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Controle externo da Administração Pública 1) Sentido • É aquele exercido pelo Poder Executivo e pelos órgãos administrativos do Legislativo e do Judiciário para o fim de confirmar, rever ou alterar condutas internas, tendo em vista aspectos de legalidade ou de conveniência para a Administração; •O controle exercido pela Administração é um controle interno, fundamentado na prerrogativa de autotutela, conferida aos órgãos da administração, bem como pelas Súmulas 346 e 473 do STF. 2) Objetivo • São três os objetivos do controle: a) confirmação; b) correção – ato ilegal ou inconveniente; c) alteração. 3) Meios de controle • Controle Ministerial – exercido pelos Ministérios sobre os órgãos de sua estrutura administrativa e também sobre as pessoas da Administração Indireta Federal (supervisão ministerial – Decreto- lei nº 200/1967); • Hierarquia Orgânica (via administrativa) – considerada como um dos poderes administrativos – os agentes de grau superior tem o poder fiscalizatório e revisional sobre agentes de menor grau; • Direito de Petição – faculdade que tem o indivíduo de formular aos órgãos públicos qualquer tipo de postulação, tudo em decorrência da própria cidadania – art. 5º, XXXIV, “a” da CF/88. PS: as petições devem ser escritas e não conter expressões ofensivas ou difamatórias; • Revisão Recursal – possibilidade de eventuais interessados insurgirem-se formalmente contra certos atos da administração, alvitrando a reforma de determinada conduta; • Controle social – controle exógeno do Poder Público, nascido das diversas demandas dos grupos sociais (art. 37, Parágrafo 3º, da CF/88) – pode ser: controle natural ou o controle institucional (MP, Ouvidorias Públicas). 4) Classificação • Recurso hierárquico próprio – aquele que tramitam na via interna de órgãos ou pessoas administrativas – dispensam previsão legal ou regulamentar expressa; • Recurso hierárquico impróprio – aqueles que o recorrente dirige a autoridade ou órgãos estranhos àquele de onde se originou o ato impugnado – não há, propriamente, relação hierárquica de subordinação, mas uma relação de vinculação. 5) Recursos administrativos • Sentido: são meios formais de controle administrativo, através dos quais o interessado postula, junto a órgãos da Administração, a revisão de determinado ato administrativo: - Instrumento formal; - Inconformismo do interessado; - Tramita pela via administrativa. 6) Fundamentos e objetivos do recurso administrativo • Fundamentos: a) Sistema de hierarquia orgânica; b) Exercício do direito de petição; c) Garantia do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, LV, CF/88). • Objetivos – revisão, reforma ou alteração de alguma situação administrativa que o recorrente entende ilegal ou inadequada ao interesse público – pode ter como fundamento a contrariedade à Súmula Vinculante – reclamação junto ao STF. 7) Recursos administrativos • Natureza Jurídica – meio formal de impugnação de atos e comportamento administrativos; • Formalização – não há uma forma específica única, porém deve haver a identificação do recorrente, e deve o recorrente apontar, claramente, o ato ou a conduta administrativa cuja reforma pretende com a interposição do recurso. 8) Espécies de recursos administrativos • Representação – recurso pelo qual o recorrente, denunciando irregularidades, ilegalidades e condutas abusivas oriundas de agentes da Administração, postulam a apuração e a regularização dessa situação; - o recorrente pode ser qualquer pessoas ainda que não afetado pela irregularidade (art. 74, Parágrafo 2º da CF/88); • Reclamação – o interessado postula a revisão de ato que lhe prejudica direito ou interesse; O recorrente há de ser o interessado direto na correção do ato que entende prejudicial; Regulamentado pelo Decreto 20.910/32; Prazo decadencial de um ano, caso não haja lei especificando outro prazo; Reclamação perante o STF – caráter mais judicial que administrativo. • Pedido de reconsideração – é dirigido à mesma autoridade que praticou o ato; - Não precisa ser previsto expressamente em lei; - Prazo de um ano se não tiver período diverso fixado em lei; - Não altera os prazos de interposição dos recursos hierárquicos. • Revisão – recurso pela qual o interessado postula a reapreciação de determinada decisão já proferida em processo administrativo. Requisitos: - Existência de fatos novos capazes de mudar a decisão no caso; - Instauração de novo processo que caminhará em apenso ao recorrido. 9) Recursos administrativos • Efeitos: a) devolutivo; b) Suspensivo. - Em regra o efeito é apenas devolutivo, o sendo suspensivo quando a lei assim o prescrever – presunção de legitimidade. - O administrador poderá conceder efeito suspensivo. - Há a possibilidade de utilizar as instâncias judicial e administrativa concomitantemente??? - O efeito suspensivo também implicará consequências na esfera judicial, já que com esse efeito, o ato fica sem produzir seus efeitos. • EXIGÊNCIA DE GARANTIA: Súmula vinculante 21 – é inconstitucional a exigência de depósito prévio como condição de admissibilidade de recurso na esfera administrativa – fundamentos: art. 5º, XXXIV, “a” e LV da CF/88. • Reformatio in pejus: Lei 9.784/99 admite a reforma total ou parcial da decisão, ainda que de forma mais gravosa para o recorrente. Exceção: processo de revisão. • Exaustão ou esgotamento da via administrativa: possibilidade de prosseguir o percurso de um processo pelas instâncias da Administração em virtude de algum obstáculo legal. Segundo José dos Santos, só é possível a ação judicial quando o ato administrativo se tornar operante. - Exceção: Justiça Desportiva (art. 217, Parágrafo 1º, da CF/88); Reclamação ao STF (Lei 11.417/2006, que regulamentou o art. 103-A da CF/88). • Coisa julgada administrativa – determinado assunto decidido na via administrativa não poderá sofrer mais modificações na mesma via. É uma coisa julgada relativa. 10) Controle Judicial • O controle judicial é aquele que os órgãos do Poder Judiciário faz sobre os atos administrativos do Executivo, Legislativo e próprio Judiciário; • Examina a legalidade e constitucionalidade de atos e de leis; • Poder equidistante das partes; • O controle judicial deve sujeitar-se ao princípio da eficiência, sendo assegurado a todos a duração razoável dos processos. 11) Súmulas Vinculantes • EC nº 45/2004, regulada pela Lei nº 11.417/2006; • Objetivo: vincular seu preceito; • Poder Legislativo não sofre vinculação no exercício de sua produção normativa (não haverá ofensa a autoridade do STF e não caberá reclamação); • Passa por três modalidades de providência: edição, revisão e cancelamento; • Fundamento: necessidade de definir a posição do STF quanto às controvérsias que coloquem em grave risco a segurança jurídica e que possa gerar grande quantidade de processos; • Objeto: indicar a orientação do STF sobre a validade, a intepretação e a eficácia de normas determinadas (art. 2º, Paragrafo 1º); • Legitimidade: art. 3º da Lei 11.417/2006. • Quórum: 2/3 dos membros do STF, ouvindo o Procurador-Geral da República. • Efeito: decisão e respectiva publicação no Diário Oficial. • Reclamação: cassação e anulação; • Caberá reclamação de atos omissivos da administração e assim sendo a decisão da administração terá natureza mandamental, com o fim de suprir a omissão; • Art. 102, Parágrafo 3º da CF – repercussão geral – questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico que ultrapasse os interesses das partes (requisito de admissibilidade do RE); • Art. 543-A, Parágrafo 3º do CPC – Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. 12) Sistemas de controle • Sistema do contencioso administrativo (Sistema de Dualidade de Jurisdição, Sistema Francês) – Justiça Administrativa e Justiça Judiciária – Princípio da especialização; • Sistema da Unidade de Jurisdição (Sistemado Monopólio da Jurisdição ou Sistema Inglês) – art. 5º, XXXV, CF – Princípio da imparcialidade. 13) Controle Judicial • Natureza: exclusivamente de legalidade (José dos Santos Carvalho Filho); Mérito Administrativo: O que parece demonstrar uma tendência a ser seguida no direito administrativo é incutir a análise da lesividade do ato administrativo, ainda que exercido com margem discricionária, frente aos direitos e garantias fundamentais daquele que afetado pela ação administrativa. A conjugação do princípio da inafastabilidade da jurisdição, em que o objeto tutelado é a “lesão”, com a garantia de controle da lesividade amparado pela legislação infraconstitucional (vide a Lei de Ação Popular em seu art. 1º), tornam tal princípio, num regime de ponderação com o da separação de poderes, de relevância preponderante. • Oportunidade: posterior (regra geral) EM VIRTUDE DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E AUTOEXECUTORIEDADE; de forma excepcional o controle pode ser prévio (a priori), como meio de evitar que direitos individuais ou coletivos sejam irreversivelmente ofendidos (art. 5º, XXXV da CF) – demonstração do fumus boni iuris e do periculum in mora. 14) Atos sob controle especial a) Atos políticos – aqueles produzidos por certos agentes da cúpula diretiva do país, no uso de sua competência constitucional. São atos de governo. Ex: indulto, ato de permissão para as forças estrangeiras transitarem no território nacional; • Razão: se há várias razões lícitas de atuação, não podem os órgãos judiciários substituir a escolha pelo agente governamental; • E no caso de ofenderem direitos individuais e coletivos por estarem eivados de vício de legalidade ou constitucionalidade? b) Atos legislativos típicos – conteúdo normativo, abstrato e geral (leis delegadas, leis complementares, medidas provisórias); • Não é um controle propriamente de legalidade, mas de constitucionalidade; • Há duas formas de controle: difuso (de forma prejudicial, dentro de um processo) e concentrado; • Instrumentos: ação declaratória de constitucionalidade; ação direta de inconstitucionalidade; arguição de descumprimento de preceito fundamental decorrente da Constituição. c) Atos interna corporis - aqueles praticados dentro da competência interna e exclusiva dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário; • Esses atos tem embasamento constitucional. Ex: votações da Câmara dos Deputados, Regimentos Internos; • O Judiciário poderá controlar esses atos quando contiverem vício de ilegalidade ou inconstitucionalidade ou vulnerarem direitos individuais; • E a interpretações de normas regimentais?
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