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CESED No. 01
FACISA
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: Direito Civil VII
PROFESSOR: Mário Vinícius Carneiro
Considerações Gerais sobre o Direito das Sucessões 
Fundamentos
	Tendo por finalidade regulamentar a transmissão do patrimônio de uma pessoa que morre a seus herdeiros e legatários, este direito tem suas normas previstas nos artigos 1784 a 2027 do Código Civil e, também, nos artigos 982 a 1045 do Código de Processo Civil. 
 
Definições
	Basicamente, podemos conceituar sucessão como sendo a continuação de uma pessoa em relação jurídica, que cessou para o sujeito anterior e continua em outro. Em outras palavras, é a transferência de direitos de uma pessoa para outra. 
	A sucessão pode ser inter vivos ou causa mortis. A primeira é tratada pelo Direito das Obrigações e/ou Direito das Coisas. É o caso, por exemplo, de João vender um carro de sua propriedade à Maria. Esta será, portanto, a sucessora de João na propriedade do veículo. 
	Ou, ainda, noutra situação. João é credor de Maria, tendo a receber dela R$ 500,00. Ele cede o seu crédito a Pedro. Este será sucessor de João na relação jurídica. 
	Já a sucessão causa mortis é a transmissão da herança de um morto a seus herdeiros e donatários. Tem, portanto, como pressuposto, a morte do sucedido. É deste tipo de sucessão que trata o Direito das Sucessões. 
Espécies de sucessão
	Sendo observado por outro ângulo, a sucessão pode ser: 
Sucessão a título universal: consiste na transmissão da totalidade de certo patrimônio ao sucessor, que se sub-roga abstratamente na totalidade. Tanto pode ser inter vivos ou causa mortis. Exemplos: 
 1. A empresa “X” incorpora a empresa “Y”. Neste caso, haverá a sucessão universal da incorporadora, uma vez que sucederá a incorporada na totalidade de seu patrimônio (sucessão universal inter vivos). 
 2. João vem a falecer. Os seus herdeiros o sucedem de modo universal, na totalidade dos seus bens. Isto significa dizer que, enquanto não for realizada a partilha dos bens, a herança pertence a todos os herdeiros, sem distinção, em regime de co-propriedade (sucessão universal causa mortis).
Sucessão a título singular: é quando ocorre a transmissão de uma coisa ou de um direito determinado. Nesta situação ocorre sub-rogação concreta em relação de Direito determinada. Semelhante à sucessão a título universal, tanto pode ser inter vivos ou causa mortis. Vejamos estes exemplos: 
José faz a doação de um imóvel a Pedro. Este será o sucessor de José, sendo a sucessão a título singular inter vivos. Isto porque o imóvel era determinado e não houve a morte de ninguém para que a mesma ocorresse. 
 José morreu e deixou em testamento para Pedro um imóvel localizado à Rua da Gratidão, 50, na cidade de Esperança (PB). Temos aqui uma sucessão a título singular, porém causa mortis.
Sobre a sucessão causa mortis
	Dois são os modos que a sucessão causa mortis pode ser: 
Sucessão legítima: é a que ocorre por determinação legal. Supondo que Joaquim morra sem deixar testamento (ab intestato), a transmissão de sua herança aos herdeiros será feita de acordo com as determinações legais. Neste caso, a sucessão será sempre universal. 
Sucessão testamentária: é aquela que ocorre por ato de vontade deixado em testamento. Este é um instrumento da vontade, cuja finalidade é produzir as conseqüências jurídicas com a morte do testador.
 	A sucessão testamentária pode ser a título universal: deixo meus bens para João e Antônia. Pode ser a título singular: deixo a casa “X” para João; a casa “Y” será para Maria. Pode ocorrer que seja nas duas modalidades ao mesmo tempo: deixo meus bens para João e Antônia. Para Maria, deixo a casa “Z”. 
Alguns termos utilizados no Direito das Sucessões
	No estudo do Direito das Sucessões, encontramos vários termos para designar quer quem deixa a herança ou mesmo quem a recebe. Vejamos: 
Autor da herança: pode receber diversas denominações. Por exemplo: falecido, finado, morto, sucedido, antecessor, inventariado ou qualquer expressão semelhante. Há uma expressão bastante utilizada oriunda do latim: de cujus, que em nossa língua pátria tornou-se “decujo”. O termo é proveniente da expressão latina “persona de cujus successione agitur” (“Pessoa de cuja sucessão se trata”). 
Herdeiro: é aquele que recebe os bens. Será legítimo, sendo a sucessão legítima, ou testamentária, em caso de sucessão testamentária. 
Herdeiro necessário ou reservatário: é aquele a quem a Lei assegura a metade do acervo hereditário. São os descendentes, ascendentes e o cônjuge viúvo. Havendo a existência destes, eis que o testador só poderá dispor de metade do seu patrimônio.
Legatário: é aquele a quem o testador deixa uma coisa ou uma quantia certa, determinada, individuada, a título de legado.
Herança: também chamado de acervo hereditário, massa ou monte, espólio. É o conjunto patrimonial transmitido causa mortis, constituindo-se de ativo e passivo. 
Espólio: embora o termo venha a ser utilizado como sinônimo de herança, na prática, contudo, utiliza-se no sentido de herança inventariada, isto é, herança em processo de inventário. Pode ser utilizado ainda como coletivo de herdeiros em conjunto com a massa inventariada. Exemplo: “a dívida será cobrada do espólio”. 
Inventário: é o processo judicial, amigável ou litigioso, pelo qual se apura o ativo e o passivo da herança, com o propósito de se chegar á herança líquida (ativo menos passivo). Esta herança líquida, apurada após o pagamento das dívidas e recebimento dos créditos, será, então, partilhada entre os herdeiros. 
BIBLIOGRAFIA: 
FIUZA, César. Direito Civil: curso completo/ 8ª. Edição. Belo Horizonte: Del Rey, 2004.

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