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Poder Executivo - Direito Constitucional em questões

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CURSO REGULAR DE DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS 
PROFESSOR VICENTE PAULO 
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AULA 15 – PODER EXECUTIVO 
 
Na aula de hoje, estudaremos as regras constitucionais acerca do 
Poder Executivo. 
Os exercícios sobre o Poder Executivo abordam, especialmente, três 
aspectos: eleição, atribuições e responsabilidades do Presidente da 
República (com ênfase no processo de responsabilização, previsto no 
art. 86 da Constituição). 
Passemos ao exame dos exercícios. 
 
1) (FCC/AUDITOR/TCE-MG/2005) Na hipótese de prática de conduta 
tipificada na legislação penal como crime comum, o Presidente da 
República 
a) poderá ser preso em flagrante, em se tratando de crime 
inafiançável, devendo o assunto ser submetido de imediato à Câmara 
dos Deputados. 
b) ficará suspenso de suas funções, por até cento e oitenta dias, após 
a instauração de processo pelo Senado Federal. 
c) será submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, 
após admitida a acusação por dois terços dos membros do Congresso 
Nacional. 
d) perderá o mandato e, mediante julgamento do Senado Federal, 
será inabilitado por cinco anos para o exercício de função pública. 
e) não poderá ser responsabilizado, na vigência de seu mandato, em 
se tratando de ato estranho ao exercício de suas funções. 
Resposta: “e” 
A presente questão trata especificamente da responsabilização do 
Presidente da República na hipótese de prática de crime comum. 
Apesar disso, vamos aproveitá-la para fazer uma revisão sobre todo o 
processo de responsabilização do Presidente da República, seja por 
prática de crime comum, seja por prática de crime de 
responsabilidade. 
O processo de responsabilização do Presidente da República está 
disciplinado nos artigos 51, 52 e 86 da Constituição Federal, nos 
termos abaixo comentados. 
I – Autorização e Julgamento 
O Presidente da República pode praticar dois tipos de crime: crime 
comum e crime de responsabilidade. Nos dois casos, ele somente 
poderá ser responsabilizado após autorização da Câmara dos 
Deputados, por dois terços dos seus membros. 
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Nos crimes de responsabilidade, o Presidente da República 
responde perante o Senado Federal, após autorização da Câmara 
dos Deputados por dois terços de seus membros. Nesse caso, ele 
poderá perder o cargo, com inabilitação por oito anos, para o 
exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções 
judiciais cabíveis. Tal condenação (impeachment) somente será 
proferida por dois terços dos votos do Senado Federal (CF, art. 52, 
parágrafo único). 
Na prática de crimes comuns, o Presidente da República responderá 
perante o Supremo Tribunal Federal – STF, também após a 
autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus 
membros. 
II – Suspensão do exercício da Presidência 
De acordo com o § 1º do artigo 86 da Constituição Federal, o 
Presidente da República ficará suspenso de suas funções: 
• em caso de crime de responsabilidade – somente após 
instauração do processo pelo Senado Federal; 
• em caso de crime comum – somente se recebida a denúncia ou 
queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal. 
O prazo máximo de suspensão das atividades presidenciais é de 180 
(cento e oitenta) dias. Vencido esse prazo, ainda que o processo não 
tenha sido concluído, o Presidente da República voltará a exercer 
suas funções presidenciais, sem prejuízo do regular prosseguimento 
do processo (CF, art. 86, § 2º). 
III – Imunidade quanto às prisões cautelares 
Determina a Constituição que enquanto não sobrevier sentença 
condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não 
estará sujeito a prisão (art. 86, § 3º). 
Como se vê, no caso de prática de crime comum, o Presidente da 
República é imune a qualquer tipo de prisão cautelar (não poderá 
haver, nem mesmo, prisão em flagrante). Para que ele seja preso é 
necessário que haja uma sentença de mérito proferida pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
IV – Imunidade quanto aos atos estranhos ao exercício do mandato 
O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, 
art. 86, § 4º). 
Para entendermos o alcance dessa importante imunidade, temos que 
fazer uma distinção entre os tipos de crimes comuns que podem ser 
cometidos pelo Presidente da República, a saber: crimes conexos 
com o exercício de suas funções e crimes estranhos ao exercício de 
suas funções. 
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Para ilustrar essa diferença, vejamos um exemplo hipotético. “Matar 
alguém” é um crime comum, definido no artigo 121 do Código Penal. 
Logo, em tese, o Presidente da República pode vir a matar alguém, 
incorrendo nesse crime comum. Poderemos, então, ter duas 
situações possíveis, explicadas nos parágrafos seguintes. 
Se o Presidente da República “matar alguém” utilizando-se da sua 
condição de Presidente, estará praticando crime comum conexo com 
o exercício das suas funções. Por exemplo: durante o exercício do 
mandato, em uma reunião no Palácio do Planalto, após discussão com 
um parlamentar de oposição, o Presidente da República perde a 
paciência e mata esse seu adversário político! Nesse caso, se 
autorizado pela Câmara dos Deputados, por dois terços de seus 
membros, ele poderá ser processado perante o Supremo Tribunal 
Federal durante a vigência de seu mandato (hipótese em que, a partir 
do recebimento da denúncia ou queixa crime pelo STF, ficará 
suspenso de suas atividades presidenciais). 
Porém, se o Presidente da República incorrer no mesmo crime 
(“matar alguém”) na condição de cidadão comum, estará praticando 
crime comum estranho ao exercício de sua função, situação em que 
não será responsabilizado na vigência de seu mandato. Por exemplo: 
durante suas férias, o Presidente da República envolve-se em uma 
briga de vizinhos, no vilarejo em que descansa, vindo a matar 
alguém. Nesse caso, ele não será responsabilizado por esse crime na 
vigência do seu mandato, por força da imunidade prevista no art. 86, 
§ 4º, da Constituição. Isso significa que ele somente será processado 
após o término de seu mandato e, como após o término de seu 
mandato ele não mais terá direito ao foro privilegiado perante o STF, 
será julgado pela Justiça Comum. 
Após essa breve revisão, vamos à análise das assertivas 
apresentadas na questão. Lembre-se: a questão trata de hipótese de 
responsabilização do Presidente da República pela prática de crime 
comum. 
A assertiva “a” está errada porque, como vimos, o Presidente da 
República é imune a qualquer tipo de prisão cautelar, não podendo 
ser preso nem mesmo em flagrante. Para que ele seja preso é 
necessário que haja sentença condenatória proferida pelo Supremo 
Tribunal Federal (CF, art. 86, § 3º). 
A assertiva “b” está errada, pois, nos casos de prática de crimes 
comuns, o Presidente da República será julgado pelo Supremo 
Tribunal Federal – e não pelo Senado Federal, como diz a assertiva 
(CF, art. 86, caput). 
A assertiva “c” está errada porque, para que seja submetido a 
julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, é necessário que 
seja admitida a acusação por dois terços dos membros da Câmara 
dos Deputados (CF, art. 86, caput). 
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A assertiva “d” está errada porque o presidente apenas está sujeito à 
perda do cargo, com inabilitação para o exercício da função pública, 
mediante julgamento do Senado Federal, nos casos de prática de 
crimes de responsabilidade. Ademais, a inabilitação para o exercício 
da função pública, nesses casos, serápor oito anos – e não cinco, 
como diz a assertiva (CF, art. 52, parágrafo único). 
A assertiva “e” está certa, pois, de fato, o Presidente da República 
não poderá ser responsabilizado, na vigência de seu mandato, por 
ato estranho ao exercício de suas funções (CF, art. 86, § 4º). 
 
2) (FCC/AUDITOR TRIBUTÁRIO/PREFEITURA DE JABOATÃO/2006) Na 
hipótese de se descobrirem indícios de que o Presidente da República, 
antes de ser eleito e assumir o cargo, teria cometido ato atentatório à 
vida de outrem, a Constituição prevê que 
a) o Presidente ficará suspenso do exercício de suas funções, após a 
instauração do processo para apuração do crime de responsabilidade. 
b) cessará o afastamento do Presidente da República se, decorrido o 
prazo de 120 dias, o julgamento a que for submetido não estiver 
concluído, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. 
c) eventual acusação contra o Presidente da República somente 
poderá ser admitida por dois terços dos membros do Senado Federal, 
sendo ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal 
Federal. 
d) compete privativamente à Câmara dos Deputados processar e 
julgar o Presidente da República, funcionando como Presidente dessa 
Casa o do Supremo Tribunal Federal. 
e) não poderá o Presidente da República, na vigência do seu 
mandato, ser responsabilizado por ato dessa natureza na medida em 
que é estranho ao exercício de suas funções. 
Resposta: “e” 
Veja que a questão trata de indícios de prática de crime comum pelo 
Presidente da República antes de ser eleito e assumir o cargo. 
Portanto, estamos diante de ato estranho ao exercício das funções 
de Presidente da República (afinal, na época da prática do crime ele 
sequer era Presidente!). Assim, por se tratar de ato estranho ao 
exercício de suas funções, o Presidente da República não poderá, na 
vigência de seu mandato, ser por ele responsabilizado, aplicando-se, 
à hipótese, a imunidade prevista no art. 86, § 4º, da Constituição, 
detalhadamente explicada na questão anterior. 
 
3) (FCC/AUDITOR TRIBUTÁRIO/PREFEITURA DE JABOATÃO/2006) De 
acordo com disposição expressa da Constituição Federal, compete 
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igualmente ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa 
Nacional pronunciar-se sobre 
a) iniciativas necessárias para garantir a independência nacional. 
b) declaração de guerra e celebração de paz. 
c) critérios para a utilização de áreas indisponíveis à segurança do 
território. 
d) intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio. 
e) condições de uso de áreas relacionadas com a exploração de 
quaisquer recursos naturais. 
Resposta: “d” 
O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional são órgãos 
superiores de consulta do Presidente da República. Esses órgãos são 
meramente consultivos e suas deliberações têm caráter opinativo. 
Assim, suas deliberações não vinculam, jamais, o Presidente da 
República na sua tomada de decisão. 
Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre: 
a) intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio; e 
b) as questões relevantes para a estabilidade das instituições 
democráticas (CF, art. 90). 
Ao Conselho de Defesa Nacional compete: 
a) opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da 
paz, nos termos desta Constituição; 
b) opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado 
de sítio e da intervenção federal; 
c) propor os critérios e condições de utilização de áreas 
indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu 
efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas 
com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer 
tipo; e 
d) estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas 
necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado 
democrático (CF, art. 91, § 1º). 
A questão pergunta qual competência é comum aos dois órgãos. 
Como se vê, compete igualmente ao Conselho da República e ao 
Conselho de Defesa Nacional pronunciar-se sobre intervenção federal, 
estado de defesa e estado de sítio. A resposta da questão, portanto, 
é a assertiva “d”. 
 
4) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 20ª 
REGIÃO/2002) Em uma eleição para Presidente da República, A e B 
são os candidatos mais votados em primeiro turno, sem ter, nenhum 
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dos dois, alcançado maioria absoluta dos votos. Dos remanescentes, 
C é o mais votado, ficando em terceiro lugar. Todavia, A vem a 
falecer antes da realização do segundo turno. Nessa situação deve 
ocorrer 
a) automaticamente a posse de B como Presidente da República. 
b) o segundo turno entre B e C. 
c) novo primeiro turno entre todos os candidatos originalmente 
inscritos, sendo o lugar de A ocupado por seu candidato a Vice. 
d) o segundo turno entre B e o candidato a Vice de A. 
e) nova eleição dentro de 90 dias, com a abertura da possibilidade de 
inscrição de novos candidatos e de modificação nas chapas já 
inscritas. 
Resposta: “b” 
Antes de comentar esta questão, farei um breve comentário sobre o 
processo de eleição para Presidente da República, que está 
disciplinado no artigo 77 da Constituição Federal. 
Para que seja eleito em primeiro turno para Presidente da República, 
o candidato, registrado por partido político, deverá obter a maioria 
absoluta dos votos, não computados os votos brancos e os nulos. 
Caso nenhum candidato alcance maioria absoluta na primeira 
votação, far-se-á nova eleição (segundo turno), na qual concorrerão 
os dois candidatos mais votados, considerando-se eleito aquele que 
obtiver a maioria dos votos válidos. 
Em caso de morte, desistência ou impedimento legal de candidato 
antes de realizado o segundo turno, convocar-se-á, dentre os 
remanescentes, o candidato de maior votação. Em qualquer caso 
(havendo ou não morte, desistência ou impedimento legal), se 
houver empate entre os candidatos que figurarem no segundo lugar, 
qualificar-se-á para o segundo turno o mais idoso entre eles. 
Vamos, por partes, ao comentário da questão. 
1) A e B foram os candidatos mais votados no primeiro turno de 
eleição para Presidente da República, mas nenhum dos dois obteve 
maioria absoluta dos votos. Nesse caso, como explicado 
anteriormente, deveria haver nova eleição entre os candidatos A e B. 
2) Ocorre, porém, que, antes da realização do segundo turno, o 
candidato A vem a falecer. Assim, deverá ser convocado, dentre os 
remanescentes o candidato mais votado (no caso em questão, o 
candidato C). 
Logo, deverá haver nova eleição (segundo turno) entre os candidatos 
B e C, restando correta a assertiva “b”. 
 
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5) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 2ª 
REGIÃO/2004) Quanto ao Vice-Presidente da República, considere o 
seguinte: 
I – Não poderá, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do 
País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. 
II – Auxiliará o Presidente da República, sempre que por ele for 
convocado para missões especiais, além de exercer outras atribuições 
que lhe forem conferidas por lei complementar. 
III – Assumirá a candidatura a Presidente da República quando seu 
companheiro de chapa falecer durante a disputa em segundo turno 
de votação. 
IV – Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, 
far-se-á nova eleição e os eleitos cumprirão quatro anos de mandato. 
São corretos apenas os itens 
a) III e IV. 
b) II e IV. 
c) II e III. 
d) I e III. 
e) I e II. 
Resposta: “e” 
A assertivaI está certa porque nem o Presidente, nem o Vice-
Presidente da República poderão, sem licença do Congresso Nacional, 
ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de 
perda do cargo (CF, art. 83). 
A assertiva II está certa, pois, de fato, além de outras atribuições que 
lhe forem conferidas por lei complementar, o Vice-Presidente 
auxiliará o Presidente, sempre que por ele convocado para missões 
especiais (CF, art. 79, parágrafo único). 
A assertiva III está errada, pois, caso o candidato a Presidente da 
República venha a falecer durante a disputa em segundo turno de 
votação, o candidato a Vice-Presidente da República pela mesma 
chapa não assumirá a candidatura a Presidente da República. Nesse 
caso, haverá segundo turno entre o candidato a Presidente da 
República que já estava disputando o segundo turno e o candidato 
que, dentre os remanescentes, tiver obtido maior votação (CF, art. 
77, § 4º). 
A assertiva IV está errada, pois, vagando-se os cargos de Presidente 
e Vice-Presidente da República, far-se-á nova eleição e os novos 
eleitos deverão apenas completar o período de seus 
antecessores (o chamado “mandato tampão”) - e não cumprir 
mandato integral de quatro anos, como diz a assertiva (CF, art. 81, § 
2º). 
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Assim, estão corretas apenas as assertivas I e II. 
 
6) (FCC/PROCURADOR/BACEN/2005) No sistema de separação de 
poderes adotado pelo Brasil, a doutrina e a jurisprudência entendem 
que a regra é a indelegabilidade das atribuições de cada poder. 
Contudo, há casos em que a Constituição Federal vigente atenua essa 
regra. Assim, o Presidente da República pode delegar a atribuição de 
a) celebrar tratados, convenções e atos internacionais. 
b) decretar e executar a intervenção federal. 
c) conferir condecorações e distinções honoríficas. 
d) conceder indulto e comutar penas. 
e) exercer o comando supremo das Forças Armadas. 
Resposta: “d” 
Antes de citar qual é a resposta correta, farei uma breve revisão 
sobre as competências do Presidente da República. 
As competências privativas do Presidente da República são 
enumeradas no art. 84 da Constituição Federal, ao longo dos seus 
vinte e sete incisos. 
A regra, em relação a essas competências do Presidente da República 
(conforme consta no enunciado da questão), é a indelegabilidade. Ou 
seja, como regra geral, o Presidente da República não poderá delegar 
suas competências privativas a outras autoridades ou órgãos. 
Entretanto, o parágrafo único do art. 84 diz que as atribuições 
mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, poderão ser 
delegadas aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República 
ou ao Advogado-Geral da União. Segue a transcrição desses incisos: 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se 
necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; 
Ora, se o parágrafo único do art. 84 diz que somente as atribuições 
especificadas nesses três incisos são delegáveis, pode-se deduzir que 
todas as outras atribuições listadas nesse artigo são indelegáveis! 
A única assertiva que traz uma atribuição delegável pelo Presidente 
da República é a letra “d” (conceder indulto e comutar penas), que é, 
portanto, a resposta da questão. 
Aqui cabe uma importante observação. 
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O parágrafo único do art. 84 diz que somente a primeira parte do 
inciso XXV pode ser delegada. Portanto, numa primeira leitura, 
entende-se que somente o “provimento” de cargos públicos federais 
pode ser delegado (pois essa é a primeira parte do inciso XXV). 
Porém, não se deve interpretar nenhuma parte da Constituição 
Federal de forma isolada. Nesse caso, é importante combinar essa 
restrição do parágrafo único com o disposto na alínea b do inciso VI, 
que também traz uma atribuição delegável pelo Presidente da 
República, qual seja: “extinção de funções ou cargos públicos, 
quando vagos”. 
A conclusão que se pode tirar da leitura combinada desses incisos (VI 
e XXV) com parágrafo único do art. 84, é que o Presidente da 
República poderá delegar, além do provimento, a extinção de cargos 
públicos federais, desde que estes estejam vagos. 
Enfim, embora o parágrafo único do art. 84 restrinja a possibilidade 
de delegação apenas à primeira parte do inciso XXV (provimento de 
cargos públicos federais), afastando, assim, a delegação em relação à 
segunda parte do mesmo inciso (extinção de cargos públicos 
federais), o fato é que o Presidente da República poderá delegar a 
competência para extinguir cargos públicos vagos, em razão do 
constante na alínea b do inciso VI. 
As outras assertivas apresentadas nessa questão – (a) celebrar 
tratados, convenções e atos internacionais; (b) decretar e executar a 
intervenção federal; (c) conferir condecorações e distinções 
honoríficas e (e) exercer o comando supremo das Forças Armadas – 
trazem atribuições do Presidente da República, listadas no art. 84 da 
Constituição Federal. Porém, essas atribuições são indelegáveis 
(porque não integram a autorização prevista no parágrafo único do 
art. 84) e, portanto, não satisfazem à resposta da questão. 
 
7) (FCC/PROCURADOR DO MUNICÍPIO – 2ª CLASSE/PREFEITURA DE 
SALVADOR/2006) Compete privativamente ao Presidente da 
República 
a) criar e extinguir ministérios e órgãos da administração pública 
mediante decreto. 
b) organizar e dispor sobre o funcionamento da administração federal 
mediante decreto, ainda quando isso implicar aumento de despesa. 
c) decretar o estado de defesa e o estado de sítio, 
independentemente de aprovação ou autorização do Congresso 
Nacional. 
d) decidir definitivamente sobre todos os tratados internacionais 
celebrados por seus representantes diplomáticos. 
e) dispor, mediante decreto, sobre extinção de funções ou cargos 
públicos, quando vagos. 
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Resposta: “e” 
Como vimos, as competências privativas do Presidente da República 
estão listadas nos vinte e sete incisos do artigo 84 da Constituição 
Federal. 
Está correta a assertiva “e”, pois, de fato, compete ao Presidente da 
República dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou 
cargos públicos, quando vagos (CF, art. 84, VI, b). 
Vamos agora à análise das outras assertivas. 
A assertiva “a” está errada, pois criação e extinção de Ministérios e 
órgãos da administração pública é matéria que cabe ao Congresso 
Nacional, com sanção do Presidente da República (CF, art. 48, XI). 
A assertiva “b” está errada. É competência privativa do Presidente da 
República dispor, mediante decreto, sobre organização e 
funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (CF, 
art. 84, VI, a). Assim, caberá ao Presidente dispor sobre a 
organização e funcionamento da administração federal, mediante 
decreto, somente quando isso não implicar aumento de despesa. 
A assertiva “c” está errada porque, apesar de “decretar o estado de 
defesa e o estado de sítio” ser competência privativa do Presidente da 
República (CF, art. 84, IX), para que isso aconteça deverá haver 
aprovação ou autorização do Congresso Nacional. 
Em se tratando de estado de defesa, é necessário que haja 
aprovação posterior do Congresso Nacional. Jáno caso de estado 
de sítio, é necessário que haja autorização prévia do Congresso 
Nacional (CF, art. 49, IV). 
De fato, ao tratar do estado de defesa, a Constituição Federal 
determina que o Presidente da República, dentro de vinte e quatro 
horas, submeterá o ato com a respectiva justificação ao Congresso 
Nacional, que decidirá por maioria absoluta (CF, art. 136, § 4º). 
Ao tratar do estado de sítio, entretanto, determina a Constituição que 
o Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o 
estado de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos 
determinantes do pedido, devendo o Congresso nacional decidir por 
maioria absoluta (CF, art. 137, parágrafo único). 
A assertiva “d” está errada por apresentar competência exclusiva do 
Congresso Nacional, qual seja: resolver definitivamente sobre 
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou 
compromissos gravosos ao patrimônio nacional (CF, art. 49, I). 
 
8) (FCC/PROCURADOR DE 3ª CLASSE/PROCURADORIA GERAL DE 
MANAUS/2006) Compete privativamente ao Presidente da República 
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a) estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida 
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
b) decretar o estado de defesa e o estado de sítio. 
c) autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse 
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
d) resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional. 
e) aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas 
com área superior a dois mil e quinhentos hectares. 
Resposta: “b” 
Vimos nas questões anteriores que as diversas competências 
privativas do Presidente da República estão listadas no artigo 84 da 
Constituição Federal. 
Dentre essas competências privativas está a seguinte: decretar o 
estado de defesa e o estado de sítio (CF, art. 84, IX). Assim, a 
assertiva correta é a apresentada na letra “b” da questão. 
Qual o erro das outras assertivas? Vejamos. 
As assertivas “a” e “c” estão erradas porque apresentam 
competências privativas do Senado Federal, quais sejam: 
• estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida 
mobiliária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (CF, 
art. 52, IX); 
• autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse 
da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios (CF, art. 52, V). 
As assertivas “d” e “e” estão erradas, pois apresentam competências 
exclusivas do Congresso Nacional, quais sejam: 
• resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos 
ao patrimônio nacional (CF, art. 49, I); 
• aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas 
com área superior a dois mil e quinhentos hectares (CF, art. 49, 
XVII). 
Veja que a questão tenta confundir o candidato apresentando 
competências que constam do texto constitucional, porém não são do 
Presidente da República, mas sim de órgãos do Poder Legislativo. 
Então, cuidado com as pegadinhas! Estude bem as competências 
privativas do Presidente da República (se possível, decore-as!). As 
competências do Presidente da República são muito cobradas nas 
provas da FCC e, também, das outras bancas examinadoras. 
 
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9) (FCC/ANALISTA – ÁREA JUDICIÁRIA/TRE-PI/2002) Tem assento 
no Conselho da República, dentre outros membros, o 
a) Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
b) Presidente do Supremo Tribunal Federal. 
c) líder da minoria na Câmara dos Deputados. 
d) Presidente de uma das Assembléias Legislativas estaduais, 
nomeado pelo Congresso Nacional. 
e) Procurador Geral da República. 
Resposta: “c” 
Comentário. 
Conforme explicado anteriormente, o Conselho da República é órgão 
consultivo do Presidente da República e suas deliberações têm 
caráter meramente opinativo, não vinculando, assim, o Presidente da 
República nas suas tomadas de decisão. 
Participam do Conselho da República (CF, art. 89): 
I - o Vice-Presidente da República; 
II - o Presidente da Câmara dos Deputados; 
III - o Presidente do Senado Federal; 
IV - os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados; 
V - os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; 
VI - o Ministro da Justiça; e 
VII - seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos 
de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois 
eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos 
Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. 
Logo, de todas as assertivas da questão, está correta apenas a 
assertiva “c”, pois o líder da minoria na Câmara dos Deputados, de 
fato, tem assento no Conselho da República (CF, art. 89, IV). Note 
que fazem parte do Conselho da República tanto os líderes da maioria 
quanto os líderes da minoria na Câmara dos Deputados e no Senado 
Federal. 
 
10) (FCC/ TRT-BA) Na hipótese de vacância dos cargos de Presidente 
e Vice-Presidente da República, 
a) serão convocadas novas eleições, cabendo aos eleitos um mandato 
de 4 anos, caso a vacância ocorra nos primeiros 6 meses do período 
presidencial. 
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b) serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência os 
Presidentes da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do 
Supremo Tribunal Federal. 
c) a eleição para os cargos será feita 90 dias depois de aberta a 
última vaga, quando a vacância ocorrer nos 2 últimos anos do 
período presidencial. 
d) será realizada eleição para os cargos pelo Congresso Nacional, 
quando a vacância ocorrer nos 2 primeiros anos do período 
presidencial. 
e) assumirá a Presidência da República o Presidente do Congresso 
Nacional, devendo completar o período de seus antecessores. 
Resposta: “b” 
Comentário. 
De acordo com a Constituição brasileira, em caso de impedimento do 
Presidente e do Vice-Presidente da República, ou caso ocorra 
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados 
ao exercício da Presidência: (1º) o Presidente da Câmara dos 
Deputados, (2º) o Presidente do Senado Federal e (3º) o Presidente 
do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80). Assim, podemos concluir 
que a resposta da questão é a letra “b”, que apresenta a única 
assertiva certa. 
Vamos aos comentários das outras assertivas. 
A assertiva “a” está errada. Caso ocorra vacância desses dois cargos, 
teremos, de fato, a convocação para novas eleições. Porém, não 
caberá aos eleitos um mandato de quatro anos, mas, em vez disso, 
caberá aos eleitos somente completar o período de seus antecessores 
(mandato tampão). Por exemplo, caso ocorra vacância dos cargos de 
Presidente e Vice-Presidente da república durante o primeiro ano de 
mandato, os candidatos que forem eleitos nas eleições convocadas 
para suprimento dessas vagas terão o mandato de três anos, que é o 
período faltante para que se complete o período de seus 
antecessores. 
Antes de iniciarmos o comentário à assertiva “c”, vamos relembrar os 
prazos para a realização das eleições nas hipóteses de vacância dos 
cargos de Presidente e Vice-Presidente da República. 
A eleição de Presidente e Vice-Presidente da República, na hipótese 
de vacância desses cargos, poderá se dar em dois prazos distintos. 
Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período 
presidencial, a eleição será feita trinta dias depois da última vaga,pelo Congresso Nacional, na forma da lei (eleição indireta). Já na 
hipótese de vacância desses cargos nos primeiros dois anos do 
período presidencial, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta 
a última vaga (eleição direta). Veja que, em ambos os casos, a 
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contagem se dá a partir da abertura da última vaga (CF, art. 81, 
caput e § 1º). 
Logo, está errada a assertiva “c”, pois, quando a vacância ocorrer nos 
últimos dois anos do período presidencial, a eleição para os cargos 
será feita em trinta dias (e não noventa!). 
A assertiva “d” está errada porque a eleição somente será realizada 
pelo Congresso Nacional, trinta dias depois da última vaga, caso a 
vacância ocorra nos últimos dois anos do período presidencial (CF, 
art. 81, § 1º). 
A assertiva “e” está errada porque, como vimos, caso ocorra vacância 
dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, serão 
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência: (1º) o 
Presidente da Câmara dos Deputados, (2º) o Presidente do Senado 
Federal e (3º) o Presidente do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 
80). 
 
11) (FCC/JUIZ SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO/2001) O 
pronunciamento do Conselho de Defesa Nacional sobre a decretação 
do estado de sítio é 
a) obrigatório e vincula o Presidente da República. 
b) obrigatório e vincula o Congresso Nacional. 
c) facultativo e não vincula o Presidente da República. 
d) obrigatório e não vincula o Presidente da República. 
e) obrigatório e vincula o Presidente da República e o Congresso 
Nacional. 
Resposta: “d” 
Comentário. 
A Constituição determina que o Conselho de Defesa Nacional deverá 
opinar, dentre outras matérias, sobre a decretação do estado de 
defesa, do estado de sítio e da intervenção federal (art. 91, 1º, II). 
Portanto, sua manifestação é obrigatória, por imposição 
constitucional. Porém, conforme já vimos antes, as manifestações do 
Conselho de Defesa Nacional e do Conselho da República nunca 
vinculam o Presidente da República, tendo caráter meramente 
opinativo. 
 
12) (FCC/PROCURADOR/BACEN/2005) No tocante à Advocacia-Geral 
da União, a Constituição Federal vigente determina que 
a) o Advogado-Geral da União é livremente nomeado pelo Presidente 
da República dentre os integrantes da carreira da advocacia pública. 
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b) a representação judicial e extrajudicial da União é incumbência 
exclusiva e direta da Advocacia-Geral da União, vedada a 
representação através de órgão vinculado. 
c) o Advogado-Geral da União deve ser maior de trinta anos e não ter 
idade superior a sessenta e cinco anos, além de possuir notável saber 
jurídico e reputação ilibada. 
d) a representação da União, na execução da dívida ativa de natureza 
tributária, cabe à Procuradoria da República, observado o disposto 
em lei. 
e) as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do Poder 
Executivo são atribuições da Advocacia-Geral da União, nos termos 
da lei complementar que a organizar. 
Resposta: “e” 
A Advocacia-Geral da União é o órgão integrante do Poder Executivo 
ao qual cabe, diretamente ou através de órgão vinculado, 
desempenhar duas importantes funções constitucionais, a saber: 
a) representar a União, judicial e extrajudicialmente; 
b) prestar as atividades de consultoria e assessoramento jurídico do 
Poder Executivo, nos termos da lei complementar que dispuser sobre 
sua organização e funcionamento. 
Um detalhe importante, que pouca gente se dá conta, mas que não 
pode passar despercebido! 
Note-se que, na função de representação judicial ou extrajudicial, a 
competência da Advocacia-Geral da União alcança o ente federado 
“União” como um todo, nos três Poderes da República, e não somente 
no Poder Executivo. Logo, nessa função de representação, cabe à 
Advocacia-Geral da União representar, além do Executivo, órgãos do 
Legislativo (Câmara dos Deputados, por exemplo) e do Judiciário 
Federal (Tribunais Federais, por exemplo). 
Diferentemente, no tocante à função de consultoria e 
assessoramento, a competência da Advocacia-Geral da União limita-
se ao Poder Executivo (isto é, a Advocacia-Geral da União não 
assessora, nem presta consultoria aos Poderes Legislativo e 
Judiciário). 
Partindo dessa realidade, vamos examinar, separadamente, as 
assertivas dessa questão. 
A assertiva “a” está errada porque o Advogado-Geral da União é de 
livre nomeação pelo Presidente da República dentre cidadãos maiores 
de trinta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, 
não precisando ser integrante da carreira da advocacia pública (CF, 
art. 131, § 1º). Aliás, diga-se de passagem, por incrível que pareça, 
em termos precisos, pela literalidade do texto da Constituição 
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Federal, o Advogado-Geral da União não precisaria nem mesmo ser 
advogado! 
A assertiva “b” está errada porque a representação judicial e 
extrajudicial da União poderá ser prestada diretamente pela 
Advocacia-Geral da União ou através de órgão a ela vinculado (CF, 
art. 131). 
A assertiva “c” está errada porque a Constituição não estabelece 
idade máxima para o Advogado-Geral da União, mas somente idade 
mínima, que é de trinta e cinco anos (e não de trinta anos, como 
consta da assertiva). 
A assertiva “d” está errada porque na execução da dívida ativa de 
natureza tributária, a representação da União cabe à Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional, observado o disposto em lei, e não à 
Procuradoria da República (art. 131, § 3º). 
A assertiva “e”, conforme explicado acima, é a resposta correta da 
questão. 
 
13) (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-RN/2002) O Presidente da República 
é acusado da prática de crime de responsabilidade. Um de seus 
Ministros de Estado é também acusado da prática de crime de 
responsabilidade, conexo com o do Presidente da República. Nessa 
situação, de um lado, a autorização para que seja instaurado 
processo contra o Presidente e contra o Ministro e, de outro lado, o 
processamento e julgamento ocorrerão, respectivamente, perante 
a) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, para o Presidente e 
para o Ministro. 
b) a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, para o Presidente; e 
a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal, para o 
Ministro. 
c) o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, para o 
Presidente e para o Ministro. 
d) o Senado Federal e a Câmara dos Deputados, para o Presidente; e 
o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, para o Ministro. 
e) a Câmara dos Deputados e o Supremo Tribunal Federal, para p 
presidente e para o Ministro. 
Resposta: “a” 
Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por dois 
terços de seus membros, a instauração de processo contra o 
Presidente e o Vice-Presidente da República e os Ministros de 
Estado (CF, art. 51, I). 
Uma vez autorizada a instauração do processo pela Câmara dos 
Deputados, caberá privativamente ao Senado Federal processar e 
julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de 
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responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da 
mesma natureza conexos com aqueles (art. 52, I). 
Portanto, a assertiva “a” responde ao enunciado da questão. 
Vale lembrar, porém, que o Senado Federal só julga Ministro de 
Estado nos crimes de responsabilidade quando o crime por ele 
praticado for conexo com delito praticado pelo Presidenteou Vice-
Presidente da República (art. 52, I). Nos demais casos, os Ministros 
serão processados e julgados pelo Supremo Tribunal Federal, tanto 
nos crimes comuns, quanto nos crimes de responsabilidade (neste 
caso, se o crime for autônomo, isto é, sem conexão com o Presidente 
ou Vice-Presidente da República), por força do art. 102, I, c, da 
Constituição Federal. 
 
14) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 8ª 
REGIÃO) Na hipótese de vacância dos cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República antes dos últimos dois anos do período 
presidencial, serão sucessivamente chamados ao exercício da 
Presidência, o Presidente 
a) da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo 
Tribunal Federal, sendo que a eleição para ambos os cargos será feita 
noventa dias depois de aberta a última vaga. 
b) do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo 
Tribunal Federal, sendo que a eleição para ambos os cargos será feita 
pelo Congresso Nacional, depois de aberta a última vaga. 
c) do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo 
Tribunal Federal, sendo que a eleição para ambos os cargos será feita 
sessenta dias depois de aberta a primeira vaga, pelo Congresso 
Nacional. 
d) do Congresso Nacional, do Senado Federal e do Supremo Tribunal 
Federal, sendo que o sucessor constitucional deverá completar o 
período remanescente do mandato. 
e) do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal, sendo que o sucessor constitucional deverá completar o 
período presidencial de seu sucessor. 
Resposta: “a” 
Determina a Constituição que em caso de impedimento do Presidente 
e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão 
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente 
da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo 
Tribunal Federal (art. 80). 
Importante destacar que essas autoridades ocuparão a Presidência da 
República sempre transitoriamente, até que seja realizada nova 
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eleição. A realização da eleição dependerá do tempo restante de 
mandato após a abertura da última vaga, da seguinte forma: 
a) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato 
presidencial, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última 
vaga (neste caso, temos eleição direta); 
b) se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do mandato 
presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias 
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei 
(neste caso, temos hipótese excepcional de eleição indireta). 
Dessa forma, a assertiva “a” responde ao enunciado da questão. 
 
15) (FCC/ANALISTA JUDICIÁRIO – TRF 4ª REGIÃO/2004) É certo 
que, se o Presidente da República praticar uma infração penal comum 
e a denúncia for recebida pelo 
a) Senado Federal, ficará suspenso de seus direitos políticos. 
b) Congresso Nacional, será declarado seu impeachment. 
c) Superior Tribunal de Justiça, ficará impedido do exercício do cargo. 
d) Câmara dos Deputados, será declarada a perda de seus direitos 
políticos. 
e) Supremo Tribunal Federal, ficará suspenso de suas funções. 
Resposta: “e” 
Conforme já visto em exercício anterior, nas infrações penais comuns 
o Presidente da República é processado e julgado pelo Supremo 
Tribunal Federal, desde que o delito por ele cometido não seja 
estranho ao exercício de suas funções (pois, neste caso, por força do 
art. 86, § 4º, da Constituição, ele não responderá pelo delito na 
vigência do mandato). 
Vimos também que, depois da autorização da Câmara dos 
Deputados, por dois terços de seus membros, se o Supremo Tribunal 
Federal receber a denúncia ou queixa crime, o Presidente da 
República será afastado de suas funções, podendo permanecer 
afastado por até 180 (cento e oitenta) dias. 
Está correta, portanto, a assertiva “e”. 
 
16) (FCC/ ANALISTA – ÁREA CONTROLE INTERNO/MPU/2007) No que 
concerne ao Presidente e ao Vice-Presidente da República, é correto 
afirmar: 
a) Se decorridos cinco dias da data fixada para a posse, o Presidente 
(ou o Vice-Presidente) não tiver assumido o cargo, este será 
declarado vago. 
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b) Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por 
partido político, obtiver a maioria absoluta dos votos, computados os 
brancos e nulos. 
c) Se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência 
ou impedimento legal de candidato, será renovado o pleito eleitoral 
no primeiro turno para escolha do outro candidato. 
d) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou 
vacância dos respectivos cargos, será chamado ao exercício da 
presidência, em primeiro lugar, o Presidente do Senado Federal. 
e) Vagando os cargos de Presidente e de Vice-Presidente da 
República nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á eleição 
noventa dias depois de aberta a última vaga. 
Resposta: “e” 
A assertiva “a” está errada porque o cargo será declarado vago 
somente se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o 
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força maior, não 
tiver assumido o cargo (CF, art. 78, parágrafo único). Portanto, o 
prazo estabelecido pela Constituição é de dez dias (e não de cinco 
dias) e, ainda assim, o cargo somente será declarado vago após esse 
período se não houver motivo de força maior para a ausência. 
A assertiva “b” está errada porque será considerado eleito Presidente 
o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria 
absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos (CF, art. 
77, § 2º). O erro da assertiva está, portanto, em afirmar que são 
computados os votos em branco e os nulos. 
Ainda sobre esse processo eleitoral, são importantes os seguintes 
aspectos: 
I) caso essa maioria absoluta seja alcançada já no primeiro turno, 
encerra-se o processo eletivo com um só turno de votação; 
II) se nenhum candidato alcançar a maioria absoluta na primeira 
votação, far-se-á nova eleição no último domingo de outubro, 
concorrendo os dois candidatos mais votados e considerando-se 
eleito aquele que obtiver a maioria dos votos válidos (CF, art. 77, 
3º); 
III) se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, 
desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre 
os remanescentes, o de maior votação (CF, art. 77, § 4º); 
IV) se nas duas hipóteses anteriores (itens II e III), remanescer, em 
segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, 
qualificar-se-á o mais idoso (CF, art. 77, § 5º). 
A assertiva “c” está errada porque, como vimos acima, se, antes de 
realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou 
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impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os 
remanescentes, o de maior votação (CF, art. 77, § 4º). 
A assertiva “d” está errada, pois determina a Constituição que, em 
caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância 
dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao 
exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do 
Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal (art. 80). Portanto, 
pela ordem, o primeiro a ser chamado ao exercício temporário da 
Presidência é o Presidente da Câmara dos Deputados. 
A assertiva “e” está certa. De fato, vagando os cargos de Presidente e 
de Vice-Presidente da República, teremos o seguinte: 
a) caso a vacância se dê nos primeiros dois anos do mandato, far-se-
á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga (eleição 
direta); 
b) caso a vacância se dê nos doisúltimos anos do mandato, a eleição 
para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, 
pelo Congresso Nacional, na forma da lei (eleição indireta). 
 
17) (FCC/ADVOGADO/PREFEITURA DE SANTOS/2005) Nos últimos 
dois anos do período presidencial, vagando os cargos de Presidente e 
Vice-Presidente da República, 
a) far-se-á nova eleição, direta, noventa dias depois de aberta a 
última vaga. 
b) serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o 
Presidente do Senado Federal, o Presidente da Câmara dos 
Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. 
c) será chamado ao exercício da Presidência o Ministro da Justiça, 
que convocará eleição indireta. 
d) far-se-á nova eleição direta cento e vinte dias após a abertura da 
última vaga. 
e) a eleição, para ambos os cargos, será feita trinta dias depois da 
abertura da última vaga, pelo Congresso Nacional. 
Resposta: “e” 
Conforme visto anteriormente, caso a vacância dos cargos de 
Presidente e de Vice-Presidente da República se dê nos dois últimos 
anos do mandato, a eleição para ambos os cargos será feita trinta 
dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei 
(eleição indireta). 
 
18) (FCC/ ANALISTA – ÁREA ADMINISTRATIVA/MPU/2007) Entre 
outras, é competência privativa do Presidente da República 
a) sancionar, promulgar e fazer publicar as emendas constitucionais. 
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b) dispor, mediante resolução e decreto legislativo, sobre extinção de 
funções e cargos públicos, respectivamente, quando vagos. 
c) celebrar a paz, independentemente de autorização ou de referendo 
do Congresso Nacional. 
d) prover cargos públicos federais, na forma da lei, podendo delegar 
tal atribuição também ao Advogado Geral da União. 
e) declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado ou 
referendado pelo Senado Federal. 
Resposta: “d” 
A assertiva “a” está errada porque, conforme vimos na aula sobre o 
Poder Legislativo, as emendas constitucionais não se submetem à 
sanção, veto ou promulgação do Presidente da República. São elas 
promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado 
Federal (CF, art. 60, § 3º). 
A assertiva “b” está errada porque, embora o Presidente da República 
disponha de competência para dispor sobre a extinção de funções e 
cargos públicos vagos, essa competência é exercida mediante 
decreto (CF, art. 84, VI, “b”), e não por resolução e decreto 
legislativo. Como já visto na aula sobre o Poder Legislativo, resolução 
e decreto legislativo são atos privativos das Casas do Legislativo (o 
decreto legislativo é ato privativo do Congresso Nacional; a resolução 
poderá ser da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do 
Congresso Nacional). 
A assertiva “c” está errada porque o Presidente da República somente 
pode celebrar a paz, se autorizado ou com o referendo do 
Congresso Nacional (CF, art. 84, XX). 
A assertiva “d” está certa, pois, de fato, o Presidente da República 
dispõe de competência para prover cargos públicos federais, na forma 
da lei (CF, art. 84, VI, “b”). E, conforme já examinado, essa 
atribuição poderá ser delegada aos Ministros de Estado, ao 
Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União (CF, 
art. 84, parágrafo único). 
A assertiva “e” está errada porque, conforme determina a 
Constituição Federal, compete privativamente ao Presidente da 
República declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, 
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando 
ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas 
condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional 
(art. 84, XIX). Como se vê, a autorização ou o referendo é do 
Congresso Nacional, e não do Senado Federal. 
 
19) (ESAF/AFC/CGU/2003) Admitida pela Câmara dos Deputados a 
denúncia ou queixa contra o Presidente da República por prática de 
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crime comum, está o Supremo Tribunal obrigado a receber a 
denúncia ou queixa, dando início ao processo penal. 
Item ERRADO. 
Sabe-se que compete privativamente à Câmara dos Deputados 
autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de 
processo contra o Presidente e o Vice-Presidente da República e os 
Ministros de Estado (CF, art. 51, I). 
A autorização da Câmara dos Deputados é necessária para o 
julgamento do Presidente da República tanto nos crimes comuns, 
perante o STF, quanto nos crimes de responsabilidade, perante o 
Senado Federal (CF, art. 86). 
Muito se discutiu se a autorização da Câmara dos Deputados 
obrigava, ou não, o julgamento do Senado Federal e do Supremo 
Tribunal Federal. Se houver autorização da Câmara, o Senado estará 
obrigado a julgar o Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade? Se a Câmara autorizar, o STF está obrigado a 
receber a denúncia e julgar o Presidente da República nos crimes 
comuns? 
Resposta: a autorização da Câmara dos Deputados obriga o Senado 
Federal, mas não obriga o Supremo Tribunal Federal. 
Significa dizer que se a Câmara dos Deputados autorizou a 
instauração de processo contra o Presidente da República, é certo 
que haverá julgamento no Senado Federal. Não caberá ao Senado 
Federal emitir novo juízo sobre a instauração ou não do processo de 
impeachment. Obviamente isso não significa que o Presidente da 
República será, necessariamente, condenado pelo Senado (isso quem 
decidirá serão os Senadores!). É certo apenas que o processo será 
instaurado e haverá o julgamento. 
Entretanto, no caso de infrações comuns, a Câmara dos Deputados 
poderá autorizar a instauração de processo contra o Presidente da 
República e o STF poderá não receber a denúncia ou queixa crime, 
haja vista que a autorização da Câmara não vincula o STF. 
Aproveito essa assertiva para comentar uma importante 
jurisprudência do STF sobre a autorização da Câmara dos Deputados 
para a instauração de processo contra Ministro de Estado, também 
prevista nesse dispositivo constitucional (art. 51, I). 
A questão é a seguinte: embora a Constituição não tenha 
especificado em que espécie de crime é necessária a autorização da 
Câmara dos Deputados para o julgamento de Ministro de Estado, o 
STF firmou entendimento de que essa autorização da Câmara só 
se aplica aos crimes praticados por Ministro em conexão com 
o Chefe do Executivo. 
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Portanto, se o Ministro de Estado pratica crime autônomo, sem 
conexão com delito praticado pelo Presidente da República, será ele 
julgado pelo Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, I, c) sem 
necessidade de autorização da Câmara dos Deputados. 
 
20) (ESAF/MPOG/ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Sobre o Poder 
Executivo, na Constituição Federal de 1988, assinale a única opção 
correta. 
a) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou 
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao 
exercício da Presidência o Presidente do Senado Federal, o da 
Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. 
b) Ocorrendo a vacância simultânea, nos últimos dois anos do 
período presidencial, dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente 
da República, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias 
depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
c) A competência do Presidente da República para permitir, nos casos 
previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem 
pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente pode 
ser delegada ao Ministro de Estado da Defesa, por expressa previsão 
constitucional. 
d) Admitida a acusação contra oPresidente da República, por dois 
terços da Câmara dos Deputados, por infrações penais comuns ou por 
crimes de responsabilidade, ficará o Presidente da República, em 
conseqüência da admissão da acusação, suspenso das suas funções 
até o término do processo. 
e) Nos termos da Constituição Federal, uma vez convocado, pelo 
Presidente da República, para pronunciar-se sobre questões 
relevantes para a estabilidade das instituições democráticas, as 
manifestações do Conselho da República serão vinculativas das 
decisões e das ações executivas do governo. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada porque, em caso de impedimento do 
Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, 
serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o 
Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do 
Supremo Tribunal Federal (CF, art. 80). 
A assertiva “b” está certa porque, de fato, ocorrendo a vacância dos 
cargos de Presidente e Vice-Presidente da República nos últimos dois 
anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será 
feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na 
forma da lei (CF, art. 81, § 1º). 
A assertiva “c” está errada porque as atribuições do Presidente da 
República que são delegáveis estão taxativamente enumeradas no 
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parágrafo único do art. 84 da Constituição Federal, dentre as quais 
não se encontra a permissão para que, nos casos previstos em lei 
complementar, forças estrangeiras transitem pelo território nacional 
ou nele permaneçam temporariamente (art. 84, XXII). 
A assertiva “d” está errada porque a mera autorização da Câmara dos 
Deputados não impõe a suspensão do Presidente da República. O 
Presidente só ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): (a) 
nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime 
pelo Supremo Tribunal Federal; (b) nos crimes de responsabilidade, 
após a instauração do processo pelo Senado Federal. 
A assertiva “e” está errada porque o Conselho da República (art. 89) 
e o Conselho de Defesa Nacional (art. 91) são órgãos consultivos do 
Presidente da República, cujas manifestações são meramente 
opinativas, isto é, não vinculam o Presidente da República. 
 
21) (ESAF/AFC/Área Auditoria e Fiscalização/CGU/2006) Sobre o 
Poder Executivo, assinale a única opção correta. 
a) Na eleição para Presidente da República, se antes do segundo 
turno ocorrer a morte do candidato a Presidente da República, o 
candidato a Vice-Presidente assume a cabeça da chapa e, no caso de 
sua eleição, em seus impedimentos, ele será substituído, 
sucessivamente, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo 
Presidente do Senado Federal e pelo Presidente do Supremo Tribunal 
Federal. 
b) Os eleitos para assumirem os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República, no caso de vacância dos dois cargos, serão 
sempre eleitos apenas para completar o período que resta do 
mandato, seja essa eleição uma eleição geral ou uma eleição indireta, 
feita no âmbito do Congresso Nacional. 
c) Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, 
sobre a criação ou extinção de órgãos públicos, desde que não 
implique aumento de despesa. 
d) Compete ao Presidente da República exercer o comando supremo 
das Forças Armadas e ao Ministro de Estado da Defesa, por força das 
suas atribuições administrativas, a nomeação dos oficiais-generais 
para os cargos que lhes são privativos. 
e) Nos termos da Constituição Federal, o Presidente da República, na 
vigência de seu mandato, só pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções quando o ilícito for de 
natureza penal. 
Gabarito: “b” 
A assertiva “a” está errada porque, se antes de realizado o segundo 
turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, 
convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação (art. 
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77, § 4º). Nesse caso, se remanescer, em segundo lugar, mais de um 
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso (art. 
77, § 5º). 
A assertiva “b” está certa porque, conforme determina o § 2º do art. 
81 da Constituição Federal, no caso de nova eleição para Presidente 
da República, os eleitos deverão apenas completar o período de seus 
antecessores (mandato “tampão”). 
A assertiva “c” está errada porque compete privativamente ao 
Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização 
e funcionamento da administração federal, quando não implicar 
aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (art. 
84, VI, a). A criação e extinção de órgãos públicos é competência do 
Congresso Nacional, mediante lei, com a sanção do Presidente da 
República (art. 48, XI). 
A assertiva “d” está errada porque compete privativamente ao 
Presidente da República exercer o comando supremo das Forças 
Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os 
cargos que lhes são privativos (art. 84, XIII). 
A assertiva “e” está errada porque o Presidente da República, na 
vigência do seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções (art. 86, § 4º). 
 
22) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Compete ao Presidente da 
República nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros 
dos Tribunais Superiores, o presidente e os diretores do Banco 
Central. 
Item CERTO. 
Determina a Constituição Federal que compete privativamente ao 
Presidente da República nomear, após aprovação pelo Senado 
Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da 
República, o presidente e os diretores do banco central e outros 
servidores, quando determinado em lei (art. 84, XIV). 
 
23) (ESAF/Analista de Controle Externo/TCU/2006) O Presidente da 
República pode criar, por decreto, órgão público, desde que essa 
criação não implique aumento de despesa. 
Item ERRADO. 
Determina a Constituição que compete privativamente ao Presidente 
da República dispor, mediante decreto, sobre organização e 
funcionamento da administração federal, quando não implicar 
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aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos (art. 
84, VI, a). 
A criação e extinção de órgãos públicos é competência do Congresso 
Nacional, mediante lei, com a sanção do Presidente da República 
(art. 48, XI). 
 
24) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Por força de disposição 
constitucional, as posses do Presidente e do Vice-Presidente da 
República deverão ser sempre simultâneas, sob pena dos cargos 
serem declarados vagos. 
Item ERRADO. 
A Constituição Federal não estabelece que na hipótese de o 
Presidente e o Vice-Presidente da República não tomarem posse 
simultaneamente os cargos serão declarados vagos. O que determina 
a texto constitucional é que, se decorridos dez dias da data fixada 
para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de 
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago 
(art. 78, parágrafo único). 
 
25) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Nas infrações penais comuns e nos 
crimes de responsabilidade, o Presidente da República ficará 
suspenso de suas funções após a aprovação, pela Câmara dos 
Deputados, da instauração do processo por crime de responsabilidade 
ou do recebimento da denúncia pelo Supremo Tribunal Federal, nos 
crimes comuns. 
Item ERRADO. 
Ao contrário do afirmado no enunciado, a autorização da Câmara dos 
Deputados nãoimpõe a suspensão do Presidente da República. O 
Presidente só ficará suspenso de suas funções (CF, art. 86, § 1º): 
a) nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-
crime pelo Supremo Tribunal Federal; 
b) nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo 
pelo Senado Federal. 
Vale lembrar que o prazo máximo de suspensão do Presidente da 
República do exercício de suas funções presidenciais é de cento e 
oitenta dias. Com efeito, determina a Constituição Federal que, se 
decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver 
concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do 
regular prosseguimento do processo (art. 86, § 2º). 
 
26) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) Se, por qualquer motivo, o 
presidente da República não tomar posse na data fixada no texto 
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constitucional, o cargo será declarado vago, após dez dias, contados 
dessa data. 
Item ERRADO. 
Estabelece a Constituição que se decorridos dez dias da data fixada 
para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de 
força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago 
(CF, art. 78, parágrafo único). 
A assertiva está errada porque afirma que a vacância será declarada 
se o Presidente não tomar posse, no prazo de dez dias, por 
qualquer motivo, deixando de consignar a ressalva “salvo motivo 
de força maior”. 
Agora, vejamos todo o procedimento que se desenrola a partir da 
declaração de vacância, se houver. 
Se a vacância for só do cargo de Presidente, o Vice-Presidente 
suceder-lhe-á por todo o mandato remanescente, ainda que essa 
vacância ocorra antes da posse, ou seja, após a diplomação, mas 
antes da posse (CF, art. 79). 
Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou 
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao 
exercício temporário da Presidência o Presidente da Câmara dos 
Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal 
(CF, art. 80). 
Se a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
República se der nos dois primeiros anos do mandato, far-se-á 
eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga (CF, art. 
81). 
Se a vacância ocorrer nos últimos dois anos do período presidencial, 
a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última 
vaga, pelo Congresso Nacional (eleição indireta), na forma da lei (CF, 
art. 81, § 1º). 
Nos dois casos de eleição – eleição direta, nos dois primeiros anos; 
ou eleição indireta pelo Congresso Nacional, nos dois últimos anos -, 
os eleitos deverão completar o período de seus antecessores (os 
eleitos não cumprirão mandato de quatro anos, mas somente o 
período remanescente do mandato do antecessor). 
 
27) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) A Advocacia-Geral da União, 
diretamente ou por meio de órgão vinculado, representa 
judicialmente a Câmara dos Deputados. 
Item CERTO. 
Estabelece a Constituição que a Advocacia-Geral da União é a 
instituição que, diretamente ou através de órgão vinculado, 
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representa a União, judicial e extrajudicialmente, cabendo-lhe, nos 
termos da lei complementar que dispuser sobre sua organização e 
funcionamento, as atividades de consultoria e assessoramento 
jurídico do Poder Executivo (art. 131). 
Veja que a Advocacia-Geral da União desempenha duas atribuições 
distintas: 
a) a representação judicial ou extrajudicial da União, aqui abarcando 
os órgãos da União nos três Poderes da República (inclusive a 
Câmara dos Deputados, portanto); e 
b) a consultoria e assessoramento jurídico do Poder Executivo. 
Cuidado! Há uma tendência de os candidatos pensarem que a 
Advocacia-Geral da União só representa o Poder Executivo, o que é 
um equívoco! A restrição em relação ao Poder Executivo diz respeito 
somente à consultoria e assessoramento! Em se tratando de 
representação, judicial ou extrajudicial, a competência da AGU 
alcança a União, englobando os três Poderes da República. 
 
28) (ESAF/AFRE/RN/2005) Caso sejam declarados vagos os cargos de 
presidente e vice-presidente da República, durante o penúltimo ano 
dos seus mandatos, serão realizadas, antecipadamente, as eleições 
que ocorreriam no último ano do mandato, cabendo aos eleitos 
completar o período de mandato de seus antecessores. 
Item ERRADO. 
No caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da 
República, temos o seguinte (CF, art. 81): 
a) se a vacância ocorrer nos dois primeiros anos do mandato, far-se-
á eleição direta noventa dias depois de aberta a última vaga; 
b) se a vacância ocorrer nos dois últimos anos do mandato, far-se-á 
eleição para ambos os cargos no prazo de trinta dias depois da última 
vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. 
Nas duas hipóteses, os eleitos apenas completarão o período de seus 
antecessores (não serão eleitos para um mandato completo, de 
quatro anos). 
A assertiva está errada porque se refere à vacância nos dois últimos 
anos, hipótese em que não há antecipação das eleições diretas, mas 
sim eleição pelo Congresso Nacional (indireta), no prazo de trinta 
dias, na forma da lei. 
 
29) (ESAF/ANALISTA/MPU/2004) O presidente da República pode 
delegar a Ministro de Estado sua competência para dispor, mediante 
decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos vagos. 
Item CERTO. 
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A competência do Presidente da República para a edição de decreto 
autônomo extinguindo funções ou cargos públicos quando vagos está 
prevista no art. 84, VI, da Constituição. 
Essa competência, de fato, pode ser delegada aos Ministros de 
Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da 
União (CF, art. 84, parágrafo único). 
 
30) (ESAF/APO/MPOG/2005) Compete ao Presidente da República 
conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos 
órgãos instituídos em lei, podendo essa competência ser delegada a 
Ministro de Estado. 
Item CERTO. 
Compete ao Presidente da República conceder indulto e comutar 
penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei 
(CF, art. 84, XII). 
O Presidente da República poderá delegar essa atribuição aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas 
respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único). 
O parágrafo único do art. 84 é um dos dispositivos da Constituição 
mais cobrados em concurso e, de fato, é de suma importância a 
matéria nele regulada. Esse dispositivo enumera as atribuições do 
Presidente da República que são delegáveis (incisos VI, XII e XXV, 
primeira parte). 
Ademais, ao enumerar expressamente as matérias que são 
delegáveis (incisos VI, XII e XXV, primeira parte), fixa também, a 
contrario sensu, as matérias que são indelegáveis (demais incisos 
do art. 84). 
 
31) (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) A Constituição de Estado-
membro pode atribuir competência ao Governador para dispor, 
mediante decreto, sobre organização e funcionamento da 
administração estadual, quando não implicar aumento de despesa 
nem criação ou extinção de órgãos públicos, não havendo ilegalidade 
ou inconstitucionalidade se tal decreto revogar lei anterior em sentido 
contrário. 
Item CERTO. 
Estabelece a Constituição que compete privativamente ao Presidente 
da República dispor, mediante decreto, sobre (art. 84, VI): 
a) organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; 
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b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Trata-se da competência excepcional outorgada ao Presidente da 
República para a expedição do chamado decreto autônomo, desde 
que no trato dessas específicas matérias enumeradas. 
Essa competência, por força do federalismo, é automaticamente 
estendida aos Governadores dos Estados e do Distrito Federal e aos 
Prefeitos, que poderão, nas respectivas esferas, disciplinar as 
referidas matérias por meio de decreto autônomo. 
A parte final diz que não haverá ilegalidade ou inconstitucionalidade 
se o decreto autônomo revogar lei anterior em sentido contrário, o 
que está correto. Com efeito, uma lei ordinária que trata da 
organização e funcionamento da administração estadual pode ser 
revogada por um decreto autônomo do Governador, desde que não 
ocorra aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos. Isso porque o decreto autônomo tem força lei, e, como tal, 
pode revogar lei anterior em sentido contrário. 
Vale lembrar que o Presidente da República poderá delegar essa 
atribuição aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República 
ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados 
nas respectivas delegações (CF, art. 84, parágrafo único). 
Da mesma forma, fazendo-se a devida adequação, temos que o 
Governador de Estado poderá delegar essa atribuição aos Secretários 
de Estado, ao Procurador-Geral de Justiça e ao Advogado-Geral do 
Estado, e o Prefeito poderá delegar aos Secretários Municipais e ao 
Advogado-geral do Município (nos Municípios não há que se falar em 
delegação ao chefe do Ministério Público, pois não temos essa 
autoridade no âmbito municipal). 
 
32) (ESAF/MPOG/APO/2000) Compete ao Senado Federal julgar o 
Presidente da República nos crimes de responsabilidade e nos crimes 
comuns conexos com aqueles. 
Item ERRADO. 
O Senado Federal só julga o Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade (art. 52, I), cabendo ao Supremo Tribunal Federal 
julgá-lo nas infrações penais comuns (art. 102, I, b). 
Vale lembrar que o STF só julga o Presidente da República nas 
infrações penais comuns relacionadas com o exercício de suas 
funções, vale dizer, nas infrações penais comuns praticadas 
enquanto Presidente da República, ou seja, na condição de Presidente 
da República. 
Isso porque, por força de imunidade processual, o Presidente da 
República, na vigência de seu mandato, não pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (CF, 
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art. 86, § 4º), isto é, por atos praticados enquanto cidadão comum, 
sem nenhuma relação com o exercício das funções presidenciais. 
Por esses atos estranhos ao exercício de suas funções (praticados 
antes do início do mandato, ou durante este), o Presidente da 
República só responderá após o término do mandato (art. 86, § 4º). 
Ora, se ele só responderá após o término do mandato, não terá mais 
direito ao foro especial e, portanto, não responderá perante o STF, 
mas sim perante a justiça ordinária competente. 
Quando explico esse ponto em sala de aula, é comum o candidato 
não compreender a distinção entre crime comum conexo com o 
mandato e crime comum estranho ao mandato. Há uma tendência 
de se pensar que todo o crime comum é, necessariamente, estranho 
ao exercício do mandato, o que é um grande equívoco! 
Apesar de ter comentado o assunto no início desta aula, comentarei e 
exemplificarei novamente, para que vocês fixem bem a matéria. 
Matar alguém é um crime comum (Código Penal, art. 121), isso todo 
mundo sabe. 
Pois bem, o Presidente da República pode, em tese, matar alguém na 
condição de Presidente da República, ou pode matar alguém na 
condição de cidadão comum. Como assim? 
Se o Presidente da República recebe o Presidente da Câmara dos 
Deputados no Palácio do Planalto para uma discussão sobre a edição 
de medidas provisórias e, num ato de desatino, perde a cabeça e o 
mata, esse crime será um crime comum conexo com o exercício de 
suas funções (o crime foi praticado na condição de Presidente da 
República). 
Agora, se o Presidente da República está passando um feriado na sua 
chácara particular e durante uma discussão com o seu vizinho sobre 
o furto de alguns cabritos de sua propriedade o assassina, esse crime 
será um crime comum estranho ao exercício de suas funções (o crime 
foi praticado na condição de cidadão comum). 
No primeiro caso – crime comum conexo com o exercício das funções 
presidenciais -, o Presidente da República responderá, durante o 
mandato, perante o STF, ficando afastado da Presidência por até 180 
dias (CF, art. 86, §§ 1º e 2º). 
No segundo caso – crime comum estranho ao exercício das funções 
presidenciais -, o Presidente da República não responderá na vigência 
do mandato (art. 86, § 4º), mas sim depois do término do mandato, 
perante a justiça ordinária competente (pois, como ex-Presidente, ele 
não terá mais direto ao foro especial perante o STF). 
 
33) (ESAF/AFT/2003) Embora a Constituição Federal determine que a 
criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva 
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ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar vago, sua extinção 
poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da República. 
Item CERTO. 
A Constituição outorga competência ao Presidente da República para, 
mediante decreto, extinguir funções ou cargos públicos, quando 
vagos (CF, art. 84, VI, b). 
Trata-se da competência excepcional outorgada ao Presidente da 
República para a expedição do chamado decreto autônomo. 
 
34) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA/TRE - 
TO/2005) A Constituição Federal exige alguns requisitos para a 
candidatura ao cargo de presidente da República, entre eles, os de 
ser brasileiro nato, estar em pleno exercício dos direitos políticos, ter 
mais de 35 anos de idade e possuir filiação partidária. 
Item CERTO. 
De fato, ao estabelecer os requisitos de elegibilidade para o cargo de 
Presidente da República, a Constituição Federal exige ser o candidato 
brasileiro nato (art. 12, § 3º), estar em pleno exercício dos direitos 
políticos (art. 14, § 3º, II), ter mais de trinta e cinco anos (art. 14, § 
3º, VI, a) e possuir filiação partidária (art. 14, § 3º, V). 
 
35) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO NACIONAL/MINISTÉRIO DA 
JUSTIÇA/2005) No âmbito das relações internacionais, o presidente 
da República Federativa do Brasil exerce a representação do país na 
qualidade de chefe de governo. 
Item ERRADO. 
No sistema presidencialista, a chefia do Poder Executivo é 
monocrática ou unipessoal, vale dizer, incumbe unicamente ao 
Presidente da República, que exerce, simultaneamente, a chefia de 
Estado e de Governo. 
Como chefe de Estado, o Presidente da República representa o Estado 
brasileiro nas suas relações internacionais, e corporifica a unidade 
interna da Federação. 
Como chefe de Governo, cabe ao Presidente a gerência dos negócios 
internos do Estado brasileiro, sejam os de natureza política, sejam os 
de natureza administrativa, exercendo, com isso, a liderança da 
política nacional, pela orientação das decisões gerais e pela direção 
da máquina administrativa. 
Dessa forma, no âmbito das relações internacionais, o Presidente da 
República representa o país na qualidade de chefe de Estado. 
 
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36) (CESPE/AGENTE PENITENCIÁRIO NACIONAL/MINISTÉRIO DA 
JUSTIÇA/2005) Como chefe de Estado, o presidente da República

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