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Dimensionamento do reator UASB Departamento de Química e Meio Ambiente Tratamento de Águas Residuárias II Profº: João Paulo Siqueira Alunos: Adriane Melo Isabela Duarte Christopher Jimmy Maracanaú – 2018 Dimensionamento do reator UASB com os seguintes elementos: Consumo per capita: 145 L/hab.dia Coeficiente de retorno: 0,85 População: 55260 hab Qméd: 6810,8 m³/d Qmáx: 12259,5 m³/d Temperatura do mês mais frio: 26 ºC DQOaflu: 745 mg/L Nº de reatores (Nr): 5 unidades Carga orgânica CORG= CxQ CORG= 745 mg/L x 6810,8 m³/d CORG= 5074,073 kg DQO/dia Adoção do Tempo de Detenção Hidráulica De acordo com a TAB. 01 foi escolhido o TDH de acordo com a realidade do projeto. Tabela 1 – Tempo de detenção hidráulico para projeto de reatores UASB Temperatura do esgoto (ºC) Tempo de detenção hidráulica (TDH) Para Qmédia Para Qmáxima 16 – 19 > 10 – 14 > 7 – 9 – 26 > 6 – 9 > 4 – 6 > 26 > 6 > 4 Fonte: Chernicharo (1997), adaptado de Lettinga&HulshoffPol (1991) TDH= 8,0 h Volume do reator Volume por módulo Nr= 5 Adoção da altura do reator De acordo com Chernicharo (2007), a altura de reatores UASB é de 4,0 a 5,0 m. h= 4,5 m Áreado reator por módulo Diâmetro →12 m Recálculos corrigidos - Área = 113,097m² - Volume = 508,93m³ - TDH = 8,96h Verificações das cargas aplicadas por módulo - Carga orgânica volumétrica: De acordo com Chernicharo (2007), valor permitido < 15 kg DQO/dia. - Carga hidráulica volumétrica: De acordo com Chernicharo (2007), valor permitido < 3,5 m³/m³.dia. Verificações das velocidades superficiais Para o caso de tratamento de esgoto doméstico, recomendam-se as seguintes velocidades superficiais: Tabela 2 - Velocidade superficial para projeto de reatores UASB, tratando esgoto doméstico Vazão afluente Velocidade superficial (m/h) Vazão média 0,5 a 0,7 Vazão máxima < 1,1 Picos temporais (2 e 4 h) < 1,5 Fonte: Chernicharo (1997), adaptado de Lettinga&HulshoffPol (1991) - Velocidade média: - Velocidade máxima: Avaliação da Produção de Metano Estimativa de DQO efluente (70%) Estimativa da produção de metano Carga de DQO removida convertida em metano: Coeficiente de produção de sólidos (Ƴ)= 0,21 Kg DQOlodo /Kg DQOaflu Fator de correção Vazão de metano Vazão do biogás 75% de CH4 no biogás Avaliação da Produção de Lodo Tabela 3 - Condicionantes de Projeto - lodo Coeficiente de produção de sólidos (Ƴ) (Kg SST/Kg DQOafl) Coeficiente de produção de sólidos (Ƴ) (Kg DQOlodo /Kg DQOafl) Metano Concentração esperada para lodo de descarte Densidade do lodo anaeróbio (kg/m³) 0,18 0,21 4% (0,04) 1020 a) Produção de Lodo b) Volume de Lodo c) Ciclo de Operação dos Leitos Faixa: 15-20 dias, adotado 20 dias. Massa de Lodo retirada do reator: Onde CO é o ciclo de operação; Volume de lodo retirado por ciclo de operação: Taxa de Aplicação de sólidos nos leitos: Adotado 10 kg SST/m² Área Necessária de Leitos: Números de Leitos de Secagem: Adotar 5 unidades Área por Leito: 1278,6/5 = 255,73m² Relação L/B: Recalcular Área: Altura da Lâmina de lodo: Detalhamento do UASB a) Distribuição Afluente: Diâmetro dos tubos de Distribuição: 100 mm Distância entre o local de saída e o fundo: 0,3 Área de Influência da Distribuição: 2,5 m² Número de Tubos de Distribuição: At/Ai 113,09 x 3 (área por módulo)/ 5 NTD= 226,19 tubos Número de tubos por módulos: Tmódulo = 226,19/5 Tmódulo = 45,23 Adotar 45 tubos Comprimento de Decantação: a) Largura de cada abertura simples: 1,6m b) Área de cada Módulo: 113,09 m² c) Área de Passagem do comprimento de decantação = Amód – Aseptrifásico Velocidade de Passagem = Qmédmód/Aps Altura da Aba Inclinada: 1,9 (h1 >1,5m) Altura da Parede Vertical: 0,8 (h2 >0,3m) g) Largura do coletor de gás: h) Largura menor do separador trifásico i) Volume do Compartimento de decantação: πD²/4 (h1+h2) j) TDH do compartimento de decantação: k) Trespasse do Defletor (b): 0,15m (>0,10-0,2m) l) Largura do Defletor: PARTIDA DE REATOR UASB De acordo com Chernicharo & Borges (1996), a partida de um reator UASB pode ser realizada de três maneiras: Com inóculo adaptado ao esgota a ser tratado: partida rápida e satisfatória, pois dispensa a etapa de adaptação do lodo dentro do reator; Co inóculo não adaptado: necessário período de aclimatação, incluindo fase de seleção microbiana; Sem a utilização de lodo de inóculo: forma mais desfavorável. Como a concentração de microrganismos no esgoto é muito pequena, o tempo demandado para a retenção e seleção de elevada massa microbiana pode ser bastante prolongado. Segundo Chernicharo (1997), a partida de um UASB sem a utilização de inóculo pode demorar de 4 a 6 meses. Com a utilização deste em quantidade inferior a 4% do volume do reator se pode alcançar um tempo de partida de 2 a 3 semanas. Chernicharo & Borges (1996) realizaram estudo com a partida de reator UASB, em escala real (477 m3), utilizando 16 m3 de lodo de digestor anaeróbio de ETE de cervejaria, com concentração de sólidos voláteis (SV) igual a 14 g/L. Utilizaram período de aclimatação de 24 horas sem alimentação, após a inoculação, monitorando pH, alcalinidade, DQO e ácidos voláteis do sobrenadante. Após duas semanas de operação, foi atingida a carga orgânica plena, correspondente a 1,25 kgDQO/m3.dia. Utilizando o primeiro método citado, temos os procedimentos durante a partida do reator, de acordo com Chernicharo & Borges (1996): Inoculação; Alimentação com esgoto; Monitoramento do processo. A seguir, temos alguns dos procedimentos adotados durante a partida de um reator de manta de lodo na cidade de Itabira/MG (Chernicharo et al., 1996). Inoculação A inoculação pode ser feita tanto com o reator cheio ou vazio, embora seja preferível a inoculação com o reator vazio, a fim de diminuir as perdas de lodo durante o processo de sua transferência. Para essa segunda situação, foram os seguintes procedimentos adotados: Transferir o lodo do inóculo para o reator, cuidando para que o mesmo seja descarregado no fundo do reator. Evitar turbulências e contato excessivo com o ar; Deixar o lodo em repouso por um período aproximado de 12 a 24 horas, possibilitando a sua adaptação gradual à temperatura ambiente. Alimentação do reator com esgoto Após o término do período de repouso, iniciar a alimentação do reator com esgoto, até que o mesmo atinja aproximadamente a metade de seu volume útil; Deixar o reator sem alimentação por um período de 24 horas. Ao término deste período, e antes de iniciar uma próxima alimentação, coletar amostras do sobrenadante do reator e efetuar análises dos seguintes parâmetros: temperatura, pH, alcalinidade, ácidos voláteis e DQO. Caso estes parâmetros estejam dentro das faixas de valor aceitáveis, prosseguir o processo de alimentação. Valores aceitáveis: pH entre 6,8 e 7,4 e ácidos voláteis abaixo de 200 mg/L (como ácido acético); Continuar o processo de enchimento do reator, até que o mesmo atinja o seu volume total (nível dos vertedores do decantador); Deixar o reator novamente sem alimentação por outro período de 24 horas. Ao término deste período, retirar novas amostras para serem analisadas e proceder como anteriormente; Caso os parâmetros analisados estejam dentro das faixas estabelecidas, propiciar a alimentação contínua do reator, de acordo com a quantidade de inóculo utilizada e com a porcentagem de vazão a ser aplicada (veja na Fig. 1); Implantar e proceder monitoramento de rotina do processo de tratamento; Proceder aumento gradual da vazão afluente, inicialmente a cada 15 dias, de acordo com a resposta do sistema. Este intervalo poderá ser ampliado ou reduzido, dependendo dos resultados obtidos. Figura 1: Representação gráficados volumes de inóculos necessários. Fonte: Chernicharo, 1997. Adaptado. Monitoramento do processo de tratamento Para o monitoramento do processo de tratamento deve ser definida a rotina de coleta de amostras e os parâmetros físico-químicos a serem analisados. A seguir temos um programa de monitoramento que pode ser adotado durante a partida de reatores de manta de lodo. Tabela 1: Programa de monitoramento de um reator UASB durante a partida. Parâmetro Unidade Frequência de amostragem afluente reator efluente Produção de biogás m3/d - diária - Composição de biogás % CH4 - semanal - Temperatura °C Diária diária - pH - Diária diária - Alcalinidade bicarbonato mg/L 3 x semana - 3 x semana Ácidos voláteis mg/L 3 x semana - 3 x semana Sólidos sedimentáveis mg/L 3 x semana - 3 x semana Sólidos suspensos (SS) mg/L 2 x semana - 3 x semana Sólidos totais (ST) mg/L - mensal - Sólidos voláteis totais (SVT) mg/L - mensal - DQO total mg/L 3 x semana - 3 x semana DQO filtrada mg/L 1 x semana - 1 x semana DBO total mg/L 1 x semana - 1 x semana DBO filtrada mg/L 1 x semana - 1 x semana Nitrogênio total (NTK) mg/L quinzenal - quinzenal Fósforo total mg/L quinzenal - quinzenal Atividade metanogênica específica gDQO/gSV.d - quinzenal - Nota: A frequência das análises pode ser reduzida ao longo da partida do processo, de acordo com os resultados obtidos. REFERÊNCIAS CHERNICHARO, Carlos Augusto de Lemos; ANAERÓBIOS, Reatores. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Reatores anaeróbios, v. 5, p. 379, 1997. CHERNICHARO, C. A. L.; BORGES, J. M. Metodologia utilizada durante a partida de um reator UASB de 477m3 tratando esgotos tipicamente domésticos. In: Anais do XXV Congreso Interamericano de Ingeniería Sanitaria y Ambiental. 1996. p. 655-661.
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