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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 1 AULA 15 – PODER EXECUTIVO Na aula de hoje, estudaremos as regras constitucionais acerca do Poder Executivo. Os exercícios sobre o Poder Executivo abordam, especialmente, três aspectos: eleição, atribuições e responsabilidades do Presidente da República (com ênfase no processo de responsabilização, previsto no art. 86 da Constituição). Passemos ao exame dos exercícios. 1) (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) Na hipótese de prática de conduta tipificada na legislação penal como crime comum, o Presidente da República a) poderá ser preso em flagrante, em se tratando de crime inafiançável, devendo o assunto ser submetido de imediato à Câmara dos Deputados. b) ficará suspenso de suas funções, por até cento e oitenta dias, após a instauração de processo pelo Senado Federal. c) será submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, após admitida a acusação por dois terços dos membros do Congresso Nacional. d) perderá o mandato e, mediante julgamento do Senado Federal, será inabilitado por cinco anos para o exercício de função pública. e) não poderá ser responsabilizado, na vigência de seu mandato, em se tratando de ato estranho ao exercício de suas funções. Resposta: “e” A presente questão trata especificamente da responsabilização do Presidente da República na hipótese de prática de crime comum. Apesar disso, vamos aproveitá-la para fazer uma revisão sobre todo o processo de responsabilização do Presidente da República, seja por prática de crime comum, seja por prática de crime de responsabilidade. O processo de responsabilização do Presidente da República está disciplinado nos artigos 51, 52 e 86 da Constituição Federal, nos termos abaixo comentados. I – Autorização e Julgamento O Presidente da República pode praticar dois tipos de crime: crime comum e crime de responsabilidade. Nos dois casos, ele somente poderá ser responsabilizado após autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus membros. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 2 Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República responde perante o Senado Federal, após autorização da Câmara dos Deputados por dois terços de seus membros. Nesse caso, ele poderá perder o cargo, com inabilitação por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. Tal condenação (impeachment) somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal (CF, art. 52, parágrafo único). Na prática de crimes comuns, o Presidente da República responderá perante o Supremo Tribunal Federal – STF, também após a autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros. II – Suspensão do exercício da Presidência De acordo com o § 1º do artigo 86 da Constituição Federal, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções: • em caso de crime de responsabilidade – somente após instauração do processo pelo Senado Federal; • em caso de crime comum – somente se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal. O prazo máximo de suspensão das atividades presidenciais é de 180 (cento e oitenta) dias. Vencido esse prazo, ainda que o processo não tenha sido concluído, o Presidente da República voltará a exercer suas funções presidenciais, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (CF, art. 86, § 2º). III – Imunidade quanto às prisões cautelares Determina a Constituição que enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão (art. 86, § 3º). Como se vê, no caso de prática de crime comum, o Presidente da República é imune a qualquer tipo de prisão cautelar (não poderá haver, nem mesmo, prisão em flagrante). Para que ele seja preso é necessário que haja uma sentença de mérito proferida pelo Supremo Tribunal Federal. IV – Imunidade quanto aos atos estranhos ao exercício do mandato O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º). Para entendermos o alcance dessa importante imunidade, temos que fazer uma distinção entre os tipos de crimes comuns que podem ser cometidos pelo Presidente da República, a saber: crimes conexos com o exercício de suas funções e crimes estranhos ao exercício de suas funções. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 3 Para ilustrar essa diferença, vejamos um exemplo hipotético. “Matar alguém” é um crime comum, definido no artigo 121 do Código Penal. Logo, em tese, o Presidente da República pode vir a matar alguém, incorrendo nesse crime comum. Poderemos, então, ter duas situações possíveis, explicadas nos parágrafos seguintes. Se o Presidente da República “matar alguém” utilizando-se da sua condição de Presidente, estará praticando crime comum conexo com o exercício das suas funções. Por exemplo: durante o exercício do mandato, em uma reunião no Palácio do Planalto, após discussão com um parlamentar de oposição, o Presidente da República perde a paciência e mata esse seu adversário político! Nesse caso, se autorizado pela Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, ele poderá ser processado perante o Supremo Tribunal Federal durante a vigência de seu mandato (hipótese em que, a partir do recebimento da denúncia ou queixa crime pelo STF, ficará suspenso de suas atividades presidenciais). Porém, se o Presidente da República incorrer no mesmo crime (“matar alguém”) na condição de cidadão comum, estará praticando crime comum estranho ao exercício de sua função, situação em que não será responsabilizado na vigência de seu mandato. Por exemplo: durante suas férias, o Presidente da República envolve-se em uma briga de vizinhos, no vilarejo em que descansa, vindo a matar alguém. Nesse caso, ele não será responsabilizado por esse crime na vigência do seu mandato, por força da imunidade prevista no art. 86, § 4º, da Constituição. Isso significa que ele somente será processado após o término de seu mandato e, como após o término de seu mandato ele não mais terá direito ao foro privilegiado perante o STF, será julgado pela Justiça Comum. Após essa breve revisão, vamos à análise das assertivas apresentadas na questão. Lembre-se: a questão trata de hipótese de responsabilização do Presidente da República pela prática de crime comum. A assertiva “a” está errada porque, como vimos, o Presidente da República é imune a qualquer tipo de prisão cautelar, não podendo ser preso nem mesmo em flagrante. Para que ele seja preso é necessário que haja sentença condenatória proferida pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 86, § 3º). A assertiva “b” está errada, pois, nos casos de prática de crimes comuns, o Presidente da República será julgado pelo Supremo Tribunal Federal – e não pelo Senado Federal, como diz a assertiva (CF, art. 86, caput). A assertiva “c” está errada porque, para que seja submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, é necessário que seja admitida a acusação por dois terços dos membros da Câmara dos Deputados (CF, art. 86, caput). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 4 A assertiva “d” está errada porque o presidente apenas está sujeito à perda do cargo, com inabilitação para o exercício da função pública, mediante julgamento do Senado Federal, nos casos de prática de crimes de responsabilidade. Ademais, a inabilitação para o exercício da função pública, nesses casos, serápor oito anos – e não cinco, como diz a assertiva (CF, art. 52, parágrafo único). A assertiva “e” está certa, pois, de fato, o Presidente da República não poderá ser responsabilizado, na vigência de seu mandato, por ato estranho ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º). 2) (FCC/AUDITOR TRIBUTÁRIO/PREFEITURA DE JABOATÃO/2006) Na hipótese de se descobrirem indícios de que o Presidente da República, antes de ser eleito e assumir o cargo, teria cometido ato atentatório à vida de outrem, a Constituição prevê que a) o Presidente ficará suspenso do exercício de suas funções, após a instauração do processo para apuração do crime de responsabilidade. b) cessará o afastamento do Presidente da República se, decorrido o prazo de 120 dias, o julgamento a que for submetido não estiver concluído, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. c) eventual acusação contra o Presidente da República somente poderá ser admitida por dois terços dos membros do Senado Federal, sendo ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. d) compete privativamente à Câmara dos Deputados processar e julgar o Presidente da República, funcionando como Presidente dessa Casa o do Supremo Tribunal Federal. e) não poderá o Presidente da República, na vigência do seu mandato, ser responsabilizado por ato dessa natureza na medida em que é estranho ao exercício de suas funções. Resposta: “e” Veja que a questão trata de indícios de prática de crime comum pelo Presidente da República antes de ser eleito e assumir o cargo. Portanto, estamos diante de ato estranho ao exercício das funções de Presidente da República (afinal, na época da prática do crime ele sequer era Presidente!). Assim, por se tratar de ato estranho ao exercício de suas funções, o Presidente da República não poderá, na vigência de seu mandato, ser por ele responsabilizado, aplicando-se, à hipótese, a imunidade prevista no art. 86, § 4º, da Constituição, detalhadamente explicada na questão anterior. 3) (FCC/AUDITOR TRIBUTÁRIO/PREFEITURA DE JABOATÃO/2006) De acordo com disposição expressa da Constituição Federal, compete CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 5 igualmente ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional pronunciar-se sobre a) iniciativas necessárias para garantir a independência nacional. b) declaração de guerra e celebração de paz. c) critérios para a utilização de áreas indisponíveis à segurança do território. d) intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. e) condições de uso de áreas relacionadas com a exploração de quaisquer recursos naturais. Resposta: “d” O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional são órgãos superiores de consulta do Presidente da República. Esses órgãos são meramente consultivos e suas deliberações têm caráter opinativo. Assim, suas deliberações não vinculam, jamais, o Presidente da República na sua tomada de decisão. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: a) intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; e b) as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas (CF, art. 90). Ao Conselho de Defesa Nacional compete: a) opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; b) opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; c) propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; e d) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático (CF, art. 91, § 1º). A questão pergunta qual competência é comum aos dois órgãos. Como se vê, compete igualmente ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. A resposta da questão, portanto, é a assertiva “d”. 4) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 20ª REGIÃO/2002) Em uma eleição para Presidente da República, A e B são os candidatos mais votados em primeiro turno, sem ter, nenhum CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 6 dos dois, alcançado maioria absoluta dos votos. Dos remanescentes, C é o mais votado, ficando em terceiro lugar. Todavia, A vem a falecer antes da realização do segundo turno. Nessa situação deve ocorrer a) automaticamente a posse de B como Presidente da República. b) o segundo turno entre B e C. c) novo primeiro turno entre todos os candidatos originalmente inscritos, sendo o lugar de A ocupado por seu candidato a Vice. d) o segundo turno entre B e o candidato a Vice de A. e) nova eleição dentro de 90 dias, com a abertura da possibilidade de inscrição de novos candidatos e de modificação nas chapas já inscritas. Resposta: “b” Antes de comentar esta questão, farei um breve comentário sobre o processo de eleição para Presidente da República, que está disciplinado no artigo 77 da Constituição Federal. Para que seja eleito em primeiro turno para Presidente da República, o candidato, registrado por partido político, deverá obter a maioria absoluta dos votos, não computados os votos brancos e os nulos. Caso nenhum candidato alcance maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição (segundo turno), na qual concorrerão os dois candidatos mais votados, considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos. Em caso de morte, desistência ou impedimento legal de candidato antes de realizado o segundo turno, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o candidato de maior votação. Em qualquer caso (havendo ou não morte, desistência ou impedimento legal), se houver empate entre os candidatos que figurarem no segundo lugar, qualificar-se-á para o segundo turno o mais idoso entre eles. Vamos, por partes, ao comentário da questão. 1) A e B foram os candidatos mais votados no primeiro turno de eleição para Presidente da República, mas nenhum dos dois obteve maioria absoluta dos votos. Nesse caso, como explicado anteriormente, deveria haver nova eleição entre os candidatos A e B. 2) Ocorre, porém, que, antes da realização do segundo turno, o candidato A vem a falecer. Assim, deverá ser convocado, dentre os remanescentes o candidato mais votado (no caso em questão, o candidato C). Logo, deverá haver nova eleição (segundo turno) entre os candidatos B e C, restando correta a assertiva “b”. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 7 5) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 2ª REGIÃO/2004) Quanto ao Vice-Presidente da República, considere o seguinte: I – Não poderá, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. II – Auxiliará o Presidente da República, sempre que por ele for convocado para missões especiais, além de exercer outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar. III – Assumirá a candidatura a Presidente da República quando seu companheiro de chapa falecer durante a disputa em segundo turno de votação. IV – Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á nova eleição e os eleitos cumprirão quatro anos de mandato. São corretos apenas os itens a) III e IV. b) II e IV. c) II e III. d) I e III. e) I e II. Resposta: “e” A assertivaI está certa porque nem o Presidente, nem o Vice- Presidente da República poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo (CF, art. 83). A assertiva II está certa, pois, de fato, além de outras atribuições que lhe forem conferidas por lei complementar, o Vice-Presidente auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões especiais (CF, art. 79, parágrafo único). A assertiva III está errada, pois, caso o candidato a Presidente da República venha a falecer durante a disputa em segundo turno de votação, o candidato a Vice-Presidente da República pela mesma chapa não assumirá a candidatura a Presidente da República. Nesse caso, haverá segundo turno entre o candidato a Presidente da República que já estava disputando o segundo turno e o candidato que, dentre os remanescentes, tiver obtido maior votação (CF, art. 77, § 4º). A assertiva IV está errada, pois, vagando-se os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á nova eleição e os novos eleitos deverão apenas completar o período de seus antecessores (o chamado “mandato tampão”) - e não cumprir mandato integral de quatro anos, como diz a assertiva (CF, art. 81, § 2º). CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 8 Assim, estão corretas apenas as assertivas I e II. 6) (FCC/PROCURADOR/BACEN/2005) No sistema de separação de poderes adotado pelo Brasil, a doutrina e a jurisprudência entendem que a regra é a indelegabilidade das atribuições de cada poder. Contudo, há casos em que a Constituição Federal vigente atenua essa regra. Assim, o Presidente da República pode delegar a atribuição de a) celebrar tratados, convenções e atos internacionais. b) decretar e executar a intervenção federal. c) conferir condecorações e distinções honoríficas. d) conceder indulto e comutar penas. e) exercer o comando supremo das Forças Armadas. Resposta: “d” Antes de citar qual é a resposta correta, farei uma breve revisão sobre as competências do Presidente da República. As competências privativas do Presidente da República são enumeradas no art. 84 da Constituição Federal, ao longo dos seus vinte e sete incisos. A regra, em relação a essas competências do Presidente da República (conforme consta no enunciado da questão), é a indelegabilidade. Ou seja, como regra geral, o Presidente da República não poderá delegar suas competências privativas a outras autoridades ou órgãos. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 diz que as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, poderão ser delegadas aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. Segue a transcrição desses incisos: VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; Ora, se o parágrafo único do art. 84 diz que somente as atribuições especificadas nesses três incisos são delegáveis, pode-se deduzir que todas as outras atribuições listadas nesse artigo são indelegáveis! A única assertiva que traz uma atribuição delegável pelo Presidente da República é a letra “d” (conceder indulto e comutar penas), que é, portanto, a resposta da questão. Aqui cabe uma importante observação. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 9 O parágrafo único do art. 84 diz que somente a primeira parte do inciso XXV pode ser delegada. Portanto, numa primeira leitura, entende-se que somente o “provimento” de cargos públicos federais pode ser delegado (pois essa é a primeira parte do inciso XXV). Porém, não se deve interpretar nenhuma parte da Constituição Federal de forma isolada. Nesse caso, é importante combinar essa restrição do parágrafo único com o disposto na alínea b do inciso VI, que também traz uma atribuição delegável pelo Presidente da República, qual seja: “extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos”. A conclusão que se pode tirar da leitura combinada desses incisos (VI e XXV) com parágrafo único do art. 84, é que o Presidente da República poderá delegar, além do provimento, a extinção de cargos públicos federais, desde que estes estejam vagos. Enfim, embora o parágrafo único do art. 84 restrinja a possibilidade de delegação apenas à primeira parte do inciso XXV (provimento de cargos públicos federais), afastando, assim, a delegação em relação à segunda parte do mesmo inciso (extinção de cargos públicos federais), o fato é que o Presidente da República poderá delegar a competência para extinguir cargos públicos vagos, em razão do constante na alínea b do inciso VI. As outras assertivas apresentadas nessa questão – (a) celebrar tratados, convenções e atos internacionais; (b) decretar e executar a intervenção federal; (c) conferir condecorações e distinções honoríficas e (e) exercer o comando supremo das Forças Armadas – trazem atribuições do Presidente da República, listadas no art. 84 da Constituição Federal. Porém, essas atribuições são indelegáveis (porque não integram a autorização prevista no parágrafo único do art. 84) e, portanto, não satisfazem à resposta da questão. 7) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO – 2ª CLASSE/PREFEITURA DE SALVADOR/2006) Compete privativamente ao Presidente da República a) criar e extinguir ministérios e órgãos da administração pública mediante decreto. b) organizar e dispor sobre o funcionamento da administração federal mediante decreto, ainda quando isso implicar aumento de despesa. c) decretar o estado de defesa e o estado de sítio, independentemente de aprovação ou autorização do Congresso Nacional. d) decidir definitivamente sobre todos os tratados internacionais celebrados por seus representantes diplomáticos. e) dispor, mediante decreto, sobre extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 10 Resposta: “e” Como vimos, as competências privativas do Presidente da República estão listadas nos vinte e sete incisos do artigo 84 da Constituição Federal. Está correta a assertiva “e”, pois, de fato, compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos (CF, art. 84, VI, b). Vamos agora à análise das outras assertivas. A assertiva “a” está errada, pois criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública é matéria que cabe ao Congresso Nacional, com sanção do Presidente da República (CF, art. 48, XI). A assertiva “b” está errada. É competência privativa do Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (CF, art. 84, VI, a). Assim, caberá ao Presidente dispor sobre a organização e funcionamento da administração federal, mediante decreto, somente quando isso não implicar aumento de despesa. A assertiva “c” está errada porque, apesar de “decretar o estado de defesa e o estado de sítio” ser competência privativa do Presidente da República (CF, art. 84, IX), para que isso aconteça deverá haver aprovação ou autorização do Congresso Nacional. Em se tratando de estado de defesa, é necessário que haja aprovação posterior do Congresso Nacional. Jáno caso de estado de sítio, é necessário que haja autorização prévia do Congresso Nacional (CF, art. 49, IV). De fato, ao tratar do estado de defesa, a Constituição Federal determina que o Presidente da República, dentro de vinte e quatro horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso Nacional, que decidirá por maioria absoluta (CF, art. 136, § 4º). Ao tratar do estado de sítio, entretanto, determina a Constituição que o Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o Congresso nacional decidir por maioria absoluta (CF, art. 137, parágrafo único). A assertiva “d” está errada por apresentar competência exclusiva do Congresso Nacional, qual seja: resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (CF, art. 49, I). 8) (FCC/PROCURADOR DE 3ª CLASSE/PROCURADORIA GERAL DE MANAUS/2006) Compete privativamente ao Presidente da República CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 11 a) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. b) decretar o estado de defesa e o estado de sítio. c) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. d) resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional. e) aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares. Resposta: “b” Vimos nas questões anteriores que as diversas competências privativas do Presidente da República estão listadas no artigo 84 da Constituição Federal. Dentre essas competências privativas está a seguinte: decretar o estado de defesa e o estado de sítio (CF, art. 84, IX). Assim, a assertiva correta é a apresentada na letra “b” da questão. Qual o erro das outras assertivas? Vejamos. As assertivas “a” e “c” estão erradas porque apresentam competências privativas do Senado Federal, quais sejam: • estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, art. 52, IX); • autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios (CF, art. 52, V). As assertivas “d” e “e” estão erradas, pois apresentam competências exclusivas do Congresso Nacional, quais sejam: • resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional (CF, art. 49, I); • aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares (CF, art. 49, XVII). Veja que a questão tenta confundir o candidato apresentando competências que constam do texto constitucional, porém não são do Presidente da República, mas sim de órgãos do Poder Legislativo. Então, cuidado com as pegadinhas! Estude bem as competências privativas do Presidente da República (se possível, decore-as!). As competências do Presidente da República são muito cobradas nas provas da FCC e, também, das outras bancas examinadoras. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 12 9) (FCC/ANALISTA – ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-PI/2002) Tem assento no Conselho da República, dentre outros membros, o a) Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. b) Presidente do Supremo Tribunal Federal. c) líder da minoria na Câmara dos Deputados. d) Presidente de uma das Assembléias Legislativas estaduais, nomeado pelo Congresso Nacional. e) Procurador Geral da República. Resposta: “c” Comentário. Conforme explicado anteriormente, o Conselho da República é órgão consultivo do Presidente da República e suas deliberações têm caráter meramente opinativo, não vinculando, assim, o Presidente da República nas suas tomadas de decisão. Participam do Conselho da República (CF, art. 89): I - o Vice-Presidente da República; II - o Presidente da Câmara dos Deputados; III - o Presidente do Senado Federal; IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; VI - o Ministro da Justiça; e VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. Logo, de todas as assertivas da questão, está correta apenas a assertiva “c”, pois o líder da minoria na Câmara dos Deputados, de fato, tem assento no Conselho da República (CF, art. 89, IV). Note que fazem parte do Conselho da República tanto os líderes da maioria quanto os líderes da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. 10) (FCC/ TRT-BA) Na hipótese de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, a) serão convocadas novas eleições, cabendo aos eleitos um mandato de 4 anos, caso a vacância ocorra nos primeiros 6 meses do período presidencial. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 13 b) serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência os Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. c) a eleição para os cargos será feita 90 dias depois de aberta a última vaga, quando a vacância ocorrer nos 2 últimos anos do período presidencial. d) será realizada eleição para os cargos pelo Congresso Nacional, quando a vacância ocorrer nos 2 primeiros anos do período presidencial. e) assumirá a Presidência da República o Presidente do Congresso Nacional, devendo completar o período de seus antecessores. Resposta: “b” Comentário. De acordo com a Constituição brasileira, em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente da República, ou caso ocorra vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência: (1º) o Presidente da Câmara dos Deputados, (2º) o Presidente do Senado Federal e (3º) o Presidente do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80). Assim, podemos concluir que a resposta da questão é a letra “b”, que apresenta a única assertiva certa. Vamos aos comentários das outras assertivas. A assertiva “a” está errada. Caso ocorra vacância desses dois cargos, teremos, de fato, a convocação para novas eleições. Porém, não caberá aos eleitos um mandato de quatro anos, mas, em vez disso, caberá aos eleitos somente completar o período de seus antecessores (mandato tampão). Por exemplo, caso ocorra vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da república durante o primeiro ano de mandato, os candidatos que forem eleitos nas eleições convocadas para suprimento dessas vagas terão o mandato de três anos, que é o período faltante para que se complete o período de seus antecessores. Antes de iniciarmos o comentário à assertiva “c”, vamos relembrar os prazos para a realização das eleições nas hipóteses de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República. A eleição de Presidente e Vice-Presidente da República, na hipótese de vacância desses cargos, poderá se dar em dois prazos distintos. Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição será feita trinta dias depois da última vaga,pelo Congresso Nacional, na forma da lei (eleição indireta). Já na hipótese de vacância desses cargos nos primeiros dois anos do período presidencial, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga (eleição direta). Veja que, em ambos os casos, a CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 14 contagem se dá a partir da abertura da última vaga (CF, art. 81, caput e § 1º). Logo, está errada a assertiva “c”, pois, quando a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para os cargos será feita em trinta dias (e não noventa!). A assertiva “d” está errada porque a eleição somente será realizada pelo Congresso Nacional, trinta dias depois da última vaga, caso a vacância ocorra nos últimos dois anos do período presidencial (CF, art. 81, § 1º). A assertiva “e” está errada porque, como vimos, caso ocorra vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência: (1º) o Presidente da Câmara dos Deputados, (2º) o Presidente do Senado Federal e (3º) o Presidente do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80). 11) (FCC/JUIZ SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO/2001) O pronunciamento do Conselho de Defesa Nacional sobre a decretação do estado de sítio é a) obrigatório e vincula o Presidente da República. b) obrigatório e vincula o Congresso Nacional. c) facultativo e não vincula o Presidente da República. d) obrigatório e não vincula o Presidente da República. e) obrigatório e vincula o Presidente da República e o Congresso Nacional. Resposta: “d” Comentário. A Constituição determina que o Conselho de Defesa Nacional deverá opinar, dentre outras matérias, sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal (art. 91, 1º, II). Portanto, sua manifestação é obrigatória, por imposição constitucional. Porém, conforme já vimos antes, as manifestações do Conselho de Defesa Nacional e do Conselho da República nunca vinculam o Presidente da República, tendo caráter meramente opinativo. 12) (FCC/PROCURADOR/BACEN/2005) No tocante à Advocacia-Geral da União, a Constituição Federal vigente determina que a) o Advogado-Geral da União é livremente nomeado pelo Presidente da República dentre os integrantes da carreira da advocacia pública. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 15 b) a representação judicial e extrajudicial da União é incumbência exclusiva e direta da Advocacia-Geral da União, vedada a representação através de órgão vinculado. c) o Advogado-Geral da União deve ser maior de trinta anos e não ter idade superior a sessenta e cinco anos, além de possuir notável saber jurídico e reputação ilibada. d) a representação da União, na execução da dívida ativa de natureza tributária, cabe à Procuradoria da República, observado o disposto em lei. e) as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo são atribuições da Advocacia-Geral da União, nos termos da lei complementar que a organizar. Resposta: “e” A Advocacia-Geral da União é o órgão integrante do Poder Executivo ao qual cabe, diretamente ou através de órgão vinculado, desempenhar duas importantes funções constitucionais, a saber: a) representar a União, judicial e extrajudicialmente; b) prestar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento. Um detalhe importante, que pouca gente se dá conta, mas que não pode passar despercebido! Note-se que, na função de representação judicial ou extrajudicial, a competência da Advocacia-Geral da União alcança o ente federado “União” como um todo, nos três Poderes da República, e não somente no Poder Executivo. Logo, nessa função de representação, cabe à Advocacia-Geral da União representar, além do Executivo, órgãos do Legislativo (Câmara dos Deputados, por exemplo) e do Judiciário Federal (Tribunais Federais, por exemplo). Diferentemente, no tocante à função de consultoria e assessoramento, a competência da Advocacia-Geral da União limita- se ao Poder Executivo (isto é, a Advocacia-Geral da União não assessora, nem presta consultoria aos Poderes Legislativo e Judiciário). Partindo dessa realidade, vamos examinar, separadamente, as assertivas dessa questão. A assertiva “a” está errada porque o Advogado-Geral da União é de livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, não precisando ser integrante da carreira da advocacia pública (CF, art. 131, § 1º). Aliás, diga-se de passagem, por incrível que pareça, em termos precisos, pela literalidade do texto da Constituição CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 16 Federal, o Advogado-Geral da União não precisaria nem mesmo ser advogado! A assertiva “b” está errada porque a representação judicial e extrajudicial da União poderá ser prestada diretamente pela Advocacia-Geral da União ou através de órgão a ela vinculado (CF, art. 131). A assertiva “c” está errada porque a Constituição não estabelece idade máxima para o Advogado-Geral da União, mas somente idade mínima, que é de trinta e cinco anos (e não de trinta anos, como consta da assertiva). A assertiva “d” está errada porque na execução da dívida ativa de natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria- Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei, e não à Procuradoria da República (art. 131, § 3º). A assertiva “e”, conforme explicado acima, é a resposta correta da questão. 13) (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-RN/2002) O Presidente da República é acusado da prática de crime de responsabilidade. Um de seus Ministros de Estado é também acusado da prática de crime de responsabilidade, conexo com o do Presidente da República. Nessa situação, de um lado, a autorização para que seja instaurado processo contra o Presidente e contra o Ministro e, de outro lado, o processamento e julgamento ocorrerão, respectivamente, perante a) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, para o Presidente e para o Ministro. b) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, para o Presidente; e a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal, para o Ministro. c) o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, para o Presidente e para o Ministro. d) o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, para o Presidente; e o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, para o Ministro. e) a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal, para p presidente e para o Ministro. Resposta: “a” Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I). Uma vez autorizada a instauração do processo pela Câmara dos Deputados, caberá privativamente ao Senado Federal processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 17 responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles (art. 52, I). Portanto, a assertiva “a” responde ao enunciado da questão. Vale lembrar, porém, que o Senado Federal só julga Ministro de Estado nos crimes de responsabilidade quando o crime por ele praticado for conexo com delito praticado pelo Presidenteou Vice- Presidente da República (art. 52, I). Nos demais casos, os Ministros serão processados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal, tanto nos crimes comuns, quanto nos crimes de responsabilidade (neste caso, se o crime for autônomo, isto é, sem conexão com o Presidente ou Vice-Presidente da República), por força do art. 102, I, c, da Constituição Federal. 14) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 8ª REGIÃO) Na hipótese de vacância dos cargos de Presidente e Vice- Presidente da República antes dos últimos dois anos do período presidencial, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência, o Presidente a) da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal, sendo que a eleição para ambos os cargos será feita noventa dias depois de aberta a última vaga. b) do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal, sendo que a eleição para ambos os cargos será feita pelo Congresso Nacional, depois de aberta a última vaga. c) do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal, sendo que a eleição para ambos os cargos será feita sessenta dias depois de aberta a primeira vaga, pelo Congresso Nacional. d) do Congresso Nacional, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal, sendo que o sucessor constitucional deverá completar o período remanescente do mandato. e) do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, sendo que o sucessor constitucional deverá completar o período presidencial de seu sucessor. Resposta: “a” Determina a Constituição que em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (art. 80). Importante destacar que essas autoridades ocuparão a Presidência da República sempre transitoriamente, até que seja realizada nova CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 18 eleição. A realização da eleição dependerá do tempo restante de mandato após a abertura da última vaga, da seguinte forma: a) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato presidencial, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga (neste caso, temos eleição direta); b) se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do mandato presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei (neste caso, temos hipótese excepcional de eleição indireta). Dessa forma, a assertiva “a” responde ao enunciado da questão. 15) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 4ª REGIÃO/2004) É certo que, se o Presidente da República praticar uma infração penal comum e a denúncia for recebida pelo a) Senado Federal, ficará suspenso de seus direitos políticos. b) Congresso Nacional, será declarado seu impeachment. c) Superior Tribunal de Justiça, ficará impedido do exercício do cargo. d) Câmara dos Deputados, será declarada a perda de seus direitos políticos. e) Supremo Tribunal Federal, ficará suspenso de suas funções. Resposta: “e” Conforme já visto em exercício anterior, nas infrações penais comuns o Presidente da República é processado e julgado pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o delito por ele cometido não seja estranho ao exercício de suas funções (pois, neste caso, por força do art. 86, § 4º, da Constituição, ele não responderá pelo delito na vigência do mandato). Vimos também que, depois da autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros, se o Supremo Tribunal Federal receber a denúncia ou queixa crime, o Presidente da República será afastado de suas funções, podendo permanecer afastado por até 180 (cento e oitenta) dias. Está correta, portanto, a assertiva “e”. 16) (FCC/ ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO/MPU/2007) No que concerne ao Presidente e ao Vice-Presidente da República, é correto afirmar: a) Se decorridos cinco dias da data fixada para a posse, o Presidente (ou o Vice-Presidente) não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 19 b) Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta dos votos, computados os brancos e nulos. c) Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, será renovado o pleito eleitoral no primeiro turno para escolha do outro candidato. d) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, será chamado ao exercício da presidência, em primeiro lugar, o Presidente do Senado Federal. e) Vagando os cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. Resposta: “e” A assertiva “a” está errada porque o cargo será declarado vago somente se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo (CF, art. 78, parágrafo único). Portanto, o prazo estabelecido pela Constituição é de dez dias (e não de cinco dias) e, ainda assim, o cargo somente será declarado vago após esse período se não houver motivo de força maior para a ausência. A assertiva “b” está errada porque será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos (CF, art. 77, § 2º). O erro da assertiva está, portanto, em afirmar que são computados os votos em branco e os nulos. Ainda sobre esse processo eleitoral, são importantes os seguintes aspectos: I) caso essa maioria absoluta seja alcançada já no primeiro turno, encerra-se o processo eletivo com um só turno de votação; II) se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta na primeira votação, far-se-á nova eleição no último domingo de outubro, concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos (CF, art. 77, 3º); III) se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (CF, art. 77, § 4º); IV) se nas duas hipóteses anteriores (itens II e III), remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso (CF, art. 77, § 5º). A assertiva “c” está errada porque, como vimos acima, se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 20 impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (CF, art. 77, § 4º). A assertiva “d” está errada, pois determina a Constituição que, em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (art. 80). Portanto, pela ordem, o primeiro a ser chamado ao exercício temporário da Presidência é o Presidente da Câmara dos Deputados. A assertiva “e” está certa. De fato, vagando os cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República, teremos o seguinte: a) caso a vacância se dê nos primeiros dois anos do mandato, far-se- á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga (eleição direta); b) caso a vacância se dê nos doisúltimos anos do mandato, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei (eleição indireta). 17) (FCC/ADVOGADO/PREFEITURA DE SANTOS/2005) Nos últimos dois anos do período presidencial, vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, a) far-se-á nova eleição, direta, noventa dias depois de aberta a última vaga. b) serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente do Senado Federal, o Presidente da Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. c) será chamado ao exercício da Presidência o Ministro da Justiça, que convocará eleição indireta. d) far-se-á nova eleição direta cento e vinte dias após a abertura da última vaga. e) a eleição, para ambos os cargos, será feita trinta dias depois da abertura da última vaga, pelo Congresso Nacional. Resposta: “e” Conforme visto anteriormente, caso a vacância dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República se dê nos dois últimos anos do mandato, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei (eleição indireta). 18) (FCC/ ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA/MPU/2007) Entre outras, é competência privativa do Presidente da República a) sancionar, promulgar e fazer publicar as emendas constitucionais. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 21 b) dispor, mediante resolução e decreto legislativo, sobre extinção de funções e cargos públicos, respectivamente, quando vagos. c) celebrar a paz, independentemente de autorização ou de referendo do Congresso Nacional. d) prover cargos públicos federais, na forma da lei, podendo delegar tal atribuição também ao Advogado Geral da União. e) declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado ou referendado pelo Senado Federal. Resposta: “d” A assertiva “a” está errada porque, conforme vimos na aula sobre o Poder Legislativo, as emendas constitucionais não se submetem à sanção, veto ou promulgação do Presidente da República. São elas promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal (CF, art. 60, § 3º). A assertiva “b” está errada porque, embora o Presidente da República disponha de competência para dispor sobre a extinção de funções e cargos públicos vagos, essa competência é exercida mediante decreto (CF, art. 84, VI, “b”), e não por resolução e decreto legislativo. Como já visto na aula sobre o Poder Legislativo, resolução e decreto legislativo são atos privativos das Casas do Legislativo (o decreto legislativo é ato privativo do Congresso Nacional; a resolução poderá ser da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional). A assertiva “c” está errada porque o Presidente da República somente pode celebrar a paz, se autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional (CF, art. 84, XX). A assertiva “d” está certa, pois, de fato, o Presidente da República dispõe de competência para prover cargos públicos federais, na forma da lei (CF, art. 84, VI, “b”). E, conforme já examinado, essa atribuição poderá ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União (CF, art. 84, parágrafo único). A assertiva “e” está errada porque, conforme determina a Constituição Federal, compete privativamente ao Presidente da República declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional (art. 84, XIX). Como se vê, a autorização ou o referendo é do Congresso Nacional, e não do Senado Federal. 19) (ESAF/AFC/CGU/2003) Admitida pela Câmara dos Deputados a denúncia ou queixa contra o Presidente da República por prática de CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 22 crime comum, está o Supremo Tribunal obrigado a receber a denúncia ou queixa, dando início ao processo penal. Item ERRADO. Sabe-se que compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado (CF, art. 51, I). A autorização da Câmara dos Deputados é necessária para o julgamento do Presidente da República tanto nos crimes comuns, perante o STF, quanto nos crimes de responsabilidade, perante o Senado Federal (CF, art. 86). Muito se discutiu se a autorização da Câmara dos Deputados obrigava, ou não, o julgamento do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal. Se houver autorização da Câmara, o Senado estará obrigado a julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade? Se a Câmara autorizar, o STF está obrigado a receber a denúncia e julgar o Presidente da República nos crimes comuns? Resposta: a autorização da Câmara dos Deputados obriga o Senado Federal, mas não obriga o Supremo Tribunal Federal. Significa dizer que se a Câmara dos Deputados autorizou a instauração de processo contra o Presidente da República, é certo que haverá julgamento no Senado Federal. Não caberá ao Senado Federal emitir novo juízo sobre a instauração ou não do processo de impeachment. Obviamente isso não significa que o Presidente da República será, necessariamente, condenado pelo Senado (isso quem decidirá serão os Senadores!). É certo apenas que o processo será instaurado e haverá o julgamento. Entretanto, no caso de infrações comuns, a Câmara dos Deputados poderá autorizar a instauração de processo contra o Presidente da República e o STF poderá não receber a denúncia ou queixa crime, haja vista que a autorização da Câmara não vincula o STF. Aproveito essa assertiva para comentar uma importante jurisprudência do STF sobre a autorização da Câmara dos Deputados para a instauração de processo contra Ministro de Estado, também prevista nesse dispositivo constitucional (art. 51, I). A questão é a seguinte: embora a Constituição não tenha especificado em que espécie de crime é necessária a autorização da Câmara dos Deputados para o julgamento de Ministro de Estado, o STF firmou entendimento de que essa autorização da Câmara só se aplica aos crimes praticados por Ministro em conexão com o Chefe do Executivo. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 23 Portanto, se o Ministro de Estado pratica crime autônomo, sem conexão com delito praticado pelo Presidente da República, será ele julgado pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, c) sem necessidade de autorização da Câmara dos Deputados. 20) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Sobre o Poder Executivo, na Constituição Federal de 1988, assinale a única opção correta. a) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. b) Ocorrendo a vacância simultânea, nos últimos dois anos do período presidencial, dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. c) A competência do Presidente da República para permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente pode ser delegada ao Ministro de Estado da Defesa, por expressa previsão constitucional. d) Admitida a acusação contra oPresidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, por infrações penais comuns ou por crimes de responsabilidade, ficará o Presidente da República, em conseqüência da admissão da acusação, suspenso das suas funções até o término do processo. e) Nos termos da Constituição Federal, uma vez convocado, pelo Presidente da República, para pronunciar-se sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas, as manifestações do Conselho da República serão vinculativas das decisões e das ações executivas do governo. Gabarito: “b” A assertiva “a” está errada porque, em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80). A assertiva “b” está certa porque, de fato, ocorrendo a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei (CF, art. 81, § 1º). A assertiva “c” está errada porque as atribuições do Presidente da República que são delegáveis estão taxativamente enumeradas no CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 24 parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal, dentre as quais não se encontra a permissão para que, nos casos previstos em lei complementar, forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente (art. 84, XXII). A assertiva “d” está errada porque a mera autorização da Câmara dos Deputados não impõe a suspensão do Presidente da República. O Presidente só ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): (a) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; (b) nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. A assertiva “e” está errada porque o Conselho da República (art. 89) e o Conselho de Defesa Nacional (art. 91) são órgãos consultivos do Presidente da República, cujas manifestações são meramente opinativas, isto é, não vinculam o Presidente da República. 21) (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Sobre o Poder Executivo, assinale a única opção correta. a) Na eleição para Presidente da República, se antes do segundo turno ocorrer a morte do candidato a Presidente da República, o candidato a Vice-Presidente assume a cabeça da chapa e, no caso de sua eleição, em seus impedimentos, ele será substituído, sucessivamente, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo Presidente do Senado Federal e pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. b) Os eleitos para assumirem os cargos de Presidente e Vice- Presidente da República, no caso de vacância dos dois cargos, serão sempre eleitos apenas para completar o período que resta do mandato, seja essa eleição uma eleição geral ou uma eleição indireta, feita no âmbito do Congresso Nacional. c) Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a criação ou extinção de órgãos públicos, desde que não implique aumento de despesa. d) Compete ao Presidente da República exercer o comando supremo das Forças Armadas e ao Ministro de Estado da Defesa, por força das suas atribuições administrativas, a nomeação dos oficiais-generais para os cargos que lhes são privativos. e) Nos termos da Constituição Federal, o Presidente da República, na vigência de seu mandato, só pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções quando o ilícito for de natureza penal. Gabarito: “b” A assertiva “a” está errada porque, se antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (art. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 25 77, § 4º). Nesse caso, se remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso (art. 77, § 5º). A assertiva “b” está certa porque, conforme determina o § 2º do art. 81 da Constituição Federal, no caso de nova eleição para Presidente da República, os eleitos deverão apenas completar o período de seus antecessores (mandato “tampão”). A assertiva “c” está errada porque compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (art. 84, VI, a). A criação e extinção de órgãos públicos é competência do Congresso Nacional, mediante lei, com a sanção do Presidente da República (art. 48, XI). A assertiva “d” está errada porque compete privativamente ao Presidente da República exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos (art. 84, XIII). A assertiva “e” está errada porque o Presidente da República, na vigência do seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, § 4º). 22) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Compete ao Presidente da República nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros dos Tribunais Superiores, o presidente e os diretores do Banco Central. Item CERTO. Determina a Constituição Federal que compete privativamente ao Presidente da República nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei (art. 84, XIV). 23) (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) O Presidente da República pode criar, por decreto, órgão público, desde que essa criação não implique aumento de despesa. Item ERRADO. Determina a Constituição que compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 26 aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (art. 84, VI, a). A criação e extinção de órgãos públicos é competência do Congresso Nacional, mediante lei, com a sanção do Presidente da República (art. 48, XI). 24) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Por força de disposição constitucional, as posses do Presidente e do Vice-Presidente da República deverão ser sempre simultâneas, sob pena dos cargos serem declarados vagos. Item ERRADO. A Constituição Federal não estabelece que na hipótese de o Presidente e o Vice-Presidente da República não tomarem posse simultaneamente os cargos serão declarados vagos. O que determina a texto constitucional é que, se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago (art. 78, parágrafo único). 25) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções após a aprovação, pela Câmara dos Deputados, da instauração do processo por crime de responsabilidade ou do recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, nos crimes comuns. Item ERRADO. Ao contrário do afirmado no enunciado, a autorização da Câmara dos Deputados nãoimpõe a suspensão do Presidente da República. O Presidente só ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): a) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa- crime pelo Supremo Tribunal Federal; b) nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. Vale lembrar que o prazo máximo de suspensão do Presidente da República do exercício de suas funções presidenciais é de cento e oitenta dias. Com efeito, determina a Constituição Federal que, se decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (art. 86, § 2º). 26) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Se, por qualquer motivo, o presidente da República não tomar posse na data fixada no texto CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 27 constitucional, o cargo será declarado vago, após dez dias, contados dessa data. Item ERRADO. Estabelece a Constituição que se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago (CF, art. 78, parágrafo único). A assertiva está errada porque afirma que a vacância será declarada se o Presidente não tomar posse, no prazo de dez dias, por qualquer motivo, deixando de consignar a ressalva “salvo motivo de força maior”. Agora, vejamos todo o procedimento que se desenrola a partir da declaração de vacância, se houver. Se a vacância for só do cargo de Presidente, o Vice-Presidente suceder-lhe-á por todo o mandato remanescente, ainda que essa vacância ocorra antes da posse, ou seja, após a diplomação, mas antes da posse (CF, art. 79). Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício temporário da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80). Se a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República se der nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga (CF, art. 81). Se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta), na forma da lei (CF, art. 81, § 1º). Nos dois casos de eleição – eleição direta, nos dois primeiros anos; ou eleição indireta pelo Congresso Nacional, nos dois últimos anos -, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores (os eleitos não cumprirão mandato de quatro anos, mas somente o período remanescente do mandato do antecessor). 27) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A Advocacia-Geral da União, diretamente ou por meio de órgão vinculado, representa judicialmente a Câmara dos Deputados. Item CERTO. Estabelece a Constituição que a Advocacia-Geral da União é a instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 28 representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo (art. 131). Veja que a Advocacia-Geral da União desempenha duas atribuições distintas: a) a representação judicial ou extrajudicial da União, aqui abarcando os órgãos da União nos três Poderes da República (inclusive a Câmara dos Deputados, portanto); e b) a consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. Cuidado! Há uma tendência de os candidatos pensarem que a Advocacia-Geral da União só representa o Poder Executivo, o que é um equívoco! A restrição em relação ao Poder Executivo diz respeito somente à consultoria e assessoramento! Em se tratando de representação, judicial ou extrajudicial, a competência da AGU alcança a União, englobando os três Poderes da República. 28) (ESAF/AFRE/RN/2005) Caso sejam declarados vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República, durante o penúltimo ano dos seus mandatos, serão realizadas, antecipadamente, as eleições que ocorreriam no último ano do mandato, cabendo aos eleitos completar o período de mandato de seus antecessores. Item ERRADO. No caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, temos o seguinte (CF, art. 81): a) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, far-se- á eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga; b) se a vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato, far-se-á eleição para ambos os cargos no prazo de trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Nas duas hipóteses, os eleitos apenas completarão o período de seus antecessores (não serão eleitos para um mandato completo, de quatro anos). A assertiva está errada porque se refere à vacância nos dois últimos anos, hipótese em que não há antecipação das eleições diretas, mas sim eleição pelo Congresso Nacional (indireta), no prazo de trinta dias, na forma da lei. 29) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O presidente da República pode delegar a Ministro de Estado sua competência para dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos vagos. Item CERTO. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 29 A competência do Presidente da República para a edição de decreto autônomo extinguindo funções ou cargos públicos quando vagos está prevista no art. 84, VI, da Constituição. Essa competência, de fato, pode ser delegada aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União (CF, art. 84, parágrafo único). 30) (ESAF/APO/MPOG/2005) Compete ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei, podendo essa competência ser delegada a Ministro de Estado. Item CERTO. Compete ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei (CF, art. 84, XII). O Presidente da República poderá delegar essa atribuição aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único). O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição mais cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância a matéria nele regulada. Esse dispositivo enumera as atribuições do Presidente da República que são delegáveis (incisos VI, XII e XXV, primeira parte). Ademais, ao enumerar expressamente as matérias que são delegáveis (incisos VI, XII e XXV, primeira parte), fixa também, a contrario sensu, as matérias que são indelegáveis (demais incisos do art. 84). 31) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A Constituição de Estado- membro pode atribuir competência ao Governador para dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração estadual, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos, não havendo ilegalidade ou inconstitucionalidade se tal decreto revogar lei anterior em sentido contrário. Item CERTO. Estabelece a Constituição que compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre (art. 84, VI): a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; CURSO REGULAR DEDIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 30 b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Trata-se da competência excepcional outorgada ao Presidente da República para a expedição do chamado decreto autônomo, desde que no trato dessas específicas matérias enumeradas. Essa competência, por força do federalismo, é automaticamente estendida aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal e aos Prefeitos, que poderão, nas respectivas esferas, disciplinar as referidas matérias por meio de decreto autônomo. A parte final diz que não haverá ilegalidade ou inconstitucionalidade se o decreto autônomo revogar lei anterior em sentido contrário, o que está correto. Com efeito, uma lei ordinária que trata da organização e funcionamento da administração estadual pode ser revogada por um decreto autônomo do Governador, desde que não ocorra aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos. Isso porque o decreto autônomo tem força lei, e, como tal, pode revogar lei anterior em sentido contrário. Vale lembrar que o Presidente da República poderá delegar essa atribuição aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único). Da mesma forma, fazendo-se a devida adequação, temos que o Governador de Estado poderá delegar essa atribuição aos Secretários de Estado, ao Procurador-Geral de Justiça e ao Advogado-Geral do Estado, e o Prefeito poderá delegar aos Secretários Municipais e ao Advogado-geral do Município (nos Municípios não há que se falar em delegação ao chefe do Ministério Público, pois não temos essa autoridade no âmbito municipal). 32) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Senado Federal julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade e nos crimes comuns conexos com aqueles. Item ERRADO. O Senado Federal só julga o Presidente da República nos crimes de responsabilidade (art. 52, I), cabendo ao Supremo Tribunal Federal julgá-lo nas infrações penais comuns (art. 102, I, b). Vale lembrar que o STF só julga o Presidente da República nas infrações penais comuns relacionadas com o exercício de suas funções, vale dizer, nas infrações penais comuns praticadas enquanto Presidente da República, ou seja, na condição de Presidente da República. Isso porque, por força de imunidade processual, o Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 31 art. 86, § 4º), isto é, por atos praticados enquanto cidadão comum, sem nenhuma relação com o exercício das funções presidenciais. Por esses atos estranhos ao exercício de suas funções (praticados antes do início do mandato, ou durante este), o Presidente da República só responderá após o término do mandato (art. 86, § 4º). Ora, se ele só responderá após o término do mandato, não terá mais direito ao foro especial e, portanto, não responderá perante o STF, mas sim perante a justiça ordinária competente. Quando explico esse ponto em sala de aula, é comum o candidato não compreender a distinção entre crime comum conexo com o mandato e crime comum estranho ao mandato. Há uma tendência de se pensar que todo o crime comum é, necessariamente, estranho ao exercício do mandato, o que é um grande equívoco! Apesar de ter comentado o assunto no início desta aula, comentarei e exemplificarei novamente, para que vocês fixem bem a matéria. Matar alguém é um crime comum (Código Penal, art. 121), isso todo mundo sabe. Pois bem, o Presidente da República pode, em tese, matar alguém na condição de Presidente da República, ou pode matar alguém na condição de cidadão comum. Como assim? Se o Presidente da República recebe o Presidente da Câmara dos Deputados no Palácio do Planalto para uma discussão sobre a edição de medidas provisórias e, num ato de desatino, perde a cabeça e o mata, esse crime será um crime comum conexo com o exercício de suas funções (o crime foi praticado na condição de Presidente da República). Agora, se o Presidente da República está passando um feriado na sua chácara particular e durante uma discussão com o seu vizinho sobre o furto de alguns cabritos de sua propriedade o assassina, esse crime será um crime comum estranho ao exercício de suas funções (o crime foi praticado na condição de cidadão comum). No primeiro caso – crime comum conexo com o exercício das funções presidenciais -, o Presidente da República responderá, durante o mandato, perante o STF, ficando afastado da Presidência por até 180 dias (CF, art. 86, §§ 1º e 2º). No segundo caso – crime comum estranho ao exercício das funções presidenciais -, o Presidente da República não responderá na vigência do mandato (art. 86, § 4º), mas sim depois do término do mandato, perante a justiça ordinária competente (pois, como ex-Presidente, ele não terá mais direto ao foro especial perante o STF). 33) (ESAF/AFT/2003) Embora a Constituição Federal determine que a criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 32 ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar vago, sua extinção poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da República. Item CERTO. A Constituição outorga competência ao Presidente da República para, mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos, quando vagos (CF, art. 84, VI, b). Trata-se da competência excepcional outorgada ao Presidente da República para a expedição do chamado decreto autônomo. 34) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE - TO/2005) A Constituição Federal exige alguns requisitos para a candidatura ao cargo de presidente da República, entre eles, os de ser brasileiro nato, estar em pleno exercício dos direitos políticos, ter mais de 35 anos de idade e possuir filiação partidária. Item CERTO. De fato, ao estabelecer os requisitos de elegibilidade para o cargo de Presidente da República, a Constituição Federal exige ser o candidato brasileiro nato (art. 12, § 3º), estar em pleno exercício dos direitos políticos (art. 14, § 3º, II), ter mais de trinta e cinco anos (art. 14, § 3º, VI, a) e possuir filiação partidária (art. 14, § 3º, V). 35) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO NACIONAL/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA/2005) No âmbito das relações internacionais, o presidente da República Federativa do Brasil exerce a representação do país na qualidade de chefe de governo. Item ERRADO. No sistema presidencialista, a chefia do Poder Executivo é monocrática ou unipessoal, vale dizer, incumbe unicamente ao Presidente da República, que exerce, simultaneamente, a chefia de Estado e de Governo. Como chefe de Estado, o Presidente da República representa o Estado brasileiro nas suas relações internacionais, e corporifica a unidade interna da Federação. Como chefe de Governo, cabe ao Presidente a gerência dos negócios internos do Estado brasileiro, sejam os de natureza política, sejam os de natureza administrativa, exercendo, com isso, a liderança da política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção da máquina administrativa. Dessa forma, no âmbito das relações internacionais, o Presidente da República representa o país na qualidade de chefe de Estado. CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS PROFESSOR VICENTE PAULO WWW.PONTODOSCONCURSOS.COM.BR 33 36) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO NACIONAL/MINISTÉRIO DA JUSTIÇA/2005) Como chefe de Estado, o presidente da República
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