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Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Instituto de Engenharias e Desenvolvimento Sustentável – UNILAB Engenharia de Energias Introdução aos Sistemas de Controle Disciplina: Controle e Servomecanismo Prof. Lígia Sousa Cordeiro Introdução • CONTROLE é o ato de comandar, dirigir, ordenar ou manipular • Teoria de controle: – Teoria de controle clássico: métodos baseados principalmente na resposta em freqüência e lugar geométrico das raízes – Teoria de controle moderno: começou a ser desenvolvida para atender a complexidade crescente de modernos processos, requisitos rigorosos e estreitos de precisão, peso e custo em aplicações militares, espaciais e industriais. Técnicas no domínio do tempo. Sistemas multivariáveis – Teoria de controle robusto: tendências mais atuais da teoria de controle. Controle digital. Controle ótimo, Controle Adaptativo, Controle robusto, Controle inteligente (Fuzzy, Neural, Neural-Fuzzy). • Disciplina → foco na teoria de controle clássico e moderno Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Introdução • O controle (automático) é essencial em qualquer campo da engenharia e da ciência. • Intrínseco em sistemas de veículos espaciais, sistemas robóticos, modernos sistemas de manufatura e operações industriais que envolvam controle de temperatura, pressão, vazão, viscosidade, etc. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Histórico • Ktesibios (Grécia - 300 a. C.) : relógio de água, possui um princípio de funcionamento semelhante controle de nível por bóia. • Philon (Grécia - 250 a. C.) : lampião a óleo com controle por bóia. • Heron (Alexandria – século I d. C.) : publicação do livro: Pneumática, no qual esboçou várias formas de mecanismos de nível de água usando reguladores com bóia. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Histórico • James Watt (séc. XVIII): regulador de velocidade de motores a vapor. Neste dispositivo duas esferas giratórias se elevam, à medida que a velocidade de rotação aumenta. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Histórico • Nicholas Minorski (1922): trabalhou em controladores automáticos para pilotagem de embarcações e demonstrou como a estabilidade poderia ser determinada a partir de equações diferenciais que descrevem o sistema. A sua teoria aplicada à manobrabilidade automática de navios levou ao que hoje chamamos de controladores PID, ou controladores de três modos. • H. W. Bode (1932): desenvolveu um procedimento relativamente simples para a determinação da estabilidade de sistemas de malha fechada com base na resposta de malha aberta a excitações senoidais estacionárias. • Hazen (1934): introduziu o termo servomecanismo para sistemas de controle de posição. Discutiu o projeto de servomecanismo a relé, capazes de acompanhar uma variação de entrada com precisão. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Histórico • Década de 40: os métodos de resposta em frequência (especialmente Diagrama de Bode) tornaram possível aos engenheiros projetar sistemas de controle linear de malha fechada que satisfizessem o desempenho requerido. • Ziegler e Nichols (início década de 40): criaram regras para o ajuste de controlador PID em sistemas de controle industrial. • Evans (final década de 40 – início de década de 50): o método do lugar das raízes foi plenamente desenvolvido. • Os métodos de resposta em frequência e do lugar das raízes (essência da teoria clássica de controle) conduziram a sistemas que são estáveis e satisfazem um conjunto de desempenho relativamente arbitrárias. Tais sistemas são aceitáveis, contudo não são ótimos. • Além disso, a teoria clássica de controle, que trata somente de sistemas com uma entrada e uma saída, tornou-se insuficiente para sistemas com múltiplas entradas e saídas. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Histórico • A partir do final da década de 50: – A ênfase nos problemas com projetos de controle foi deslocada do projeto de um dentre muitos sistemas que funcionam para o projeto de um sistema que seja ótimo em algum aspecto relevante. – Surgiu a teoria do controle moderno. Possibilitou a análise dos sistemas complexos (multivariáveis) diretamente no domínio do tempo com o emprego de variáveis de estado. • Entre 1960 e 1980: O controle ótimo de sistemas determinísticos e estocásticos, bem como o controle adaptativo e de aprendizagem foi amplamente pesquisado. • A teoria de controle moderno baseia-se na análise do domínio do tempo em sistemas de equações diferenciais. Ela simplificou o projeto de sistemas desde que se baseia no modelo de um sistema de controle real. • Visto que a estabilidade do sistema é sensível ao erro entre o sistema real e o seu modelo → o controlador projetado a partir de um modelo ao ser aplicado a um sistema real, tal sistema poderá não ser estável. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Histórico • A teoria de controle robusto projeta o sistema estabelecendo primeiro a gama de possíveis erros para depois projetar o controlador de uma forma que, se o erro do sistemas estiver dentro da gama prevista, o sistema de controle projetado estará sempre estável. • Tal teoria incorpora tanto a abordagem de resposta em frequência quanto a abordagem no domínio do tempo. Matematicamente, é uma teoria bastante complexa. • Entre 1980 e 1990: Os desenvolvimentos na teoria de controle moderno se voltaram para o controle robusto e tópicos associados. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Definições • Variável controlada: grandeza ou condição que é medida e controlada. Normalmente é a saída do sistema. • Variável manipulada ou sinal de controle: grandeza ou condição modificada pelo controlador de modo que afete o valor da variável controlada. • Controlar significa medir o valor da variável controlada do sistema e utilizar a variável manipulada ao sistema para corrigir ou limitar os desvios do valor medido a partir de um valor desejado. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Controlador Sistema Variável Manipulada Variável ControladaReferência Definições • Plantas: uma parte de equipamento ou apenas um conjunto de componentes de um equipamento que funcione de maneira integrada, com o objetivo de realizar determinada operação. Qualquer objeto físico a ser controlado. • Processo: uma operação contínua progressiva que consiste em uma série de ações ou movimentos controlados destinados a atingir determinado fim ou resultado. É toda operação a ser controlada. • Sistema: É a combinação de componentes que agem em conjunto para atingir determinado objetivo. Sistemas físicos, biológicos, econômicos e outros. • Distúrbio: Sinal que tende a afetar de maneira adversa o valor da variável de saída do sistemas. • Controle com realimentação: operação que, na presença de distúrbio, tende a diminuir a diferença entre a saída de um sistema e alguma entrada de referência e atua com base nessa diferença. Consideramos apenas distúrbios previsíveis, os quais podem ser compensados no sistema. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Definições Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Controlador Sistema Medição Variável Manipulada Variável Controlada Entrada Referência Erro Distúrbio Exemplos • Sistema de controle de velocidade – O principio básico do regulador de Watt de velocidade para um motor. – A quantidade de combustível fornecida ao motor é ajustada de acordo com a diferença entre a velocidade esperada e a velocidade efetiva do motor. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Exemplos • Sistema de controle de velocidade – O reguladorde velocidade é ajustado de modo que não haja fluxo de óleo sob pressão em ambos os lados do interior do cilindro de potencia. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Exemplos • Sistema de controle de velocidade – Se a velocidade real cai abaixo do valor desejado em decorrência de um distúrbio → a diminuição da força centrifuga do regulador de velocidade faz com que a válvula de controle se mova para baixo, fornecendo mais combustível e a velocidade do motor aumente até o valor desejado. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Exemplos • Sistema de controle de velocidade – Se a velocidade real aumenta acima do valor desejado → o aumento na força centrifuga do regulador de velocidade faz com que a válvula de controle se desloca para cima, diminuindo o suprimento de combustível e a velocidade do motor. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Exemplos • Sistema de controle de velocidade – Planta (sistema controlado): motor – Variável controlada: velocidade do eixo do motor – Sinal de controle a ser aplicado a planta: quantidade de combustível Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Exemplos • Sistema de controle de temperatura de um forno elétrico – A temperatura do forno é medida por um termômetro (analógico) – O sinal analógico de temperatura é convertido em sinal digital. – O sinal digital é fornecido ao controlador por meio de uma interface e comparado a um sinal de temperatura de referencia – Se houver erro, o controlador envia um sinal ao aquecedor, por meio de uma interface, amplificador e relé, fazendo com que a temperatura do forno atinja o valor desejado. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Sistema de controle de malha aberta x malha fechada • Sistemas de controle de malha aberta – São aqueles em que o sinal de saída não exerce nenhum ação de controle no sistema. – O sinal de saída não é medido e nem utilizado para comparação com a entrada de referência. – Ex. Máquina de Lavar Roupas. As operações de molho, lavagem e enxágüe são executadas em função do tempo (operação temporizada). O sinal de saída não é medido, ou seja, não é verificado se as roupas estão bem lavadas ou não. – Para cada entrada de referência, há uma condição fixa de operação (sinal de controle pré-determinado) → A precisão do sistema depende de uma calibração. – Na presença de distúrbios, tal sistema não executa a tarefa desejada. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Controlador Sistema Variável Manipulada Variável ControladaReferência Sistema de controle de malha aberta x malha fechada • Sistemas de controle de malha aberta – Situação exemplo: Imagine um automóvel sem velocímetro. Deseja-se manter a velocidade constante em um determinado valor: 80km/h, por exemplo. – O motorista estima então com qual pressão ele deverá pisar no acelerador e mantém o acelerador com esta pressão. Dependendo da experiência do motorista a velocidade final poderá ser próxima dos 80km/h, mas somente com muita sorte ele conseguirá manter a velocidade em 80km/h. – Por outro lado, se algum obstáculo aparecer (por exemplo: uma lombada), com certeza a velocidade será alterada. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Controlador Sistema Variável Manipulada Variável ControladaReferência Sistema de controle de malha aberta x malha fechada • Sistemas de controle de malha fechada – São aqueles que estabelecem uma relação de comparação entre a saída e a entrada de referência, utilizando a diferença como meio de controle. – Ex. Sistema de controle de temperatura de um ambiente. Medindo-se a temperatura ambiente real e comparando-a com a temperatura de referência, o termostato ativa ou desativa o equipamento de aquecimento ou resfriamento, de modo que a temperatura permaneça em um nível confortável independente das condições externas – Também chamado de sistema de controle com realimentação, desde que o mesmo sempre utiliza do controle com realimentação para reduzir o erro do sistema. – Na presença de distúrbios, tal sistema se adapta. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Controlador Sistema Medição Variável Manipulada Variável Controlada Entrada Referência Erro Distúrbio Sistema de controle de malha aberta x malha fechada • Sistemas de controle de malha fechada – Situação exemplo: Considere o mesmo exemplo do automóvel. Suponha agora que o carro possui um velocímetro. – O motorista pode então monitorar a velocidade e variar a pressão com que ele pisa no pedal de forma a manter a velocidade no valor desejado. – Se a velocidade passar do valor desejado ele "alivia o pé", e, se a velocidade cair um pouco do valor desejado ele "pisa" um pouco mais forte no acelerador. – O mesmo tipo de controle ele fará quando estiver subindo ou descendo uma lombada. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Controlador Sistema Medição Variável Manipulada Variável Controlada Entrada Referência Erro Distúrbio Sistema de controle de malha aberta x malha fechada • Sistemas de controle de malha fechada – Vantagem: de construção mais simples, do ponto de vista da estabilidade – Desvantagem: possui uma tendência de correção de erros além do necessário, causando oscilações. – Usados em sistemas nos quais as entradas são conhecidas com antecipação e que são isentos de distúrbios. • Sistemas de controle de malha fechada – Vantagem: devido a realimentação, o sistema é mais estável a distúrbios externos e a variações internas dos parâmetros do sistema. – Desvantagem: maiores, mais caros e de potência mais elevada. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Controlador Sistema Medição Variável Manipulada Variável Controlada Entrada Referência Erro Distúrbio Projeto e Compensação de Sistemas de Controle • Sistemas de controle são projetados para realizar tarefas especificas. • Os requisitos impostos no sistema de controle são geralmente explicitados como especificações de desempenho, as quais podem ser valor numéricos ou afirmações qualitativas. • Processo de projetar um sistema de controle: – obtenção de um modelo matemático do sistema de controle – ajuste dos parâmetros do compensador: feito através de um protótipo para testar a estabilidade do sistema e o atendimento as especificações. Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo Projeto e Compensação de Sistemas de Controle • Compensação é a modificação da dinâmica do sistema para satisfazer as especificações dadas. • A escolha do compensador é feita com base na natureza da planta a ser controlada: – Se inclui liquido inflamável: compensador e atuador com componentes pneumáticos para evitar a possibilidade de faíscas – Se não há riscos de incêndios, os compensadores eletrônicos são os mais utilizados. • Abordagens para o projeto e compensação: – Técnica do lugar das raízes – Técnica da resposta em frequência – Técnica de espaço de estados Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanismo • Capítulo 1 – Introdução ao sistemas de controle – OGATA, Katsuhiko. “Engenharia de Controle Moderno”, 4ª Edição. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2003. Bibliografia Profa. Lígia M. C. S. Cordeiro Controle e Servomecanimo
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