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CONSCIÊNCIA-ATENÇÃO-ORIENTAÇÃO

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OBJETIVOS:
Levar o discente a conhecer as principais definições psicológica, neuropsicológica e ético-filosófica de consciência;
Proporcionar ao discente o conhecimento das alterações normais e patológicas (síndromes associadas ao rebaixamento do nível de consciência; alterações qualitativas da consciência);
Apresentar definição psicopatológica clássica do fenômeno da atenção; discriminação da sua perspectiva psicológica contemporânea e principais anormalidades;
Levar o discente a discriminar orientação espacial e temporal e conhecer os vários tipos de desorientação;
Consciência, orientação e atenção
A CONSCIÊNCIA E SUAS ALTERAÇÕES
SARA
Sistema Ativador Reticular Ascendente
DEFINIÇÕES BÁSICAS
LATIM:
Consciência = cum (com) + scio (conhecer)
PORTUGUÊS
Definição neuropsicológica:
estado vigil, estado de estar desperto, acordado, vigilante, lúcido
Definição psicológica:
soma total das experiências conscientes de um indivíduo em um determinado momento;
dimensão da atividade psíquica que se volta para a realidade
Definição ético-filosófica:
capacidade de conhecer e compreender os direitos e deveres éticos e morais de uma determinada cultura;
atributo do homem desenvolvido e responsável, engajado na dinâmica sociocultural na qual está inserido
Uma psicologia voltada para o dualismo: mente-corpo, considera a consciência como algo passivo, um local onde estariam impressas as marcas dos objetos do mundo
Em oposição estaria uma psicologia mais dinâmica, como um conceito de consciência ativo que produz sentido para os objetos que se lhe apresentam através dos sentidos
A consciência seria sempre a consciência de algo, necessariamente dependente da inter-relação homem-mundo
DEFINIÇÃO BÁSICA
A consciência é a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se orientar de forma adequada. Estar consciente é estar lúcido, com o sensório claro. A consciência é avaliada pelas funções da atenção e orientação (Portella Nunes, 2000)
ALTERAÇÕES NORMAIS
SONO NORMAL
Estágio I: leve e superficial
Estágio II: menos superficial
Estágio III: sono profundo com EEG mais lentificado
Estágio IV: sono mais profundo
Sono REM: “...não se encaixa em nenhuma dessas quatro fases. Sua duração total em uma noite perfaz de 20 a 25% do tempo total de sono. É um estágio peculiar, cujo padrão do EEG é semelhante ao estágio I. O sono REM não é, entretanto, nem um sono leve nem profundo, mas um tipo de sono qualitativamente diferente. Caracteriza-se por uma instabilidade do sistema nervoso autônomo simpático, com variações das frequências cardíaca e respiratória, pressão arterial, débito cardíaco e fluxo sanguíneo cerebral” (p.66)
ALTERAÇÕES NORMAIS
SONHO
Alteração normal da consciência
Experiência humana fascinante e enigmática
Ao contrário do que se pensava no passado, sonhar não é algo raro
A maioria das pessoas sonha várias vezes durante uma noite, apenas não lembra da grande parte dos seus sonhos (acordar após 8 min do sono REM, normalmente não haverá lembrança do sonho)
São vivências basicamente visuais, raramente envolvem os outros sentidos
O significado envolve controvérsias
DEFINIÇÕES BÁSICAS
Anormalidades:
Estreitamento: redução quantitativa e qualitativa
Conteúdo menor e seleção sistemática de temas
Entorpecimento: diminuição ou perda da lucidez e da vigília
Os estímulos só são apreendidos com esforço da atenção
Ex.: traumas cranianos, encefalopatias, febres, etc.
Obnubilação: rebaixamento do nível de consciência, há a presença de conteúdo anormal
Ocorre nos quadros de delirium, acompanha-se de distúrbios senso-perceptivos e do pensamento, nas suas diferentes modalidades
ALTERAÇÕES PATOLÓGICAS
ALTERAÇÕES QUANTITATIVAS DA CONSCIÊNCIA: rebaixamento do nível de consciência
Obnubilação ou turvação: rebaixamento de leve a moderado
Diminuição da clareza dos sentidos, lentidão da compreensão e dificuldade de concentração
O paciente tem dificuldade de integrar as informações sensoriais oriundas do ambiente
O pensamento pode estar levemente confuso
Sopor: turvação da consciência na qual o paciente só desperta por fortes estímulos
O paciente presenta-se sonolento, baixo poder de reação e incapacidade de espontaneidade
Coma: não há possibilidade de atividade voluntária consciente
Reflexos oculares errantes, aleatórios, cabeça de boneca, etc.
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS 
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Delirium: quadro confusional agudo
Rebaixamento leve a moderado
Desorientação temporo-espacial
Dificuldade de concentração
Agitação ou lentificação psicomotora
Perplexidade
Ansiedade em graus variáveis
Ilusões ou alucinações
Variação ao longo do dia, piora ao anoitecer
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Estado Onírico: estado semelhante a um sonho vívido
Atividade alucinatória visual com caráter cênico
Cenas complexas
Carga emocional marcante (angústia, terror e pavor), por vezes com sudorese intensa
Amnésia consecutiva
Causas: psicoses tóxicas, síndromes de abstinência (delirium tremens), quadros febris tóxico-infecciosos
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
ALTERAÇÕES QUALITATIVAS DA CONSCIÊNCIA: estados alterados com alteração parcial ou focal do campo da consciência
Transtornos focais ou do conteúdo da consciência
Estados crepusculares: estreitamento transitório do campo, afunilamento da consciência com atividade psicomotora mais ou menos coordenada, permitindo atos automáticos (frequência de atos explosivos)
Quadros histéricos agudos, pacientes epilépticos e intoxicações
Dissociação da consciência: fragmentação ou divisão do campo da consciência, o paciente “desliga “ da realidade para parar de sofrer
SÍNDROMES PSICOPATOLÓGICAS
ASSOCIADAS AO REBAIXAMENTO DE CONSCIÊNCIA
Transtornos focais ou do conteúdo da consciência (cont.)
Transe: dissociação com atividade motora automática, estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos movimentos voluntários, com presença de sugestionabilidade
Transe religioso: culturalmente contextualizado e sancionado
Transe histérico: estado dissociativo da consciência relacionados a conflitos interpessoais e transtornos psicopatológicos
Estado hipnótico: estado reduzido e estreitado, com atenção concentrada
Presença de sugestionabilidade
Atenção concentrada no hipnotizador
ATENÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
ATENÇÃO
DEFINIÇÃO: é a direção da consciência; “estado de concentração da atividade mental sobre determinado objeto”
Mecanismos neuronais da atenção:
lobos frontais;
estruturas límbicas mesotemporais;
interesse afetivo: atração, motivação e carga emocional;
“...há certo consenso de que os aspectos motivacionais e afetivos da atenção, mobilizados em áreas límbicas, devam interagir com aspectos de seleção e hierarquização da atividade consciente, elaborados em áreas pré-frontais e parietais, produzindo um vetor final, a saber: a atividade atencional do indivíduo” (Dalgalarrondo, p. 71)
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Tipos básicos de atenção:
Atenção voluntária
É a concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto
Atenção espontânea
Interesse momentâneo, incidental, que desperta este ou aquele objeto
Aumentado nos estados mentais nos quais há um descontrole voluntário da atividade mental
Direção da atenção
Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo, voltada para o mundo exterior ou para o corpo (natureza mais sensorial)
Atenção interna: direcionada para os processos mentais do próprio indivíduo; mais reflexiva, introspectiva e meditativa
PSICOLOGIA DA ATENÇÃO
Amplitude
Atenção focal: se mantém concentrada sobre um campo determinado e relativamente delimitado e restrito da consciência
Atenção seletiva: capacidade de selecionar estímulos e objetos específicos
Estabelecimento de prioridades da atividade consciente do indivíduo diante de um conjunto amplo de estímulos ambientais
Atenção sustentada: manutenção da atenção seletiva sobre determinado
estímulo ou objeto, permitindo a execução de tarefas específicas e a consecução de objetivos pré-fixados
Tenacidade: capacidade de fixação sobre determinada área ou objeto (estímulo)
Vigilância: qualidade que permite a mudança de foco de um objeto para outro
Atenção dispersa: não há concentração em um campo determinado, espalha-se por vários campos sem reter/concentrar em um específico
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
APROSEXIA
Abolição da capacidade de atenção
HIPOPROSEXIA
Perda básica da capacidade de concentração, com fadigabilidade aumentada
Dificulta a percepção dos estímulos ambientais e a compreensão
Lembrança difícil e imprecisa, com dificuldade crescente em todas as atividades psíquicas complexas
HIPERPROSEXIA
Estado exacerbado, com tendência incoercível e obstinação a se manter fixada sobre determinado objeto com infatigabilidade
DISTRAÇÃO
Não há déficit, mas superconcentração ativa sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição do resto
Hipertenacidade e hipovigilância
DISTRAIBILIDADE
Estado patológico de instabilidade marcante e mobilidade acentuada da atenção voluntária
Dificuldade ou incapacidade para se fixar em qualquer atividade que implique esforço produtivo
ANORMALIDADES DA ATENÇÃO
MANIA
DEPRESSÃO
 Atenção voluntária
 Atenção espontânea
Hipervigilância
Hipotenacidade
 
	Atenção geral (hipoprosexia)
Hipertenacidade
Hipovigilância
ORIENTAÇÃO E SUAS ALTERAÇÕES
ORIENTAÇÃO
“A capacidade de situar-se quanto a si mesmo e a ambiente é um elemento básico da atividade mental. A avaliação da orientação é um instrumento valioso para a verificação das perturbações do nível de consciência. Muitas vezes verifica-se que a consciência está turva, levemente rebaixada, ao se investigar a orientação do indivíduo” (Dalgalarrondo, p.74)
Tudo o que impede a apreensão de dados objetivos e sua incorporação à experiência é causa de desorientação
Alguns distúrbios em outras funções psíquicas podem resultar em desorientação, sem que haja comprometimento do nível de consciência
Pode ocorrer uma experiência de dupla orientação: vivência simultânea de dois mundos o real e o psicótico (desorientação delirante)
ORIENTAÇÃO
Tipos de orientação
Autopsíquica: em relação a si mesmo
Alopsíquica: em relação ao mundo
Temporal: indica se o paciente sabe em que momento cronológico estamos vivendo, a hora do dia, se é manhã ou tarde, o dia da semana, o dia do mês, o mês do ano, o ano em que estamos, o ano em que nasceu
Espacial: compreensão do local onde está, a instituição onde ocorre a entrevista, o andar, o bairro, a cidade, o estado o país
ALTERAÇÕES DA ORIENTAÇÃO
“...a desorientação ocorre primeiramente quanto ao tempo, e só após o agravamento do transtorno é que o indivíduo desorienta-se quanto a espaço e quanto a si mesmo” (Dalgalarrondo, p. 75)
Tipos de desorientação
Torporosa ou Confusa: redução do nível de consciência
Amnéstica: déficit de memória de fixação
Apática ou Abúlica: apatia ou desinteresse profundos
Delirante
Oligofrênica: por déficit intelectual
Por desagregação: estados psicóticos graves e crônicos

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