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Sistema Cardiovascular – Anatomofisiologia (revisão) Profª Clícia Cordeiro Sistema Cardiocirculatório Sistema fechado – sem comunicação com o exterior Constituído por: Tubos – vasos Bomba propulsora – coração Sangue Função: Levar material nutritivo e oxigênio às células. O coração é a bomba que promove a circulação de sangue por cerca de 100 mil quilômetros de vasos sanguíneos. Circulação Pulmonar - leva sangue do ventrículo direito do coração para os pulmões e de volta ao átrio esquerdo do coração. Circulação Sistêmica - é a maior circulação; ela fornece o suprimento sanguíneo para todo o organismo. Coração Órgão muscular, cavitário, que age como uma bomba aspirante e propulsora de sangue e tem importante papel na circulação sanguínea. Forma e Localização: Forma piramidal Três faces: Esternocostal (anterior) Diafragmática (inferior) Pulmonar (esquerda) Coração - localização Localizado no mediastino inferior- médio. Apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade torácica. Cerca de 2/3 de massa cardíaca ficam a esquerda da linha média do corpo. Ápice – extremidade pontuda, dirigida para frente, para baixo e para a esquerda. Base – porção mais larga, dirigida para trás, para cima e para a direita. Limites do Coração: A superfície anterior fica logo abaixo do esterno e das costelas. A superfície inferior é a parte do coração que, em sua maior parte repousa sobre o diafragma, correspondendo a região entre o ápice e aborda direita. A borda direita está voltada para o pulmão direito a borda esquerda, também chamada borda pulmonar, fica voltada para o pulmão esquerdo. Posteriormente a traquéia, o esôfago e a artéria aorta descendente. Pericárdio: a membrana que reveste e protege o coração. – Fibroso. – Seroso: – Lâmina visceral (epicárdio). – Lâmina parietal. – Líquido pericárdico. – Cavidade pericárdica. Estrutura da parede cardíaca: – Endocárdio: é a camada mais interna do coração. – Miocárdio: é a camada média e a mais espessa do coração. É composto de músculo estriado cardíaco. – Epicárdio: camada externa. Vasos da base: a. Aorta. b. Tronco pulmonar. c. Veias pulmonares. d. Veias cavas: superior e inferior . Configuração Interna: O coração possui quatro câmaras: dois átrios e dois ventrículos. Os átrios (as câmaras superiores) recebem sangue – Câmaras de recepção; Os ventrículos (câmaras inferiores) bombeiam o sangue para fora do coração – Câmaras de expulsão. O átrio direito é separado do esquerdo por uma fina divisória chamada septo interatrial; O ventrículo direito é separado do esquerdo pelo septo interventricular. ANATOMIA INTERNA DO CORAÇÃO Átrio direito (AD) Átrio esquerdo (AE) Ventrículo direito (VD) Ventrículo esquerdo (VE) Seio coronário Tronco pulmonar Aorta Veias pulmonares Septo interventricular Septo atrioventricular Septo interatrial ÁTRIO DIREITO Músculos pectíneos: relevos encontrados na superfície da parede anterior e lateral dos átrios. Desembocam as veias cavas superior e inferior, e seio coronário. VENTRÍCULO DIREITO Valva atrioventricular direita: TRICÚSPIDE Saída do tronco pulmonar Valva do tronco pulmonar: Formada por 3 válvulas semilunares ÁTRIO ESQUERDO Músculos pectíneos: na aurícula esquerda Desembocam as veias pulmonares (4) VENTRÍCULO ESQUERDO Valva atrioventricular esquerda: MITRAL OU BICUSPIDE Saída da aorta Esqueleto fibroso do coração: É o tecido conjuntivo fibroso que envolve e sustenta as valvas cardíacas e serve para inserção das fibras musculares que constituem o miocárdio. – Ânulos fibrosos das valvas. – Septo membranoso. – Trígonos fibrosos: direito e esquerdo. pulmonar aórtica mitral tricúspide diástole sístole Sistema Excito-condutor Sistema de condução de impulso elétrico, localizado dentro do coração, constituído por miocárdio (músculo) modificado. Nó Sinusal (sino-atrial) Feixes internodais: anterior, médio e posterior Nó atrioventricular Feixes atrioventriculares: ramos direto e esquerdo Músculo cardíaco (filamentos de actina e miosina + sistema excito- condutor) Discos intercalados (membranas celulares que separam as células miocárdicas umas das outras) Junções GAP Potencial de ação Sincício VENTRICULAR ATRIAL Feixe A-V (feixe de fibras condutoras) não atravessa Músculo Cardíaco Eletrofisiologia cardíaca Eletrofisiologia cardíaca A contração do miocárdio resulta de uma alteração na voltagem, através da membrana celular (despolarização), que leva ao surgimento de um potencial de ação. O potencial de ação é um evento que abrange a despolarização e repolarização da membrana das células excitáveis. O potencial de ação cardíaco é mais prolongado que o do músculo esquelético, e durante esse tempo a célula miocárdica não responde a novos estímulos elétricos. Eletrofisiologia cardíaca A ativação elétrica ordenada do coração se dá pela propagação, em sequência, de potenciais de ação despolarizantes através das estruturas anatômicas deste órgão. O nodo sino-atrial (SA) tem a função de marcapasso, pois atua promovendo a geração espontânea de potenciais de ação nestas células – isso ocorre através da abertura de canais de Na+, quando o potencial de membrana está negativo (-65mV), dando início ao batimento cardíaco. Potencial de Ação Leva a despolarização celular, induzindo a entrada de grande quantidade de cálcio para o mioplasma. Este aumento do cálcio ionizado no citoplasma do miócito libera o cálcio retido no retículo sarcoplasmático passando sua concentração de 10-7 para 10-5 mol/L. Potencial de Ação Eletrofisiologia cardíaca Despolarização (membrana celular miocárdica) concentração de Ca+ no interior das células Contração fibras cardíacas (actina e miosina) Propagação do potencial de ação Sistema de condução cardíaco Despolarização do nodo SA Potencial de ação se dissemina pelo miocárdio atrial esquerdo Onda passa pelo nodo AV Onda atravessa o Feixe de His (septo interventricular) Onda despolarizante se propaga pelas Fibras de Purkinge – miocárdio ventricular (0,2 seg) Propagação do potencial de ação Ciclo Cardíaco É o período do início de um batimento cardíaco até o início do batimento seguinte, compreendendo dois períodos: sístole (contração) e diástole (relaxamento). O ciclo inicia-se no nodo sinoatrial com uma despolarização que leva à contração do átrio. Durante este tempo o fluxo sanguíneo no interior dos ventrículos é passivo, mas a contração atrial aumenta o seu enchimento em 20 a 30%. Ciclo Cardíaco Ciclo Cardíaco A sístole ventricular ocasiona o fechamento das valvas atrioventriculares (1ª bulha cardíaca) sendo que a contração é isométrica até que as pressões intraventriculares tornem-se suficientes para abrir as valvas pulmonar e aórtica, dando início à fase de ejeção. O volume de sangue ejetado é conhecido como volume de ejeção. Ao final desta fase ocorre o relaxamento ventricular e o fechamentodas valvas pulmonar e aórtica (2ª bulha cardíaca). Ciclo Cardíaco Após o relaxamento isovolumétrico, as pressões ventriculares diminuem mais do que as pressões atriais. Isso leva à abertura das valvas atrioventriculares e ao início do enchimento ventricular diastólico. Todo o ciclo então se repete na sequência de outro impulso a partir do nodo sinoatrial. Ciclo Cardíaco - etapas SÍSTOLE: Fase de contração isovolumétrica Fase de ejeção ventricular DIÁSTOLE: Fase de relaxamento isovolumétrico Fase de enchimento ventricular Fase de contração atrial Ciclo Cardíaco – etapas / sístole Fase de contração isovolumétrica Neste momento o estímulo elétrico passa do nó atrioventricular para a musculatura ventricular. O ventrículo se contrai elevando sua pressão até atingir e ultrapassar a pressão intra-atrial. Ocorre o fechamento das cúspides da valva mitral. Ocorre a contração ventricular com consequente aumento de pressão na câmara, com as valvas aórticas e mitral fechadas. Ciclo Cardíaco – etapas / sístole Fase de ejeção ventricular Ocorre quando a pressão intraventricular supera a pressão intra-aórtica provocando a abertura da valva aórtica. Neste momento o gradiente de pressão entre a aorta e o ventrículo esquerdo (5 mmHg) mantém a ejeção sanguínea. A queda de pressão intraventricular inferior ao da aorta facilita o fechamento da valva aórtica, concluindo a sístole. Ciclo Cardíaco – etapas / diástole Fase de relaxamento isovolumétrico Inicia com o decréscimo da pressão intraventricular. Fase de enchimento ventricular rápido Em seguida ocorre a elevação da pressão atrial, com abertura da valva mitral e o esvaziamento do átrio esquerdo. Neste momento o coração volta a ficar momentaneamente em repouso elétrico e mecânico. Ciclo Cardíaco – etapas diástole Enchimento ventricular lento Momento de repouso elétrico e mecânico do coração. As cúspides da valva mitral estão semi-abertas, com ausência ou pequena passagem de sangue por elas. O fluxo é pequeno ou ausente devido à pequena diferença de pressão entre o átrio e o ventrículo esquerdo. Fase de contração atrial Devido a um novo estímulo no nó sinusal a musculatura atrial irá se contrair. Ocorre uma redução do volume interno do átrio esquerdo, elevação do nível pressórico da cavidade, com consequente impulsão de sangue para o ventrículo esquerdo. A contração atrial é responsável por 25 a 30% do débito cardíaco. Ciclo cardíaco Ciclo Cardíaca Circulação cardíaca Circulação do sangue pelo coração Átrio Direito Artéria Aorta Ventrículo Direito Tecidos Veias Cavas Superior e Inferior Pulmões Átrio Esquerdo Veias pulmonares Artéria Pulmonar Ventrículo Esquerdo Débito Cardíaco É a quantidade de sangue bombeado pelo coração por minuto. O débito cardíaco (DC) é o produto entre a frequência cardíaca (FC) e o volume sistólico (VS). DC = FC X VS Para um homem com 70 kg os valores normais são: FC=72bpm e VS=70 ml, fornecendo um rendimento cardíaco de aproximadamente 5 litros/minuto. O índice cardíaco (IC) é o débito cardíaco por metro quadrado da área de superfície corporal. Os valores normais variam de 2,5 a 4,0 litros/min/m. Débito Cardíaco Volume sistólico final (VSF) É o volume de sangue que fica nos ventrículos após a sístole Volume diastólico final (VDF) É o volume de sangue presente nos ventrículos no final da diástole (cerca de 110 ml) Fração de Ejeção (FE) FE = VS / VDF Normal > 58% Em cada contração normal ejeta cerca de 2/3 de seu volume armazenado Débito Cardíaco A frequência cardíaca é determinada pelo índice de velocidade da despolarização espontânea no nodo sinoatrial, podendo ser modificada pelo sistema nervoso autônomo. O nervo vago atua nos receptores muscarínicos reduzindo a frequência cardíaca, ao passo que as fibras simpático cardíacas estimulam os receptores beta-adrenérgicos, elevando-a. Débito Cardíaco O volume sistólico é o volume total de sangue ejetado pelo ventrículo durante uma sístole e é determinado por três fatores principais: Pré-carga distensão ventricular inicial Pós-carga força contra a qual o coração deve bombear o sangue (resistência ao fluxo sanguíneo) Contratilidade Pré-carga É o volume ventricular no final da diástole. A elevação da pré-carga leva ao aumento do volume de ejeção. A pré- carga depende principalmente do retorno do sangue venoso corporal. O retorno venoso é influenciado por alterações da postura, pressão intratorácica, volume sanguíneo e do equilíbrio entre a constrição e dilatação (tônus) no sistema venoso. A relação entre o volume diastólico final do ventrículo e o volume de ejeção é conhecida como Lei Cardíaca de Starling, determinando que o volume sistólico seja proporcionalmente relacionado ao comprimento inicial da fibra muscular (determinado pela pré-carga). Lei Cardíaca de Starling “Quanto mais o miocárdio é distendido durante o enchimento, maior será a força de contração e maior será a quantidade de sangue bombeada para a aorta.” Pós-carga É a resistência à ejeção (propulsão) ventricular ocasionada pela resistência ao fluxo sanguíneo na saída do ventrículo. Determinada pela resistência vascular sistêmica – quanto mais estreito ou mais contraído os esfíncteres ou maior a viscosidade, mais elevada será a resistência e, consequentemente, a pós-carga. O nível de resistência vascular sistêmica vascular é controlada pelo sistema simpático, que por sua vez controla o tônus da musculatura da parede das arteríolas (diâmetro). Pós-carga Queda do débito cardíaco quando ocorrem aumentos nas pós- cargas (desde que a FC não se altere) Contratilidade Representa a capacidade de contração do miocárdio na ausência de quaisquer alterações na pré-carga ou pós-carga – é a potência do músculo cardíaco. Influenciada pelo sistema nervoso simpático – os receptores beta-adrenérgicos são estimulados pela noradrenalina liberada pelas terminações nervosas, aumentando a contratilidade. É reduzida pela hipóxia, isquemia do miocárdio, doença do miocárdio e pela administração de betabloqueadores ou agentes antiarrítmicos. Pressão Arterial PA = Débito Cardíaco x Resistência Periférica Total. Pressão Sistólica Indica o trabalho do coração e a tensão que age contra as paredes arteriais durante a contração ventricular – a entrada de sangue nas artérias faz com que suas paredes sejam distendidas e a pressão sobe para (aproximadamente) 120 mmHg. Pressão Arterial PA = Débito Cardíaco x Resistência Periférica Total. Pressão diastólica Indica a resistência periférica ou a facilidade com que o sangue flui das arteríolas para os capilares – após o fechamento da valva aórtica, a pressão na aorta cai (vagarosamente) durante a diástole, pois o sangue, armazenado nas artérias distendidas, flui, continuamente para os vasos periféricos até retornar às veias – antes que o ventrículo se contraia de novo, a pressão aórtica será de aproximadamente 80 mmHg. Controle Central O controle central da função cardiovascular ocorre através da interação entre o tronco cerebral e os receptores periféricos específicos. O tronco cerebral também recebe dados decentros cerebrais superiores (hipotálamo e córtex cerebral). Controle Central O tronco cerebral possui duas áreas de controle cardiovascular: Vasoconstritora / Cardio-aceleradora Quando estimulada atua na musculatura lisa provocando vasoconstrição e a resistência vascular; FC e a descarga simpática para os nodos AS e AV. Vasodepressora / Cardio-inibidora Atua inibindo o centro vasoconstritor ; o estímulo vagal (parassimpático) e a FC. Controle Central Os receptores cardiovasculares periféricos são de dois tipos: Barorreceptores Respondem a alteração de pressão. Quimiorreceptores Respondem a alteração química do sangue. Controle Central Os barorreceptores dividem-se em dois conjuntos diferentes de acordo com a localização anatômica: 1(arco aórtico e seio carotídeo) e 2 (paredes dos átrios e das grandes veias torácicas e pulmonares) Arco aórtico e seio carotídeo: Sensores arteriais de pressão elevada, monitorizam as pressões arteriais geradas pelo ventrículo esquerdo Quanto maior a pressão arterial, maior a distensão e maior a taxa de descarga neural para os centros cardiovasculares no tronco cerebral. Controle Central Nas paredes dos átrios e grandes veias torácicas e pulmonares -> Sensores de baixa pressão respondem às alterações dos volumes pulmonares. Os barorreceptores atriais e venosos regulam o volume de sangue através de seus efeitos sobre: Atividade simpática renal A liberação de hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina (provocam retenção de sódio e água) A liberação do fator natriurético atrial (potente diurético) Controle Central Quimiorreceptores: São fortemente estimulados pela hipoxemia. Os principais efeitos cardiovasculares da estimulação dos quimiorreceptores são: Vasoconstrição Aumento da FC Vasos Sanguíneos Artérias Veias Capilares Artérias São vasos que levam sangue do coração. Tipos: Elásticas artéria de condução (ex.: aorta e ramos que se originam do arco da aorta) Musculares artéria de distribuição (ex.: artéria femoral, que distribui sangue para outras partes do corpo) Arteríolas lúmen estreito e paredes musculares espessas Veias São vasos que trazem o sangue para o coração. Tipos: Troncos venosos. Veias de médio e pequeno calibre. Vênulas. Veias superficiais (membros e pescoço). Veias profundas (acompanham as artérias). Capilares São minúsculos vasos (espessura de um fio de cabelo) situados no interior dos órgãos do corpo, que ligam os lados arterial e venoso da circulação. Tipos: Arteriais Venosos Logo em seguida a artéria aorta se encurva formando um arco para a esquerda dando origem a três artérias (artérias da curva da aorta) sendo elas: 1 - Tronco braquiocefálico arterial 2 - Artéria carótida comum esquerda 3 - Artéria subclávia esquerda O tronco braquiocefálico arterial origina duas artérias: 4 - Artéria carótida comum direita 5 - Artéria subclávia direita A artéria carótida externa irriga as estruturas externas do crânio. A artéria carótida interna penetra no crânio através do canal carotídeo e supre as estruturas internas do mesmo. ARTÉRIAS DOS MEMBROS SUPERIORES ARTÉRIAS DOS MEMBROS INFERIORES Algumas veias importantes do corpo humano: VEIAS DA CABEÇA E PESCOÇO Obrigada!
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