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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA CCLA – CENTRO DE COMUNICAÇÃO, LETRAS E ARTES CURSO DE ARTES VISUAIS – LICENCIATURA THAYLINE PEREIRA DA SILVA ENSINO/APRENDIZAGEM DAS ARTES VISUAIS: um olhar para o PIBID e os estágios curriculares supervisionados. Boa Vista, RR, Brasil 2014 THAYLINE PEREIRA DA SILVA ENSINO/APRENDIZAGEM DAS ARTES VISUAIS Monografia apresentada ao Curso de Artes Visuais – Licenciatura, do Centro de Comunicação, Letras e Artes da Universidade Federal de Roraima – UFRR, como requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciado em Artes Visuais. Orientador: Profa. Dra. Leila Adriana Baptaglin Boa Vista, 01 de dezembro 2014 THAYLINE PEREIRA DA SILVA ENSINO/APRENDIZAGEM DAS ARTES VISUAIS Monografia apresentada ao Curso de Artes Visuais – Licenciatura, do Centro de Comunicação, Letras e Artes da Universidade Federal de Roraima – UFRR, como requisito para a obtenção do grau de Licenciado em Artes Visuais. Defendida em 01 de Dezembro e avaliada pela seguinte banca examinadora: ___________________________________ Profa. Dra. Leila Adriana Baptaglin (Orientador/Curso de Artes Visuais/UFRR) ____________________________________ Profa. Dra. Ivete Souza da Silva (Membro/Curso de Artes Visuais/UFRR) ____________________________________ Profa. Dayana Soares Araújo (Membro/Curso de Artes Visuais/UFRR) Boa Vista, 01 de dezembro de 2014. AGRADECIMENTOS Eu Thayline Pereira da Silva agradeço primeiramente à Deus pela bondade e graça me dada pela oportunidade de estar concluindo mais uma etapa em minha vida. Agradeço a minha filha Sophia Duarte por está sempre comigo. À minha mãe Jocélia por ter me ajudado e apoiado a todo o momento em que precisei. À minha irmãzinha Thalassa pela paciência e compreensão. Ao meu marido pela compreensão e paciência. A minha tia Ivanilde e sua família por ter me ajudado nessa caminhada quando precisei. Agradeço a minha orientadora Leila Baptaglin pela paciência e generosidade que teve para comigo. Agradeço as minhas amigas Tainá Ribeiro, Mayara Sousa, Gabriela Monteiro, Acsa Ribeiro, por esta sempre comigo nesta caminhada, muito obrigado meninas. RESUMO Monografia de conclusão de curso Curso de Artes Visuais Licenciatura Universidade Federal de Roraima ENSINO/APRENDIZAGEM DAS ARTES VISUAIS Acadêmica: Thayline Pereira da Silva Orientadora: Leila Adriana Baptaglin Boa Vista, 01 de Dezembro 2014. O presente trabalho foi elaborado no intuito de compreender como as experiências do PIBID e dos estágios curriculares supervisionados podem inferir no ensino de artes na escola estadual Ana Libória e no colégio de Aplicação de Boa Vista/RR, visto que, a partir das minhas vivências de estágio e PIBID, as aulas de artes hoje estão muito banalizadas pelos próprios professores e ainda mais pelos alunos. Para esta análise utilizamos o caminho metodológico da pesquisa qualitativa pautada pela pesquisa-ação, tendo como instrumento de investigação o questionário e a entrevista. O referencial teórico e o embasamento da análise foram feitos pelos autores, Ferraz e Fusari (1993), Oliveira (2007), Santos (2006), e Santos e Jesus (2010). A partir das análises realizadas pudemos considerar que mudanças em nossa prática são necessárias, devemos buscar novos caminhos e horizontes com metodologias mais interativas não apenas para os alunos. Assim, ensinar artes é planejar de forma que os alunos possam assimilar ativamente os conhecimentos que estão se construindo e que possam compreender e interpretar. PALAVRAS-CHAVE: Ensino; Aprendizado, Pibid, Estágio Supervisionado. ABSTRACT Teaching/ learning of Visual Arts The present study has been prepared in order to understand the experiences of the PIBID and of supervised traineeships can infer in arts education on state school “Ana Libória” and high school “Aplicação” of Boa Vista/RR, since from my experiences of internship and the PIBID arts classes today are too trivialised by teachers and even more by the students. For this analysis we use qualitative research methodological path guided by action research, having as investigative tool the questionnaire and the interview. The theorical framework and the basis of the analysis were made by authors, Ferraz and Fusari (1993), Oliveira (2007), Santos (2006), Santos and Jesus (2010). From the analyses we can consider that changes in our practice are required. We must seek new paths and horizons with more interactive methodologies not only for students. So teach arts is planning so that students can activily assimilate the knowledge you are building and you can understand and interpret. Keywords: teaching learning, supervised internship. LISTA DE SIGLAS PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência CAP- Colégio de Aplicação LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional LIBRAS - Língua Brasileira de Sinais AL - Escola Estadual Ana Libória UFRR – Universidade Federal de Roraima SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO.............................................................................................. 10 2 - METODOLOGIA.......................................................................................... 13 3- BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE ARTE............................................... 15 4- A IMPORTÂNCIA DO PIBID E DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NA FORMAÇÃO DOS DOCENTES EM ARTES .................................................... 20 5- O TRABALHO DO PIBID E DOS ESTÁGIOS CURRICULARES SUPEVISIONADOS NAS ESCOLAS................................................................ 21 6- DIAGNÓTICOS.............................................................................................. 26 6.1- Organização das Aulas............................................................................... 27 6.2- Interesse nas Aulas.................................................................................... 29 6.3- Desenvolvimento das Aulas........................................................................ 33 6.4- Participação dos Estágios e Pibidianos...................................................... 38 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................... 39 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA........................................................................42 APÊNDICES...................................................................................................... 44 10 1. INTRODUÇÃO No mundo contemporâneo a arte se apresenta de diversas maneiras e formas. Sendo assim, o que será que podemos dizer do que é considerado arte, será que estamos preparados para receber ideias novas e obras com linguagens artísticas na qual não estão acostumados? Estamos tão habituados com uma arte clássica, que achamos estranhas algumas obras serem consideradas obras de arte, mas neste momento se precisa ter um olhar artístico, fazendo com que na docência tenhamos a capacidade de criar novos olhares, novas maneiras onde os alunos consigam ver além das coisas compreensíveis, mas que vejam ali uma obra de arte com todos os seusrequisitos. A maneira como algumas pessoas vêem a obra de arte, em sua concepção tradicional, não devemos utilizar como regra. Pelo contrário, desmistificar este conceito de arte e adentrar na arte contemporânea é uma característica que deve ser explorada, fazendo com que os alunos consigam ver isso, bem como, chamar a atenção deles para que possamos apreciar as diferentes linguagens e estruturas artísticas, tendo não apenas o interesse em apreciarmos, mas em sentirmos a necessidade de se expressarem e também criarem suas próprias obras. É dessa forma que a docência deveria ser praticada hoje em nossas escolas, fazendo assim com que nossos alunos criassem uma consciência crítica, capaz de ter a sensibilidade de se questionar enquanto humano, afinal por que a vida não pode ser considerada uma obra de arte? Que percurso o ser humano daria, tendo essa capacidade de analisar e construir uma obra de vida reflexiva? Esses questionamentos deveriam permear nossas vidas, assim teríamos mais artistas e seres humanos críticos capazes de compreender e refletir a arte. A docência pode sim ser o caminho para a compreensão da arte? Dentro da docência podemos ser artistas e incentivarmos os alunos a esse percurso, temos frustrações, certezas, incertezas, acertos e erros, mas esses sentimentos nos ajudam a compor uma obra mais cheia de nossas subjetividades, de reflexões e possibilidades de nós mesmos. 11 A todo o momento nos pedem rótulos, e esses precisam ser definidores, indetitários: „arte-educadora‟ tem um peso mais político e militante, e também mais teórico; „professora de Educação Artística‟ ou „professora Artística‟ é a professora moldada ainda em contornos expressionista e espontaneístas; „professora de Arte‟ parece mais contemporâneo e atualizado, pode fazer pensar em mais pesquisa e estudo. No final das contas, talvez sejamos um pouco de cada uma delas, ao mesmo tempo. (OLIVEIRA, 2007, p.238) Com base na citação de Oliveira (2007), não há como definir o que somos dentro da docência, assumimos identidades que nos rotulam, mas será que esses rótulos não querem dizer algo mais sobre o que somos? Podemos ter sim um pouco dos três tipos de professoras como cita a autora acima, o misto dessas professoras faz com que tenhamos uma congruência mais adequada dentro da sala de aula, podemos fazer um passeio dentro de cada uma delas e usamos essa forma para melhor aplicar os conteúdos, obtendo assim uma educação em artes mais completa. Tendo em vistas estas considerações, venho com esta investigação tentar problematizar como as experiências do PIBID e dos estágios curriculares supervisionados podem inferir no ensino de artes nas escolas de Boa Vista/RR? Sendo assim, objetivo compreender como as experiências do PIBID e dos estágios curriculares supervisionados podem inferir no ensino de artes na escola estadual Ana Libória (AL) e o Colégio de Aplicação (CAP) dentro do município de Boa Vista/RR, visto que, a partir das minhas vivências de estágio e PIBID, as aulas de artes hoje estão muito banalizadas pelos próprios professores e ainda mais pelos alunos. Assim, está bem claro que nossa realidade precisa mudar e outros métodos precisam fazer parte para que haja uma educação com qualidade buscando melhorar essa visão das aulas de artes. Para essa investigação buscamos alguns objetivos específicos que se caracterizam por: 1- Verificamos como as dinâmicas das aulas de Artes vêm sendo apresentadas em uma escola Estadual e uma escola Federal de Boa Vista/RR; 2- Identificamos as atividades que potencializam e dão vazão para a valorização do campo artístico; 3- Verificamos se as atividades do Estagio curricular Supervisionado e do PIBID tem proporcionado modificações na prática pedagógica em sala de aula. Através dessa percepção surgiu o interesse em pesquisar de que maneira se pode contribuir nessa mudança quando formos para sala de aula. Já que ao 12 obter o grau de licenciada em Artes Visuais, pretendendo atuar no campo da docência e, aspiro levar de maneira variante uma atuação com mais qualidade, procurando formar um ser reflexivo, questionador e pensante, mostrando que a disciplina é interessante, com outras possibilidades e outros mundos por trás do que já se conhece, no qual a arte foi enfocada. Criamos uma ideia de que arte na escola só pode transpor uma arte “clássica”, ficando só no papel com atividades em sua maioria de desenho livre. Mas há inúmeras possibilidades de se fazer arte, e porque não trabalhar essas inúmeras formas e probabilidades? Precisamos usar essas inúmeras possibilidades a nosso favor, inspirar e incentivar a criatividade dessas mentes em formação para que produzam suas artes. A maioria dos docentes não compreendem a complexidade da obra ou até mesmo uma simples produção de um aluno, mas em toda produção de um aluno seja ela simples ou complexa há uma intenção ou representação dos sentimentos que os habitam, e que precisam ser expressa, basta apenas incentivamos. Com base nesta estruturação, no capítulo dois se encontra a metodologia, onde apresentamos como será realizada esta investigação. No capítulo três, trazemos um breve histórico das tendências pedagógicas. No capítulo quatro se encontra a importância do Pibid e dos estágios supervisionados na formação do docente em artes, no capitulo cinco apresentamos o trabalho com o Pibid e do estágio curricular supervisionado em algumas escolas das quais participei. No capitulo seis se encontra o diagnóstico onde fizemos a análise em cima dos questionários e entrevistas realizadas nessa pesquisa e no capitulo sete trago as considerações finais onde finalizo apresentando algumas considerações acerca dos objetivos desta pesquisa. 13 2. METODOLOGIA A metodologia deste estudo se estrutura a partir do problema de pesquisa: como as experiências do PIBID e dos estágios curriculares supervisionados podem inferir no ensino de artes nas escolas de Boa Vista/RR? Para isso, temos como objetivo geral compreender como as experiências do PIBID e dos estágios curriculares supervisionados podem contribuir no ensino de artes na escola estadual Ana Libória e o Colégio de Aplicação dentro do município de Boa Vista/RR e, os objetivos específicos: 1- Verificamos como as dinâmicas das aulas de Artes vêm sendo apresentada na escola Estadual Ana Libória e o Colégio de Aplicação em Boa Vista/RR; 2- Identificamos as atividades que potencializam e dão vazão para a valorização do campo artístico; 3-Verificamos se as atividades do Estagio curricular Supervisionado e do PIBID tem proporcionado modificações na prática pedagógica em sala de aula. Neste sentido, ao pensar na estrutura metodológica desta investigação entendemos que “o método investigativo é um caminho composto de várias fases a serem vencidas para atingir um determinado objetivo” (LEITE, 2008, p. 89). Assim, para a construção deste trabalho a melhor abordagem para se obter um resultado mais completo é a abordagem qualitativa, onde acreditamos que há a maior compreensão dos dados investigados, a partir da apropriação do procedimento de pesquisa-ação, tendo em vista, que estive e estarei inserida nos contextos investigados. O método qualitativo, segundo Leite (2008, p.100) “possui o poder de analisar os fenômenos com consideração de contexto [...] se baseia em objetivos classificatórios utiliza de maneira mais adequada os valores culturais e a capacidade de reflexão do indivíduo”. Esta pesquisa será realizada para se obter um conhecimento mais profundo do assunto aqui explanado, com o objetivo de utilizar alguns dos conhecimentosobtidos em sala de aula. Ao longo de três anos que participei no PIBID, observamos ações e atitudes em sala de aula, e as experiências com os estágios ajudaram a construir esta pesquisa Estas ações e atitudes do PIBID e estágios curriculares supervisionados foram o banco de dados que utilizamos para compor as páginas desta investigação. 14 Destacamos que dentro desta abordagem qualitativa buscamos uma investigação pautada na pesquisa-ação. Está segundo Thiollent (1994, p.14) “é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo”. Destaco assim, que esta investigação será realizada no município de Boa Vista/RR, nas escolas onde participei no Pibid e o Estágio durante este ano de 2014. Sendo assim, as escolas são o Colégio de Aplicação o qual realizei as atividades do PIBID, e a escola Estadual Ana Libória onde realizei, durante o primeiro semestre de 2014, o V estágio curricular no 1º ano do ensino médio. Os sujeitos do estudo serão os professores e alunos das turmas as quais atuei, para esta análise utilizarei os 3 turmas do qual participei do Pibid. Utilizamos ainda para esta investigação a entrevista com os professores e o questionário com os alunos como instrumento de coleta de dados. Segundo Leite (2008, p102) entrevista “é uma conversação efetuada face a face, de maneira metódica, proporcionando ao entrevistador, verbalmente, a informação necessária.” Ainda segundo Leite (2008, p.109) questionário “refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma formula que o próprio informante preenche.” Para a análise das entrevistas e dos questionários utilizou-se a Análise de conteúdo. Segundo Richardson “é a aplicação de métodos científicos a uma evidencia documentaria” (RICHARDSON, 1989, apud LEITE, 2008, p. 205). Segundo Bardin (1977), a análise de conteúdo pode ser definida como um conjunto de técnicas de análise das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção e recepção destas mensagens. Caracteriza-se, assim, como um método de tratamento da informação contida nas mensagens. Na análise de conteúdo sempre dividimos em categorias, e dentro de cada categoria utiliza-se os procedimentos sistemáticos e através desses procedimentos ocorrem então o tratamento dos dados sobrepujados nas mensagens. Isto é, se obtém as mensagens das categorias onde é possível assim ter as informações contidas nelas de tal modo então ocorre à análise. 15 3. BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE ARTES A arte sempre esteve presente, nos tempos antigos, o homem deixava seus registros na parede da caverna. Segundo Santos (2006), no Brasil começamos a pensar no ensino das artes apartir do séc. XIX, o estudo da arte nesse período ainda era muito classificatório, isto é, apenas filhos da elite dos nobres tinham o privilégio de estudar artes. Só realmente em 1816 foi criada a Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro, que tinha o objetivo de preparação para habilidades técnicas e gráficas além do domínio da racionalidade, consideradas fundamentais a expansão industrial, passando o desenho a ser obrigatório nas escolas nos anos iniciais do Estado, sendo base para todas as artes. Foi nesse momento com acontecimentos reservados para a elite e as camadas mais populares; que passamos a ver a arte como algo supérfluo sem necessidade. Situação que perpetua até os dias de hoje. No séc. XX o professor era detentor da verdade, ele é quem tinha o conhecimento a ser trabalhado e os alunos eram apenas os receptores. Nessa época as artes tinham a finalidade de treinar o desenho, tentando ao máximo chegar à perfeição, enfatizando o desenho geométrico com base em datas comemorativas e animações de celebrações cívicas. Ainda no mesmo século, a arte veio crescendo na questão de ensino, surgindo assim as tendências pedagógicas. Está prática de ensino de arte está vinculada a concepção de uma pedagogia Tradicional onde, O ensino e a aprendizagem de arte concentram-se apenas na ´transmissão` de conteúdos reprodutivistas, desvinculando-se da realidade social e das diferenças individuais. O conhecimento continua centrado no professor, que procura desenvolver em seus alunos também habilidades manuais e hábitos de precisão, organização e limpeza. (FERRAZ E FUSARI, 1993, p.31.) Desta forma o professor é o centro do processo, isto é os alunos estão sujeitos aos conhecimentos que o professor está levando eles a construírem, sendo os alunos passivos no processo, onde apenas armazenam e memorizam sem questionar nada, como se o que professor falasse não pudesse ser 16 questionado, e dessa forma o conhecimento que estava em construção não era processado de forma que pudesse ser transformado em novo conhecimento. Em 1930, surgiu no Brasil a pedagogia Nova que, segundo Santos (2006) é onde o ensino-aprendizagem passa do professor ao aluno, isto é, o professor incentiva o desenvolvimento livre e espontâneo do aluno, a expressão. Passando assim a ter interação entre aluno-professor e aluno-aluno, estando o ensino no autodesenvolvimento do aluno, que passa a poder questionar o conhecimento e não apenas receber, assim como podemos ir à busca de outras fontes que possam complementar a informação que eles já têm. [...] O aluno como ser criativa, a quem se deviam oferecer todas as condições possíveis de expressão artística, supondo-se que, assim, ao aprender fazendo, saberiam fazê-lo também cooperativamente na sociedade. (FERRAZ e FUZARI, 1993, p.32.) Em 1960, cerca de 30 anos depois, surgiu no Brasil à pedagogia Tecnicista onde a metodologia do ensino era repetitiva e mecânica, o que era avaliado era o “saber construir”, saber fazer. Se o aluno errasse era considerado inapto para a função. A nota determinava se ele era bom ou ruim funcionário/aluno. Os alunos nesse período encontravam-se, como se fosse, em treinamento para trabalhar nas fábricas. [...] O aluno e o professor ocupam uma posição secundária, porque o elemento principal é o sistema técnico de organização da aula e do curso... O uso abundante de recursos tecnológicos e audiovisuais sugerindo uma modernização do ensino. (FERRAZ e FUSARI, 1993, 32) Para Oliveira, este período caracterizou-se como um momento em que: [...] as escolas passam a tender uma demanda industrial para a formação de mão-de-obra especializada, os professores de arte que tem buscado privilegiar a construção dos sentidos a partir do sensível, têm vivido com a desvalorização de seu trabalho na escola, em prol de conhecimentos que são considerados mais úteis. (OLIVEIRA, 2007, p.251) Em 1971 com a LDB 5652/71 a educação artística passa a constar no currículo escolar como atividade educativa, tendo o foco em técnicas e 17 habilidades. Em 1996 a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96), prevê que as artes tornem-se obrigatórias na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio). Com esta LDB vemos que O nosso papel (professor), nesse caso, não é formar artistas, mas considerar que esses alunos estão inseridos em uma cultura, onde encontram, no seu dia-a-dia, outdoors, cinema, vídeos, livros, revistas, CD´s, televisão, imagens diversas, músicas, expressões presentes na cultura local, e que isso deve ser aproveitado no processo do ensino-aprendizagem (SANTOS, 2006, p.25-26.) Tem-se na história da educação em artes uma precursora que alavancou o ensino de arte no Brasil, Ana Mae Barbosa. Esta autora, “considera fundamental a recuperação histórica do ensino de arte para que se possam perceber as realidades pessoais e sociais, aqui e agora e lidar criticamente com elas.” (Ferraz e Fusari, 1993) A Proposta triangular explicita que o ensino da arte está apoiado num tripé, constituído pelo fazer artístico, a leitura de imagem e a história da arte. Barbosa (2003) ressalta que é nessa vertente que a arte deveria ser ensinada. Onde o fazer artístico estimulava a criatividade e a expressão do aluno assim como aprendizagem da história da arte e a leitura de imagens. Na leitura de imagens As habilidades de descrever, analisar e interpretar sejam trabalhadas com vigor em sala de aula, pois serão elas o subsídios para atender a qualquer metodologia de leitura de imagem que o professor venha a escolher para trabalhar... esse exercício passo a passo com as habilidades de descrever, depois analisar e só depois interpretar permite uma construção mais aprofundada das habilidade necessárias para a leitura. Trabalhar a habilidade de descrição significa estimular a própria natureza da criança da educação infantil que, ao olhar uma imagem, é capaz de prazerosamente descreve-las com detalhes, pois antes da leitura das letras, as crianças desenvolvem naturalmente e significativamente uma leitura da imagem...Quanto a habilidade de analisar, queremos chamar a atenção de analisar, queremos chamar a atenção para a importância do desenvolvimento da capacidade de analisar o discurso visual (um discurso sintético por natureza), pois ela que permite ao leitor perceber como a imagem diz aquilo que diz. Já a interpretação é produto das relações entre o que foi analisado, somando- se a isso informações históricas sincrônicas e diacrônicas ligadas à imagem lida e a produção do artista estudado. (OLIVEIRA, 2007, p.256- 257.) 18 A história da arte vem contando uma história que ocorreu ao longo dos tempos, como ela influenciou os artistas e as artes que temos hoje. [...] os conteúdos programáticos em artes deve incluir, portanto: as noções a respeito da arte produzida e em produção pela humanidade, inclusive nos dias de hoje (incluindo artistas, obras, espectadores, comunicação dos mesmos) é a própria autoria artística e estética de cada aluno em formas visuais, sonoras, verbais, corporais, cênicas, audiovisuais) isto significa trabalhar com os estudantes o fazer artístico(em desenho, pinturas, gravuras, modelagem, esculturas. Música, dança, teatro, vídeo, etc...) sempre articulado e complementado com as vivencias e apreciações estéticas da ambiência cultural. (FERRAZ e FUSSARI, 1991, p. 20.) A partir das Tendências Pedagógicas trabalhadas ao longo do séc. XX, temos a sinalização para novos horizontes que passam a ser trilhados. Dentre eles, destaca-se a Pedagogia de Projetos e a Cultura Visual. A pedagogia de projetos, segundo Hernandez (2000) acontece através do relacionamento entre alunos e professores, que podem escolher juntos um tema para que unidos possam desenvolver o projeto, obtendo assim, além de uma participação mais assídua dos alunos, o maior interesse e o projeto sendo executado com mais gosto pelos alunos. A criação do projeto acontece do relacionamento aluno/professor e não vem do conteúdo pré-determinado, mas sim de inquietações presentes no cotidiano dos alunos que necessita ser aprofundado obtendo assim, o conhecimento que complete a informação que eles têm ou buscam. Ao construirmos o projeto, o professor tem que levar em consideração principalmente no processo de aprendizagem do aluno, que eles possam perceber que estão aprendendo, captando e significando todo o conhecimento que está sendo trabalhado; e que possam se auto avaliar a fim de perceber o seu processo dentro do projeto. O tema escolhido por eles, talvez não seja tão importante, contudo têm-se que levar em conta o modo como eles se envolvem na pesquisa, como procuramos pesquisar o conteúdo, como nós empenhamos ao mostrar um novo conhecimento e principalmente como eles vão usar isso que aprenderam. 19 No projeto há passos de organização, os elementos que os compõem variando de acordo com o seu objetivo e tema havendo flexibilidade na construção dos mesmos. O projeto passa a ser para eles uma proposta de estudo onde se pensa na real necessidade dos elementos que o compõem e a relevância e o interesse do tema. Muitas vezes o tema que trazemos para ser feita a pesquisa vem de fora da escola, algo que aconteceu no convívio familiar ou no seu ambiente social. Estes temas trazidos dos diferentes locais de convívio dos alunos dão vazão para o trabalho com a Cultura Visual A cultura visual é um campo de estudo emergente e transdisciplinar que se fundamenta no princípio de que as práticas do ver são construídas social e culturalmente. Considerando o alargamento, a vitalidade e a pregnância dessas práticas, a cultura visual discute impactos e implicações das experiências de ver e ser visto na contemporaneidade. A educação da cultura visual cruza abordagens da arte e das ciências sociais visando um olhar crítico e investigativo em relação às imagens e aos modos de ver, valorizando a imaginação, o prazer e a crítica como constituintes das práticas de produção e interpretação de visualidades. Ao compreender arte e imagem como cultura, a cultura visual explora usos e possibilidades educativas e pedagógicas de um amplo espectro de visualidades que inclui imagens de arte-ficção, publicidade, entretenimento e informação (TOURNHO, 2014, s/p.) Hernandez (2007) coloca a cultura visual não como uma nova disciplina, mas como algo que deve ser estudado dentro ou fora de uma disciplina segmentada, afinal a cultura visual está ao nosso redor em tudo. Devemos prestar mais atenção nisso, ao invés da guerra política e econômica que ocorre em nosso país, que acaba sufocando tudo isto, quando lemos no jornal que devemos investir no mercado da arte nada mais é do que investir na cultura, pois os museus estão virando um grande mercado de arte, na produção de valores e produtos. Voltado também pela quantidade de cursos que há nas universidades para as artes visuais e quantos alunos envolvidos estão nesse meio buscando através da arte seu espaço, seja pelo desenho, audiovisual ou artes plásticas, estão ganhando mundo a fora com as mais diferentes linguagem possíveis na arte. 20 Hernández também nos coloca que: Partindo de uma perspectiva psicológica, ou psicopedagógica, a aprendizagem no campo do conhecimento artístico exige um pensamento de ordem superior (a referência é a Vygotsky, em seu livro El Desarrollo de los Procesos Psicológicos Superiores, editado pela Crítica, de Madrid, em 1979) e a utilização de estratégias intelectuais como a análise, a inferência, o planejamento e a resolução de problemas ou formas de compreensão e interpretação etc. (SANTOS, 2006, s/p) Dessa forma, Santos (2006) coloca que devemos analisar, raciocinar, compreender e interpretar a partir dos conhecimentos artísticos que obtivermos. A cultura visual nos envolve a cada dia principalmente com as tecnologias que estão a todo vapor, nos jogando informações diretas, seja no ônibus, no celular, na televisão, outdoors, sempre procurando meios de deixar todos sempre a mercê de quaisquer informações que eles queiram passar. Cultura visual é quando se trabalha com os alunos toda imagens símbolos que esta ao redor, enfocando assim o contexto cultural do aluno.Pode trabalhar história, mas mostrar imagens que estão ao redor deles para que eles possam compreender, relacionando o antigo com o novo, um com outro. A partir destas Tendências Pedagógicas pode-se perceber que existem inúmeras formas de trabalhar com nossos alunos em sala de aula. Essas Tendências vêm se transformando ao longo dos anos e das modificações no espaço artístico proporcionando possibilidades de trabalho dos professores da forma como estes se identificam. Podemos então empregar a tendência pedagógica adequada ao vincularmos o conhecimento que a ser construído com a arte contemporânea desta forma os alunos poderão ter a mente aberta para novas concepções de arte e construir o conhecimento mais completo e rico em variedades de expressões e linguagens artísticas. 21 4. A IMPORTANCIA DO PIBID E DOS ESTÁGIOS SUPERVISIONADOS NA FORMAÇÃO DO DOCENTE EM ARTES VISUAIS O PIBID é o exercício da prática do docente em formação inicial, segundo o portal da CAPES, é um espaço de iniciativa para qualificação, aperfeiçoamento e a valorização da formação do docente para atuação na educação básica, é onde podemos verificar e analisar juntamente com os professores as atividades didáticas pedagógicas que estimulem a capacidade criadora dos alunos. Nele exercitamos o processo de ensino e aprendizagem para quando formos para prática termos algum conhecimento da realidade escolar e da estruturação organizacional da escola. Desta forma, o PIBID, assim como os estágios curriculares supervisionados, desenvolvidos ao longo do curso, tem possibilitado esta experienciação e esta aproximação com nosso espaço de trabalho. O estágio supervisionado está regulamentado pela Lei n°. 11.788 de 25 de setembro de 2008 e pela Resolução n°.1 janeiro de 2009. Estas normativas deliberam sobre a redação que consta no PPP do Curso de artes visuais da UFRR, onde o estágio curricular supervisionado “se destina a colocar o estudante em contato com sua realidade profissional”, também é uma oportunidade de conhecer o campo de trabalho que se vai frequentar, pois no estágio teve a chance de atuamos em dois campos sendo eles uma na área cultural e o outro na área da educação, estagiando em todos os níveis da educação básica. É a oportunidade também de verificar o mercado para o qual o educador está se qualificando, podendo assim fazer a capacitação da melhor maneira possível. No que se refere ao Pibid apesar de não assumirmos a sala de aula, atua-se como auxiliar, e dessa forma verificarmos como conseguimos captar a atenção dos alunos, fazendo com que eles participem ativamente das aulas, e obtenham o aprendizado da qual eles precisam ter. Percebemos que é difícil conseguir atrair a atenção deles, mas não é impossível, pois com a abordagem adequada, se consegue muito, basta apenas acreditar que é possível e realizar um planejamento com atividades que atraiam o interesse do aluno para o conteúdo das artes. Colocar em prática o conhecimento aprendido na academia é uma das funções do estágio pode-se fazer a troca de conhecimentos sobre como melhor 22 ensinar os alunos, já que ainda estamos em formação, há uma troca bem significante de conhecimentos. Desta forma há uma mescla entre a teoria e a prática onde podemos esta colocando o aprendizado construído na academia em prática e desta forma, aproveitar que ainda temos esse tempo na universidade e troca esses conhecimentos com os professores onde ambos podemos estar aprendendo juntos, tanto os Estágios como o Pibid proporcionar essa troca, onde quando formados e fomos para a prática, teremos uma bagagem bem completa de conhecimento e atuação. 5. O TRABALHO DO PIBID E DOS ESTÁGIO CURRICULARES SUPERVISIONADOS NAS ESCOLAS O PIBID chegou para os professores da educação básica como uma prática de extrema importância, pois a maioria não possui formação em artes, então há uma colaboração com as professoras de forma a fazermos planejamentos unificados (pibidiano e professor), depois executamos as atividades planejadas em sala de aula com os alunos e ainda, ajudamos e orientamos os alunos de forma que possam desenvolver melhor as atividades. O pibid é presente em várias licenciaturas da UFRR, inclusive no curso de Artes Visuais, no qual faço parte do programa desde 2011, Neste ano de 2014, o programa conta com quatro escolas, sendo três escolas estaduais e uma escola federal, tendo assim uma professora em cada escola que esteja envolvida com o PIBID/Artes, totalizando assim quatro professoras no PIBID. Hoje se tem 23 alunos pibidianos que estão divididos nas quatro escolas, cumprindo 3h em sala de aula e, as outras 7h completamos com planejamento, produção de artigos e reunião do PIBID. As reuniões acontecem quinzenalmente com duração entre 2 e 3h onde trata-se de temas referentes ao que ocorre em sala de aulas nas escolas, de oficinas, sugestões de como melhorar as aulas e outros temas a seres tratados. Ao final manda-se relatório das atividades para a coordenadora do PIBID/ARTES. 23 Citamos algumas das atividades que foram desenvolvidas na sala de aula referente ao PIBID e depois a respeito do estágio, como meio de identificar as atividades que deram vazão para a valorização do campo artístico, assim como apresentar as atividades do Estágio e do Pibid e como proporcionou modificações na prática pedagógica em sala de aula. A escola estadual Professora Francisca Elzika de Souza Coelho está bem localizada no bairro Mecejana1, sendo uma escola de Ensino Fundamental nos anos iniciais e finais, tendo um quadro com 95 funcionários, e 400 alunos matriculados na escola. No ano de 2011, atuei como pibidiana em uma turma de 6º ano, com 25 alunos, onde a professora fazia muito a reprodução de obras. Ou seja, ela colocava imagens de uma obra e dava papel para que os alunos reproduzissem, copiassem segundo sua expressão, realizassem releituras das obras de arte. Contudo, “sabemos que releitura significa transformação, interpretação, criação com base num referencial, num texto visual que pode estar explicito ou implícito na obra final. Aqui o que se busca é a criação e não a reprodução de uma imagem” (PILAR, 2006, p.18.). Nessa época desenvolvemos uma oficina de pintura, com uma atividade desenvolvida da seguinte maneira: com um pequeno pedaço de papel cartão a criança pega o giz de cera e pintamos bem colorido todo o papel; depois pegamos tinta nanquim com um pedaço de esponja e passamos em cima do papel cobrindo todo e esperando secar. Depois com um lápis ou caneta faz um desenho raspando a base de nanquim. No resultado final tem-se um efeito bem colorido que foi pintado, esta é uma atividade que os alunos gostaram bastante e que pode se visto à capacidade criadora dos alunos diante uma atividade proposta a eles. Outra atividade que aconteceu ainda na escola Francisca Elzika, porém com outra professora e em outra turma de 6º ano, com aproximadamente 25 alunos. A professora utilizou da linguagem cênica (teatro) para apresentarmos aos alunos a arte rupestre. Os pibidianos se vestiram como o povo daquela época e explicaram como eles viviam e o que significava quando desenhavam nas paredes das cavernas. Outra atividade do PIBID que aconteceu na escola estadual Oswald Cruz, que está bem localizada no centro da cidade, sendo uma escola de Ensino 1 As informações sobre as escolas foram coletadas na direção das mesmas. 24 Fundamental nos anos iniciais e finais, tendo um quadro com 92 funcionários, e 695 alunos matriculados na escola.A professora do 6º ano adotou outro método para explicarmos a arte rupestre. A turma era composta por aproximadamente 27 alunos. A professora então pediu que os alunos trouxessem pedaços de pedras ou concreto e pediu que eles fizessem como os homens daquele período, pintasse a pedra com imagem que para eles era importante, isto é utilizaram tinta guache e pincel para fazer os desenhos em suas pedras, alguns optaram por fazer desenhos rústicos mesmo, outras abordaram um estilo de natureza como desenho de gramas e flores e outros desenharam animais, a atividade se desenvolveu muito bem. Outra atividade de pintura que deu certo na escola Oswald Cruz, foi tornar as salas de aulas temáticas. Isto é cada disciplina tinha sua própria sala, assim o professor poderia deixar na sala tudo os que eles precisam para utilizar nas aulas. A professora em conjunto com os alunos decidiu como ficaria a sala e optamos por pintar a porta com várias cores, e desenhos. Todos queriam pintar deixar sua marca na porta. Foi uma atividade bem participativa com os alunos. Ainda nessa escola a professora levou os alunos na galeria do artista roraimense José Augusto Cardoso, onde puderam ver uma obra de arte de perto e ainda ter o artista ali para poder perguntar e entenderem melhor o raciocínio dele ao pintar as obras (telas). Os alunos ficaram bem animados e perguntaram bastante ao artista que também explanou um pouco de suas obras. A professora também passou vídeos sobre períodos históricos para que os alunos pudessem ter maior conhecimento dos conteúdos. No retorno à escola Francisca Elzika no ano de 2013, o trabalho foi desenvolvido com outra professora, sendo feita uma cópia fiel da imagem com ampliações, os alunos tinha que escolher uma obra que tivesse imagem no livro didático de artes da escola, e reproduzir no tamanho de uma cartolina, primeiro os alunos desenharam e depois pintaram. Ao final, a obra foi exposta. A escola Ana Libória está localizada no bairro Mecejana, sendo uma escola de Ensino Médio, e Ensino Médio Integrado, tendo um quadro com 142 funcionários, e 1475 alunos matriculados. Enquanto pibidiana na sala de aula, a professora passava a história dos períodos da arte e mostrava as imagens e depois pedia que os alunos fizessem corte e colagem do observado sobre os 25 períodos ou então tinha que fazer desenhos que contivessem o maior número possível de elementos característicos do período. No final do ano, os trabalhos realizados pelos alunos nesta atividade, foram expostos na escola. O Colégio de Aplicação está localizado no bairro Aeroporto, dentro do Campus Paricarana da UFRR, sendo uma escola de Ensino Básico com oferta de Ensino Fundamental nos anos iniciais e finais e Ensino Médio, tendo um quadro com 86 funcionários, e 456 alunos matriculados na escola. A professora escolheu um período histórico da arte e dividiu grupo na sala para cada elemento do período (pintura, escultura, musica, vestimentas) e pediu que eles apresentassem um seminário e trouxessem atividades para os colegas da sala fazerem sobre o assunto de cada um. Essas atividades aqui explanadas foram às atividades que aconteceram nas escolas dentro do PIBID. Apresentamos as que obteve êxito em sala de aula, os alunos interagiram muito bem fazendo com que a atividade fosse bem sucedida. Ao apresentar as atividades desenvolvidas nos Estágios curriculares Supervisionados, destaco que na educação infantil atuei numa escola do município de Boa Vista, Escola Municipal Tia Linda, localizada na zona oeste da cidade, com series iniciais do ensino infantil. Trabalhamos com o 2º período com o tema das formas geométricas e as cores, levamos a imagem do quadro do artista Lasar Segall – Aldeia Russa, para a sala onde os alunos tiveram a oportunidade de analisar a obra e as formas e as cores presentes. Também trabalhamos o tangram que foi confeccionado de própria autoria e pintado de cores variadas, e demonstrando que com aquelas sete peças podem fazer várias formas pessoas, animais entre outros. Desta forma, levamos entretenimento para os alunos, também trabalhando os animais, contei uma historinha onde havia vários animais fizemos os sons dos animais, conversamos sobre os animais estimação que alguns teriam, depois desenharam animais que conheciam, e para finalizar os desenhos feitos por eles foi exposto nas paredes da sala. No Ensino fundamental I, atuei no Colégio de Aplicação, onde trabalhamos as formas geométricas, cores, arte abstrata desenvolvendo brincadeiras em sala de aula para que os alunos pudessem se divertir. Cantamos a música da Xuxa “o ônibus” que fala de formas geométricas, depois pedimos 26 para os alunos me dizer quais formas que a música falava, fazendo desenhos no quadro, depois entregamos papel A4 e pedimos que eles desenhassem as formas e pintassem cada uma de uma cor diferente as cores primárias. Depois foi feita a brincadeira cada macaco no seu galho, onde se desenharam as formas no chão da sala foi escolhido um aluno para ser o macaco, ele fingiria esta dormindo e quando acordasse ele pegaria quem estivesse fora das formas geométricas os alunos se divertiram bastante. Outra atividade que fiz com eles foi arte abstrata, onde entregamos folhas A4 e foi pedido que fosse feita o desenho das mãos e desse desenho criassem outro desenho utilizando o que foi feito da mão, como passarinho, peixe e outros, também saíram reproduções muito boas. No ensino fundamental II atuei na escola estadual São José no 7º ano, onde trabalhamos com eles a arte barroca brasileira, falamos sobre os principais elementos e os artistas que atuaram na época, foram mostrados a eles arquitetura, a pintura e as esculturas, os alunos produziram maquetes de arquiteturas, que foram expostos, na feira que a própria escola realizou. O estágio do Ensino médio foi na escola estadual Ana Libória, a professora regente estava trabalhando com os alunos a arte bizantina, então dentro deste conteúdo, escolhemos uma categoria para trabalhar. O mosaico foi selecionado para servir como atividade para os alunos. Desta forma utilizamos os materiais, como cartolina, papel (coloridos) e cola, fez uma explanação sobre o que era mosaico mostrando imagens e formando equipes e foram entregues os materiais e solicitado que eles fizessem algo que estava presente no cotidiano deles, algo que estava acontecendo naquele momento no mundo, em nosso país, na época estava ocorrendo a copa do mundo no Brasil, então muitos deles optaram por fazer algo relacionado a copa, eles gostaram da atividade. 6. DIAGNÓSTICOS Para esta pesquisa foi escolhida o Colégio de Aplicação e a escola Estadual Ana Libória por que ambas houve contado em algum momento neste ano de 2014, no Colégio de Aplicação fui aluno e depois atuei como pibidiana de artes no ensino fundamental. No Ana Libória estive presente apenas neste ano e por um curto período no qual realizamos o estágio do ensino médio, e acabamos 27 trazendo essas experiências para dentro da pesquisa no intuito de trazer as ações que foram desenvolvidas neste ano, tanto no Pibid, como no estágio curricular supervisionado do curso de Artes Visuais. No total da pesquisa são quatro turmas, sendo três de ensino fundamental (duas turmas de 8º ano, uma turma do 7º ano) no Colégio de Aplicação e uma de ensino médio na escola estadual Ana Libória, totalizando um universo de 101 alunos que participaram da pesquisa, tendo ainda a participação das duas professoras que regem as aulas para esses alunos. A professora da escola estadual é formada em pedagogia e especializada em educação infantil e LínguaBrasileira de Sinais – LIBRAS a professora atua na escola como professora de espanhol e cumpri uma carga horária de 16 h, mas como não completa a carga horária que ela precisa fazer dentro da escola que são 20h, acabou tendo que assumir 4 turmas com a disciplina de artes, que corresponde a 4 horas para poder fechar sua carga horária. Já atuou na educação básica e superior, no total já tem 5 anos na área da docência, mas em artes começamos atuar nesse ano. A professora da escola federal é formada em história e mestre em metodologia do ensino de artes a professora atua no campo da docência há trinta anos, já atuou deste à educação básica até a educação superior, no campo das artes atua há 17 anos, na escola ela está como a professora de artes com oito turmas de artes sendo duas turmas de cada ano, do 6º ano ao 9º ano. Diante disso organizamos algumas categorias que nos ajudam a compreender como as experiências do PIBID e dos estágios curriculares supervisionados podem inferir no ensino de artes nas escolas de Boa Vista/RR, são elas: Organização das aulas; Interesse nas aulas de artes; Desenvolvimento das aulas de artes e, Participação dos estagiários e Pibidianos. Ao trabalharmos com a organização das aulas, temos as seguintes respostas apresentadas pelos alunos: ORGANIZAÇÃO DAS AULAS / CAP 1 LEGAIS E DIVERTIDAS 62 CHATAS E SEM DINÂMICAS 13 ORGANIZAÇÃO DAS AULAS / AL 2 LEGAIS E DIVERTIDAS 26 CHATAS E SEM DINÂMICAS 0 28 Observamos ainda a coerência dos discursos com organização no planejamento e dessa forma os alunos conseguem acompanhar o aprendizado. Na fala da professora do Colégio de aplicação “Busca-se aperfeiçoar os conteúdos tanto por que sabemos que os conteúdos trabalhados nas artes eles são longos, extensos, então temos que buscar maior criatividade dentro desses conteúdos pra que esses conteúdos sejam eficazes e as aulas sejam bem criativas... Estamos tentando motivá-los, criação de vídeos, pensar, levar aqueles alunos procurar novas metodologias e refletir o que esta no ensino das artes” percebemos que a mesma tem se empenhado em realizar suas aulas com atividades dinâmicas. Isso pode ser visualizado também nas respostas dos alunos quando colocam que as aulas são “algumas bem legais e interessantes”, com capacidade de entreter o aluno a matéria envolvida, vem tendo uma boa dinâmica, fazendo a turma toda interagir nas aulas. Dessa forma então constatamos que as aulas têm sido bastante significativas para os alunos e que os mesmos estão gostando. No entanto, alguns alunos sinalizam que as aulas são chatas e sem dinâmica. Em suas respostas temos que “não muito interessantes, porque as dinâmicas não envolvem conteúdos interessantes”; “chata porque artes é chato” Há uma minoria dos alunos que não gostam, porque eles realmente não gostam de artes. Na Escola Estadual Ana Libória, a professora traz em sua fala “Coleto as informações eu procuro dentro do currículo de artes o que precisa ser trabalhado, dentro da disciplina para passar para os alunos; Inicialmente eu uso várias metodologias dependendo de cada aula do que precisa ser feito dependendo do conteúdo.” Sendo assim suas aulas acabam que fazendo o gosto de todos os seus alunos, as atividades são consideradas por eles como legais e divertidas. Com base nas respostas dos alunos, verificamos que os mesmos preferem atividades práticas e dinâmicas que envolvam conteúdos e conhecimentos que estejam relacionados com seu dia a dia. Esta preferência está articulada aos ideais das abordagens da Cultura Visual por Fernando Hernandez e a Proposta Triangular por Ana Mae Barbosa onde as professoras procuram trabalhar com os 29 alunos o conteúdo exemplificando com imagens que temos no nosso tempo atual, e dessa forma ela utiliza do tripé do ensino da arte para articular esses conteúdos ao dia a dia dos alunos. Segundo Rizzi (2012, s/p) apud Barbosa “a construção do conhecimento em Artes, acontece quando há a interligação entre a experimentação, a codificação e a informação.”, sendo assim os alunos acabam se apropriando dos três passos, ler obras de artes, fazer arte e contextualizar, e ao fazer esse tripé acabam que não escapando muito da cultura visual, dentro desse patamar as duas professoras contam com essas duas abordagens para esta auxiliando elas em sala de aula. Ao trabalharmos com a categoria Interesse nas aulas de artes temos as seguintes respostas dos alunos e dos professores. Em relação ao interesse nas aulas de artes, podemos verificar que no Colégio de Aplicação os alunos estão divididos, muitos gostam das aulas devido ao seu conteúdo do conhecimento que é construído por eles quando tem a oportunidade de praticar as artes. Sendo assim as dinâmicas das aulas que proporcionadas a eles são diferenciadas, uma brincadeira onde dela eles possam esta aprendendo mais do conteúdo, interessa bastante aos alunos. Podemos verificar na fala da professora como ela procura desenvolver essas dinâmicas e como a professora prepara seus conteúdos para aplicar em sala com seus alunos “é bom inovar com uma dinâmica antes de iniciar o conteúdo depois que professor trabalhar com a dinâmica em sala de aula ai a gente continua o conteúdo por que isso os alunos vão se sentir mais motivado para que as aulas sejam bem dinâmicas... eu tenho que buscar eu tenho que pesquisar, o professor INTERESSE NAS AULAS DE ARTE / CAP CONTEUDO (DESENHO, PINTURA, ARTISTA) 36 DINÂMICAS (BRINCADEIRAS, SLIDES) 39 INTERESSE NAS AULAS DE ARTE / AL CONTEUDO (DESENHO, PINTURA, ARTISTA) 20 DINÂMICAS (BRINCADEIRAS, SLIDES) 6 30 de arte tem que ler tem que inovar então ele tem que ler bastante livro para que suas aulas sejam eficazes” é desta forma então que a professora procura fazer com que suas aulas sejam as mais atrativas para os seus alunos. Os alunos em suas respostas apontam que “gostei muito de pintar o quadro, pois tive a oportunidade de aprender algo que nunca me imaginei fazer e foi “mágico”, “gostei da aula dinâmica com os balões”. “Achei bastante interessante às perguntas.” Assim os alunos expõem os seus interesses nas aulas de artes, ao falar das atividades que aconteciam em sala. A atividade de pintura foi uma que deixou eles bastante empolgados, pois puderam pintar uma tela fazendo releitura da obra de um artista, e da dinâmica com os balões, que foi uma dinâmica bastante citada pelos alunos. Esta foi realizada no dia 26.10.14 na qual aconteceu da seguinte maneira, onde como pibidiana propus a atividade e entregamos um balão a cada aluno e dentro do balão havia uma pergunta sobre o assunto estudado até aquele momento. Então pedimos aos alunos que enchesse o balão de ar e com o pedaço de barbante que entregamos a eles e pedimos para que amarrassem uma ponta no balão e outra no pé deles, e como regra da dinâmica eles deveriam proteger o seu balão para que o colega não estourasse Ao mesmo tempo em que defendiam o seu, tentariam estourar o balão do seu colega, ganharia quem conseguisse ficar por ultimo sem ter seu balão estourado, assim que seu balão fosse estourado eles deveriam prestar atenção onde o papel cairia e juntar para a segunda fase da dinâmica onde no papel havia uma pergunta que eles haveriam de responder, respondendo certo ganhavam um pirulito. A atividade foi a mais citada nos questionários dando abertura para compreendermos que atividades em que trabalhemos em uma perspectiva da ludicidade sejam melhores aceitas. Assim, temos que Os jogos lúdicos permitem uma situação educativa cooperativa e interacional, ou seja,quando alguém está jogando está executando regras do jogo e ao mesmo tempo, desenvolvendo ações de cooperação e interação que estimulam a convivência em grupo. (FRIEDMAN, 1996 apud SANTOS e JESUS, 2010, p.3) Na Escola Estadual Ana Libória a professora nos conta “a gente procura trabalha de uma forma com que a teoria e a prática estejam interligadas para que 31 eles gostem... a gente procura fazer um trabalho diferenciado para que ele nunca se prenda só a isso... vemos que muitos alunos então se assim se descobrindo se despertando para o ensino de artes em si.” Dentro desse dialogo que a professora apresenta bem esclarecido que ela atrela com muito proveito a teoria e a prática, faz com que os alunos se descubram dentro das artes. Isso pode ser observado na tabela apresentada anteriormente onde os alunos apontam a preferência pelo conteúdo dado pela professora assim como uma pequena parcela dos alunos diz gostar também das dinâmicas que acontecem em sala de aula. Desta forma os alunos também se colocam apontando as atividades que eles mais gostaram “quadrinhos porque assim a gente expressa nossa arte... fazer mosaico, pintura, porque desenvolvemos o que o aluno tem de melhor” assim os alunos sinalizam bastante o interesse pelo desenho, pois a professora tem trabalhado com eles uma proposta de “caça-talentos” onde os alunos tem se expressado mais, isto é ela trabalha varias modalidades em que se apresenta o desenho e os alunos vão mostrando maior interesse no que se identificam, nesse momento podemos então verificar como as professores se retém muito a questão da aula pelo desenho. É natural nessa fase a maioria ter esse interesse pelo desenho, ela já trabalhou com eles mosaico, história em quadrinhos, releitura, desenhos livres, e por isso então a grande maioria demonstrou o gosto pelo desenho. Mostrou-se ainda que há um interesse nas aulas pelos conteúdos em que a professora oferece o conhecimento para eles. Assim podemos observar que há presença da tendência escola nova, onde há um trabalho em que valorizamos a relação do aluno com o professor. Onde o professor, segundo o autor Eyng, busca [...] orientar o aluno e conceder-lhe ampla margem de controle e autonomia, além de assumir o papel de investigador, pesquisador, orientador, coordenador, levando o aluno a trabalhar o mais independente possível. (EYNG, 2007, pg.123) Ferraz e Fusari (1993, p.99) reforçam essa idéia ao colocar que 32 [...] os professores de artes, empenhados na democratização de saberes artísticos, procuram conduzir os educandos rumo ao fazer e o entender as diversas modalidades artísticas e a história cultural das mesmas. Isto é, nesta abordagem o aluno é descobridor do conhecimento o professor lhe traz inquietações, perguntas, dúvidas e o aluno conforme for sua curiosidade vai atrás de saber, conhecer, fazendo assim o professor apenas o mediador e o aluno o sujeito do conhecimento que ele esta perto de obter. Assim, pude perceber que, ao problematizarmos o que mais interessa ao aluno nas aulas de artes, temos que há uma grande variação de respostas dos alunos. Alguns sinalizam que se interessam “pelas obras que são apresentadas, elas são bonitas e sempre tem algo a dizer”, “as pinturas e os povos nos quais são faladas”, “esculturas”, “as aulas práticas, e teóricas”, desta forma os alunos colocam em sua maioria que nas aulas seja trabalhado os conteúdos de maneira mais dinâmica, e na sua grande maioria gostam mais quando a atividade é prática, quando eles têm a oportunidade de pegar a mão na massa literalmente. Poder praticar a realização de alguma atividade tirando eles daquele momento habitual das outras aulas. Essa constatação é visível tanto na escola federal com na escola estadual. As próprias professoras falam dessa questão de organizar as aulas para que os alunos possam ter maior empenho em suas atividades, a professora do Ana Libória coloca que “todas as práticas elas são interessante, os alunos gostam.”, “eu percebo que os alunos gostam das atividades práticas.”, “Eu pesquiso a maioria dos conteúdos que vão ser trabalhados, hoje eu utilizo o recurso da internet.” Assim a professora demonstra que busca conhecimentos e formas de trabalho que atendam os interesses e necessidades dos alunos e da disciplina. A professora do Colégio de Aplicação também coloca a metodologia que ela encontrou para que suas aulas chegassem ao gosto dos alunos, ligando o desejo pela prática e a teoria onde eles obtêm o conhecimento, ela fala que “As metodologias é através de motivação”, “nós educadores temos que trabalhar apartir disso, seminários, buscar novas praticas, entendeu levar em visitas culturais, deixar o aluno inovar.”, “nós temos que buscar maior criatividade dentro desses conteúdos pra que esses conteúdos sejam eficazes e as aulas sejam bem criativas então tem que pensar o quer que não desse certo no ano anterior e 33 tentar melhorar e tentar acertar os conteúdos abordados, então é feito de um ano para o outro o planejamento.” Ela então procura sempre estar inovando se não deu certo ela tenta outra coisa, e vai mudando sempre que ela observa que é necessário, fazendo assim o gosto dos aluno, com que eles possam estar experimentando coisas novas sempre. Ferraz e Fusari (1993, p.111) adverte: [...] o trabalho educativo em arte deve apresentar grande vitalidade e dinamismo, acrescido de processos criativos, pois se faz de uma forma interativa entre criança-adulto-ambiente natural e cultural. Mas ainda, os modos de entender a relação professores-alunos e ensino-aprendizagem são compartilhados pelas linhas de ação educativa das várias linguagens expressivas (visual, sonora, dramática, corporal, audiovisual, verbal, poética). Através disso podemos observar o aluno participando da construção do conhecimento, sendo um processo continuo onde aprender é sempre uma descoberta que pode ser agregada ao seu ser. Os trabalhos em grupos também ajuda eles a se desenvolver e a expressar suas escolhas além de compreender o próximo e aprender a se relacionar e aceitar as escolhas dos colegas. Segundo Santos, O discente passa a ser o centro do processo ensino-aprendizagem, e sua ação é priorizada como fator decisivo para a aprendizagem. As capacidade próprias e o esforço individual são as garantias do sucesso escolar. (SANTOS, 2006, p. 25) É desta forma que acontece na sala de aula o aluno conhece aquilo que ele busca o conhecimento, o professor lhe orienta o caminho a percorrer e ele vai atrás daquilo que mais lhe interessa conhecer. Na categoria relativa ao Desenvolvimento das aulas de artes temos os seguintes dados: DESENVOLVIMENTO DAS AULAS/ CAP DINÂMICAS (BRINCADEIRAS, JOGOS) 47 CONTEUDO (GRECIA, ROMA, CONTEPORANÊA) 28 DESENVOLVIMENTO DAS AULAS/ AL DINÂMICAS (BRINCADEIRAS, JOGOS) 17 CONTEUDO (GRECIA, ROMA, CONTEPORANÊA) 9 34 No Colégio de Aplicação os alunos mostram um grande interesse quando durante as aulas são desenvolvidas dinâmicas que como eles falam “com brincadeiras”, “mais dinâmicas parecidas com o balão”, “com mais interatividade”. Sendo assim, observa-se nos alunos que os mesmos procuram uma aula mais diversificada, saindo do clássico, que os envolvam mais, que façam com que eles anseiem pelas aulas e o conhecimento que vem com elas, buscando se enriquecer através de algo muito valioso que é a sabedoria que adquirimos através da leitura das obras, do fazer artístico e da história da arte, abrangendo assim o tripé indicando pela proposta triangular.Essas três etapas são consideradas como principal meio de se aprender arte conseguindo assim contextualizar, produzir e interpretar as obras que eles também produzem. Os alunos colocam também que há uma grande preferência pela aula quando nela acontece mais dinâmica, brincadeiras e jogos, há também aqueles que gostam mais quando são trabalhados os conteúdos de arte, da história da arte, assim um complementa o outro fazendo com que aulas envolvam todos os gostos dos alunos. A professora nós fala que busca “inovar a metodologia de ensino, trabalhar motivação com dinâmicas em sala de aula”, desta forma, ela procura em livros e pesquisa na internet, também troca idéias e informações com outras professoras de outros CAP de outros estados, fazendo assim uma troca bastante apropriada, pois dessa forma sabemos que atividades deram certas e talvez possa ser usada aqui, objetivando variar um pouco as dinâmicas e a maneira em que é feita a construção do conhecimento de forma mais propicia possível. Ferraz e Fusari (1993, p.104) contribuem ao dizer que: [...] o professor deve saber unir as problemáticas das práticas escolares na área artísticas com as reflexões e teorias suas e de outros profissionais sobre arte e educação de um modo transformador, criativo e compromissado com a democratização cultural artística e estética junto aos estudantes. O exercício dessa “práxis pedagógica” com vistas a ajudar a formação artística e estética de estudantes na escola, certamente estará mobilizando o professor de arte a pensar seu trabalho, pesquisar, discutir, com outros docentes e a aperfeiçoar-se. [...] 35 Na Escola Estadual Ana Libória a professora coloca que “a gente procura trabalhar de uma forma com que a teoria e a prática estejam interligados para que eles gostem”, “vemos que muitos alunos estão... se descobrindo se despertando para o ensino de artes em si”, desta forma, a professora esta sempre em busca de novos meios, caminhos, elementos que possam compor uma aula de artes mais diversificada para atingir o patamar de interesse do aluno misturando teoria (conteúdos da história da arte) e prática (veiculada a dinâmicas em sala de aula). Desta forma, conseguindo atingir a todos os alunos, fazendo com que eles se envolvam e tenha uma participação mais assídua, como demonstra a tabela acima onde há uma grande preferência por dinâmicas. Segundo Marinho, As dinâmicas são instrumentos, ferramentas que estão dentro de um processo de formação e organização, que possibilitam a criação e recriação do conhecimento. (MARINHO, 2009, s/p) Através desse meio então as professoras procuram se planejar, organizar para que seus alunos tenham a capacidade de criar, elaborar e construir seus próprios conhecimentos, criando assim seus conceitos e conhecimentos relacionados aos conteúdos que estão sendo construído pela professora, desta forma o aluno vai tecendo uma rede de conhecimento que a cada aula, atividade, dinâmica ela se fortalecem e crescem ainda mais, tornando o aluno com sede de sabedoria e sempre em buscar de mais fonte de informação. Por sua vez os alunos confirmam assim “atribuindo mais aulas que tenham envolvimento de uma forma que aprendemos nos divertimos.”, “através de brincadeiras”, “... mais interessante tivesse quadros pra gente pintar o que vem nas nossas cabeças.”, é assim, portanto que os alunos mostram seus interesses, colocando o que eles gostariam que acontecesse em suas aulas, e que por ventura já vem lhe ocorrendo gradativamente esses seus desejos de aulas mais planejadas e qualificadas. Como já vem demonstrando os alunos, eles não querem mais aquela aula onde apenas se escreve no quadro e eles são obrigados a copiar, sem nenhuma prática, os alunos buscam mais que isso procura se envolver de maneira mais intensa buscando florescer. 36 A proeminência existente nas respostas dos alunos é o lúdico, isto é ao afirmarem que querem mais dinâmicas, brincadeiras, jogos, estão afirmando que querem uma aula de arte com mais ludicidade. Trago aqui a definição de lúdico por Santos e Jesus (2010, p.2-3): A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimentos e é relativa também à conduta daquele que joga que brinca e que se diverte. Por sua vez, a função educativa do jogo oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão de mundo. Ferraz e Fusari (1993, p. 90) também contribuem com o seguinte: As vivências com brincadeiras, quando estruturadas adequadamente, podem originar processos construtivos e expressivos tanto quanto as várias linguagens artísticas. Como cita Clemente: [...] O lúdico na Arte fomenta novos caminhos estratégicos para o ensino da Arte com apreensão de conteúdos, atividades, temáticas mais prazerosas e significativas para indivíduo. (CLEMENTE, 2014, p 5) O lúdico vem, portanto apoiar e ajudar os alunos na criatividade, na capacidade que tem de tomar a iniciativa, de criar, recriar, inovar, construir, estabelecer meios em que os alunos possam construir um aprendizado de forma mais suave e reflexivo, isto é, fazendo com que reflitam como esse conhecimento vai moldá-los como seres humanos, modificando algo na essência deles, e de que maneira isso pode mudar-los e deixar-los mais críticos. Pois quando os alunos se envolvem em alguma atividade lúdica, eles se entregam por completo, isto é participam apenas do lúdico e esquecem-se do resto pelo menos durante a atividade, isso acontece pelo prazer de participar, de realizar as ações, contentamento, estes sentimentos permeiam os alunos e dão a eles um misto de sensações que os envolvem, e assim temos uma participação ativa dos alunos. [...] Usar jogos para ensinar arte pode ser considerado como uma estratégia metodológica, para conseguir que esse aluno olhe para o 37 professor, ouça o que ele diz, se concentre, para que a aprendizagem se concretize. O discurso do professor deve ser mais atrativo do que tudo que se encontra a volta do aluno, pelo menos naquele momento. (PETRAUSKI e DIAZ,s/a, p 16) Quando através dos jogos o professor estimula o aluno a raciocinar, ponderar, analisar, está instigando o aluno a desenvolver a inteligência, se tornando mediador desse processo de estimulo à inteligência, conseguindo algo muito valioso que é a atenção dos alunos e principalmente participação ativa dos alunos dentro do processo de aprendizagem. O lúdico estimula muito mais do que a inteligência/aprendizado, incita também relações para com o próximo (socialização), respeito, equilíbrio como pessoa, no pensar agir e sentir há também o processo de construção e desconstrução de ideias, pensamentos, experiências, adquirem uma bagagem bem diversificada e completa, criando assim um estímulo para um cidadão perspicaz. Alves adverte o seguinte: A educação por meio de atividades lúdicas vem estimulando as relações cognitivas, afetivas, sociais, além de propiciar também atitudes de crítica e criação nos alunos que se envolvem nesse processo (apud PETRAUSKI e DIAZ, s/a, p 20) Santos e Jesus (2010, p.2) contribuem colocando que: [...] o lúdico é uma estratégia insubstituível para ser usada como estímulo na construção do conhecimento humano e na progressão das diferentes habilidades operatórias, além disso, é uma importante ferramenta de progresso pessoal e de alcance de objetivos institucionais. Compreende-se então que trabalhar com atividades lúdicas com os alunos traz a eles a um beneficio muito grande e prazeroso, dando a oportunidade decrescer não só dentro daquela atividade, daquele momento, isto é profissional/estudante, mas sim na qualidade de pessoas que eles são, atribuindo lhes capacidade de gerencia o seu SER com mais cautela e serem mais critico/reflexivos em relação a si mesmo. Notamos através das respostas dos alunos que o que eles estão querendo é ludicidade nas aulas de artes, de modo que os coloque para raciocinar, pensar até conseguir quebrar o quebra cabeça, isto é produzir arte, recriando de maneira 38 inovadora e criativa, e aprendendo a ter iniciativa para buscar o conhecimento a mais sobre a história da arte, fazendo assim a contextualização. Os alunos estão cansados de aulas monótonas e na ludicidade eles encontram uma aula mais diversificada, e melhor do jeito que eles gostam com brincadeiras e jogos atingindo assim a capacidade de construção da inteligência. Observamos ai a presença da abordagem triangular, que contempla um ensino melhor em artes visuais, mais completo abrangendo assim a todas as etapas para uma educação em arte mais consciente. Compreender as linguagens da arte e experimenta-las é um percussor criativo que os alunos percorrem, conseguindo criar e produzir inovações, e ainda trabalhar dentro do tripé artístico, pois ao criar acaba-se fazendo a contextualização, a interpretação e a história da arte, em que tempo esta sendo produzido, e apartir da produção em que estilo o aluno após conhecer a história da arte ele acha que se encaixa aquela produção que ele fez. Ferraz e Fusari (1993, p.36) contribuem com a seguinte colocação: [...] a consciência e a interferência sobre o processo educativo (e nesse caso, mais especificamente, de arte) é fundamental para o professor, os alunos de magistério, enfim, para todos que estão envolvidas com uma educação que se pretende transformadoras. A consciência história e a reflexão crítica sobre os conceitos, as idéias e as ações educativas de nossa época possibilitam nossa contribuição efetiva na construção de práticas e teorias de educação escolar em arte que atendam às implicações individuais e sociais dos alunos, às suas necessidades e interesses e, ao mesmo tempo, proporcionem o domínio de conhecimento básico da arte. Assim a abordagem triangular leva os alunos a crescer, com experiência que os valorizam, contemplando o conhecimento necessário dentro das artes. Na categoria relativa à participação dos estagiários e pibidianos temos os seguintes dados: PARTICIPAÇÃO DE ESTAGIÁRIO E PIBIANOS / CAP SIM - GOSTARAM 65 SIM – NÃO GOSTARAM 10 PARTICIPAÇÃO DE ESTAGIÁRIO E PIBIANOS / AL SIM - GOSTARAM 6 NÃO HÁ ESTAGIÁRIO E PIBIANOS 20 39 Neste quesito os alunos do colégio de aplicação deixaram bem claro o gosto pela participação dos pibidianos e estagiários como cita os alunos “sim, ótimas fizeram diferença no entendimento dos assuntos”, “todos têm um bom desempenho na hora de fazer as atividades e essas atividades são bem criativas e acaba reforçando a participação da maioria dos alunos”, “sim, top. porque além de ser em coisas novas, são divertidas e educativas”. Podemos observar pelas respostas e pela tabela acima que os alunos realmente gostam da participação deste, isso se deve pela forma como os pibidianos atuam dentro de sala de aula. Isto é, trazendo atividades e completando o conteúdo repassado pela professora da classe, essas contribuições acabaram chegando aos gostos dos alunos pois contribui para que eles compreendam e entendam melhor o conteúdo, fazendo assim um aprendizado mais eficiente. Apesar de uma pequena minoria não gostar da participação dos pibidianos, entendemos que nem sempre é possível agradar a todos, fazendo sempre o possível para atingir o objetivo da aula de maneira que todos possam colabora fazendo obtendo assim uma aula de qualidade. Na escola Ana Libória vemos ao contrario da Aplicação, aqui os alunos não tem a participação de pibidianos por isso o número significativo de resposta dizendo que não há estagiários e pibidianos, destaco que como acadêmica do curso de Artes visuais realizei o estágio curricular supervisionado V nesta escola, no inicio do ano. Por isso, quando alguns dizem que tem e gostaram estavam se referindo a este momento que tive com eles. Assim, eles afirmam o seguinte “eu acho boa porque eles sabem elaborar as dinâmicas”, “não temos acadêmico do curso de artes”, “não”. Sendo assim eles contam apenas com a professora regente da disciplina de artes pra obter conhecimento artístico. Isso demostra como os alunos percebem a participação dos estagiários e dos pibidianos, e como essa participação corrobora no ensino/aprendizagem do aluno, proporcionado modificações na prática pedagógica em sala de aula. Abordando assim uma aula com complementos que os pibidianos trazem pra colaborar com a professora e juntos pibidianos/estagiários e professoras acabam construindo um aprendizado com mais qualidade e atributo. 40 Dentro deste quesito cabe aos professores e pibidianos/estagiários dependendo do conteúdo a ser explanado em sala de aula, escolher qual tendência cabe ali, e aplicar da melhor maneira possível, fazendo com que os alunos captem a essência do conteúdo que lhe esta sendo esclarecido. 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Dentro desta pesquisa foi possível lidar com diferentes pessoas e personalidades, dentre as quais muitas contribuíram para que esta pesquisa fosse realizada com sucesso. Durante os três anos do PIBID foram observados os tratamentos dos alunos com a disciplina de artes visuais e durante os estágios também notaram a maneira como eles percebem a disciplina. Desta forma, concluo que quando não há envolvimento da arte com o lúdico fazendo aulas com mais dinamismo os alunos não tem interesse, o conteúdo tem que ser mais interessante do que o amigo do lado, o celular, para que assim consigamos obter a atenção e participação dos discentes nas aulas, tornando assim uma disputa quase que perdida para o professor quando a aula não tem atrativos que chamem a atenção dos alunos, que procura trazer uma aula com mais dinâmica a fim de temos o plano de aula executado com sucesso. Inferimos então que as experiências do Pibid e dos estágios irão contribuir e muito para quando formos para a sala de aula, percebendo que quando for para o campo da prática há de sempre que estar buscando novas maneiras de produzir aulas com mais qualidade, propriedade, sempre procurando envolver o lúdico com a arte. Por meio do lúdico podemos ver novas possibilidades de aprendizagem que os alunos possam apresentar, com isto podemos aprender a criticidade, a apreciação, conteúdos, formas, e adquirindo habilidades dentro das artes, obtendo assim um conhecimento vasto em artes. Conforme as respostas dos alunos e as falas das professoras puderam concluir que estamos no caminho certo. As dinâmicas que as professoras estão realizando estão conseguindo atingir objetivo de uma aula mais ao gosto dos 41 alunos, conseguindo assim captar a atenção e ao mesmo tempo repassar o conhecimento que eles devem ter. Dentro da pesquisa foi possível notar que as atividades que mais deram êxito foram as práticas onde nelas há presença do lúdico como meio de interação. Isto prova que os alunos estão em busca de algo diferenciado, algo que chamem a atenção deles e faça com que eles queiram participar, se envolver com todo gosto, e o melhor lhe trazendo sabedoria e conhecimento não apenas dentro da escola, da disciplina, mas que esse conhecimento o envolva como pessoa, capaz de lidar com certas situações sem entrar
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