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O FUTSAL NO CONTRA TURNO: MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA, SUAS LIMITAÇÕES E SUA INFLUÊNCIA NO ÂMBITO ESCOLAR

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II. PRODUÇÃO DE ALUNOS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO - ARTIGOS CIENTÍFICOS
225Vitrine Prod. Acad., Curitiba, v.4, n.1, p.205-232, jan/jun. 2016.
O	FUTSAL	NO	CONTRA	TURNO:	MOTIVAÇÃO	PARA	A	PRÁTICA,	SUAS	
LIMITAÇÕES	E	SUA	INFLUÊNCIA	NO	ÂMBITO	ESCOLAR
Franciele da Silva Santiago 31
Dra. Marcela Lima Cardoso Selow 32
RESUMO
 O futsal, atualmente, é um dos desportos mais praticados no Brasil, devido à sua simplicidade 
que não necessita de um número grande de pessoas ou de um imenso espaço para ser jogado. Para Betti 
(1991), o desporto no contexto escolar, abrange atividades competitivas, despertando a curiosidade e a 
motivação dos alunos, proporcionando a interação e a identidade pessoal. Por outro lado, o esporte tem 
seu lado negativo que é causar alguma espécie de trauma, e, um exemplo de esporte competitivo que 
pode causar trauma é o futebol. A pesquisa tem a intenção de mostrar que o futsal pode ser aplicado 
no âmbito escolar de forma lúdica, com o intuito de despertar a curiosidade e desenvolver a cultura 
corporal do aluno. Ainda, a prática da modalidade no contra turno pode influenciar positivamente, as 
aulas curriculares. Conclui-se que é fundamental para a Educação Física, a contribuição do futsal como 
uma excelente ferramenta para os professores.
Palavras-chave: Futsal. Motivação. Âmbito escolar.
ABSTRACT
 Futsal is currently one of the most practiced sports in Brazil, due to the simplicity of the sport 
that does not require a large number of people or of a huge space to be played. For Betti (1991) the 
sport in school context covers competitive activities, arousing curiosity and motivation of students, 
providing an interaction and a personal identity. On the other hand, the sport has its downside which 
is causing some sort of trauma, an example of competitive sport that can cause trauma is football. The 
research is intended to show that the futsal can be applied in the context of playful fashion with the 
intent to arouse curiosity and develop the culture of the student body, and that the practice of this mo-
dality in against shift can positively influence the curriculum lessons. We conclude that it is extremely 
critical to the physical education, the contribution of the futsal as being an excellent tool for teachers. 
31 Aluna do Curso de Pós-Graduação Educação Física Escolar – Faculdade Dom Bosco.
32 Orientadora. Coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação – Faculdade Dom Bosco.
II. PRODUÇÃO DE ALUNOS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO - ARTIGOS CIENTÍFICOS
226 Vitrine Prod. Acad., Curitiba, v.4, n.1, p.205-232, jan/jun. 2016.
Keywords: Futsal. Motivation. School Snope.
1	 	INTRODUÇÃO
 Desde a Antiguidade, nota-se a existência de jogos com a bola no pé que antecederam o Futsal, 
o qual surgiu no Brasil, em 1940, como futebol de salão. São jogos que apresentam diversas caracterís-
ticas, porém possuem algo em comum, que é o fato de ser jogado com os pés. Esses jogos surgiram em 
séculos e culturas diferentes, com o intuito de atender às necessidades da população, desde entreteni-
mento até na preparação dos homens para a guerra. 
 O futsal surgiu como uma adaptação do futebol de campo porque os jovens da Associação Cris-
tã de Moços tinham uma grande dificuldade de encontrar espaços adequados para a prática. Portanto, 
com a falta de campos, os jovens improvisaram pequenas partidas em quadras de basquete.
 A prática de desportos, desde a infância, é considerada um processo essencial durante o período 
de desenvolvimento da criança e do adolescente (GAYA, 2004). Percebe-se que a criança quer saciar as 
necessidades básicas do corpo, sendo parte integrante o desenvolvimento de suas capacidades motoras, 
e consequentemente, adquire a vontade de iniciar alguma modalidade esportiva (AMORETTI, 2001.)
 Observa-se que os estudantes buscam atividades esportivas dentro e fora do contexto escolar. 
Entre os esportes mais praticados na escola, seja na aula de Educação Física, seja no recreio, é o futsal. 
Com o intuito de promover o esporte cada vez mais, algumas escolas aderiram às chamadas ‘‘escolinhas’’ 
de futsal, que possuem locais e horários apropriados para a realização da prática que acontece no contra 
turno (MOTA, 1992). 
 Para Betti (1991), o desporto no contexto escolar, abrange atividades competitivas, despertando 
a curiosidade e a motivação dos alunos, proporcionando a interação e a identidade pessoal. Por outro 
lado, o esporte tem seu lado negativo que é causar alguma espécie de trauma, e, um exemplo de esporte 
competitivo que pode causar trauma é o futsal. 
 Pensa-se em um contexto que não promova algo negativo e sim, tente estimular a prática do des-
porto, que tem o intuito de proporcionar novas descobertas, contribuindo para fortalecer o processo de 
ensino-aprendizagem que oportuniza o desenvolvimento na formação do estudante, como um cidadão. 
 Desse modo, pergunta-se se o futsal, no contra turno, possui motivações para a prática ou limi-
tações e se pode influenciar positiva ou negativamente, as atividades no âmbito escolar?
 Na procura por respostas, o presente estudo teve como objetivo principal analisar o futsal no 
contra turno, observando suas motivações para a prática ou limitações, e se possui uma influência po-
sitiva ou negativa nas atividades no âmbito escolar. Tem como objetivos específicos distinguir o futsal 
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227Vitrine Prod. Acad., Curitiba, v.4, n.1, p.205-232, jan/jun. 2016.
no contra turno do futsal aplicado no âmbito escolar, e compreender as motivações e limitações da 
modalidade. 
1.1	JUSTIFICATIVA
 O Futsal, atualmente, é um dos desportos mais praticados no Brasil, devido à sua simplicidade 
que não necessita de um número grande de pessoas ou de um imenso espaço para ser jogado. 
 Observa-se o crescimento de escolinhas, devido ao destaque dado ao desporto, o que desperta 
curiosidade e atrai mais adeptos. Na iniciação do futsal para as crianças e adolescentes visa-se a acelera-
ção da maturação do indivíduo.
 No ambiente escolar, os conteúdos abordados pelo professor de Educação Física, tem que ser 
mais criteriosos, observando se estão acrescentando para o desenvolvimento motor, sócio afetivo e cog-
nitivo da criança e o adolescente. A aplicação de um esporte, como o futsal durante as aulas, envolve 
uma cultura. Sendo assim, a questão do gostar ou não gostar, influencia na prática afetivamente ou não, 
porém, cognitivamente a modalidade passa de geração para geração.
 Esta pesquisa tem a intenção de mostrar que o futsal pode ser aplicado no âmbito escolar de 
forma lúdica, com o intuito de despertar a curiosidade e desenvolver a cultura corporal do aluno, e que 
a prática da modalidade no contra turno pode influenciar positivamente as aulas curriculares. 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
2.1	O	INCENTIVO	À	PRÁTICA	DO	FUTSAL
 O comportamento de uma criança ou adolescente é fundamentado por diversas transformações, 
o que pode afetar diretamente sua tomada de decisão. Assim sendo, essa modificação influenciará as 
ações do indivíduo, com o mundo externo. Esse fato faz pensar que o incentivo do indivíduo em relação 
a algo tem relação com a motivação atingida.
 Para Maggil (1984), a motivação pode ser compreendia como uma relação direta com a palavra 
“motivo”, ou seja, ela pode ser algo intrínseco ou extrínseco, devido à vontade que leva o indivíduo a 
realizar algo.
 Svoboda & Patriksson (1996) relatam sobre a civilização, através das práticas desportivas, que 
é uma manifestação de difícil compreensão. Ao se conversar com pais, professores ou até mesmo, com 
técnicos sobre civilização dos indivíduos, através das práticas esportivas na escola, é perceptível que 
possuem um sentimento de deslumbramento porque o esporte de competição, na infância, tem uma 
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ação sobre as crianças, os adolescentes e os adultos. A grande maioria das pessoas valoriza tudo aquilo 
que diz respeito ao espetáculo que o esporte proporciona.
 Refletindo sobre essa temática do esporte de competição infantil, podem-se comparar e notar 
diferenças e igualdades entre ela e o esporte de alto rendimento. A diferença é, principalmente, em 
relação à didática, já a principal igualdade é que ambas buscam desenvolver habilidades, valores, co-
nhecimentos e motivar o indivíduo para atingir uma particularidade no esporte. Algo interessante de 
observar é que o esporte, na escola, pode trazer vários benefícios, como simular a realidade esportiva 
que é a capacidade de rendimento. Esse estudante atleta ”funciona” quando motivado pelas exigências 
de resultados positivos e autorrealização. Por outro lado, esse indivíduo tem uma disposição maior para 
atrair sensações agradáveis ou desagradáveis, por causa do esporte, que tem a função de espetáculo e 
encantamento.
 O papel atribuído aos pais na vida esportiva dos filhos deve ter um olhar crítico e um cuidado 
imenso, por causa da ligação direta entre família, prática desportiva e a escola, pois, ambos participam 
do processo de formação e desenvolvimento da criança ou adolescente, no contexto escolar esportivo. 
Entretanto, a prática esportiva é voltada para competições, criando assim um “mini atleta”, o que pode 
contribuir para a existência da exigência constante, tanto no esporte, quanto na escola. quando a crian-
ça ou adolescente é inserido nesse ambiente esportivo, nota-se que a família tem metas para seus filhos, 
ou seja, o esporte para as famíliase torna essencial devido à figura pública que é ser “atleta”, sendo assim, 
para eles, o indivíduo tem um valor na sociedade. 
2.2 O DESPORTO COMPETITIVO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
 O esporte que possui o teor competitivo deve ser voltado para o contexto escolar com o intuito 
educativo, visando o processo de desenvolvimento. 
 De acordo com Freire (1991, p. 67): 
A educação é um processo de atuação de uma comuni-
dade sobre o desenvolvimento do indivíduo a fim de que 
ele possa atuar em uma sociedade pronta para a busca da 
aceitação dos objetivos coletivos.
 A Educação Física escolar permite e busca incorporar o aluno na cultura corporal do movimen-
to, construindo um indivíduo que produz, reproduz e transforma, com o propósito de usufruir das 
atividades propostas, dos jogos, dos esportes, favorecendo a melhora dos benefícios da qualidade da vida 
(BETTI, citado por zULIANI, 2002, p. 75).
 O professor de Educação Física não pode esquecer que a prática do futsal na escola, é diferente 
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da prática de treinamento, um grande motivo para isso é porque a didática e os conteúdos abordados 
em cada um deles, são totalmente diferentes. 
 Segundo Silva (2008, p. 28), “a prática do futsal nas aulas de Educação Física nas escolas tem 
como objetivo de inserir na vida dos alunos a praticar da Educação Física e que isso vire um habito na 
sua vida dos alunos. ”
 Um fato que se observa são as contribuições que o esporte oportuniza para a formação do cida-
dão. Nesse contexto, é essencial se predispor a enfrentar mudanças ou exigências que surgem. 
Em todos os esportes, especificamente no futsal para um 
processo de formação adequado deve-se buscar o desen-
volvimento geral das capacidades técnicas e táticas. Desta 
forma no aluno de futsal o desenvolvimento das capaci-
dades cognitivas de percepção, antecipação 17 e tomada 
e decisões é imprescindível. A educação psicomotora é à 
base do processo de aprendizagem. Desta forma para que 
a criança aprenda gestos técnicos é necessário que antes 
aprenda movimentos básicos como correr, saltar e rolar. 
No futsal o equilíbrio, ritmo, coordenação e noções de 
espaço e tempo são fundamentais para o aprendizado da 
técnica individual (SAAD, 1997, p. 26).
 O estímulo para fazer com que, através do esporte, haja mais que muita competitividade, é 
mostrar que o futsal pode favorecer as práticas de generosidade, solidariedade, cooperação, direitos dos 
indivíduos à cidadania. Mas, para que isso ocorra, tem que haver uma grande mudança de atitudes e de 
valores, evitando o individualismo que não resolve circunstâncias cuja resolução é complicada (BROT-
TO, 2001, p. 03).
 A competição desperta o interesse pelo jogo, oportunizando o desenvolvimento da capacidade 
de superação, dedicando-se a melhorar cada vez mais, suas habilidades.
Sendo assim:
Em relação ao futsal algumas ações são utilizadas para re-
alizar a competição durante o jogo. O passe, o chute, o 
drible, o domínio, a proteção, a condução e o controle 
de bola a marcação, a desmarcação (finta) e antecipação. 
Se não fragmentarmos essas ações, perceberemos que são 
ações que ocorrem simultaneamente durante um jogo. 
Durante um jogo, quanto menos “raciocinar” para agir, 
melhor (SANTANA, 1996, p. 85).
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 Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (BRASIL, 1998), a ideia é a não exclusão 
durantes as aulas, visto que um dos objetivos da Educação Física é fazer com que a aprendizagem das 
crianças e dos adolescentes seja evidente em relação à cultura corporal do movimento.
2.3 O FUTSAL VOLTADO PARA A ESCOLA NO CONTRA TURNO
 Através do que se observa atualmente, a iniciação do futsal para as crianças, ainda é vista como a 
antecipação das etapas do desenvolvimento, transformando a criança em um mini adulto. Pode-se notar 
que as exigências que uma criança sofre são semelhantes às de um adulto. 
 De acordo com Rodrigues, citado por Mutti (2003), existe um processo com o qual a criança 
chega ao domínio de suas habilidades, através das suas vivências iniciais, como: andar, pular, rolar, salti-
tar, correr, entre outros. Esse fato permite ajudá-la a melhorar a qualidade básica necessária para ocorrer 
o aprimoramento nas etapas seguintes de desenvolvimento. Conforme a criança cresce, ocorrerá o aper-
feiçoamento das habilidades, lembrando que, o tempo para ocorrer melhorias significativas depende de 
cada organismo que faz o ser humano corresponder. 
 O contra turno busca desenvolver atividades pelas quais o estudante melhora e descobre os as-
pectos de autonomia, responsabilidades, confiança para tentar solucionar os problemas, a cooperação e 
a interação. 
 Paes (2009, p. 65), a respeito da prática do desporto, menciona:
O esporte escolar poderá permitir ao aluno o exercício de 
sua cidadania, na qual o trabalho e o lazer são fundamen-
tais para uma boa qualidade de vida. Para nós, cidadania 
significa participação e para participar do esporte é pre-
ciso saber, conhecer, analisar e refletir a prática esportiva. 
 Segundo Voser (1999), o incentivo à prática, principalmente, para crianças que possuem alguma 
dificuldade, proporciona uma facilidade de autorrealização e superação, aprimorando suas experiências 
na busca pelo novo. O professor tem que respeitar o espaço e individualidade da criança, observando 
a progressão do indivíduo no que foi proposto, cuja progressão partirá do mais fácil para o mais com-
plexo. O autor relata também sobre a necessidade de determinar a importância do desenvolvimento 
cognitivo e motor da criança, estando atento em relação à maturidade motora e mental das crianças.
Mutti (2003) menciona que a iniciação ao futsal tem que se comprometer com o processo de desenvol-
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vimentomotor, pois se aplica uma variedade de movimentos e novas experiências que irão melhorar a 
qualidade do acervo motor da criança. De maneira progressiva, o esporte é incorporado à criança aos 
poucos, devido à junção de exercícios com a bola, pequenos jogos com regras, exercícios que façam a 
criança tomar decisões e descobrir novos movimentos corporais. 
O Futsal, atualmente, possui muita motivação intrínseca e extrínseca, por ser um jogo que possui dina-
mismo, o que faz refletir sobre:
A didática, os métodos, o planejamento, os objetivos, os 
conteúdos, as estratégias e a avaliação são aspectos de vi-
tal importância para obtermos os melhores resultados no 
processo de aprendizagem do futsal. Esta é uma aprendi-
zagem motora, na qual a ação pedagógica visa a oferecer 
amplas possibilidades de movimentação por meio de uma 
grande variedade de experiências, culminando num bom 
nível de habilidade e de eficiência nos gestos específicos 
do futsal, assim como no aprendizado do seu sentido e 
significado (MUTTI, 2003, p.8).
De acordo com Mutti (2003), a iniciação ao Futsal está cada vez intensa, fazendo a realidade continuar 
remota. Observa-se em clubes, que, por ser uma modalidade esportiva com um imenso público infantil, 
oferecem competições para idades, cada vez mais baixas. Porém, os clubes veem como obrigação resul-
tados relevantes ou pelo menos, expressivos, o que faz a prática do Futsal não ser um meio de educar 
e incentivar uma prática desportiva que tem o real intuito de desenvolver o indivíduo como um todo. 
2.4	CONTRIBUIÇÕES	DO	FUTSAL	PARA	O	DESENVOLVIMENTO	MOTOR,	
PSICOLÒGICO E SOCIAL.
Um aspecto notável durante o crescimento da criança é a questão do porte físico. Esse desenvolvimen-
to na primeira infância oscila em uma progressão rápida e lenta, e consequentemente, reflete em uma 
estagnação por volta dos quinze anos para meninos, e para as meninas, um pouco mais tarde (BEE, 
1996).
Aparentemente, a velocidade de crescimento é influencia-
da por algumas condições ambientais. As moças atingm 
a maturidade fisiológica mais cedo nos climas tempera-
dos do que em climas mais frios ou mais quentes. Existem 
também indicações de que o peso aumenta mais rapida-
mente no fim do verão ou no outono, enquanto a altura 
aumenta mais rapidamente no inverno ou na primavera; 
esse fenômeno poderia ser explicado através do maior 
conteúdo de água do corpo, durante o verão, e da redução 
da quantidade de exercícios durante os meses frios de in-
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verno (MELO, 2001, p. 93).
 O desenvolvimento da produtividade motora é parte integrante do crescimento físico. Esse tal 
desenvolvimento tem uma influência na facilidade ou dificuldade para qual a criança é suficiente para 
atender suas necessidades. 
A pessoa sobressai no futebol ou em corrida não apenas 
satisfaz à sua necessidade de realização, de reconhecimen-
to social e de autoestima, mas também se descobre como 
herói aos olhos de todos, até aos seus. E, felizmente, em-
bora a eficiência motora seja ligeiramente correlaciona-
da com outros aspectos de desenvolvimento, e suficien-
temente independente de tais circunstâncias, de forma a 
permitir recursos para a satisfação em outros domínios. 
Por exemplo, muitas crianças de família de baixo nível 
socioeconômico usam o boxe, o futebol e outros esportes 
como caminhos para o êxito e o prestígio (MELO, 2001, 
p. 138).
 Para Claparede (1934, p. 5-8) “A criança não é uma miniatura do adulto e sua mentalidade não 
é só quantitativa, mas também qualitativa diferente da do adulto, de modo que a criança não é só me-
nor, mas também diferente”. A sua participação permite que a criança construa valores e os pratique. 
Sendo assim, irá reconhecer a importância do trabalho coletivo e o significado da competição saudável. 
Segundo Guy jacquin (1963, p. 718):
O jogo é para a criança a coisa mais importante da vida. 
O jogo é, nas mãos do educador, um excelente meio de 
formar a criança. Por essas duas razões, todo educador - 
pai ou mãe, professor, dirigente de movimento educativo 
- deve não só fazer jogar como utilizar a força educativa 
do jogo.
 As contribuições que as aulas de futsal devem oferecer são a integração, a cooperação, o respeito 
e o comprometimento entre os alunos e o professor. Mas, para isso acontecer, as aulas devem ter um 
teor lúdico e as escolinhas do contra turno precisam ver a criança como criança e não como um mini 
adulto. Nesse sentido, é essencial que ocorra uma preparação da criança para as aulas, nas quais deve 
predominar o respeito e a iniciativa esportiva em cada etapa de desenvolvimento.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O intuito e as sugestões educacionais da Educação Física, com o passar do tempo, foram altera-
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dos e as tendências ainda influenciam a formação do professor e a sua prática pedagógica. Na Educação 
Física, como em qualquer outro componente curricular, não existe uma única forma de questionar, 
refletir ou praticar a disciplina no contexto escolar. A Educação Física escolar, como uma disciplina que 
incorpora e inclui o aluno na cultura corporal, forma o indivíduo que irá fazer, confeccionar e trans-
mitir, com a finalidade de desfrutar os jogos, os esportes, danças, as lutas e as ginásticas, facilitando a 
criticidade do cidadão na sociedade e as melhorias adequadas para qualidade de vida. Pode-se notar que 
em cada uma dessas práticas corporais, criam-se através da cultura, certos benefícios e particularidades 
na organização da disciplina, na escola.
 De acordo com o presente estudo, que analisou as situações do futsal no contra turno, desde a 
sua motivação para a prática até as suas limitações e a sua influência no âmbito escolar durante a Edu-
cação Física, conclui-se que a modalidade, é um esporte muito popular em todo o território brasileiro. 
Por isso, deve-se reconhecer ou destacar sua importância para a cultura corporal de movimento no 
âmbito escolar e sua influência na aprendizagem sociocultural e motora do indivíduo. Também, valo-
rizar a modalidade no contra turno e as contribuições do futsal em relação ao desenvolvimento motor, 
cognitivo e sócio afetivo. 
 Esses fatos mostram que o esporte deve ter espaço na escola, de forma lúdica e determinar 
quando e como se deve trabalhar o desporto no ambiente escolar. A finalidade é propor a organização 
dos conteúdos para o futsal escolar, conduzindo os processos de ensino que destacam a importância do 
jogo em relação ao esporte. É fundamental para a Educação Física, a contribuição do futsal como uma 
excelente ferramenta para os professores durante as aulas de Educação Física, oportunizando a procura 
e descoberta de diversas possibilidades através dos objetivos almejados. 
 Dessa forma, deve-se tomar muito cuidado com a maneira pela qual se ensina, enfatizando sua 
importância, passando a responsabilidade ao professor de Educação Física que ficará alerta a essas ques-
tões. Sendo assim, conforme a vivência da prática, associada aos conceitos teóricos, conseguirá propor 
alterações significativas. Essa prática, o futsal, não deve ser relacionada somente ao ensino de técnicas e 
buscar o alto rendimento, mas sim, ao desenvolvimento de vários aspectos fundamentais da vida adulta.
REFERÊNCIAS
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2003.
BEE, H. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
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II. PRODUÇÃO DE ALUNOS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO - ARTIGOS CIENTÍFICOS234 Vitrine Prod. Acad., Curitiba, v.4, n.1, p.230-245, jan/jun. 2016.
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LAKATOS, Maria Eva; MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia do Trabalho Científico. Revista e ampliada. 
4ª ed. São Paulo: Atlas, 1992.
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MELO, R.S. Futsal: 1000 exercícios. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.
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