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Correntes Filosóficas: Racionalismo, Empirismo, Materialismo Histórico e Pragmatismo

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FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO 
CURSO DE PEDAGOGIA
DISCIPLINA: CONCEPÇÕES E MÉTODOS DO PEDAGOGO 
PROFESSORA: ELAISE 
ACADÊMICA: KARLA GISLAINE DE LIMA / 3ºano diurno
RACIONALISMO
O Racionalismo é uma doutrina onde afirma que tudo que existe tem uma causa inteligível mesmo não podendo ser demonstrada de fato.
Como a origem do universo privilegia a razão em detrimento da experiência do mundo sensível como um acesso ao conhecimento. Considera a dedução como o método superior de investigação filosófica. René Descartes (1596-1650), Spinoza (1632-1677) e Leibniz (1646-1716) introduzem o racionalismo na filosofia moderna. Friedrich Hegel (1770-1831), por sua vez, identifica o racional ao real, supondo a total inteligibilidade deste último.
O racionalismo é baseado nos princípios da busca da certeza e da demonstração, sustentados por um conhecimento que não vêm da experiência e são elaborados somente pela razão. 
Na passagem do século XVIII para o XIX, Immanuel Kant (1724-1804) revê essa tendência de associar o pensamento à análise pura e simples e inaugura o neo-racionalismo. A nova doutrina aceita as formas a priori da razão, afirmando, entretanto, que elas necessariamente devem ser conjugadas aos dados da experiência para que possa haver conhecimento. O racionalismo dos séculos XVII e XVIII influencia a religião e a ética até hoje. 
Está presente nas várias seitas do protestantismo, que dispensam a autoridade e a revelação religiosa em favor dos postulados lógicos e racionais sobre a existência de Deus. Influencia, também, a conduta moral que atribui à razão e aos princípios inatos de bondade, entre outros, a capacidade humana de se bem conduzir.
EMPIRISMO
O Empirismo é uma teoria filosófica que defende o conhecimento da razão, da verdade e das idéias racionais através da experiência. Essa teoria muito desagrada os adeptos da teoria inatista que afirma termos em nossa mente desde o período extra-uterino princípios racionais e idéias verdadeiras. 
O empirismo é caracterizado pelo conhecimento científico, a sabedoria é adquirida por percepções; pela origem das idéias por onde se percebe as coisas, independente de seus objetivos e significados; pela relação de causa-efeito por onde fixamos na mente o que é percebido atribuindo à percepção causas e efeitos; pela autonomia do sujeito que afirma a variação da consciência de acordo com cada momento; pela concepção da razão que não vê diferença entre o espírito e extensão, como propõe o Racionalismo e ainda pela matemática como linguagem que afirma a inexistência de hipóteses. 
John Locke é considerado o principal figurante do empirismo. Com sua corrente, denominada Tabula Rasa, afirmou que as pessoas desconhecem tudo, mas que através de tentativas e erros aprendem e conquistam experiência. Sua corrente também originou o behaviorismo que busca o entendimento dos processos mentais internos do homem. 
Outros filósofos estão associados ao empirismo como: Aristóteles, Tomás de Aquino, Francis Bacon, Thomas Hobbes, George Berkeley, David Hume e Hohn Stuart Mill. Destes, Francis Bacon e Thomas Hobbes conseguiram influenciar uma geração de filósofos do Reino Unido com o empirismo no século XVII.
MATERIALISMO HISTÓRICO
Na teoria Marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a um edifício onde as sua base e a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas, etc). A propósito, Marx escreveu, na obra A Miséria da filosofia (1847) na qual estabelece polêmica com Proudhon: 
As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o capitalismo industrial. 
Tal afirmação, defendendo rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polêmica que mantiveram com seus opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante interação e interdependência entre os dois níveis que compõe a estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os reflexos desta, embora, em última instância, sejam os fatores econômicos as condições finalmente determinantes.
PRAGMATISMO
O Pragmatismo é uma Doutrina de Charles Sanders Peirc, filosofo americano (1839-19140), onde acreditava por meio de sua tese fundamental, que a idéia que temos de um objeto qualquer nada mais é se não a soma das idéias de todos os efeitos imagináveis atribuídos por nós a esse objeto, que possam ter um efeito pratico qualquer. O Pragmaticismo é uma Doutrina segundo a qual a verdade de uma profissão é uma relação totalmente interior a experiência humana, e o conhecimento é um instrumento a serviço da ação, tendo o pensamento, caráter, puramente para uma finalidade: a verdade de uma proposição consiste no fato de que ela seja útil, tenha alguma espécie de êxito ou de satisfação. 
IDEOLOGIA
Ideologia é um conjunto de idéias ou pensamentos de uma pessoa ou de um grupo de indivíduos. A ideologia pode estar ligada a ações políticas, econômicas e sociais.
Os pensadores da antiguidade clássica e da Idade Média entendiam ideologia como o conjunto de idéias e opiniões de uma sociedade. Maquiavel, no entanto, já dizia que as idéias são diferentes “no palácio e na praça”, conforme as diferentes condições de vida dos que as defendem.
Define-se como ideologia o sistema de idéias que dá fundamento a uma doutrina política ou social, adotada por um partido ou grupo humano.
 Foi Karl Marx quem formulou a mais completa teoria sobre a origem e o papel da ideologia nas diversas formas de organização social. Para Marx, ideologia é um conjunto de idéias e conceitos que corresponde aos interesses de uma classe social, embora não obrigatoriamente professado por todos seus membros. Há uma ideologia da burguesia, como há uma ideologia do proletariado. A ideologia de certa classe decorre da posição que ela ocupa num modo de produção historicamente determinado.
Segundo Marx, o acervo ideológico de uma sociedade constitui a superestrutura, que é condicionada pela realidade material, ou infra-estrutura. Assim, a Filosofia, a Arte, o Direito, a Política e a Religião são formas de ideologia, pois se manifestam segundo os interesses específicos das classes sociais em que se constituem. A ideologia também atua sobre a realidade socioeconômica, modificando-a, num processo de reciprocidade.
Todo sistema de idéias se cria em relação estreita com circunstâncias históricas, econômicas ou sociais. Entre a ideologia e essas circunstâncias se dá uma interação dialética. As condições da realidade determinam certo tipo de pensamento, e esse pensamento age sobre ela, modificando-a. Como a realidade se modifica continuamente, as ideologias também desaparecem e dão lugar a novos corpos doutrinários.
O termo ideologia foi usado de forma marcante pelo filósofo Antoine Destutt de Tracy. 
O conceito de ideologia foi muito trabalhado pelo filósofo alemão Karl Marx, que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados pela classe social dominante. De acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade.
DIALÉTICA
A Dialética na Grécia antiga era a arte do diálogo. Aos poucos, passou a ser a arte no diálogo, demonstrar uma tese por meio de uma argumentação capaz de definir e distinguir claramente os conceitos envolvidos na discussão. 
Aristóteles consideravaZênon o fundador da dialética. Outros consideram Sócrates, pois em uma discussão sobre a função da filosofia, onde estava sendo caracterizada como uma atividade inútil, Sócrates desafiou os generais Lachés e Nícias a definir o que era bravura e o político Caliclés a definir o que era a política e a justiça. Isso com o intuito de demonstrar a eles que só a filosofia (por meio da dialética) podia lhes proporcionar instrumentos indispensáveis para entenderem a essência daquilo que faziam, das atividades profissionais a que se dedicavam. 
Na acepção moderna, entretanto, dialética significa outra coisa: é o modo de pensarmos as contradições da realidade, o modo de compreendemos a realidade como essencialmente contraditórias em permanente transformação. 
No sentido moderno da palavra, o pensador dialético mais radical da Grécia antiga foi, sem dúvida, Heráclito de Efeso (aproximadamente 540-480 a.C). Para ele, tudo está em constante mudança, o conflito é o pai e o rei de todas as coisas. Lê-se também que a vida ou morte, sono ou vigília, que juventude ou velhice são realidades que se transformam em umas nas outras. Seu fragmento número 91, em especial, tornou-se famoso: nele se lê: Üm homem não toma banho duas vezes no mesmo rio". Isto porque da segunda vez, não será o mesmo homem e nem estará no mesmo rio (ambos terão mudado). 
Os gregos acharam essa concepção muito abstrata, muito unilateral chamaram o filósofo de "o Obscuro". Os gregos preferiram a resposta que de outro pensador da época: Parmênides. Parmênides ensinava que a essência profunda do ser era imutável e dizia que o movimento (a mudança) era um fenômeno de superfície. Essa linha de pensamento - que podemos chamar de metafísica - acabou prevalecendo sobre a dialética de Heráclito. 
A concepção metafísica prevaleceu, ao longo da história, porque correspondia nas sociedades divididas em classes, aos interesses das classes dominantes, sempre preocupadas em organizar duradouramente o que já está funcionando, sempre interessadas em amarrar bem tanto os valores e conceitos como as instituições existentes. 
A concepção dialética foi reprimida historicamente: foi empurrada para posições secundárias e condenada a exercer uma influência limitada. Apesar disso, a dialética não desapareceu. Para sobreviver, precisou renunciar às suas expressões mais drásticas, precisou conciliar-se com a metafísica. Aristóteles, por exemplo, introduziu princípios dialéticos em explicações dominadas pelo modo de pensar metafísico. Embora menos radical, ele observou que nós damos o mesmo nome de movimento a processos muito diferentes, que vão desde o mero deslocamento mecânico de um curto espaço, ao mero aumento quantitativo de alguma coisa, até a modificação qualitativa de um ser ou o nascimento de um ser novo. 
Segundo Aristóteles, todas as coisas possuem determinadas potencialidades; os movimentos das coisas são potencialidades que estão se atualizando, isto é, são possibilidades que estão se transformando em realidade efetiva. Com seus conceitos de ato e potência, ele conseguiu impedir que o movimento fosse considerado apenas uma ilusão desprezível, um aspecto superficial da realidade. Graças a Aristóteles, os filósofos não abandonaram completamente estudo do lado dinâmico e imutável do real. 
A dialética ficou sufocada até o Renascimento. Seu caráter instável, dinâmico e contraditório da condição humana foi corajosamente reconhecido por um pensador místico e conservador como Pascal (1623 - 1654). Outro filósofo, o italiano Giambattista Vico (1680 - 1744), também ajudou a dialética a se fortalecer. Ele achava que o homem não podia conhecer a natureza, que tinha sido feita por Deus e só como Deus podia ser efetivamente conhecida; mais sustentava que o homem podia conhecer a sua própria história, já que a realidade histórica é obra humana, é criada por nós. Esta formulação constituiu um poderoso estímulo a um método adequado e correto da compreensão da realidade histórica, ou seja, a elaboração de um método dialético. 
TENDÊNCIAS EDUCACIONAIS
Pedagogia Tradicional
A concepção da Pedagogia Tradicional baseia-se numa determinada visão da sociedade, de seus valores e normas. Com base nessa visão, estabelece os conteúdos da educação, as pautas de conduta, os métodos de ensino, os hábitos, normas e ideais a inculcar nos alunos. Iniciou-se no século XIX e domina grande parte do século XX, sendo ainda hoje utilizada.
Nessa perspectiva o professor é o centro do processo pedagógico, cabe-lhe selecionar os conteúdos, transmiti-los aos alunos e avaliá-los, isto é, o professor controla todo o processo pedagógico. Predomina autoridade do professor, o professor transmite o conhecimento, o aluno o absorve. Os conteúdos são passados como verdades absolutas separadas das experiências.
Segundo Saviani “É marginalizado da nova sociedade quem não é esclarecido. A escola surge como um antídoto à ignorância, logo, um instrumento para equacionar o problema da marginalidade”. (Saviani, 2006, p.06).
O papel da escola é a preparação intelectual e moral dos alunos, para assumirem sua posição na sociedade. O caminho do saber é o mesmo para todos, desde que se esforcem, isto é, os menos capazes devem lutar para superar suas dificuldades. O objetivo da educação é manter e conservar a sociedade, adaptando o indivíduo à mesma.
Baseia-se num conceito abstrato de homem constituído por uma essência imutável. A educação é fundamental ao ser humano.
A psicologia era mais praticada em laboratórios juntos às escolas, baseando-se em modelos biológicos e físicos, extraídos da medicina. A psicologia era uma prática fechada e voltada para a moda européia. 
Pedagogia Nova
As chamadas “Pedagogia Novas”, conhecidas como movimento do Escolanovismo, origina-se na Europa e Estados Unidos, no final do século XIX, influenciando o Brasil por volta dos anos 1930. Um dos inspiradores da Pedagogia Nova é Rogers, é mais psicólogo clínico que educador. Nessa época o país passava pela crise do café e também pelo processo de industrialização, por isso exigiam-se trabalhadores qualificados. A Pedagogia nova surge como uma tentativa de equacionar os problemas gerados pela Pedagogia tradicional.
Todo ser dispõe dentro de si mesmo de mecanismos de adaptação progressiva ao meio e de uma conseqüente integração dessas formas de adaptação no comportamento. Tal integração se dá por meio de experiências que devem satisfazer, ao mesmo tempo, os interesses do aluno e as exigências sociais. À escola cabe suprir as experiências que permitam ao aluno educar-se, num processo ativo de construção e reconstrução do objeto, numa interação entre estruturas cognitivas do individuo e estruturas do ambiente. ( LUCKESI, 1990, p. 58).
 
 Não há lugar privilegiado para o professor, seu papel é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança, se intervém, é para dar forma ao raciocínio dela. 
À escola cabe a função de reintegrar o aluno (excluído) ao grupo, tomando como centro do processo ensino-aprendizagem, desenvolvendo uma metodologia com atividades de caráter bio-psíquico e que o estimule à participação em um ambiente alegre e criativo. “ O resultado de uma boa educação é muito semelhante ao de uma boa terapia”. (LUCKESI, 1990, p. 59).
Como a Pedagogia precisava de um ambiente rico para sua implantação ficou restrita, na prática algumas experiências apenas. A proposta do movimento escolanovista, ao fim de tudo, colabora para rebaixar o nível de aprendizagem e de ensino, pois retirou a centralidade do processo do professor que sabia e jogou para o aluno, que não tinha condições de adquirir o saber. Nascida das experiências de educação com portadores de necessidades especiais (Decroly e Montessori), foi entendida a seguir como uma proposta para âmbito escolar como um todo.
Pedagogia Tecnicista 
No Brasil a tendência tecnicista se impõe após o golpe de 1964, com os acordos MEC-USAID, que resultaram na reforma educacional universitária (Lei 5.540/68)e de 1º e 2º graus (Lei 5.692/71). 
Implanta-se uma política educacional de caráter mercantil, uma vez que se pretende do sistema educacional é a produtividade, baixo custo de mão-de-obra, com qualificação puramente técnica.
A concepção de educação tecnicista baseava-se na Teoria do Capital Humano. A educação é concebida como uma indústria de prestação de serviços. Sobre esse enfoque, o homem é considerado como parte do capital e, portanto, convertido em recursos humano para a produção.
Acreditando que na ciência estaria a resposta para todos os problemas da sociedade para o campo pedagógico, a tendência tecnicista procurou adotar a educação de uma organização racional, aumentando ao máximo a sua eficiência. A tendência tecnicista procurou inserir a escola nos modelos de racionalização do sistema de produção capitalista. 	Uma influência importante é da psicologia de Skinner, psicologia do comportamento ou behaviorismo. Segundo ele, o comportamento é resultado de estímulos externos que funcionam como reforçadores. O ensino passa a ser um processo de condicionamento, que visa o controle do comportamento individual frente a objetivos preestabelecidos.
O papel da escola seria um sistema social harmônico, orgânico e funcional, onde a escola funciona como modeladora do comportamento humano. Tem como objetivo produzir indivíduos competentes para o mercado de trabalho, utilizando a pesquisa científica, a tecnologia educacional, à análise experimental do comportamento, para garantir a objetividade da prática escolar.
O relacionamento professor-aluno seriam papéis bem definidos, o professor administra as condições de transmissão da matéria, o aluno recebe, aprende e fixa as informações. Segundo Facci “O professor quase desaparece nesse tipo de pedagogia, pois ele é apenas uma espécie de aplicador de técnicas já previamente estabelecidas”. (Duarte, 2004, p.107)
A comunicação professor-aluno tem sentido exclusivamente técnico, garantir a eficácia da transmissão do conhecimento, são também meros executores de tarefas dentro do processo pedagógico, ambos são espectadores. 
A tendência tecnicista subordina a educação à sociedade, quer preparar recursos humanos (mão-de-obra), o essencial não é o conteúdo da realidade, mas as técnicas de descoberta e aplicação. A tecnologia é o meio eficaz para a maximização da produção e para garantir o ótimo funcionamento da sociedade. O golpe de 64, que implantou o regime militar no Brasil, foi o responsável pela disseminação da mentalidade tecnicista no ensino nacional. Foi um tempo duro, de repressão e tristeza.
TENDÊNCIAS CRÍTICAS: Pedagogias crítico-reprodutivista e Pedagogia histórico-crítica
Como vimos às pedagogias consideradas pelas tendências não-críticas, nortearam a prática pedagógica educacional do País na década de 70, período do regime militar no Brasil, o qual implantou multinacionais. Por isso era necessário preparar o indivíduo para o mercado de trabalho, qualificando a mão-de-obra, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas, rápidas, então surgiram cursos e escolas profissionalizantes para atender às demandas.
 Neste mesmo período, começou por parte de alguns educadores descontentes com a situação política e com a educação brasileira, um processo de crítica às tendências pedagógicas vigentes, além disso, os resultados fragmentados obtidos pelas análises psicológicas, que transformavam questões sociais e pedagógicas em problemas clínicos, onde até então a psicologia era analisada por pesquisas em laboratórios experimentais, pela psicometria.
Esses educadores se apoiaram nas teorias crítico-reprodutivistas, as quais entendem que a educação não pode ser feita sem considerar as condições da sociedade, e que também não fosse reprodutora das relações de dominação:
Uma vez que se empenham em compreender a educação remetendo-a sempre a seus condicionantes objetivos, isto é, à estrutura socioeconômica que determina a forma de manifestação do fenômeno educativo”. (Saviani, 2006, p. 5). 
Essas teorias tiram a idéia liberal que deposita na escola um poder de transformação social e sua autonomia.
Segundo Luckesi (1990) as tendências críticas, chamadas de “progressistas” têm uma perspectiva transformadora, partem de uma análise crítica das realidades sociais, e sutilmente sustentam as finalidades sociopolíticas da educação. 
A pedagogia progressista tem-se manifestado em três tendências: A Libertadora, conhecida também como pedagogia de Paulo Freire, não fala em ensino escolar, é informal, onde professores e alunos mediatizados pela realidade que apreendem e dela extraem o conteúdo de aprendizagem, atingem um nível de consciência dessa mesma realidade, a fim de nela atuarem, num sentido de transformação social, ou seja, para libertar a sociedade. O importante não é a transmissão de conteúdos específicos, mas despertar uma nova forma da relação com a experiência vivida. 
“... O professor é um animador que, por princípio, deve “descer” ao nível dos alunos, adaptando-se às suas características e ao desenvolvimento próprio de cada grupo. Deve caminhar “junto”, intervir o mínimo indispensável, embora não se furte, quando necessário, a fornecer uma informação sistematizada.” (Luckesi, 1990, p.65).
O educando é motivado por uma situação-problema, e para analisá-la criticamente se distancia dela, procurando a razão de ser dos fatos, não só por meio da realidade concreta, mas dentro de si exercitando a abstração (psicologia). O que é aprendido não decorre de uma imposição ou memorização, mas do nível crítico de conhecimento, ao qual se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica. Embora as formulações teóricas de Paulo Freire se restrinjam à educação de adultos ou à educação popular em geral, muitos professores vêm tentando colocá-las em prática em todos os graus de ensino formal.
A tendência Libertária com a perspectiva de libertar o “homem”. Espera que a escola exerça uma transformação na personalidade dos alunos num sentido libertário e autogestionário. Tem por idéia básica introduzir modificações institucionais através da escola, a partir dos níveis subalternos, e estes vão contaminando todo o sistema, pela participação grupal com os mecanismos institucionais de mudança (assembléias, conselhos, eleições, reuniões, associações, etc.). O conhecimento não é para extrair dele um sistema de representações mentais, mas é para o indivíduo adquirir respostas às necessidades e às exigências da vida social, por isso os conteúdos surgem de necessidades e interesses manifestos pelo grupo, não sendo necessariamente as matérias de estudo. 
“O progresso da autonomia, excluída qualquer direção de fora do grupo, se dá num “crescendo”: primeiramente a oportunidade de contatos, aberturas, relações informais entre os alunos. Em seguida, o grupo começa a se organizar, de modo que todos possam participar de discussões, cooperativas, assembléias, isto é, diversas formas de participação e expressão pela palavra; quem quiser fazer outra coisa, ou entra em acordo com o grupo, ou se retira. No terceiro momento, o grupo se organiza de forma mais efetiva e, finalmente, no quarto momento, parte para a execução do trabalho. ”(Luckesi, 1990, p. 68)
O professor é um orientador e um acelerador ou retardador, se misturando com o grupo para uma reflexão em comum. Também tem a liberdade de falar ou se calar no momento que decidir ser necessário e o aluno também. Em nenhum momento esses papéis do professor se confundem com o de “modelo”, pois a pedagogia libertária recusa qualquer forma de poder e autoritarismo. A ênfase na aprendizagem informal via grupo, e a negação de toda forma de repressão visam favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. Nessa tendência somente o vivido, o experimentado é incorporado e utilizável em situações novas. Então o critério de relevância do saber sistematizado é seu possível uso prático, por isso a avaliação da aprendizagem é muito pessoal, mas pode ser feita em termosde conteúdo.
Já a tendência progressista “Critico-social dos conteúdos”, como diz o próprio nome, ela tem por proposta difundir conteúdos vivos, básicos, concretos, e indissociáveis das realidades sociais, que tenham ressonância na vida dos alunos, valoriza a escola, pois ela pode contribuir para eliminar as diferenças sociais, tornando-a democrática.
”Entendida nesse sentido, a educação é “uma atividade mediadora no seio da prática social global”, ou seja, uma das mediações pela qual o aluno, pela intervenção do professor e por sua própria participação ativa, passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada (sincrética) a uma visão sintética, mais organizada e unificada.” (Luckesi, 1990, p.69)
	
Essa maneira de conceber os conteúdos não se opõe a nenhum tipo de cultura nem erudita, popular ou espontânea e assim o educando passará do senso comum, da experiência imediata e desorganizada ao conhecimento sistematizado, para uma elaboração superior. A escola precisa trabalhar a realidade do aluno, e proporcionar elementos de análise criticas, ajudando o aluno a ultrapassar os estereótipos, as experiências e as pressões exercidas pela ideologia dominante, gerando com isso a ruptura.
Uma aula começa com o professor fazendo a prática social inicial, referente ao conteúdo a ser trabalhado, na forma de um confronto entre a experiência do aluno e a explicação do professor.
As tendências críticas vieram com uma perspectiva de contribuição igualmente para uma melhor compreensão das questões pedagógicas, visando a uma transformação para o indivíduo através dos condicionantes histórico-sociais.

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