreende	toda	
a	organização,	é	de	longo	prazo.
Assinale	a	alternativa	que	contém	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	IV	–	I	-	II	e	III.
b)	(			)	III	–	II	-	IV	e	I.
c)	 (			)	III	–	I	-	II	e	IV.
d)	(			)	III	–	I	-	IV	e	II.
35
8	 Podemos	resumir	os	fins	da	Administração	Pública:
a)	 (			)	Na	aquisição	de	bens	para	o	órgão	público.
b)	(			)	Na	busca	pelo	bem	comum.
c)	 (			)	Na	conquista	de	prêmios	de	responsabilidade	social.
d)	(			)	Na	obtenção	de	lucro.
9	 Com	base	 nas	 diferenças	 entre	 administração	 particular	 e	Administração	
Pública,	analise	as	proposições	abaixo:
I.	 A	 finalidade	 da	 Administração	 Pública	 é	 o	 bem	 comum,	 enquanto	 da	
Administração	particular	é	o	lucro.
II.	A	Administração	particular	 só	 pode	 fazer	 o	 que	 está	 em	 lei,	 enquanto	 a	
Administração	Pública	pode	fazer	tudo	que	a	lei	não	proíbe.
III.	A	Administração	Pública	deve	obedecer	ao	princípio	da	legalidade,	ou	seja,	
só	pode	fazer	o	que	está	expresso	em	lei,	enquanto	a	administração	particular	
pode	fazer	tudo	que	a	lei	não	proíbe.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	Apenas	a	I	está	correta.
b)	(			)	Apenas	a	II	está	correta.
c)	 (			)	Apenas	I	e	III	estão	corretas.
d)	(			)	Todas	estão	corretas.
36
37
TÓPICO 2
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Vistos	os	conceitos	e	a	diferença	de	Administração	e	Administração	Pública,	
vamos	começar	a	nos	aprofundar	na	matéria	que	trata	da	Administração Pública.
Para	isto,	é	importante	conhecer	e	entender	como	a	Administração	Pública	
surgiu,	quais	são	suas	origens.	Ao	falar	sobre	Administração	Pública,	aparecerá	a	
figura	do	Estado	e	seus	componentes.	Neste	caderno	de	estudos,	quando	falarmos	
em	Estado	com	letra	maiúscula,	estamos	nos	referindo	ao	país.
Entre	 os	 componentes	 do	 Estado,	 além	 do	 povo	 e	 do	 território,	 está	 o	
governo.	Estudaremos	como	o	governo	se	organiza	em	seus	três	poderes,	que	são	
o	Executivo,	o	Legislativo	e	o	Judiciário.
Por	fim,	 vamos	 estudar	 sobre	 as	 constituições	do	Brasil.	 Para	ficar	mais	
claro,	a	constituição	é	a	lei	máxima	de	um	país.
2 ORIGENS HISTÓRICAS
Seguindo	a	 linha	de	raciocínio	de	Meirelles	 (2011,	p.	60,	grifo	do	autor):	
“O	estudo	da	Administração Pública	 em	geral,	 compreendendo	a	 sua	estrutura	e	
as	suas	atividades,	deve	partir	do	conceito	de	Estado	[...]”.	Observamos	que	para	
entendermos	melhor	como	surgiu	a	Administração	Pública,	precisamos	antes	ter	o	
entendimento	do	conceito	de	Estado.
Aqui,	quando	falamos	em	Estado,	nos	referimos	sob	o	aspecto	político,	ou	
seja,	um	povo	que	vive	em	um	território	comandado	por	um	governo,	“O	conceito	
de	Estado	varia	segundo	o	ângulo	em	que	é	considerado.	[...]	sob	o	aspecto	político,	
é	comunidade	de	homens,	fixada	sobre	um	território,	com	potestade	superior	de	
ação,	de	mando	e	de	coerção	[...].”	(MALBERG	apud	MEIRELLES,	2011,	p.	61).
Em	um	Estado	independente	deve	haver	soberania,	ou	seja,	um	poder	que	faça	
cumprir	a	vontade	de	seu	povo	em	um	determinado	território.	Dessa	forma,	surgem	os	
poderes	do	Estado:	Executivo,	Legislativo	e	Judiciário.	Para	Meirelles	(2011,	p.	61,	grifo	
do	autor):	“A	vontade	estatal	apresenta-se	e	se	manifesta	através	dos	denominados	
Poderes de Estado.	[...]	são	o	Legislativo,	o	Executivo e o Judiciário	[...].”
UNIDADE 1 | ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
38
Os poderes do Estado serão estudados ainda nesta unidade do caderno de 
estudos.
Para	 que	 na	 prática

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