Buscar

ESTUDO DIRIGIDO

Prévia do material em texto

ESTUDO DIRIGIDO 
VICTOR SAMUEL ASSUNÇÃO MOREIRA
Quais são os direitos coletivos?
Direito de greve – assegurado pelo art. 9º da CF/88, é um mecanismo de reivindicação dos trabalhadores, nos limites da lei, obviamente.
 Organização sindical – assegurada pela CF/88, é livre a associação sindical sem qualquer intervenção ou autorização prévia do Estado.
 Convenção coletiva – Acordo entre sindicatos dos empregados e dos empregadores de uma determinada categoria para se discutir as condições de trabalho, com jurisprudência da lei.
 Representação dos trabalhadores na empresa – assegurado pelo art. 11º da CF/88, aumenta o diálogo entre as partes da relação de trabalho, evita conflitos na justiça e faz com que as normas de segurança e medicina do trabalho sejam melhor fiscalizadas.
Qual é a relevância do Direito Coletivo do Trabalho no contexto da atual reforma trabalhista?
	O Direito Coletivo do Trabalho é fruto de lutas históricas e conquistas de direitos por parte de empregadores e empregados. Um dos seus pilares é manter a igualdade entre as partes, promovendo uma negociação aberta e livre, que busque sempre um consenso.
Qual é o significado e origem da liberdade sindical?
	Com o art. 8º da CF/88, inciso V, a liberdade sindical está, em teoria, assegurada: "ninguém será obrigado a filiar-se ou manter-se filiado a sindicato". Porém, o inciso II limita essa liberdade, já que prega: “é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município”.
	O professor José Cláudio Monteiro de Brito Filho ensina que a "liberdade sindical consiste no direito de trabalhadores (em sentido genérico) e empregadores de constituir as organizações sindicais que reputarem convenientes, na forma que desejarem, ditando suas regras de funcionamento e ações que devam ser empreendidas, podendo nelas ingressar ou não, permanecendo enquanto for sua vontade"
	Arnaldo Süssekind [7] professa que "a liberdade sindical individual é o direito de cada trabalhador ou empresário filiar-se ao sindicato de sua preferência, representativo do grupo a que pertence e dele desligar-se," enquanto que a coletiva "corresponde ao direito dos grupos de empresários e de trabalhadores, vinculados por uma atividade comum, similar ou conexa, de constituir o sindicato de sua escolha, com a estruturação que lhes convier"
A greve dos caminhoneiros pode ser considerada abusiva? Justifique.
	Sim, o Artigo 6º, parágrafo 3º, prega que “as manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa”. Como mostra a reportagem do jornal O Globo, do dia 26 de maio de 2018, esse parágrafo não estava sendo respeitado. Caminhoneiros, neste exemplo, impediram a saída de veículos que levariam combustível para abastecer os setores mais essenciais da sociedade como transportes públicos e transportes de emergência. 
	Analisando as orientações jurisprudenciais SDC (Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho) 10, 11 e 38, com destaque para a 38, que diz: “É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº  7.783/89”, percebe-se que a greve dos caminhoneiros não poderia ter se prolongado tanto. A extrema dependência brasileira do setor rodoviário de transportes fez com que, em poucos dias, a escassez se instaurasse nos mais diversificados setores da economia. Vários hospitais ficaram sem remédios, supermercados ficaram sem produtos, postos de combustíveis ficaram sem gasolina (o que acarretou na paralisação parcial e até total de empresas de transporte público, de transporte aéreo e de transporte emergencial) e, além disso, muitas empresas tiveram de paralisar pois não tinham insumos necessários. Muitos produtores rurais, por exemplo, perderam sua colheita pois ela não podia chegar ao seu destino final. Uma reportagem da revista Uol mostra que 500 mil ovos foram jogados fora e 400 mil aves foram mortas no Distrito Federal durante a greve.
	Outro aspecto importante, foi o apoio social que deu imensa propulsão a greve e fez com que rapidamente o movimento se disseminasse para o país todo. Muitos moradores doaram alimentos para os caminhoneiros que estavam parados nas estradas e, além disso, mostram muita sensibilização nas redes sociais. A razão especial para essa adesão em massa se deu em virtude da enorme insatisfação do povo com os governantes do país. Por outro lado, especula-se que a greve teve essa sustentação devido, também, à possíveis práticas de lock-out por parte de alguns empregadores. Uma reportagem do G1 no dia 28 de maio de 2018, mostra que a polícia federal acumulava 51 inquéritos para apurar essas supostas ações na greve dos caminhoneiros.
Qual é sua opinião sobre o fim da contribuição sindical obrigatória?
	Em 2018, uma mudança na Lei nº 13.467/2017, tirou a obrigatoriedade desse imposto e já em abril o volume total de arrecadação do setor foi de R$102,5 milhões, representando uma queda de 90% em relação ao ano anterior. Gravas (2018), em uma reportagem para o jornal Estadão informa que “um dos efeitos percebidos após a reforma trabalhista é a volta dos sindicatos para ações de rua, seja com mais mobilizações nas portas de fábricas ou no maior esforço direcionado a aumentar a quantidade de sindicalizados. A maior parte das entidades diz ter reforçado as equipes de campo, mesmo com um quadro mais enxuto. Funcionários que antes só exerciam atividades internas foram deslocados”.
Hipoteticamente um sindicato da empresa e um sindicato dos empregados de Juiz de Fora pactuaram uma Convenção Coletiva para motoristas nos seguintes termos: férias acrescidas da metade do salário normal; adicional de 30 % para atividades perigosas e eliminação do décimo terceiro salário. Avalie a validade da referida Convenção, indicando os dispositivos legais. 
	Assegurada pelo artigo 7º da CF/88 e regulamentada pelo art. 611 da CLT, as convenções coletivas não podem ferir a legislação vigente, a menos que apresentem uma proposta mais benéfica às partes negociantes. No caso acima, foi acordado a eliminação do 13º salário para a categoria, ferindo a legislação que garante esse benefício a todos os trabalhadores de carteira assinada (CLT) no Brasil. 
	Um outro aspecto acordado nessa convenção diz respeito às férias. Os artigos 142 a 145 da CLT regulamentam e propõem que a remuneração nesse período deve ser do salário habitual acrescido de 1/3. A convenção acordou que esse acréscimo será de 1/2, respeitando a lei.
	Por último, o adicional de atividades perigosas foi acordado em 30%. O artigo 192 da CLT regulamenta que esse acréscimo deve ser de 10% para baixa exposição, 20% para média exposição e 40% para alta exposição. Logo, o que foi acordado na convenção está dentro do aceitável, já que representa um valor consideravelmente alto.
José da Silva foi eleito integrante do conselho fiscal do sindicato representativo de sua categoria profissional em 02 de junho de 2016 e posteriormente demitido sem justa causa em 15 de abril de 2017. Manifeste-se sobre a regularidade da demissão.
	A estabilidade provisória é um período de garantia do emprego ao trabalhador que se enquadra em uma das situações estabelecidas pela norma trabalhista. A legislação trabalhista, com o intuito de possibilitar maior equilíbrio entre a parte contratante (empregador) e a parte contratada (empregado), estabeleceu estas garantias para situações distintas e períodos distintos, a saber:
	d) Dirigente Sindical - Garantia de estabilidade para o empregado eleito ao cargo de direção ou representação de entidade sindical a partir do momento de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato, de acordo com o dispostono art. 8º, inciso VIII da Constituição Federal e art. 543 da CLT;
Qual é a importância da Comissão de Conciliação Prévia?
	É indiscutível o fato de que as demandas perante a Justiça do trabalho vêm aumentando excessivamente. As varas trabalhistas encontram-se sobrecarregadas de processos e o número de juízes do trabalho e servidores não tem aumentado na mesma proporção. Isso ocasiona a demora da solução jurisdicional dos conflitos individuais trabalhistas que poderiam ser resolvidos de forma bastante célere.
	Objetivando desafogar a Justiça do trabalho e dar maior celeridade à solução dos conflitos individuais trabalhistas, foi editada a Lei nº 9958, de 2000, que passou a integrar o art. 625, letras A a H, da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), instituindo as Comissões de Conciliação Prévia. Estas constituem órgãos de intermediação entre empregado e empregador na tentativa de resolução de litígios individuais de natureza trabalhista. São compostas por conciliadores que não impõem solução às partes litigantes- somente as chamam para tentar uma negociação. Sua instituição é facultativa, porém, após ser instituída, se faz obrigatória a submissão da questão trabalhista à Comissão de Conciliação Prévia antes do ingresso ao Poder Judiciário.

Continue navegando

Outros materiais