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Caso Concreto Aula 2 Direito Penal III Turma 3004 Alisson Jones Caso concreto HORTÊNCIA, maior, que fora vítima de estupro perpetrado com violência real, interrompeu ela mesma, na sua própria residência, a gravidez resultante do crime contra a liberdade sexual, causando a destruição do produto da concepção, para o que se valeu de meios mecânicos obstétricos diretos e de informações, que, para o abortamento, foram-lhe fornecidos pelo enfermeiro ALEXANDRINO. A gestante, em conseqüência dos meios empregados na provocação do aborto, sofreu lesão corporal de natureza grave. Identifique justificadamente a conduta de HORTÊNCIA e ALEXANDRINO R.: Hortência cometera auto-aborto, pois a sua conduta foi direcionada à promover a interrupção do processo gestacional, sem apoio de um médico, impondo a ela o que está descrito no art. 124, 1ª parte, CP. Já Alexandrino agiu em concurso de pessoas, sendo partícipe do auto-aborto, e apesar de ter acontecido a lesão corporal grave na gestante, responderá apenas pelo crime de aborto, pois não houve dolo na conduta do partícipe, como está descrito no artigo 126, CP. “Sujeito ativo no auto-aborto e no aborto consentido (art. 124) é a própria mulher gestante. Somente ela própria pode provocar em si mesma o aborto ou consentir que alguém lho provoque, tratando-se, portanto, de crime de mão própria”. (BITENCOURT: 2001, p. 157). “(...) podem ser praticados a título de dolo, seja ele direto ou eventual, ou seja, ou o agente dirige finalisticamente sua conduta no sentido de causar a morte do óvulo, embrião ou feto, ou, embora não realizando um comportamento diretamente a este fim, atua não se importando com a ocorrência do resultado”. (GRECO: 2005, p. 276). “O estupro viola o ser íntimo e privado além do ser externo e social. Não é exclusivamente sexo nem exclusivamente violência; é a expressão humilhante de um diferencial de poder que une com agressividade esses dois motivos e comportamentos." (SOLOMON, 2015, p. 558) EMENTA: HABEAS CORPUS – ABORTO – Paciente que supostamente cometeu auto aborto após a ingestão de droga abortiva – Trancamento da ação. Atipicidade da Conduta. Não acolhimento da tese. Conduta que não se subsume às hipóteses excludentes previstas no art. 128 do CP ou à hipótese de feto anencéfalo, conforme decidido na ADPF nº 54 do C. STF – Conduta que permanece típica, ilícita e culpável. Trancamento por ilicitude da prova. Quebra de sigilo médico paciente. Não acolhimento. Teoria da fonte independente da prova. Materialidade e indícios de autoria oriundos de outras fontes de prova, diversas e independentes do prontuário. Ausência de ilegalidade. Possibilidade de quebra em casos excepcionais. Ausência de direito absoluto – ORDEM DENEGADA. (TJ-SP: 21888909320178260000 SP 2188890- 93.2017.8.26.0000) BIBLIOGRAFIA BITENCOURT , Manual de Direito Penal: parte especial. Cézar Roberto, Imprenta: São Paulo, Saraiva, 2001, p. 157. NUCCI , Guilherme de Souza. Código Penal Comentado. Imprenta: São Paulo, Revista dos Tribunais, 2008, p. 276. SOLOMON, Andrew. Longe da Árvore: pais, filhos e a busca da identidade. 1ª. edição. São Paulo: Companhia das Letras. 2015. p.558. Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP : 21888909320178260000 SP 2188890- 93.2017.8.26.0000 OBJETIVAS 1)Exemplo de abortamento legal é o a) Aborto eugênico b) Aborto miserável c) Aborto sentimental praticado por médico (V) (art.128, CP) d) Aborto honoris causa. 2) Infanticídio: a) É crime de mão própria. b) É crime próprio. (V) * c) Não cabe tentativa. d) É crime de perigo. �PAGE � �PAGE �2�
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