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Fichamento Roma

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FICHAMENTO
	Aranha, Maria Lucia de Arruda, Antiguidade romana: a humanitas- Aranha Maria Lucia de Arruda. 3°ed. São Paulo, Moderna, 2012. cap.4, pg. 126 à 138.
	
	Capítulo 4- Antiguidade romana: a humanitas
	
O império de Roma se expandiu, abrangendo toda a Europa, norte da África,
parte da Ásia e Oriente Médio. Ao mesmo tempo que espalhou a língua latina e os costumes romanos.
Período da história romana
•Realeza (de 753 a 509 a.C.): da fundação de Roma
à queda do último rei etrusco.
República (de 509 a 27 a.C.): de início prevalece a
luta entre patrícios e plebeus, e depois ocorre o expan-
sionismo militar.
•Império (de 27 a.C. a 476 d.C.): da instauração do Império à sua queda, com a invasão dos bárbaros.
Primeiros tempos
Os italiotas ou itálicos. Subdividiam-se em povos com costumes, língua e desenvolvimento diferentes, dedicando-se alguns ao pastoreio, outros à agricultura. O povo latino vivia, de início, em regime de comunidade primitiva, portanto, inexistia a propriedade privada da terra. Os membros do clã rendiam culto aos antepassados e aceitavam a autoridade máxima do paterfamilias. Ocupavam as colinas do Lácio, onde mais tarde foi fundada a cidade de Roma, provavelmente em 753 a.C., acontecimento este envolto em lendas.
Realeza
No período da Realeza, com o desenvolvimento da cultura de cereais a economia deixou de se basear no pastoreio. Mais tarde,o comércio transformou Roma em urbs, “cidade”. A substituição da posse comum da terra pela propriedade privada provocou a divisão de classes: de um lado a aristocracia de nascimento, representada pelos patrícios, e de outro a maioria da população constituída de plebeus, geralmente homens livres: camponeses, artesãos, comerciantes, mas sem direitos políticos. Entre os plebeus, havia os clientes, assim chamados por dependerem de uma família patrícia que lhes oferecia proteção jurídica em troca de prestação de serviços. Embora nessa época o número de escravos fosse reduzido, o sistema começava a ser implantado.
República
Com o enriquecimento de algumas camadas da plebe sobretudo as que se dedicavam ao comércio, intensificaram-se as lutas pela igualdade de direitos políticos e civis. Os plebeus obtiveram diversas conquistas nos séculos V e IV a.C., como a criação do Tribunato da Plebe, a permissão do casamento misto, a publicação da Lei das Doze Tábuas. A importância desta última decorre do fato de constituir o primeiro código escrito romano. Devem-se essas mudanças ao surgimento de uma nova aristocracia não mais determinada pelo nascimento, mas riqueza, que aspirava a ocupar os altos cargos públicos. Enquanto isso, os plebeus pobres continuavam à margem do processo político, com sua situação econômica prejudicada pelo aumento da importação de escravos estrangeiros em razão das guerras de conquista. Os pequenos agricultores perdiam suas terras, e o trabalho manual dos artesãos desvalorizava-se por ser comparado ao de escravos.
Após as três Guerras Púnicas, contra os cartagineses (séculos III e II a.C.), aos poucos foram ocupadas as mais diversas regiões até que, no século I a.C., o mar Mediterrâneo ficou conhecido como Mare Nostrum (Nosso Mar).
Por essa época ampliou-se consideravelmente a escravidão, fator importante para a evolução da economia da Roma antiga. Geralmente os escravos eram prisioneiros de guerra e também plebeus, quando perdiam a liberdade por dívidas. Muitos escravos públicos, pertencentes ao Estado, trabalhavam nas construções monumentais, como palácios e aquedutos, ou nos serviços de urbanização, como calçamento de estradas. Outros, de propriedade particular, trabalhavam no campo ou na cidade, inclusive na função de preceptores, quando instruídos.
Império
Em 27 a.C. Otávio recebeu o título de Augusto (filho dos deuses) e implantou o Império.
No Século de Augusto, conhecido pelo grande desenvolvimento cultural e urbano, foram construídos templos, aquedutos, termas, estradas e edifícios públicos. Portos e estradas abriram mercados, expandindo o comércio. Grandes latifúndios se especializavam em alguns produtos, e o escravismo continuou constituindo a base do processo econômico. Houve incentivo das artes, e escritores como Virgílio, Horácio, Ovídio e Tito Lívio sofreram nítida influência helenística.
O surgimento do cristianismo foi um fato importante. Jesus nasceu na época de Augusto portanto, início do Império,na Judeia, sul da Palestina, território então ocupado pelos romanos. De lá, a doutrina cristã disseminou-se por obra dos evangelistas, seguidores de Cristo que levaram o evangelho (ou seja, a “boa nova”) com o intuito de converter os pagãos para a nova crença. Durante muito tempo a doutrina cristã foi considerada subversiva pelos romanos, por não aceitar os deuses pagãos já que era uma crença monoteísta, nem render culto ao divino imperador, além de ter como adeptos principalmente pobres e escravos. A perseguição aos cristãos iniciou-se com o imperador Nero (ano 64), repetindo-se periodicamente até que Constantino permitiu a liberdade de culto em 313. Na época em que o Império Romano se descentralizou e se fragmentou, a Igreja surgiu com um poder aglutinador. O declínio do artesanato e do comércio provocou a ruralização da economia. Enquanto isso, os bárbaros se infiltravam como colonos ou soldados nas fronteiras, até que uma horda de guerreiros
bárbaros de diversas origens invadiu o Império, fragmentando-o, no início do século V.
Em 395 o Império Romano dividiu-se em Ocidental com sede em Roma, e Oriental, com sede em Constantinopla (antiga Bizâncio e atual Istambul). Em 476 a Itália caiu em poder de Odoacro, rei dos hérulos.
Educação
1.O que é humanitas?
A cultura universalizada pode ser expressa na palavra humanitas no sentido literal de humanidade e, mais propriamente, de educação, cultura do espírito, algo equivalente à paideia grega. Distingue-se desta, no entanto, por se tratar de uma cultura predominantemente humanística e sobretudo cosmopolita e universal, buscando aquilo que caracteriza o ser humano, em todos os tempos e lugares. Com o tempo, a humanitas degenerou, restringindo-se ao estudo das letras e descuidando-se das ciências, como veremos. De maneira geral, podemos distinguir três fases na educação
romana:
• a educação latina original, de natureza patriarcal;
• a influência do helenismo, criticada pelos defensores da tradição;
• por fim, a fusão entre a cultura romana e a helenística, que já supunha elementos orientais, mas com nítida supremacia dos valores gregos.
A fusão dessas culturas trouxe um elemento novo, o bilinguismo, e desde cedo as crianças aprendiam latim e grego. Às vezes, o ensino era trilingue, quando às duas línguas principais acrescentava-se a língua local.
2.Educação heroico-patrícia
Os aristocráticos patrícios (proprietários rurais e guerreiros) recebiam uma educação que visava a perpetuar os valores da nobreza de sangue e cultuar os ancestrais. É bom lembrar que na Antiguidade a família não era nuclear como a nossa, composta de mãe, pai e filhos, mas extensa, incluindo os filhos casados, escravos e clientes, dos quais o paterfamilias era proprietário, juiz e chefe religioso.
Até os 7 anos, as crianças permaneciam sob os cuidados da mãe ou de outra matrona, “mulher respeitável”. Depois dessa idade, as meninas aprendiam no lar os serviços domésticos, enquanto o pai se encarregava pessoalmente da educação do filho. Acompanhava às festas e aos acontecimentos mais importantes, ouvia o relato das histórias dos heróis e dos antepassados, decorava a Lei das Doze Tábuas, desenvolvendo desse modo a sua consciência histórica e o patriotismo. O menino aprendia a cuidar da terra, atividade que, de início, colocava lado a lado o senhor e o escravo. Aprendia também a ler, escrever e contar, bem como desenvolvia habilidades no manejo das armas, na natação, na luta e na equitação. Os exercícios físicos visavam à preparação do guerreiro, mais do que propriamente ao esporte desinteressado. Aos 15 anos, ele acompanhava o pai ao foro,praça central onde se fazia o comércio e eram tratados os assuntos públicos e privados. Aí aprendia o civismo. Caso o pai não pudesse desempenhar pessoalmente essas tarefas o que às vezes acontecia devido às guerras, um parente ou mesmo um escravo instruído assumia seu lugar. Aos 16 anos, o jovem era encaminhado para a função militar ou política. A educação pouco se voltava para o preparo intelectual e mais para a formação moral, baseada na vivência cotidiana e na imitação de modelos representados não só pelo pai, mas também pelos antepassados.
3. Educação cosmopolita
A partir do século IV a.C., foram criadas escolas elementares particulares, que se disseminaram no século seguinte. Eram as escolas do ludi magister (ludus,ludi, “jogo, divertimento”; magister, “mestre”), nas quais se aprendia demoradamente a ler, escrever e contar, dos 7 aos 12 anos. Os mestres eram simples e mal pagos, e, para desem -penhar seu ofício, ajeitavam-se em qualquer espaço: uma tenda, a entrada de um templo ou de um edifício público. As crianças escreviam com estiletes em tabuinhas enceradas, aprendendo tudo de cor, muitas vezes ameaçadas por castigo.
Por volta dos séculos III e II a.C., as incursões militares e o comércio colocaram os romanos em contato com os povos helênicos e o esplendor de sua cultura. Inúmeros professores gregos ensinaram a sua língua, dando início à formação bilíngue dos romanos. São desse período as escolas dos gramáticos, em que os jovens dos 12 aos 16 anos entravam em contato com os clássicos gregos, ampliando seus conhecimentos literários, ao mesmo tempo que estudavam as chamadas disciplinas reais, como geo-
grafia, aritmética, geometria e astronomia. Iniciavam-se também na arte de bem escrever e bem falar. Essa nova exigência assustava os mais conservadores, como Catão, o Antigo, que criticava a influência grega, por achá-la deformadora da tradição romana.Com o tempo, a retórica exigia o aprofundamento do conteúdo e da forma do discurso. Surgiu então a necessidade de um terceiro grau de educação, representado pela escola do retor (professor de retórica). Diferentemente dos ludi magister e dos gra máticos, os retores eram mais respeitados e bem pagos. As escolas superiores desenvolveram-se no decorrer do século I a.C. (época de Cícero) e cresceram durante o Império. Eram frequentadas pelos jovens da elite, que se destacariam na vida pública e que por isso se preparavam para as assembleias e as tribunas. Estudavam política, direito e filosofia, sem esquecer as disciplinas reais. A educação física merecia a aten-ção dos romanos, mas com características menos voltadas para o esporte e mais para as artes marciais. Em vez de frequentar ginásios, lutavam nos circos e anfiteatros. Tratava-se, afinal, de preparar soldados.
4. Educação no Império
Nota-se a crescente intervenção do Estado nos assuntos educacionais, porque a administração do Império requereria uma bem montada máquina burocrática, com fun-
cionários que deveriam ter pelo menos instrução elementar. 
É curiosa a procura de cursos de estenografia (ou taquigrafia), um sistema de notação rápida. Segundo o historiador da educação Marrou, a sua origem remonta talvez ao século IV a.C., mas o uso corrente só aparece bem disseminado no tempo de Cícero. Esse recurso era exigido cada vez mais na atividade dos notários hoje conhecidos como tabeliães, que inicialmente eram apenas secretários incumbidos de fazer anotações, ao acompanhar os magistrados e os altos funcionários nas suas atividades. Depois suas funções foram adquirindo maior responsabilidade. O Estado estimulava a criação de escolas municipais em todo o Império. O próprio César concedera o direito de cidadania aos mestres de artes liberais. No século I d.C. Vespasiano liberou de impostos os professores de ensino médio e superior e instituiu o pagamento a alguns cursos de retórica, de que se beneficiou o mestre Quintiliano. Pouco tempo depois, Trajano mandou alimentar os estudantes pobres. Mais tarde, outros imperadores legislaram
sobre a exigência de as escolas particulares pagarem com pontualidade os professores e também definiram o montante a lhes ser pago. Outro destaque da época do Império foi o desenvolvimento do ensino terciário, com os cursos de filosofia e retórica, a que já
nos referimos, e a criação de cátedras de medicina, matemática,mecânica e sobretudo escolas de direito. A continuidade dos estudos era exigida no caso de se aspirar a posições mais altas, como cargos próprios da justiça e da administração superior.
Inúmeras bibliotecas foram criadas, e os romanos se apropriaram de manuscritos encontrados nas regiões conquistadas. Ainda floresciam o museu de Alexandria, o Círculo de Pérgamo e a Universidade de Atenas. Em Roma, no século II d.C., Adriano fundou o Ateneu, no Capitólio, espaço para discussão e cultura. Também as distantes províncias da Espanha, Gália e África receberam o estímulo imperial e criaram escolas, em que estudaram homens da categoria de Sêneca, Quintiliano e posteriormente Marciano Capella e Santo Agostinho.
Pedagogia
Características gerais
Tal como na sociedade grega, os romanos usavam o braço escravo para os trabalhos manuais, igualmente desvalorizados. Em contrapartida, a aristocracia se dedicava ao “ócio digno”,ocupando-se com atividades intelectuais, políticas e culturais. Por consequência, os educadores orientavam-se pelo modelo adequado à elite dirigente a fim de formar o indivíduo racional, capaz de pensar de modo correto e de se expressar de forma convincente.
 
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