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Petição Inicial Henrique

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA (...) VARA CÍVEL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE.
(...), brasileira, estado civil (...), 54 (cinquenta e quatro) anos, funcionária pública aposentada, portadora do RG n.º (...), CPF n.º (...), endereço eletrônico (...), residente e domiciliada à Rua (...) n.º (...), Bairro (...), Cidade (...), e (...), brasileira, estado civil (...), idade (...), endereço eletrônico, (...), profissão (...), portadora do RG n.º (...), CPF n.º (...) residente domiciliada no endereço supra citado, representadas por seus procuradores, (mandato incluso) vêm respeitosamente, perante Vossa Excelência, propor a presente: AÇÃO INDENIZATORIA decorrente de DANOS MORAIS E MATERIAIS, em desfavor do Supermercado (...) , pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º (...), endereço eletrônico (...) localizado na Av. Contagem, n.º 100, bairro Ana Lúcia, em Sabará - MG, na pessoa de seu representante legal, pelos motivos de fato e de direito que passa e expor
DOS BENEFICIOS DA JUSTIÇA GRATUITA
A 1ª autora conta para sustento com aposentadoria do estado e ainda continua exercendo suas atividades como professora da rede publica de ensino, para o devido complemento de sua renda e a 2ª autora encontra-se desempregada no momento, fato que requerem que sejam concedidos as autoras os benefícios da justiça gratuita, por serem consideradas pobres no sentido legal e parte hipossuficiente e lesada do litigio, conforme declaração de pobreza anexada não possuem condições de arcar com as despesas processuais sem prejuízo ao seu próprio sustento e de sua família, pleiteando, assim o benefícios da justiça gratuita, assegurado pelo artigo 5º, LXXIV, da CR/1988, Lei 1060/50 e NCPC/2015, no artigo 98.
 DOS FATOS
Na data de 03 (três) de fevereiro de 2016 entre 10:00h e 10:20h daquela manhã o trágico incidente se deu da forma adiante relatada. O comprovante do pagamento das compras ali realizadas segue em anexo exordial (Anexo II). 
Estavam a 1ª e 2ª autoras (...) , fazendo suas compras normalmente quando, em direção à seção de frios, para pegar iogurtes e queijo, escorregou no piso molhado e sem sinalização, sofrendo uma humilhante, dolorosa e violenta queda. A autora, soltando o carrinho que trazia, ainda tentou, sem sucesso, equilibrar-se segurando na prateleira de sucos, próxima. O abrupto acidente, que levou a 1.ª autora e vitima direto ao chão, provocou uma grave fratura no fêmur da perna direita, conforme atesta a documentação anexada nos autos, incluindo os laudos e prontuários médicos, inclusive cirúrgicos, bem como exames e comprovantes das despesas com medicamentos e transporte para a realização das consultas e exames. A fratura agravou o estado e saúde da 1º autora, em face de sua idade, por ela já apresentar um quadro de Artrite Reumatoide. 
Ocorre que o piso do estabelecimento demandado encontrava-se molhado, formando uma poça d’água , mas não havia nenhuma sinalização ou cartaz no local alertando para tal fato, o que impossibilitou que a autora de tomar qualquer medida.
Além da terrível dor, levando às lágrimas incontroláveis, a demandante ainda ficou extremamente constrangida e envergonhada ante a presença de tantas pessoas que presenciaram o acidente. Pessoas com olhares de preocupação, pessoas demonstrando deboche, iam se aglomerando ao redor da vítima causando ainda maior constrangimento.
Diante do acidente ocorrido dentro das dependências da ré, esta não prestou nenhum suporte a vitima, sequer, entou em contato com o SAMU para socorrer a vitima e continuou com o andamento de suas atividades, ignorando o fato da vitima estar caída no chão sob fortes dores e constrangimento. Diante da inercia da ré, a 2ª autora e filha da vitima, teve que tomar as medidas cabíveis de contato ao serviço de urgência, mesmo estando em visível estado de choque, aflição e abalo emocional.
O SAMU fez os primeiros atendimentos imobilizando a vítima e 1.ª autora, fazendo o encaminhamento para o Hospital da Unimed BH. O ocorrido foi lavrado em Boletim de Ocorrência REDS nº 2015-027418858-001, elaborado pelo Cabo Elton Costa de Souza, no qual o gerente da parte Ré, Senhor Cristiano Ferreira de Freitas, fora ouvido, dando veracidade ao fatos narrados. 
O relatório do SAMU, identificou que o motivo da dor intensa era por causa da fratura no fêmur da perna direita, ocasionado pela queda dentro do estabelecimento da Ré. 
A autora, passou por uma cirurgia com pós-operatório demorado, tendo inclusive que utilizar muletas para se locomover, o que ocasionou o afastamento de suas atividades diárias no trabalho como professora, mesmo sendo aposentada, continuava a trabalhar como professora da rede publica para complemento de sua renda, não fazendo jus ao afastamento remunerado devido. 
DOS DIREITOS
 São evidentes os danos de ordem física, moral e material sofridos pela 1.ª autora da presente demanda, bem como é visível os danos morais sofridos pela 2.ª autora. 
Os prejuízos sofridos pelos demandantes estão abaixo elencados.
3.1- DA RESPONSABILIDADE DA RÉ E DO DEVER DE INDENIZAR
Notórios são, os requisitos para a responsabilização da empresa ré no ressarcimento de tais danos. Relevantes são sem dúvida, o ato ilícito e o nexo de causalidade entre o dano e a conduta omissiva e desatenta, beirando ao desleixo da demandada no fato de não alertar os seus clientes, inclusive o demandante, do iminente risco que corriam ao transitar por suas dependências sobretudo nas áreas que estavam molhadas e escorregadias. 
A conduta da ré foi absolutamente negligente, tendo seus funcionários assumido o risco de produzir o acidente que, infelizmente, acabou por vitimar a ora peticionante. Deveriam os mesmos sinalizar claramente o perigo de queda no momento em que iniciaram a limpeza da área onde ocorreu o fato. Mas, ao contrário, não tomaram nenhuma precaução e simplesmente não sinalizaram de forma alguma aos transeuntes
Aplica-se a presente demanda, também o disposto no Código de Defesa do Consumidor (Lei n.º 8.078/90), haja vista que entre as partes litigantes há uma relação de consumo, caracterizada pela condição de consumidor do Promovente e de fornecedor da Promovida, nos termos dos artigos 2.º e 3.º, respectivamente, cita-se:
Art. 2º.CDC- “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.” 
Art. 3º CDC - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestações de serviços."
Portanto é evidente que há uma relação jurídica entre as partes litigantes, em que a parte Ré, assume o dever de prestar o serviço a que se obrigou e a partes autoras que assumiram a obrigação de dar dinheiro em troca dos serviços prestados pelo estabelecimento em questão, de acordo com o CC, parte especial, do Direito das Obrigações . 
Faz-se necessário também citar a Lei nº 8.078 de 11 de Setembro de 1990 – CDC, que traz os Direitos básicos do Consumidor. O seu artigo 6.º inciso VI, prescreve o Direito à prevenção e reparação de danos deixa claro ser o fornecedor responsável direto pelo dano decorrente de um serviço ofertado, responderá independentemente de culpa pelos danos causados ao consumidor. 
Art. 14, CDC - “O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos." 
Não resta dúvida de que o fornecedor do serviço terá de reparar o dano, cabe a ele o ressarcimento pelo ocorrido em seu estabelecimento, configurando responsabilidade objetiva, na modalidade de culpa in eligendo e in vigilando, respectivamente, por escolher mal seus funcionários e por não fiscalizar, no caso em demanda, a utilizaçãode placas sinalizadoras de piso molhado, no seu estabelecimento comercial. 
A responsabilidade civil da ré, esta firmado no dever de reparar o dado é inegável e indiscutível. O Codigo civil regula em seu artigo 159:
'Art.159:Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito ou causar prejuízo a outrem fica obrigado a reparar o dano'.
Assim, se impõe a ré o dever legal de ressarcir o dano que causou as autoras, que levarão consigo para o resto de suas vidas os dissabores do fato que foram vitima, fruto do comportamento negligente e censurável da ré, que resultou em grave acometimento físico e psicológico. O dano moral causado as autoras é cristalinamente inquestionável e também esta aparado pelo artigo 5º, V e X da CR/1988.
Destarte, cabe ao Estado-Juiz, no exercício de suas funções de pacificação social e de aplicação do direito ao caso concreto que ora lhe é posto à apreciação, condenar a Promovida a ressarcir o Promovente pelos danos morais e pelos prejuízos materiais experimentados, naquele caso mitigando- lhes os efeitos e neste último repondo-lhe o numerário despendido pelo autor em razão do fato que deu ensejo a esta lide. No tangente ao dano moral, acrescente-se, o valor da indenização, além de prestar-se à compensação do abalo psicológico sofrido, deve ser significativo o bastante para coibir atitudes semelhantes por parte da Promovida
 3.2. DO DANO 
A Lei nº 10.406 de 10 de Janeiro de 2002, (CDC), diz seu artigo 927: 
“Aquele que, por ato ilícito (arts.186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único - Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
Há uma multiplicidade de processos que mitigam danos materiais e morais, listados estão alguns, objetivando dar suporte à decisão em favor das autoras A hipótese é concreta e encontra arrimo na Jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, que já se manifestou nos seguintes termos: 
EMENTA: ACIDENTE CULPOSO — LOJA — PISO ESCORREGADIO — QUEDA - OBRIGAÇÃO INDENIZATÓRIA - DANOS MORAL E MATERIAL — ARBITRAMENTO — HONORÁRIOS — SUCUMBÊNCIA - VALOR DA CONDENAÇÃO.
Age com culpa in vigilandum a empresa que não limpa adequadamente o piso de sua loja, deixando-o escorregadio, provocando a queda de cliente, que, pelos danos material e moral sofridos, deve ser indenizado. O valor da indenização, decorrente de dano moral puro e estético, causado por ato ilícito, está adstrito a criterioso arbitramento do julgador, levando em consideração elementos informativos dos autos. (...) (Apelação Cível nº 460.853-7; Décima Quinta Câmara Cível; rel.: Guilherme Luciano Baeta Nunes; julgado em 14/10/2004)
 	EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA - PRODUÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL - MATÉRIA RESOLVIDA EM DECISÃO INTERLOCUTÓRIA NÃO IMPUGNADA - PRECLUSÃORESPONSABILIDADE CIVIL - REPARAÇÃO POR DANO MORAL - ESTABELECIMENTO COMERCIAL - SUPERMERCADO - QUEDA DE CLIENTE IDOSO - LESÃO CORPORAL GRAVE - PISO COM PRODUTO ESCORREGADIO - INEXISTÊNCIA DE PROTEÇÃO E DE SINALIZAÇÃO PREVENTIVA - PREJUÍZO EXTRAPATRIMONIAL CONFIGURADO - OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR. 
- A arguição preliminar de cerceamento de defesa, por indeferimento de produção de prova testemunhal, não enseja acolhimento em sede de Apelação, quando resolvida a matéria em Decisão Interlocutória não impugnada oportunamente, por meio do Recurso próprio, nos termos do art. 473, do Código de Processo Civil. 
- A pessoa jurídica atuante no comércio varejista (supermercado) responde, objetivamente, por danos causados ao consumidor, em razão de acidente causado por falha nas condições de segurança do seu estabelecimento. 
- A queda de cliente idoso, provocada por substância escorregadia deixada no piso do estabelecimento comercial, sem qualquer proteção ou sinalização preventiva, resultando lesão corporal grave ao vitimado, enseja reparação por dano moral. 
- No arbitramento do valor da indenização por dano moral devem ser observados os critérios de moderação, proporcionalidade e razoabilidade em sintonia com o ato ilícito e suas repercussões, como, também, com as condições pessoais das partes. 	 - A indenização por dano moral não pode servir como fonte de enriquecimento do indenizado, nem consubstanciar incentivo à permanente reincidência do responsável pelo ilícito. 
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.0702.10.004327-3/001 - COMARCA DE UBERLÂNDIA - APELANTE (S): SUPER MAXI SUPERMERCADOS LTDA - APELADO (A)(S): EDITE MEDEIROS DE SANTANA - LITISCONSORTE: BRADESCO AUTO/RE - COMPANHIA DE SEGUROS
Sendo assim, é de se ressaltar a angústia e a situação de estresse prolongado a que as autoras foram submetidas em razão da atitude desatenta e irresponsável da ré.
Estando o dano moral configurado, pois o fato das autoras terem sido submetidos a uma situação de enorme constrangimento e de tensão emocional que até hoje perdura, configura, sem sombra de dúvidas, um abalo à sua ordem psíquica que deve ser reparado pela ré, causadora que foi do evento danoso.
Sendo assim, demonstrados o dano e a culpa do agente, evidente se mostra o nexo causal. Advém da conduta ilícita da ré os constrangimentos e vexações causados às Promoventes, tornado evidente o vínculo entre um e outro. Ademais, conforme foi explanado em tópico anterior, ainda que se desconsiderasse, por mera hipótese, a culpa da empresa ré, mesmo assim caber-lhe-ia a responsabilização pela reparação do dano causado, face ao disposto no artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor.
 No tocante ao dano moral sofrido pelas autoras, tem-se claramente que o vexame e a humilhação da queda sofrida pela 1.ª autora em meio a um supermercado repleto de consumidores, causaram-lhe profunda dor moral. O enorme abalo, constrangimento, a sensação de descaso, o atentado à dignidade da pessoa humana gerado pela situação apresentada deve ser reparada proporcionalmente á gravidade da queda e suas consequências, a gravidade da lesão ocasionada no fêmur da vitima e 1ª autora, resultante não somente em dor física, mas afetando também como também o seu convívio social devido a sua dificuldade em se locomover. A situação lhe causou uma ofensa a seu direito de personalidade, atacando diretamente a sua integridade, causando grande sofrimento físico e psíquico.
 Incontestável a culpa da ré, aparados pelos dispositivos legais , a 1º autora faz juz ao ressarcimento de todo o valor gasto com medicamentos, locomoção, exames, devido a grave lesão sofrida por culpa exclusivamente da ré. A planilha de gastos, bem como os comprovantes estão anexados neste processo, afim da devida demonstração do real valor gasto com estas situações.
Após o ocorrido a autora passou por uma cirurgia com pós-operatório demorado, tendo inclusive que utilizar muletas para se locomover, o que ocasionou o afastamento de suas atividades diárias no trabalho como professora, mesmo sendo aposentada, continuava a trabalhar como professora da rede publica para complemento de sua renda, não fazendo jus ao afastamento remunerado devido a sua condição de aposentada. Diante de exposto, tendo como fundamentação o artigo 402 do CC/2002, a autora faz juz ao recebimento da indenização pelo lucros cessantes, em decorrência do não recebimento de sua remuneração no período em que esteve afastada.
Diante de todo exposto, as autores requerem, em forma de compensação pelo danos marais sofridos pela 1º autora, a condenação do réu ao pagamento no montante de R$_______
Ademais, requer a condenação do réu em forma de indenização por danos materiais, o valor de R$_______
E, em decorrência dos proventos que deixara de receber decorrente ao acidente, requer a condenação do réu no valor de R$_______, referente aos lucros cessantes suportados pela autora. 
DANO MORAL REFLEXO OU POR RICOCHETE
Devem o réu, ainda, ser condenado a pagar em favorda 2ª autora a compensação do dano moral na modalidade reflexo ou ricochete. Estado evidente o abalo emocional sofrido por ter vivenciado a situação a qual sua mãe foi submetida, devido a negligencia da ré, diante do acidente, o cotidiano da 2ª autora foi alterado, pois, a sua mãe e vitima sofreu fraturas, na qual necessitava de cuidados para a realização das tarefas mais simples, como também, para leva-la ao hospital, fisioterapia, na hora do banho, inclusive nas necessidades básicas. 
O STJ reconhece o direito a indenização daqueles que sofrem o dano moral reflexo ou por ricochete:
Superior Tribunal de Justiça – informativo de nº0459 – 6 a 10 de dezembro 2016: “DANOS MORAIS REFLEXOS. LEGITIMIDADE. Trata-se de REsp em que a controvérsia é definir se os pais da vítima sobrevivente de acidente de trânsito têm legitimidade para pleitear compensação por danos morais, considerando-se que, na espécie, a própria acidentada teve reconhecido o direito a receber a referida compensação por tais danos. A Turma assentou que, não obstante a compensação por dano moral ser devida, em regra, apenas ao próprio ofendido, tanto a doutrina quanto a jurisprudência têm firmado sólida base na defesa da possibilidade de os parentes do ofendido a ele ligados afetivamente postularem, conjuntamente com a vítima, compensação pelo prejuízo experimentado, conquanto sejam atingidos de forma indireta pelo ato lesivo. Observou-se que se trata, na hipótese, de danos morais reflexos, ou seja, embora o ato tenha sido praticado diretamente contra determinada pessoa, seus efeitos acabam por atingir, indiretamente, a integridade moral de terceiros. É o chamado dano moral por ricochete ou préjudice d´affection, cuja reparação constitui direito personalíssimo e autônomo dos referidos autores, ora recorridos. Assim, são 5 perfeitamente plausíveis situações nas quais o dano moral sofrido pela vítima principal do ato lesivo atinja, por via reflexa, terceiros, como seus familiares diretos, por lhes provocar sentimentos de dor, impotência e instabilidade emocional. Foi o que se verificou na espécie, em que postularam compensação por danos morais, em conjunto com a vítima direta, seus pais, perseguindo ressarcimento por seu próprio sofrimento decorrente da repercussão do ato lesivo na sua esfera pessoal, visto que experimentaram, indubitavelmente, os efeitos lesivos de forma indireta ou reflexa, como reconheceu o tribunal de origem, ao afirmar que, embora conste da exordial que o acidente não atingiu diretamente os pais da vítima, eles possuem legitimidade para pleitear indenização, uma vez que experimentaram a sensação de angústia e aflição gerada pelo dano à saúde familiar. Diante disso, negou-se provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 160.125-DF, DJ 24/5/1999; REsp 530.602-MA, DJ 17/11/2003; REsp 876.448-RJ, DJe 21/9/2010; REsp 1.041.715-ES, DJe 13/6/2008, e REsp 331.333-MG, DJ 13/3/2006. REsp 1.208.949-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 7/12/2010
Podemos citar assim, outras jurisprudências sobre o tema.
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS - ACIDENTE EM CLUBE RECREATIVO - UTILIZAÇÃO INADEQUADA DE TOBOÁGUA - INTERNAÇÃO DO MENOR EM CTI - SOFRIMENTO E ANGÚSTIA DA GENITORA - RESPONSABILIDADE CIVIL - DANO MORAL REFLEXO OU POR RICOCHETE - PEDIDO PROCEDENTE - QUANTUM. - É obrigação de um clube recreativo zelar pela segurança dos usuários que se utilizam de suas dependências, especialmente para as crianças que usufruem dos brinquedos que exigem rigor e monitoramento na utilização. O resultado lesivo comprova que o clube foi negligente no monitoramento da criança que se acidenta no toboágua, sofrendo grave lesão de abdome pela utilização concomitante de outro usuário, ferindo a integridade física do menor. - É presumido o dano moral do genitor em virtude de grave acidente ocorrido com seu filho menor nas dependências de clube recreativo, exigindo a internação da criança em CTI por vários dias, devendo o 'quantum' indenizatório ser fixado atentando-se para as condições das partes, a gravidade da lesão e as circunstâncias fáticas, não se podendo ainda olvidar a repercussão na esfera do lesado e o potencial econômico-social do ofensor.
(TJ-MG - AC: 10024102309754001 MG, Relator: Valdez Leite Machado, Data de Julgamento: 03/04/2014, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 11/04/2014)
 - 
Portanto, pede-se o deferimento do pedido com a consequente condenação do réu a indenizar a 2ª autora por danos morais reflexo ou ricochete no valor de R$______.
 DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Novamente o CDC traz uma proteção a mais ao consumidor, por estar este numa posição mais vulnerável, prevenindo-o de qualquer exploração advinda de prestadores de serviço.
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, seguindo as regras ordinárias de expectativas.
Desse modo, cabe ao requerido demonstrar provas em contrário ao que foi exposto pelo autor.
 DOS PEDIDOS
Diante de todo o exposto, requer o autor que Vossa Excelência digne-se em:
a) Conceder os benefícios da gratuidade judiciária com base na Lei nº 1.060/50, em razão de não possuir recursos para arcar com as custas do processo, mormente as recursais, caso necessário, sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família.
b) Inverter o ônus da prova em favor do Promovente, nos termos do art. 6º, inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor;
c) Determinar a citação do réu no endereço inicialmente indicado para, querendo, apresentar a defesa que tiver, bem como para comparecer às audiências designadas por esse juízo, sob pena de revelia.
d) Ao final, JULGAR PROCEDENTE,  A PRESENTE DEMANDA, PARA: 
 d.1) CONDENAR A PROMOVIDA A PAGAR A 1ª Autora (...) A QUANTIA JUSTA E RAZOÁVEL DE R$_______________ (_____________ MIL REAIS) A TÍTULO DE REPARAÇÃO PELOS DANOS MORAIS EXPERIMENTADOS, nos termos dos art. 5º, inciso V da Constituição Federal c/c art. 186 e art. 927 do Código Civil e art. 6.º, inciso VI da Lei n.º 8.078/90, corrigidos desde a data da ocorrência do fato, conforme precedente jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça.
d.2) CONDENAR o RÉU A PAGAR A 1ª autora(...) A QUANTIA DE R$ 1.479,37 (Um mil quatrocentos e setenta e nove reais e trinta e sete centavos), A TÍTULO DE RESSARCIMENTO DO DANO MATERIAL SOFRIDO, corrigido monetariamente pelo INPC e acrescido dos juros legais a partir da ocorrência do mesmo.
d.3) CONDENAÇÃO do réu a pagamento 	de indenização a titulo de LUCROS CESSANTES, no valor de R$____________
d.4) CONDENAR o RÉU ao pagamento da compensação por danos morais na modalidade reflexo ou ricochete a 2º autora no valor de R$___________ 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive prova testemunhal, depoimento pessoal da representante da demandada sob pena de confissão, juntada ulterior de documentos (mormente o comprovante de despesas com o exame de ressonância magnética) e tudo mais que se fizer necessário para a perfeita resolução da lide, o que fica, desde logo, requerido.
Dá-se à causa, nos termos do art. 259, inciso II do Código de Processo Civil, o valor de R$ ________________ ( ________________________________________ ) 
 São os termos em que se pede deferimento.
Belo Horizonte, 05 de Maio de 2018.
Charlene de Paula Lima
OAB/MG 120.234
Júlio Sudan
OAB/MG 120. 331
Maria José Campanha
OAB/MG 120. 401

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