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Introdução a unidade de ensino Introdução Caro aluno seja bem-vindo! Nesta unidade de ensino, iremos estudar os conceitos de despesas pagas antecipadamente e sua relação com o reconhecimento das despesas ao longo do tempo. Como forma de buscar um nível de compreensão aprofundado sobre o tema, iniciaremos os estudos apresentando os principais conceitos teóricos conforme a descrição a seguir: despesas; antecipação de pagamentos; apropriação das despesas. Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os lançamentos relacionados com pagamentos antecipados de despesas. Explorando a temática Apropriação mensal de despesas com seguros As despesas antecipadas ainda não são despesas incorridas e recebem, na Lei n. 6.404/1976, a denominação de aplicação de recursos do exercício seguinte, ou despesas antecipadas. Essas despesas representam pagamentos antecipados, e o benefício ou a prestação de serviços para a empresa ocorrerá no futuro, e não imediatamente. De acordo com a Lei das Sociedades Anônimas, Lei n. 6.404/1976, as despesas antecipadas, ou despesas do exercício seguinte, não podem ser recebidas em dinheiro e também não representam bens físicos tais como mercadorias para estoques. Quando se trata desse tipo de despesa, deve haver um benefício ou uma prestação de serviços no futuro. Para Iudícibus et al. (2010), a conta de despesas antecipadas deve ser o último item a ser representado no ativo circulante, pois é um ativo que não se transformará em disponibilidade financeira. É muito importante lembrarmos que podemos ter o pagamento de despesas antecipadas que correspondem a um período superior de um exercício financeiro. Diante dessa situação, o montante que exceder ao exercício atual deve ser lançado no ativo não circulante, no grupo de realizável a longo prazo. A transferência do valor da despesa antecipada para o demonstrativo de resultado é realizada à medida que o período ao qual ela pertence tenha transcorrido. Podem figurar no balanço como despesas antecipadas os valores pagos antecipadamente que correspondem a seguros, assinaturas de jornais e revistas, aluguéis pagos relativos ao período de utilização do imóvel posterior ao balanço, bilhetes de passagens adquiridas e ainda não utilizadas. Vale analisar que a estrutura a ser usada no balanço patrimonial para demonstrar as despesas antecipadas é a seguinte: ATIVO CIRCULANTE DESPESAS ANTECIPADAS - Prêmio de seguros a apropriar - Assinaturas e anuidades a apropriar - Aluguéis pagos antecipadamente - Outros custos e despesas pagas antecipadas Quando se trata de um contrato de seguro, o segurado realiza o pagamento antecipadamente de um montante à seguradora, para indenização, caso ocorra uma perda ou um dano de sinistro referente a um bem. O segurado formaliza sua intenção de contratar o seguro por meio de uma proposta, que é transformada em apólice após a aceitação pela seguradora. A cobertura do seguro inicia somente no momento da aceitação do risco e termina às 24 horas do dia final do prazo contratual. A apólice é um contrato de seguro que determina o bem que está sendo segurado, o valor do seguro, o período de vigência do seguro, os riscos e a cobertura. Esse contrato de seguro pode ser modificado no decorrer do seu período de vigência, por intermédio de um instrumento denominado endosso, desde que haja acordo entre partes. Vamos então a um vídeo para ilustrar o que foi apresentado até agora! Videoaula: Balanço patrimonial, despesas pagas antecipadamente Contabilização Para um melhor entendimento, segue um exemplo de despesas antecipadas. A empresa Alfa S.A. realiza a antecipação de 12 parcelas do aluguel referente a uma sala comercial da sua empresa, notando que o montante do adiantamento das 12 parcelas, correspondente ao período de janeiro a dezembro de 2015, é de R$ 12.000,00. Diante disso, deve-se apropriar mensalmente para despesas o montante de R$ 1.000,00. Lembrando que esse adiantamento foi realizado em dezembro de 2014, portanto, inicialmente devem-se fazer os seguintes lançamentos: D - Aluguéis pagos antecipadamente (Ativo/BP) R$ 12.000,00 C - Bancos conta movimento (Ativo/BP) R$ 12.000,00 Já em janeiro de 2015, a empresa Alfa deve apropriar uma parcela do pagamento antecipado referente ao aluguel para a despesa. Como os aluguéis pagos antecipadamente eram de R$ 12.000,00 por 12 meses, então o aluguel de cada mês é de R$ 1.000,00. Assim, cada vez que transcorrer um mês completo, a empresa deve reconhecer que, como usufruiu do benefício de ter o imóvel alugado à disposição, então de fato o benefício foi usufruído, o tempo transcorreu e, por esse motivo, o valor monetário atribuído a um mês de aluguel (nesse caso, R$ 100,00) deve ser reconhecido como uma despesa de aluguel. Existe uma mecânica interessante para ser lembrada. A cada mês transcorrido, a parcela monetária do mês deve ser transferida da conta do ativo para a despesa, e isso se repete até ter zerado a conta da despesa que foi paga antecipadamente. Para fixar essa rotina, realizaremos a seguinte contabilização: D - Despesas com aluguel sala comercial (Despesa/DRE) R$ 1.000,00 C - Aluguéis pagos antecipadamente (Ativo/BP) R$ 1.000,00 Essa contabilização é realizada mensalmente até se encerrar a vigência do contrato em dezembro de 2015. Vamos demonstrar a contabilização de uma operação de contratação de seguros em uma empresa. Consideramos que a empresa Alfa, em 31 de outubro de 2014, pagou antecipadamente a despesa de seguro contra incêndio e que a apólice de seguro possui os seguintes dados: 1 - Período de cobertura previsto na apólice: de 01.11.2014 a 31.10.2015 (um ano). 2 - Valor da apólice de seguro: R$ 1.200,00. Em 31 de outubro de 2014, que é a data de pagamento do seguro, deve a empresa Alfa fazer os seguintes lançamentos: D - Prêmio de seguro a apropriar (Ativo/BP) R$ 1.200,00 C - Banco conta movimento (Ativo/BP) R$ 1.200,00 A conta denominada de prêmio de seguros a apropriar indica que a despesa do seguro foi paga antecipadamente e é uma conta de ativo, pois evidencia que pagamos um valor pelo qual ainda não usufruímos o benefício, portanto é um direito, é um ativo. Nesse caso, a conta prêmio de seguros a apropriar deve ser classificada no ativo circulante. Já em 30 de novembro de 2014, devemos apropriar ao resultado a primeira parcela pertencente ao exercício de 2014. Observe que, como o seguro iniciou 31 de outubro de 2014 e agora estamos em 30 de novembro do mesmo ano, um mês completo de seguro transcorreu. Como o valor do prêmio de seguro a apropriar é R$ 1.200,00, ao calcular o valor proporcional para um mês, encontramos que R$ 12.000,00 divididos pelos 12 meses (que era o tempo da vigência do contrato do seguro) resulta em um valor mensal de R$ 100,00 e deve ser assim contabilizado: D - Despesas de seguros (Despesas/DRE) R$ 100,00 C - Prêmio de seguro a apropriar (Ativo/BP) R$ 100,00 Em 31 de dezembro de 2014, mais uma vez iremos realizar o lançamento da despesa de seguros no débito e o crédito no prêmio de seguro a apropriar. Ou seja, é repetido o lançamento anterior, pois mais um mês transcorreu. A contabilização do mês de dezembro é a seguinte: D - Despesas de seguros (Despesas/DRE) R$ 100,00 C - Prêmio de seguro a apropriar (Ativo/BP) R$ 100,00 Dessa forma, em 31 de dezembro, no resultado do exercício, temos uma despesa de seguros no valor de R$ 200,00 que correspondem ao período de 1.º de janeiro a 31 de dezembro de 2014. Esse valor dos R$ 200,00 se justifica pelo fato de que a empresa usufruiu o benefício de ter a cobertura do seguro por dois meses completos. Assim, é correto reconhecer a despesa de R$ 200,00 no total de despesas de seguros, contaque faz parte do resultado do exercício. Lembra que temos uma relação entre o ativo circulante e as despesas? Pois bem, cada vez que reconhecemos uma despesa, o seu valor deve ser diminuído do valor da conta que representa o valor pago antecipado que está no ativo circulante. Por esse motivo, observe que, durante o ano de 2014, houve a cobertura de seguro por dois meses, assim, dos R$ 1.200,00 da conta de prêmio de seguro a apropriar, houve dois créditos de R$ 100,00 provocados pelo reconhecimento da despesa, assim a conta prêmio de seguro a apropriar terá um saldo final de R$ 1.000,00 em 31 de dezembro de 2014 (R$ 1.200,00 - R$ 200,00). Para fixarmos o que aprendemos até agora, vamos analisar o seguinte gráfico: GRÁFICO 1 - Apropriação as despesas de seguros Fonte: Elaborado pelo autor. Saldo de prêmio de seguros a 1º mês 2º mês 3º mês 4º mês 5º mês apropriar 1.100 1.000 900 800 700 Despesas com seguros 100 100 100 100 100 Como podemos observar, no primeiro mês, houve o reconhecimento da despesa de seguro por R$ 100,00 e, dessa forma, o saldo da conta Prêmio de seguros a apropriar ficou em R$ 1.100,00 (a conta tinha um saldo original de R$ 1.200,00 menos os R$ 100,00 que foram para a despesa de seguro, resultando em um saldo de R$ 1.100,00). Posteriormente, a cada mês, reconhecemos R$ 100,00 de despesa com seguros, e o saldo da conta de ativo seguros a apropriar foi diminuindo o seu saldo exatamente no mesmo valor que está sendo reconhecida a despesa. Neste momento, é oportuno rever os conceitos propostos no vídeo a seguir: Videoaula: Partidas dobradas na contabilização das despesas pagas antecipadamente Outro exemplo de contabilização de seguros. Consideramos que a empresa Alfa S.A., em 31 de outubro de 2014, pagou antecipadamente o seguro contra incêndio e que a apólice possuía as seguintes características. 1 - Período de cobertura previsto na apólice de seguro: de 01.01.2015 a 31.12.2016. 2 - O valor da apólice paga é de: R$ 2.400,00. Em 31 de outubro de 2014, data do pagamento do seguro, a empresa realizou os seguintes lançamentos: D - Prêmio de seguro a apropriar (Ativo/BP) R$ 2.400,00 C - Bancos conta movimento (Ativo/BP) R$ 2.400,00 Notando que nenhum lançamento seria feito em 31 de dezembro do mesmo ano, pois o período de vigência é de 1º de janeiro de 2015 a 31 de dezembro de 2016 (dois anos), portanto, só haveria despesa de seguro a partir de 2015. Contabilização de sinistro O sinistro refere-se a qualquer evento que acontece quando a empresa tiver uma perda total do bem, por roubo, incêndio ou acidente. E, se a empresa tiver o seguro desse bem, ela será indenizada e, sobre essa receita de indenização, terá incidência de Imposto de Renda e Contribuição Social. Vamos ilustrar uma situação em que houve o sinistro de um bem. Suponhamos que ocorreu um acidente, o qual gerou a perda total de um veículo, o qual estava contabilizado pela empresa por um montante de R$ 40.000,00 com um total de depreciação acumulada de R$ 10.000,00. O valor do bem na data do evento perante o mercado correspondia a R$ 35.000,00. De acordo com essas informações, a seguradora realizou a indenização desse veículo nesse mesmo valor. A empresa ainda possuía um saldo de prêmio de seguros a ser apropriado de R$ 560,00. De acordo com as informações apresentadas, vamos contabilizar esse fato. 1.º) Deve-se realizar a baixa desse imobilizado, pois esse bem não tem mais utilidade para a empresa: D - Depreciação Acumulada (Ativo, conta redutora/BP) R$ 10.000,00 C - Bens sinistrados (Outras despesas/DRE) R$ 10.000,00 D - Bens sinistrados (Outras despesas/DRE) R$ 40.000,00 C - Veículos (Ativo, conta redutora/BP) R$ 40.000,00 Importante fixar que, quando damos a baixa a um bem, devemos excluir do patrimônio da empresa o bem e a sua respectiva depreciação acumulada, ou seja, as duas contas do ativo, a conta que representa o bem e a conta de depreciação acumulada que representa a perda de valor do bem pelo uso eu pelo passo do tempo. Existe um conceito importante para aprender: o conceito do valor contábil de um bem, que é o valor do bem menos o valor da sua depreciação acumulada. Voltando para os lançamentos contábeis, de acordo com a contabilização anterior, fizemos a baixa do bem o qual gerou uma despesa que irá transcorrer no demonstrativo de resultado, compondo o grupo de outras despesas no total de R$ 30.000,00. Isso porque a empresa sofreu o sinistro de um bem que tinha sido ingressado no patrimônio por R$ 40.000,00, mas que já tinha sido depreciado em R$ 10.000,00. Dessa forma, o valor contábil do bem era de R$ 30.000,00 (R$ 40.000,00 menos R$ 10.000,00). Provavelmente, você está se perguntando: o que é o grupo de outras despesas? Pois bem, é um grupo de contas que consta na demonstração do resultado do exercício (DRE). Assim, os R$ 30.000,00 irão para a DRE. 2.º) É preciso realizar a contabilização do recebimento do sinistro. D - Indenização do seguro a receber (Ativo/BP) R$ 35.000,00 C - Receita de indenização de seguros (Receita/DRE) R$ 35.000,00 A indenização do seguro a receber irá compor o grupo de contas do ativo circulante, já que é um direito, portanto um ativo. Essa conta, como o próprio nome indica, representa o valor da indenização que a empresa irá receber em um momento futuro. A contrapartida desse débito é um crédito na receita de indenização de seguros, que fará parte do demonstrativo de resultado (DRE), compondo o grupo de outras receitas, à qual será adicionada a base de cálculo do Imposto de Renda e Contribuição Social. Uma pergunta interessante aqui: por que o valor da indenização é R$ 35.000,00 se o valor contábil do bem era de R$ 30.000,00? Pois bem, acontece que o seguro cobre o valor de mercado do bem. Dessa forma, o valor que a empresa irá receber em conceito de indenização não se relaciona com o valor contábil do bem, e sim com o valor que a empresa necessitaria ter para poder comprar e repor o bem que perdeu quando ocorreu o sinistro. 3.º) O saldo do prêmio de seguros a apropriar referente ao seguro do veículo que foi sinistrado é de R$ 560,00. Como houve a finalização do contrato por meio da indenização do bem, deve- se realizar a baixa desse prêmio apropriando para despesa de seguros, pela seguinte contabilização: D - Despesas de seguros (Despesa/DRE) R$ 560,00 C - Prêmio de seguros a apropriar (Ativo/BP) R$ 560,00 Aqui você pode se perguntar: por que devo reconhecer a despesa do seguro se o prazo não ocorreu ainda? A resposta para essa pergunta é que, além de termos que sempre observar o tempo transcorrido, precisamos lembrar que, se o contrato foi finalizado, já não há mais prazo futuro para transcorrer, certo? Desse modo, deve ser realizada a contabilização do fato de que não mais teremos direito de usufruir do benefício do seguro, com isso, temos de dar a baixa na conta que representa esse direito (no caso, a conta prêmio de seguros a apropriar, a qual, para ter a baixa no valor, deve ser creditada, e com isso surge um débito na conta despesas de seguros). Outra pergunta que pode surgir: como sabemos que o lançamento devia ser de R$ 560,00? Acontece que esse valor é o saldo contábil que constava no livro razão da conta prêmio de seguros a apropriar. Financiamento de seguros Uma opção para facilitar a aquisição do seguro por parte do comprador de um bem é realizar a compra do bem juntamente com o seguro e ambos os valores são incluídos nos cálculos do financiamento. Dessa forma, no caso de uma empresa optar por comprar um veículo cujo valor é de R$ 75.000,00 e decidir incluir um seguroanual no valor de R$ 1.200,00, visto que ambos valores serão financiados em 12 meses, é justo reconhecer o valor do seguro dentro do financiamento. Assim, para ilustrar em um exemplo o lançamento que corresponde com um seguro financiado, na parte que cabe ao seguro, teremos este lançamento: D - Prêmio de seguros a apropriar (Ativo/BP) R$ 1.200,00 C - Financiamentos bancários (Passivo/BP) R$ 1.200,00 Observe que financiamentos bancários é uma conta de passivo, pois representa uma obrigação em que a empresa tem de realizar um pagamento futuro para a instituição financeira. Já o prêmio de seguros a apropriar representa o direito (e, portanto, ativo) que a empresa tem de receber a cobertura do seguro pelo prazo da vigência da apólice de seguros, pois, ainda que não tenha pago diretamente para a companhia seguradora, o valor foi financiado e, dessa forma, a apólice do seguro poder ser emitida e entrar em vigência, pois a instituição financeira realizou o financiamento do seguro. À medida que o tempo for passando (transcorrendo), o saldo da conta prêmio de seguros a apropriar irá diminuindo proporcionalmente a cada mês e, ao mesmo tempo, será reconhecida e lançada a despesa de seguro. Ou seja, teremos o seguinte lançamento, que acontecerá 12 vezes (uma vez a cada mês) D - Despesas de seguros (Despesa/DRE) R$ 100,00 C - Prêmio de seguros a apropriar (Ativo/BP) R$ 100,00 E a conta do financiamento bancário? Pois bem, toda vez que o financiamento for pago, deveremos realizar a respectiva baixa na dívida da empresa e registrar a forma do pagamento. No caso, a cada mês, quando acontecer o pagamento do financiamento, deveremos debitar a conta de financiamento bancário (conta de passivo) e creditar a conta banco conta movimento no crédito. Nesse exemplo, não estamos considerando a incidência dos juros no financiamento. D - Financiamentos bancários (Passivo/BP) R$ 100,00 C - Banco conta movimento (Ativo/BP) R$ 100,00 Importante lembrar que banco conta movimento e banco conta corrente são dois nomes diferentes que representam a mesma coisa, ou seja, a conta corrente que a empresa possui em determinada instituição financeira, portanto você pode encontrar qualquer uma das duas denominações em diferentes textos didáticos. Despesas de seguros pelo regime de competência Sabemos que, no regime de competência, as receitas e as despesas devem contabilizadas em razão da sua ocorrência (ocorrência do fato gerador independentemente de recebimento ou pagamento delas). Podemos resumir o regime de competência em relação às despesas de seguro desta forma: a despesa do seguro será contabilizada no período em que for incorrida, independentemente do seu pagamento, sendo, portanto, indiferente o pagamento à vista ou a prazo. Certo, vamos então a um exemplo de aplicação prática. Vamos supor que uma empresa realiza, em 01.01.X1, o pagamento de R$ 240,00 a título de obter o benefício da cobertura de seguros para um veículo em particular, pelo período do ano X1 completo. Desse modo, no momento da contratação do seguro, com início da vigência da cobertura deste, teremos um débito na conta Prêmio de Seguro a Apropriar (conta do ativo circulante) e um crédito na conta caixa (no caso de um pagamento à vista) ou na conta banco conta movimento (caso tenha sido paga a cobertura do seguro utilizando a conta corrente da empresa). A dúvida pode surgir na seguinte situação: como contabilizar a despesa do seguro que não foi pago ainda? Pois bem, caso o seguro ainda não tenha sido pago, pois o contrato prevê uma data de cobertura que inicia antes da data combinada para o pagamento, o lançamento que reflete essa operação é o seguinte: No momento da contratação do seguro, cuja cobertura inicia imediatamente: D - Prêmio de seguro a apropriar (Ativo/BP) R$ 240,00 C - Seguros a pagar (Passivo/BP) R$ 240,00 Sabendo que estamos dentro do regime de competência, cabe o seguinte lançamento, ao fim de cada mês de cobertura: D - Despesas de seguros (Despesas/DRE) R$ 20,00 C - Prêmio de seguro a apropriar (Ativo/BP) R$ 20,00 Vale observar que esse lançamento será feito todo mês no qual tenha existido o benefício da cobertura do seguro, não sendo necessário verificar se a despesa foi paga ou ainda está pendente de pagamento. Em nosso exemplo apresentado, essa empresa deveria realizar o mesmo lançamento contábil uma vez por mês, até completar o ano de cobertura do seguro. Podemos observar, então, que o reconhecimento da despesa de R$ 20,00 mensais de seguro, no regime de competência, leva-nos a realizar o reconhecimento da despesa nesse valor, todo mês, independentemente do valor do passivo (no caso, seguros a pagar), tenha sido efetivamente pago ou não. Isso porque o regime de competência ignora a informação do momento do pagamento e nos leva a realizar o lançamento da despesa quando ela efetivamente teve o seu fato gerador ocorrido. Atenção! Aqui cabe uma pergunta interessante. Caso, no final do primeiro mês de cobertura, a empresa tenha realizado o pagamento do 50% do valor constante na apólice, mediante débito em conta corrente, qual seria o lançamento? D - Seguros a pagar (Passivo/BP) R$ 120,00 C - Banco conta movimento (Ativo/BP) R$ 120,00 É importante fixar que a movimentação nos lançamentos da conta seguros a pagar em nada influencia o reconhecimento mensal da despesa de seguros. Isso é válido, claro, quando estamos falando do regime de competência. Dessa forma, finalizamos mais um capítulo do nosso estudo. Convidamos você a revisitar os conceitos apresentados nesta unidade curricular e correlacionar esses conteúdos com o aprendido nas unidades anteriores, especificamente nas unidades que tratam da técnica das partidas dobradas e dos regimes de caixa e competência. Bons estudos! Conclusão da unidade de ensino Videoaula de Finalização: Despesas pagas antecipadamente
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