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CONFUSÃO DE LÍNGUAS NA LITERATURA O QUE O ADULTO ESCREVE, A CRIANÇA LÊ.

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CONFUSÃO DE LÍNGUAS NA LITERATURA: O QUE O ADULTO ESCREVE, A CRIANÇA LÊ.
Em outras oportunidades, percebo a insegurança dos professores em ler em voz alta, em se colocar perante os colegas, em sair das linhas de um texto e entrar nas entrelinhas.
A leitura do texto literário e o trabalho na sala de aula deveriam explorar o que a obra oferece. Não é necessário que o professor tenha um roteiro prévio e fechado do que lerá a desenvolverá na sala de aula. Claro, o plano de aula é necessário. Porém, o processo de leitura, de debate e de escrita, se constrói, principalmente, na prática, com a participação de todos. Portanto, conheça antes os livros que levará para os seus alunos, explore a vida do autor e as outras obras que escreveu e publicou. Entre fundo numa produção, porque superficialidade não combina com literatura. Deixe as vozes dos alunos e a sua voz se juntarem para a exploração de uma obra.
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Os textos aqui reunidos procuram o professor sensibilizar o professor para a importância da literatura como expressão das palavras, como manifestação que não pede exercícios prontos, mas pede introspecção, criação, improvisação.
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As palavras que se seguem trazem, sobretudo,
Ao longo do texto que se segue,
Há reflexões sobre temas que têm sido abordados.
Alguns remas, recentemente, foram apropriados para o estudo pela educação escolar,
Há um capítulo especial para o professor de educação infantil, que lida com crianças ainda não alfabetizadas e precisa tomar contato com o universo literário a elas dirigidos. Muitas vezes, ele não sabe que tipo de obra levar aos seus alunos que ainda não leem as palavras.
Boa parte deste estudo é dedicada às obras dos escritores consagrados.
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E você não deve se esquecer de fazer, também, sua autoavaliação sistematicamente, pois isso irá lhe auxiliar no processo de avaliação dos seus alunos.
A confusão de línguas entre o universo adulto e o infantil será trabalhada, principalmente, nos capítulos inicias, no intuito de que o professor percebera como é delicada e de grande responsabilidade a escolha de um livro ou de texto para a criança ler. E não se esqueça: vai ser difícil agrada a todos, até porque a literatura lida com as diferenças.
A literatura abre múltiplos caminhos para você mesmo os descubra.
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São os educadores que facilitam o acesso da criança aos livros e a aproxima da literatura.
Isso nos faz pensar que há uma confusão de línguas na produção literária voltada à infância. Há um olhar, um ponto de vista do adulto que criou a obra x um olhar, um ponto de vista da criança sobre a obra.
O adulto pode ser um espelho para a criança. Por isso, é tão importante que o professor goste de ler para que seus alunos se interessem pela leitura.
Se, por um lado, lá, da parte da criança, uma linguagem da ternura que se apresenta sob a forma de brincadeira, lá, da parte do adulto, uma linguagem da paixão, no sentido de um abuso, de (Pg 17) algo desmedido, o que provoca uma incompreensão entre as duas partes, entre as duas linguagens.
Na década de 1930, tivemos Orígenas Lessa, Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, Luís Jardim e Vicente Guimarães (Vovô Felicio). Na década seguinte, destacamos Francisco Maris e Edy Lima. Nos anos de 1950, 0 destaque é o poeta Mario Quintana. A década de 1960 nos trouxe Cecilia Meireles, Maria Mazzeti, Clarice Lispector e Ziraldo, por exemplo. São autores que possuem uma obra consagrada, com edições atualizadas, prontas para serem lidas e conhecidas pelo professor.
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Esses autores são considerados os herdeiros de Lobato, pois prosseguiram o projeto de uma literatura que contempla os temas atuais, a infância, as nossas raízes folclóricas e o ponto de vista da criança. São temas tão caros à formação das nossas crianças que merecem ser lidos e relidos nas salas de aula.
Entre eles, podemos citar Ziraldo (1969); João Carlos Marinho (1969); Lygia Bojunga (1972); Bartolomeu Campos de Queirós (1974); Joel Rufino dos Santos (1975); Ruth Rocha (1976); Ana Maria Machado (1977) e Marina Colasanti (1979).
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Lobato está para a prosa, como Cecília está para a Poesia, com criações que valorizam o olhar e a escuta da infância, a imaginação, os neologismos e uma linguagem coloquial.
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O livro se configura como uma totalidade de texto, ilustrações e projeto gráfico ( a capa, o papel, as guardas, a paginação, a diagramação etc).
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Nem tudo que se produz em versos é Poesia. Nem tudo que se produz em narrativa é obra literária. Em nosso entendimento, não há a literatura de qualidade, pois a qualidade já é condição da literária. A literatura dispensa adjetivos, ela é uma expressão de arte que emociona, comove, leva a experimentar sensações, pensamentos, palavras... A literatura te afeta, você não é o mesmo depois de ler um poema, um conto ou um romance.
A literatura, como uma expressão artística, é a arte das palavras. Como uma manifestação de sentimentos, sensações, impressões e como a expressão lírica de um artista da palavra e do desenho, ela provoca deleite e traz um trabalho poético com as palavras, com as figuras de linguagem e com as imagens.
O adulto deveria saber distinguir o que é literário daquilo que não é literário: a diferença entre uma obra literária e um livro de história para criança. Os elementos que caracterizam a literatura como arte e expressão do Belo podem ser encontrados, principalmente, nos textos poéticos, em prosa e em Poesia. Portanto, devemos reconhecer a literatura como um objeto simbólico, como possibilidade de subjetivação para a criança e o adulto, como um instrumento de criação de sentidos. Uma expressão que não comporta condições e regras, nem a priori (antes de ser criada e produzida), nem a posteriori (depois de publicada).
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O que caracteriza a literatura infantil? De que criança falamos? Qual é a literatura a ela dirigida? Se há uma literatura infantil, dirigida a infância, há uma criança, o destinatário da referida literatura.
Isso porque é o adulto que cria e produz a obra literária, e a criança lê e recebe tal produção.
A medição entre a criança e o livro, a leitura, é também feita por um adulto. A criança deveria ter acesso a uma gama de obras de leitura, principalmente à leitura literária, que lhe abre campo de questões e não um saber pronto.
Para uma obra ser literária, é necessário que haja a predominância da função metalinguística no texto e na imagem visual. É a poética que caracteriza o literário. É o manejo artístico das palavras feito pelo escritor; é o manejo literário dos desenhos feitos pelo ilustrador.
Na literatura, as palavras e orações não estão apenas postas e bem usadas de acordo com as regras da língua culta. Mas as palavras e orações também encantam o leitor, o deleitam, tornam a leitura única e singular. Ou o incomodam, pois nem sempre gostamos do que lemos. As expressões literárias envolvem aquele que as lê, o leitor fica implicado no texto, numa trama de formas bem trabalhadas, esculpidas: o verdadeiro literário com as palavras.
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