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CASO CONCRETO - SEMANA 02 - ATOS CAMBIAIS. Fernando Lopes emite uma letra de câmbio em face de Luan e a favor de Eduarda, que a endossa em branco para Rebeca, a qual endossa em preto para Maria que, por sua vez, também endossa em preto para João. Este endossa em branco e repassa o título para Dora, que repassa o título por tradição para Eunice, e assim vai por Emerson e Vitor. Por fim, Vitor transmite o título para Miro, através de endosso em preto. Diante disso: a) Determine quais os obrigados pelo pagamento do referido título. b) Especifique o principal efeito do endosso realizado por Vitor. No caso em tela os coobrigados ao pagamento do título são Luan ( devedor principal ), Eduarda, Rebeca, Maria, João e Vitor (endossante) e Fernando (sacador). O endosso por Vitor, qual seja o endosso em preto, além de transferir o crédito e vincular o endossante ao pagamento do título, obriga o endossatário (Miro) a transmitir o título também por endosso. Títulos de crédito 1.ORIGEM Surgiu na Idade Média com o intuito de agilizar e facilitar a circulação da Moeda ( na época o mercado operava por meio de troca ou escambo). Com o surgimento da moeda o mercado centralizou riquezas. Assim, para facilitar a circulação da moeda e a confiança que o credor depositava em seu devedor surgiram os Títulos de Crédito (creditum, credere) 2. CONCEITO Documento necessário ao exercício de um DIREITO LITERAL e autônomo nele mencionado. 3. CARACTERÍSTICAS - PRINCÍPIOS ● PRINCÍPIO DA CARTULARIDADE: (é o documento) A cartularidade (também chamada de incorporação) é apresentada como sendo a MATERIALIZAÇÃO do direito no documento, motivo pelo qual se diz que o direito se incorpora ao documento. A expressão cartularidade ou direito cartular (de chartula, do baixo latim) é empregada para significar tanto a incorporação do direito ao documento, como o direito decorrente do título em relação ao negócio fundamental, chamado por isso mesmo, o negócio subjacente, de relação extracartular. ● PRINCÍPIO DA LITERALIDADE; (é o que você vai escrever nesse documento) O título vale pelo que nele está mencionado, em seus termos e limites. Para o credor e devedor só valerá o que estiver expresso no título. Deve, por conseguinte, constar a assinatura do avalista para que seja válido o aval, por exemplo. ● PRINCÍPIO DA AUTONOMIA: (o documento desvincula do consumidor) Desvincula-se toda e qualquer relação havida entre os anteriores possuidores do título com os atuais e, assim sendo, o que circula é o título de crédito e não o direito abstrato contido nele. PRINCÍPIO DA ABSTRAÇÃO Decorre, em parte, do princípio da autonomia e trata da separação da causa ao título por ela originado. Não se vincula a cártula, portanto, ao negócio jurídico principal que a originou, visando, por fim, a proteção do possuidor de boa-fé. Não gozam deste princípio todos os títulos de crédito, mas se pode observar ser ele válido para as notas promissórias e letra de câmbio. PRINCÍPIO DA INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS O devedor não pode se negar a cumprir o que consta no título de crédito, apresentando exceções pessoais referentes a anteriores portadores ou titulares da cártula, salvo se ficar cabalmente demonstrado que o atual titular recebeu a cártula de má-fé. Trata - se da manifestação processual do princípio da autonomia. “As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador exceções fundadas nas relações pessoais delas com o sacador, a menos que o portador ao adquirir a letra, tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor.” (ART 17 LU) PRINCÍPIO DA INDEPENDÊNCIA (substantividade) O título de crédito basta em si, não sendo necessário apresentá - lo em conjunto com outros documentos. Não se trata de princípio admitido por toda a doutrina, por estar ausente de uma série de títulos. Alguns títulos fazem referência a contratos ou a outros documentos. De outro lado, a própria lei afasta a independência de alguns títulos, como nas células de crédito rural que devem ser acompanhadas do orçamento pelos extratos bancários. Portanto, a independência pode deixar de ser aplicada pela vontade das partes ( remissão a contrato) ou pela lei (vinculação legal a algum documento). 4. CLASSIFICAÇÃO Quanto ao Modelo: (vinculados ou livres) - Vinculados: Devem atender a um padrão específico, definido por lei, para a criação do título. Ex:. Cheque - Livres: São os títulos que não exigem um padrão obrigatório de emissão, basta que conste os requisitos mínimos exigidos por lei. Ex:. letra de câmbio e nota promissória. Quanto à Estrutura: (ordem de pagamento ou promessa de pagamento) - Ordem de pagamento: por esta estrutura o saque cambial dá origem a três situações distintas: sacador ou emitente, que dá a ordem para que outra pessoa pague; sacado, que recebe a ordem e deve cumpri-la; e o beneficiário, que recebe o valor descrito no título. Ex:. letra de câmbio, cheque. - Promessa de pagamento: envolve apenas duas situações jurídicas: promitente, que deve, e beneficiário, o credor que receberá a dívida do promitente. Ex:.nota promissória. Quanto à Emissão: (causais ou não causais) -Causais: São os títulos que só podem ser emitidos com amparo em lei que os autorizem. Ademais, os títulos causais não se desvinculam da causa da relação creditória originária, não se enquadrando no princípio da abstração. Ex:. Duplicata -Não Causais (ou abstratos): Podem ser emitidos para amparar qualquer relação creditória e se desvinculam da causa fundamental de origem. Ex: Cheque e Nota promissória. Quanto à Circulação: (Títulos ao Portador ou Títulos Normativos) Ao Portador: São destituídos de referência expressa do nome do beneficiário/credor e circulam por mera tradição. Nessa categoria se incluem os cheques abaixo de R$ 100, 00 (cem reais) Normativos: Caracterizam - se pela obrigatoriedade de se fazer constar o nome do titular do crédito. Diferenciam - se os títulos normativos em títulos a ordem e não a ordem no que tange à hipótese de transmissibilidade dos direitos creditórios. Os títulos normativos a ordem se transfere por endosso seguido de tradição. São desta natureza a letra de câmbio, o cheque acima de R$ 100 (cem reais) e a nota promissória, que por força de legislação especial deverão fazer constar o nome do titular do crédito. Os títulos de crédito não a ordem são os títulos cuja transmissibilidade se opera por cessão de crédito. Nessa classificação de enquadra os títulos que, pela sua própria natureza assim se inferem - como as ações das S.A, bem como os títulos que, inobstante sejam de natureza a ordem, venham a conter cláusulas não a ordem, como nas hipóteses de cheques, nota promissória e letra de câmbio. ORDEM A classificação adotada pelo Código Civil não representa nenhuma inovação no Ordenamento Jurídico e também não revogou as Leis Especiais. Desta forma, os títulos continuam a ser regidos por leis específicas,aplicando - se de forma supletiva o Código Civil. Obs: No Brasil existem 40 modalidades de títulos de crédito. 5. ESPECIAIS. TÍTULOS DE CRÉDITOS LETRA DE CÂMBIO. CONCEITO É uma ordem de pagamento sacada (emitida) pelo “sacador” direcionada ao “sacado” que deverá honrá - la em prol do “tomador” (beneficiário). Contudo o “sacado” somente se obriga in casu caso der o seu aceite na cártula, após lhe ter sido apresentada pelo “tomador”. REQUISITOS: (Art 1 da LU) A letra contém: 1. a palavra "letra" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; 2. o mandato puro e simples de pagar uma quantia determinada; 3. o nome daquele que deve pagar (sacado); 4. a época do pagamento; 5. a indicação do lugar em que se deve efetuar o pagamento; 6. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 7. a indicação da data em que, e do lugar onde a letra é passada; 8. a assinatura de quem passa a letra (sacador). Letra Incompleta ou em Branco - Súmula 387, STF. “A cambial emitida ou aceita ou omissões, ou em branco, pode ser completada pelo credor de boa - fé antes da cobrança ou do protesto” Aceite - Somente após o aceite o sacado estará vinculado ao cumprimento da Obrigação Cambial. (Art 28, LU) “O sacado obriga-se pelo aceite pagar a letra à data de vencimento. Na falta de pagamento, o pagador, mesmo no caso de ser ele o sacador, tem contra o aceitante um direito de ação resultante da letra, em relação a tudo que pode ser exigido nos termos dos artigos 48 e 49.” (Art 25 e 26, LU) Art. 25. O aceite é escrito na própria letra. Exprime-se pela palavra "aceite" ou qualquer outra palavra equivalente; o aceite é assinado pelo sacado. Vale como aceite a simples assinatura do sacado aposta na parte anterior da letra. Quando se trate de uma letra pagável a certo termo de vista, ou que deva ser apresentada ao aceite dentro de um prazo determinado por estipulação especial, o aceite deve ser datado do dia em que foi dado, salvo se o portador exigir que a data seja a da apresentação. À falta de data, o portador, para conservar os seus direitos de recurso contra os endossantes e contra o sacador, deve fazer constar essa omissão por um protesto, feito em tempo útil. Art. 26. O aceite é puro e simples, mas o sacado pode limitá-lo a uma parte da importância sacada. Qualquer outra modificação introduzida pelo aceite no enunciado da letra equivale a uma recusa de aceite. O aceitante fica, todavia, obrigado nos termos do seu aceite. FALTA OU RECUSA DO ACEITE Em relação ao protesto é a prova literal de que o título foi apresentado a aceite ou a pagamento e a que nenhuma dessas providências foram atendidas pelo sacado ou aceitante (o protesto será levado a efeito por falta ou recusa do aceite do pagamento e falta da devolução do título). LETRA DE CÂMBIO NÃO ACEITÁVEL (Art.22, LU) O sacador pode, em qualquer letra, estipular que ela será apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo. Pode proibir na própria letra a sua apresentação ao aceite, salvo se se tratar de uma letra pagável em domicílio de terceiro, ou de uma letra pagável em localidade diferente da do domicílio do sacado, ou de uma letra sacada a certo termo de vista. O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada data. Todo endossante pode estipular que a letra deve ser apresentada ao aceite, com ou sem fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador. NOTA PROMISSÓRIA.CONCEITO É uma pura e simples promessa de pagamento feita pelo emitente (sacador) em prol do tomador (beneficiário). REQUISITOS (Art. 75 LU) A nota promissória contém: 1. denominação "nota promissória" inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título; 2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 3. a época do pagamento; 4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; 5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga; 6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada; 7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DA NOTA PROMISSÓRIA Deve ser apresentado o protesto no prazo de DOIS DIAS ÚTEIS após o seu vencimento em cartório. A inobservância do prazo acarretará a perda do direito contra os coobrigados, endossantes ou avalistas. AÇÃO CAMBIAL E PRESCRIÇÃO: . 3 ANOS A CONTAR DO VENCIMENTO - contra o emitente e seu avalista. .1 ANO, A CONTAR DO PROTESTO - contra os endossantes. .6 MESES, A CONTAR DO DIA EM QUE O ENDOSSANTE PAGOU A NOTA - dos endossantes um contra os outros e contra o emitente. DUPLICATA.CONCEITO É considerado um título de crédito pelo qual o comprador se obriga a pagar dentro do prazo a importância representada na fatura (é um documento nominal emitido pelo comerciante / empresário com o valor global e o vencimento da fatura). Podemos compreender que a duplicata é uma ordem de pagamento emitida pelo credor quando o mesmo vende a mercadoria ou serviço que prestou. Sempre será representada em 1 fatura que deverá que ser paga pelo comprador da mercadoria ou tomador dos serviços porém uma duplicata só pode corresponder a uma única fatura que deverá ser apresentada a devedor no máximo em 30 DIAS. Duplicata Virtual : Caracteriza - se quando o contrato de compra e venda ou de prestação de serviços é concretizado o vendedor pela internet emite a uma instituição financeira os dados referentes ao negócio realizado, a uma instituição financeira também pela internet encaminha para o comprador ou tomador de serviços um boleto bancário para que o devedor pague a dívida. REQUISITOS No ato da emissão da fatura, poderá ser extraída uma duplicata para fins de circulação. Deverá corresponder a uma única fatura. Em função do seu caráter obrigatório, o aceite da duplicata mercantil pode ser discriminado em três categorias: a) Aceite ordinário – resulta da assinatura do comprador aposta no local apropriado do título de crédito b) Aceite por comunicação – resulta da retenção da duplicata mercantil pelo comprador autorizado por eventual instituição financeira cobradora, com a comunicação, por escrito, ao vendedor, de seu aceite. c) Aceite por presunção - resulta do recebimento das mercadorias pelo comprador, desde que não tenha havido causa legal motivadora de recusa, com ou sem devolução do título ao vendedor. TRIPLICATA (novo título - segunda via da duplicata) Quando houver perda ou extravio da duplicata, é possível a extração de uma triplicata da fatura. Contudo, na prática, apesar da ausência de previsão legal, a triplicata tem sido sacada também quando houver retenção indevida da duplicata pelo sacado - hipótese na qual o credor envia a triplicata para protesto, em vez de realizar o protesto “por indicações” da duplicata. CHEQUE.CONCEITO É ordem de pagamento à vista, emitida contra um banco, em razão da provisão que o emitente possui junto aosacado, proveniente essa de contrato de depósito bancário ou abertura de crédito. REQUISITOS ART 1 da LC O cheque contêm: I - a denominação "cheque" inscrita no contexto do título e expressa na língua em que este é redigido; II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada; III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); IV - a indicação do lugar de pagamento; V - a indicação da data e do lugar de emissão; VI - a assinatura do emitente (sacador), ou de seu mandatário com poderes especiais. Parágrafo único - A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por chancela mecânica ou processo equivalente. ACEITE (6° e 7° da LC) Art . 6º O cheque não admite aceite considerando-se não escrita qualquer declaração com esse sentido. Art . 7º Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. § 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados. ENDOSSO (Art 17 da LC) Art.17. O cheque pagável a pessoa nomeada, com ou sem cláusula expressa ‘’ à ordem’’, é transmissível por via de endosso. § 1º O cheque pagável a pessoa nomeada, com a cláusula ‘’não à ordem’’, ou outra equivalente, só é transmissível pela forma e com os efeitos de cessão. § 2º O endosso pode ser feito ao emitente, ou a outro obrigado, que podem novamente endossar o cheque. AVAL.CONCEITO É o ato cambiário, mediante o qual um terceiro (avalista) se obriga a honrar determinada obrigação cambial em prol de alguma outra pessoa obrigada no título de crédito (avalizado). AVAL TOTAL X PARCIAL Pela regra geral, o aval PARCIAL é VEDADO (art. 897, parágrafo único, do CC). Exceção: o aval pode ser parcial se for previsto na legislação especial, como ocorre com o cheque, a nota promissória e a letra de câmbio. MODALIDADES DE CHEQUE Art 7 da LC Pode o sacado, a pedido do emitente ou do portador legitimado, lançar e assinar, no verso do cheque não ao portador e ainda não endossado, visto, certificação ou outra declaração equivalente, datada e por quantia igual à indicada no título. § 1º A aposição de visto, certificação ou outra declaração equivalente obriga o sacado a debitar à conta do emitente a quantia indicada no cheque e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação, sem que fiquem exonerados o emitente, endossantes e demais coobrigados. § 2º - O sacado creditará à conta do emitente a quantia reservada, uma vez vencido o prazo de apresentação; e, antes disso, se o cheque lhe for entregue para inutilização. Art 9 da LC O cheque pode ser emitido: I - à ordem do próprio sacador; II - por conta de terceiro; III - contra o próprio banco sacador, desde que não ao portador. Art 44 da LC O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois traços paralelos no anverso do título. § 1º O cruzamento é geral se entre os dois traços não houver nenhuma indicação ou existir apenas a indicação "banco", ou outra equivalente. O cruzamento é especial se entre os dois traços existir a indicação do nome do banco. § 2º O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode converter-se naquele. § 3º A inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente. Art 46 da LC O emitente ou o portador podem proibir que o cheque seja pago em dinheiro mediante a inscrição transversal, no anverso do título, da cláusula "para ser creditado em conta", ou outra equivalente. Nesse caso, o sacado só pode proceder a Iançamento contábil (crédito em conta, transferência ou compensação), que vale como pagamento. O depósito do cheque em conta de seu beneficiário dispensa o respectivo endosso. § 1º A inutilização da cláusula é considerada como não existente. § 2º Responde pelo dano, até a concorrência do montante do cheque, o sacado que não observar as disposições precedentes. TIPOS DE CHEQUE 1. Cheque administrativo: emitido pelo banco sacado a favor de terceiros para a liquidação por uma de suas agências. 2. Cheque cruzado: este contém dois traços na transversal e que obriga o banco-sacado a efetuar o pagamento do cheque a um banco, liquidando em conta de titularidade do portador. 3. Cheque para se levar em conta: neste o emitente ou o portador proíbem o pagamento do título em dinheiro. 4. Cheque visado: neste caso, o banco-sacado a pedido do emitente ou do portador legítimo do cheque nominativo não endossado, lança e assina, no verso do título, declaração confirmando a existência dos fundos suficientes para liquidação do título. 5. Cheque pré - datado: é uma operação de crédito, não regulamentada pela lei do direito econômico que permite que um comprador pague de forma parcelada por um bem sendo adquirido. Este emite uma quantidade de cheques que totalizam o valor do bem identificando em cada folha de cheque emitida a data para pagamento da parcela. O nome correto seria cheque pós-datado. PRAZO PARA A APRESENTAÇÃO DO CHEQUE: 30 DIAS NA MESMA PRAÇA / 60 DIAS EM PRAÇA DIVERSA OU NO EXTERIOR SUSTAÇÃO DO CHEQUE Art 35 da LC: O emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, mercê de contra-ordem dada por aviso epistolar, ou por via judicial ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato. Parágrafo único - A revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo de apresentação e, não sendo promovida, pode o sacado pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição, nos termos do art. 59 desta Lei. Art 36 da LC: Mesmo durante o prazo de apresentação, o emitente e o portador legitimado podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por escrito, oposição fundada em relevante razão de direito. § 1º A oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente. § 2º Não cabe ao sacado julgar da relevância da razão invocada pelo oponente. CHEQUE SEM FUNDOS SÚMULA 554 STF O pagamento de cheque emitido sem provisão de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao prosseguimento da ação penal. SÚMULA 246 STF Comprovado não ter havido fraude, não se configura o crime de emissão de cheque semfundos. SÚMULA 521 STF O foro competente para o processo e julgamento dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de cheque sem fundos, é o do local onde se deu a recusa do pagamento pelo sacado. Art 171. CP Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. AÇÃO CAMBIAL E PRESCRIÇÃO Art 59 da LC Prescrevem em 6 (seis) meses, contados da expiração do prazo de apresentação, a ação que o art. 47 desta Lei assegura ao portador. Parágrafo único - A ação de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro prescreve em 6 (seis) meses, contados do dia em que o obrigado pagou o cheque ou do dia em que foi demandado. CONCEITO. CARACTERÍSTICA 1. ENDOSSO: É a forma pela qual se transfere o direito de receber o valor que consta no título através da tradição da própria cártula. Existem 2 figuras endossante ou endossador quem garante o pagamento e o endossatário ou adquirente quem recebe o pagamento. Porém o endosso pode se apresentar em PRETO quando trás a indicação do endossatário do crédito e em BRANCO quando apenas constar a assinatura do endossante. Endosso mandato ou procuração - É aquele em que o endossatário atua em nome e por conta do endossante, não possuindo todavia a disponibilidade do título, devendo agir no interesse do endossante - mandante. Qualquer endosso praticado por ele, valerá como endosso mandato. O endossatário, mandatário pode endossar. Endosso caução - Utilizado quando o endossante deposita ou dá o título, perante o endossatário como garantia de uma dívida. São inseridas as expressões: "Valor em garantia" e "Valor em penhor". Art. 12. O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja subordinado considera-se como não escrita. O endosso parcial é nulo. O endosso ao portador vale como endosso em branco. Art. 14. O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra. Se o endosso for em branco, o portador pode: 1º) preencher o espaço em branco, quer com o seu nome, quer com o nome de outra pessoa; 2º) endossar de novo a letra em branco ou a favor de outra pessoa; 3º) remeter a letra a um terceiro, sem preencher o espaço em branco e sem a endossar. Art. 15. O endossante, salvo cláusula em contrário, é garante tanto da aceitação como do pagamento da letra. O endossante pode proibir um novo endosso, e, neste caso, não garante o pagamento às pessoas a quem a letra for posteriormente endossada. Art. 914 Ressalvada cláusula expressa em contrário, constante do endosso, não responde o endossante pelo cumprimento da prestação constante do título. § 1o Assumindo responsabilidade pelo pagamento, o endossante se torna devedor solidário. § 2o Pagando o título, tem o endossante ação de regresso contra os coobrigados anteriores. CESSÃO DE CRÉDITOS A cessão de crédito é o negócio jurídico, em geral de caráter oneroso, através do qual o sujeito ativo de uma obrigação a transfere a terceiro, estranho ao negócio original, independentemente da anuência do devedor. O alienante toma o nome de cedente, o adquirente o de cessionário, e o devedor, sujeito passivo da obrigação, o de cedido. AVAL X FIANÇA (a) o aval é autônomo , enquanto a fiança é acessória; (b) no aval não há que se falar em benefício de ordem, já na fiança, regra geral, há benefício de ordem; (c) o aval deve ser formalizado no próprio instrumento da obrigação principal (título de crédito), enquanto a fiança pode ser conferida em instrumento separado; O aval é diferente da fiança, uma vez que a fiança é gerada por contratos na esfera do direito civil e não sob os títulos de crédito. VENCIMENTO.CONCEITO Momento em que o crédito representado em um título se torna exigível. - Vencimento à data certa : (neste caso no texto do título de crédito fica mencionado um dia específico do calendário). - Vencimento à vista : (o título é considerado quando o credor do título de crédito apresenta o documento ao sacado). - Vencimento a tempo certo da data: (o texto do título prevê um prazo para o vencimento do título de crédito, que é contado a partir da data de criação do título; não desprezo o 1º dia). - Vencimento à tempo certo da vista: (o credor apresenta o título uma 1ª vez ao sacado e numa outra oportunidade cobra-se o pagamento do sacado). PAGAMENTO Ato que extingue uma, algumas ou todas as obrigações nele mencionadas, dependendo de quem realiza o pagamento. Obs: Em relação ao pagamento que se encontra a formalidade de extinção do título, porém algumas obrigações em relação ao pagamento quando efetuados pelos coobrigados ou avalista extingue - se a própria obrigação de quem pagou incluindo posteriores coobrigados. Para que sejam todas as obrigações extintas o pagamento é realizado pelo aceitante. PROTESTO Ato que se destina a comprovar a falta ou a recusa do aceite ou do pagamento do título do crédito. PRAZO PARA O PROTESTO Deve ser feito no prazo de 1 dia útil após o evento que se quer provar. No caso de protesto facultativo não há prazo, o tabelião não verifica se já ocorreu á prescrição, pode ser feito a qualquer tempo, em princípio. SUSTAÇÃO E CANCELAMENTO Sustação - é uma medida cautelar inominada ajuizada com a finalidade de suspender o procedimento do protesto e possibilitar seja discutido ou arguido um vício relativo ao título levado a protesto. Solicita-se ao juiz que emita uma ordem ao Tabelião para que este paralise o procedimento do protesto. Esta ordem é veiculada no mandado. A sustação só pode ser proposta até o final do prazo do protesto (três dias – tríduo legal) e é necessário que o Tabelião receba o mandado até o final do tríduo. Caso não de tempo, o juiz poderá ainda determinar que o Tabelião não comunique o protesto a ninguém (suspensão). Ver art. 273, § 7º CPC. Caução – art. 826 CC. Uma vez ajuizada a medida cautelar de sustação, existe um prazo de 30 dias para ajuizamento da ação principal (art. 808, II do CPC). A ação principal a ser proposta é a declaratória de inexigibilidade do título de crédito. Se a ação declaratória for julgada procedente, a sustação de protesto também é procedente e se torna definitiva, mas se for julgada improcedente, a sustação também será improcedente eo juiz, comunicando a sentença ao Tabelião, imediatamente será lavrado o instrumento de protesto. Cancelamento – é próprio do direito brasileiro e foi criado em 1979. É um ato pelo qual são extintos os efeitos de um protesto lavrado. Temos duas formas de cancelamento: 1. Cancelamento administrativo – feito perante Tabelião. Neste caso, o interessado (devedor) se apresenta diante do Tabelião e traz documentos que comprovam o pagamento do título ou traz uma carta de anuência do credor. O Tabelião fará uma certidão às costas do termo de protesto, que não produzirá mais efeitos; 2. Cancelamento judicial – nestes casos, foi proposta a ação declaratória de inexigibilidade do título e o protesto já havia sido lavrado. Quando esta ação é julgada definitivamente com procedência, o protesto será cancelado. OBS: não há cancelamento provisório do protesto (sempre será caso de suspensão). O cancelamento dá origem ao pagamento de emolumentos. Quando o protesto é cancelado, o devedor pagará os emolumentos do protesto e do cancelamento. DISPENSA DE PROTESTO Em regra o protesto é necessário para que o credor do TC possa cobrar dos devedores indiretos. No que tange aos TC, a dispensa do protesto pode decorrer da lei ou da vontade. O art. 47, II da lei do cheque prevê uma exceção à obrigatoriedade do protesto para cobrança dos devedores indiretos do cheque. O art. 47, II dispensa o protesto para cobrar dos devedores indiretos (endossantes e seus avalistas) desde que o cheque tenha sido apresentado dentro do prazo legal previsto no art. 33 da lei do cheque e desde que haja o carimbo do banco comprovando a falta de pagamento. Ou seja, quando o Banco, Sacado, recusa o pagamento por ausência de fundos, ele efetua um carimbo no cheque e se o credor estiver dentro do prazo decadencial previsto no art. 33, ele poderá executar os devedores indiretos sem necessidade de realizar o protesto. O importante aqui é que seja sempre lembrado que esta dispensa de protesto diz respeito apenas à possibilidade de executar os devedores indiretos. Se o credor pretender requerer a falência do devedor, terá que protestar o cheque. Esta dispensa não se estende ao requerimento de falência. Não há dispensa de protesto para fins falimentares.
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