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segurança do trabalho

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Sumário
Unidade 1: Introdução à segurança do trabalho e saúde ocupacional
Unidade 2: Higiene e segurança do trabalho
Unidade 3: Legislação de segurança do trabalho e saúde ocupacional
Unidade 4: Ergonomia
Unidade 5: Primeiros Socorros e Prevenção e Combate a Incêndios
Unidade 6: Fundamentos da Higiene no Trabalho
Unidade 7: Gestão de segurança do trabalho e saúde ocupacional
1. Nosso Tema
Nosso objetivo é apresentar a você a importância da segurança e da saúde ocupacional para a sobrevivência do
homem. E para falar deste assunto devemos lembrar que o homem sempre procurou a sua sobrevivência seja
na pré-história ou nos tempos atuais. Mas, o que ele faz para distinguir uma época da outra? É a forma que o
homem busca para manter-se vivo e com saúde.
Na pré-história, a busca era por alimentos e por locais seguros para se proteger das
ameaças que existiam naquele período da historia. Nos tempos atuais, como
podemos perceber esta questão
para o homem? O que mudou? Pode ser a forma
de buscar o alimento ou a forma de se proteger? Parece um pouco estranho
imaginar que, após tantos séculos, a preocupação do homem continua tão básica.
Este é o objetivo do estudo desta disciplina: apresentar a você, acadêmico, os conceitos e os assuntos históricos
e atuais que envolvem a segurança e a saúde ocupacional, e como este assunto está em evolução e sua
importância para a sociedade.
Nesta unidade, serão apresentados a você o conceito e o contexto histórico da segurança e da saúde
no trabalho, as leis e as normas que tratam deste assunto, os aspectos sociais, os tipos de acidentes,
o número de acidentes no país e o papel da previdência social nas questões relativas a acidentes do
trabalho.
Vamos em frente!!
Para Refletir
Como você entende este assunto?
Para você, o que é segurança do Trabalho?
Segurança é fazer os trabalhadores usarem os equipamentos de proteção
individual (capacete, botina e óculos)?
O que iremos perceber é que a segurança está muito além do simples ato de utilizar um equipamento
de proteção individual, e que se trata de um assunto que envolve toda a sociedade e apresenta
diversos aspectos sociais.
2. Conteúdo Didático
2.1. Evolução histórica da
Segurança do Trabalho
Agora lhe apresentaremos a evolução da segurança no contexto histórico. Voltando no tempo,
percebemos que o homem na pré-história já se preocupava com sua segurança, saindo para caçar
em grupos, vivendo em cavernas, etc. Eram várias as formas de se proteger dos riscos que o
acometiam naquela época.
Nesta fase, o homem também começa a se organizar e formar grupos e tribos para manter a sua
sobrevivência. Em grupos era mais forte para combater os ataques dos animais e até mesmo para
caçá-los. Assim, o homem, vivendo em tribos e aldeias, passou a brigar entre si e o perigo que eram
os animais selvagens agora eram os próprios seres humanos. Dessa forma, o homem criou vários
equipamentos de proteção, como o escudo, o capacete. Esses instrumentos podem ser chamados de
os primeiros equipamentos de segurança. Nos próximos tópicos, veremos a evolução da segurança.
2.2. Valorização do trabalho na sociedade
Com a própria evolução, o homem passou a produzir seu alimento, semeando. Essa necessidade fez
com o homem criasse ferramentas para o plantio. Começou com pedaços de ossos e, em seguida,
passou a dominar os metais. Assim, começam a surgir varias profissões, como o agricultor, os
fabricantes de armas e de utensílios para a agricultura. Com todos esses recursos mais próximos, a
população crescia de forma mais acelerada, fazendo com que a demanda de produtos aumentassem
a cada dia, sendo
necessária a criação de formas de produção que oferecessem uma produtividade
maior do que os trabalhos artesanais.
Nesta fase, na Europa, ocorreu à revolução industrial no século XVII. O trabalho, então, deixa de ser
artesanal e passa a ser industrial. Surgem daí os acidentes de trabalho.
Neste século, foi quando o médico italiano, chamado Bernardino Ramazzini, fez o primeiro estudo da
relação das doenças com o trabalho. Ele pôde concluir que determinadas substâncias provocavam
determinados tipos de doenças. Ramazzini é considerado o pai da medicina do trabalho. Para que
você compreenda a importância dos estudos de Bernardino para a medicina do trabalho, podemos
mencionar o fato de naquela época ele ter identificado algumas doenças que são bem atuais, como
as lesões por esforços repetitivos. Há também um fato interessante que ele identificou: as chamadas
doenças do conselheiro do rei.
Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
Agora lhe pergunto: que doença é essa que acometia os conselheiros dos
reis e continua existindo até hoje? Para que você possa entender, imagine a
seguinte situação: conselhos bons - glórias ao rei; conselhos ruins - falha do
conselheiro, que poderia ser condenado à morte. Diante desse exemplo,
você já deve saber que essa doença tem o nome atualmente de estresse.
Você pode perceber que há três séculos, esse médico conseguiu mapear
importantes doenças do trabalho que valem até hoje.
No paragrafo anterior, falamos da revolução industrial, que ocorreu na Europa. Os acidentes e as
doenças que acompanharam essa evolução ocorreram no seculo XVII. Já no Brasil, eles só foram
ocorrer no início do século XX.
Dessa forma, o Brasil teve que conviver com um grande número de acidentes e de doeças
ocupacionais, sugindo uma necessidade de controlá-los e reduzi-los. Foi então que, em 1944, o
presidente Getúlio Vargas criou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), que é uma
obrigação legal até os dias atuais. A CIPA é uma comissão formada por representantes dos
empregados e do empregador que se reúnem uma vez por mês para discutirem assuntos relativos à
segurança do trabalho. Seu papel principal é a prevenção de acidentes e de doenças do trabalho.
Estaremos aprofundando neste assunto na Unidade 3.
Na década de 1970, através da Lei nº 6514 de 22/12/1977, foram criadas as Normas
Regulamentadoras e Segurança e Medicina do Trabalho. Elas foram aprovadas pela Portaria 3214/78
de 08/06/1978, do Ministério do Trabalho. O Brasil passa a ter uma legislação para tratar dos
assuntos de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Essas normas criadas nesta época são
basicamente as mesmas que determinam as ações de prevenção de acidentes do trabalho nos
tempos atuais. Em
sua grande maioria, são normas que poderiam ser revisadas.
A Lei nº 6514, além de criar as normas regulametadoras em segurança e medicina do trabalho,
alterou também o capítulo do título II da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, relativo à
segurança e à medicina do trabalho. Com essa alteração, alguns artigos da CLT foram modificados,
assim ditando mais claramente regras a serem cumpridas em segurança. Esses artigos vão do 154
até 201.
Com base nessas informações, podemos agora passar a você o conceito de segurança do trabalho:
“Segurança do trabalho é o um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas
usadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras dos ambiente quer
instrutindo ou convencendo as pessoas da implementação de práticas preventivas” (CHIAVENATO,
1999, p.381).
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
Entendendo o que é a segurança do trabalho e sua evoluação histórica, você poderá visualizar
melhor os conceitos de acidentes de trabalho que veremos a seguir.
2.3. O acidente do trabalho: definição e lesões.
Para melhor compreensão do que é um acidente do trabalho, é importante conhecer os dois
conceitos que tratam desse tema: o primeiro é o Legal; e o segundo é o Prevencionista.
O conceito Legal, de acordo com a
Lei nº 6367 de 19/10/1976, indica que o acidente do trabalho é
aquele que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perdaou a redução, permanente ou temporária, da
capacidade para o trabalho.
Já para o conceito Prevencionista, segundo Oliveira (2002, p.35), afirma que o acidente do trabalho é
a ocorrência imprevista e não desejada em que haja risco, próximo ou remoto, de lesão corporal e
que tenha referida ocorrência como resultado: lesão pessoal imediata, lesão pessoal mediata (doença
ocupacional), dano material ou apenas a iminência de lesão ou danos materiais.
Cada um desses conceitos tem sua importância, pois nos norteará de acordo com a nossa
necessidade. Vamos identificá-los nos exemplos a seguir:
1 - O trabalhador estava executando seu trabalho quando, ao movimentar-se no local, pisou
em um buraco no piso, torcendo o seu pé direito, provocando uma fratura nele.
2 – O trabalhador estava executando seu trabalho quando, ao movimentar-se no local, pisou
em um buraco no piso e quase sofreu uma queda. As peças que ele transportava caíram e
algumas se quebraram.
No exemplo 1, ocorreu uma lesão, caracterizando o acidente do trabalho, como dita o conceito Legal.
Dessa forma, a empresa deverá emitir uma Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) para que o
trabalhador seja encaminhado ao hospital para atendimento
médico.
No exemplo 2, não ocorreu a lesão, mesmo assim será caracterizado como acidente de trabalho com
base no conceito Prevencionista. O incidente deverá ser analisado, investigando a sua causa e o
potencial de risco, pois, nesse conceito, o que é importante é a prevenção. Ocorreu somente o dano
material, porém, levando em consideração o potencial de risco, poderia ter havido conseqüências
mais sérias.
Portanto, quando houver a necessidade de saber se legalmente ocorreu um acidente de trabalho,
levaremos a cabo o conceito legal em que deverá ser observado se houve uma vítima com lesão para
que seja dada a tratativa adequada. E para uma atuação preventiva, devemos considerar qualquer
situação anormal que interfira no andamento do trabalho, devendo ser investigado seu potencial de
risco e estabelecer as ações preventivas.
Unidade de Educação a Distância | Newton Paiva
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
Você pode perceber que o segundo conceito é mais abrangente e
contempla até a condição de danos materiais e acidentes sem lesão,
permitido uma atuação mais abrangente da área de segurança.
Nesse contexto de acidente, existe uma diferença entre acidente e lesão,
que reside no fato de que a segunda é conseqüência da primeira. Por
exemplo, o acidente é a queda e a lesão é a fratura. Outro exemplo seria
que o acidente é o
contato de qualquer parte do corpo com uma superfície
quente e a queimadura é a lesão.
Entre os fatores geradores de acidentes, podemos destacar três que são: Condição insegura; Ato
inseguro e Fator pessoal de insegurança. Conhecendo esses fatores, entendo como ocorrem e,
atuando de forma preventiva, os riscos podem ser reduzidos, eliminados e/ou mantidos sob controle.
Vamos agora defini-los:
Condição insegura: são as situações de riscos geradas pelo ambiente de trabalho que
podem provocar um acidente. Exemplo: Piso irregular, máquinas e equipamentos
defeituosos, excesso de ruído ou vibrações, falta de limpeza e arrumação.
Ato inseguro: é o ato praticado pelo trabalhador de forma consciente ou não, que poderá
gerar o risco de acidentes, ou seja, é o descumprimento de regras de segurança por falta
de treinamento ou até mesmo estando treinado. Exemplo: Não usar equipamento de
proteção individual, fumar em local proibido, brincadeiras no ambiente de trabalho, ajustar
ou limpar uma máquina em funcionamento.
Fator pessoal de insegurança: são consideradas as condições pessoais do trabalhador
quer sejam físicas, emocionais ou mentais que podem contribuir para a ocorrência de um
acidente. Exemplo: Alcoolismo, problemas familiares, problemas diversos de ordem
pessoal ou psicológica.
Agora que você como futuro profissional de RH conhece os fatores
geradores de acidentes, qual o papel do profissional de
recursos humanos
nesse contexto?
Você tem a função de identificar pontos ou falhas nos processos que podem gerar riscos, como falta
ou necessidade de treinamento melhor, conscientização da liderança em relação à segurança e à
saúde no trabalho, avaliação do clima interno, manutenção de uma interação com os trabalhadores,
para identificar os pontos já mencionados. Durante o processo de admissão, analisar o perfil do
candidato quanto ao cumprimento de regras de segurança e ao histórico de acidentes.
Até o momento, estudamos a evolução histórica dos acidentes, as leis e os mecanismos de
entendimento sobre o que é o acidente do trabalho. A seguir, veremos o número de acidentes de
trabalho no Brasil e a legislação de amparo ao trabalhador vitimado.
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
2.3.1. Número de acidentes no Brasil e legislação de acidente do
trabalho.
O Brasil, mesmo com a criação de leis, fiscalizações e multas com objetivo de eliminar ou reduzir os
números de acidentes, ainda continua nas estatísticas mundiais como um dos países que mais tem
acidentes de trabalho.
Veja, na sua aula online, um quadro com os dados de acidentes de trabalho
em algumas décadas no Brasil.
Os números elevados têm impactos diretos na Previdência Social, que é hoje a principal fonte de
custeio dos acidentados que gozam de alguns benéficos garantidos na Lei nº 8213/91.
Auxilio Doença Acidentário
É o beneficio de direito do trabalhador que sofre acidente ou doença e tem necessidade de
afastamento das suas atividades por um periodo superior a 15 dias consecutivos. Lembrando que os
primeiros 15 dias de afastamento são custeados pela empresa. A partir do 16º dia de afastamento do
trabalho, o custo é pago pela Previdência Social. No caso dos contribuintes como os profissionais
liberais, empresários, autônomos, entre outros, a Previdência paga por todo o período que o
trabalhador estiver afastado de suas atividades, desde que ele tenha devidamente requerido o
benefício.
Para que o trabalhador possa receber o benefício, a empresa deverá emitir a Comunicação de
Acidente do Trabalho (CAT). Como você pode observar, aqui está sendo tratado o conceito Legal de
acidente do trabalho, ou seja, deve haver vítima com lesão.
O benefício é de direito do trabalhador após a contribuição para a Previdência Social, durante um
período de no mínimo 12 meses. Em caso de acidente dentro ou fora do ambiente de trabalho, esse
prazo não será exigido.
É necessária a comprovação da incapacidade de trabalho, concedida pela perícia médica da
Previdência Social, para que o benefício seja liberado. Para se evitar a suspensão do benefício e dar
continuidade ao seu recebimento, o trabalhador deve, obrigatoriamente,
realizar exames médicos
periódicos.
O beneficio pára de ser pago quando, através de pericia médica, custeda pela previdência, é
caracterizada a condição de retorno ao trabalho ou quando é convertido em aposentadoria por
invalidez.
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
Auxilio Acidente
Tem direito a esse benefício o segurado que, após receber auxílio doença acidentário, retorne ao
trabalho e com alguma sequela definitiva que limite a sua capacidade para o trabalho que exercia
antes do acidente.
O auxílio equivale a 50% do sálario nominal do empregado que tem como referência o valor do
salário da data do acidente. Vejamos um exemplo: Sr. Zé sofreu um acidente de trabalho, uma fratura
exposta no braço direito. Após tratamento e acompanhamento médico, retornou ao trabalho, porém
não podendo mais execer a função de mecânico de manutenção.
No exemplo, você pode perceber que houve um limitação para os trabalhos
do Sr. Zé, portanto ele passa a ter direito ao benefício, que deixará de ser
pago quando começar a receber aposentadoria de qualquerespécie.
Vale destacar que o trabalhador receberá o auxílio acidente, mesmo que esteja trabalhando e
recebendo na condição de assalariado em uma empresa, desde que observado o exposto anterior.
Aposentadoria por invalidez
É o
direito do segurando que, após receber ou não auxílio doença, seja considerado incapaz por
perícia médica da Previdência Social para execer seu trabalho ou condições de ser reabilitado, ou
seja, recolocado no mercado de trabalho em outra atividade diferente que exercia ou impossibilitado
de realizá-la. Dessa forma, não tem de onde prover seu sustento.
Poderão gozar deste benefício os segurandos que atendam o que determina a lei nº 8213/91, como,
por exemplo:
Não possuir doença ou lesão pré-existente a sua filiação à Previdência;
Sendo aceita a situação que o agravamento da enfermidade levou a incapacidade para o
trabalho.
Para manter o benefício, deverá o segurando passar por perícia médica em caráter bienal, sob pena
de suspensão do benefício, que também poderá deixar de ser pago quando o segurado oferecer
condições de retornar a trabalhar.
No caso de acidente do trabalho, o segurado, estando inscrito na Previdência Social, tem seu direito
assegurado, nos demais casos, terá direito, desde que já tenha contribuído pelo menos 12 meses
para a Previdência.
Pensão por morte
Será pago ao dependetes legais do trabalhador, quando ele morre. Para ter direito a esse benefício,
não há carência de contribuição para Previdencia. Porém, o
trabalhador deve estar na condição de
segurado, ou seja, inscrito e contribuindo com a Previdência Social.
Sempre que ocorre um acidente, é obrigação do empregador a emissão da CAT – Comunicação de
Acidente de trabalho. Essa emissão é importante e necessária para que o trabalhador tenha
resguardados seus direitos previdenciários.
Comunicação de Acidente do Trabalho - CAT
A Comunicação de Acidente do Trabalho deve ser emitida pela empresa e encaminhada em conjunto
com o acidentado ao local de atendimento médico. Ela se classifica em três tipos:
Inicial - é aberta no ato da ocorrência do acidente ou do conhecimento da doença
ocupacional.
Reabertura - quando o acidentado volta a apresentar problemas relativos ao acidente ou
à doença ocupacional em que já havia sido emitida uma CAT.
Comunicação de óbito - é emitida à Previdência nos casos em que ocorreu a morte do
trabalhador em função de um acidente de trabalho ou de doença ocupacional.
Caso o empregador não emita esse documento, poderão também emiti-lo:
O médico que prestou o atendimento;
O próprio acidentado;
Os dependentes direto do acidentado;
A entidade sindical da cotegoria do acidentado;
Qualquer autoridade pública.
Nesse caso, é importante resaltar que a omissão da empresa diante da emissão da comunicação de
acidente do trabalho poderá atingi-la de forma negativa, além do fato de poder gerar ações de
fiscalização por parte da Previdência
e/ou Ministério do Trabalho e Emprego.
2.4. Introdução à Higiene e à Segurança do Trabalho
Neste tópico, iremos introduzir os conceitos básicos do que é higiene e segurança do trabalho, que,
na maioria das vezes, é confundido com limpeza e conservação do ambiente. Na realidade, trata-se
de conceitos técnicos para a avaliação do ambiente de trabalho, identificando os riscos presentes que
podem gerar danos à saúde do trabalhador. De acordo com o livro Higiene do Trabalho e PPRA de
1
Tuffi Saliba , temos o seguinte conceito para a higiene do trabalho:
1Saliba, Tuffi Messias. Higiene do Trabalho e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. São Paulo: LTr. 2002.
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
São a ciência e arte dedicadas a antecipação, reconhecimento, avaliação e
controle de fatores e riscos ambientais originados nos postos de trabalho e
que podem causar enfermidade, prejuízos para a saúde ou bem-estar dos
trabalhadores, também tendo em vista o possível impacto nas comunidades
vizinhas e no meio ambiente em geral. (SALIBA, 2002, p.11).
Como você pode perceber, a higiene do trabalho visa manter de fato limpo o ambiente, porém de
fatores que podem agredir a saúde do trabalhador, que são considerados os riscos ambientais. Os
riscos ambientais, quando não controlados
e monitorados, podem agredir a saúde do trabalhador,
provocando doenças ocupacionais. Dessa forma, podem também gerar para a empresa processos
trabalhistas, em que se pleiteia o pagamento do adicional de insalubridade, pago quando a exposição
a riscos ambientais ultrapassa o limite de tolerância, podendo prejudicar a saúde do trabalhador.
Percebemos, assim, que a falta de segurança no trabalho poderá gerar prejuízos financeiros.
Você, futuro gestor de RH, deverá saber identificar situações que podem
gerar riscos ambientais e tomar ações para que eles permaneçam sob
controle. No próximo tópico, você conhecerá um pouco sobre esses riscos.
2.4.1. Riscos Ambientais2
São considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos, presentes no ambiente
de trabalho, capazes de produzir danos à saúde do trabalhador, quando superados os respectivos
limites de tolerância. Esses limites são estabelecidos por normas nacionais do Ministério do Trabalho
e Emprego ou internacionais, de acordo com o tipo de agente. Vejamos alguns exemplos de riscos
ambientais:
Riscos Físicos: Ruídos, temperaturas extremas (frio ou calor), radiações ionizantes e não
ionizantes;
Riscos Químicos: Poeira, fumos, gases, vapores, óleo e graxa;
Riscos Biológicos: Bactérias, fungos, protozoários e vírus.
O objetivo da higiene e da segurança no trabalho é neutralizar os agentes que podem causar
doenças, controlar e
monitorar o ambiente, preservando a integridade física do trabalhador.
Trataremos novamente deste assunto na unidade 3.
2
Saliba, Tuffi Messias. Higiene do Trabalho e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais. São Paulo: LTr. 2002. p.13
Unidade de Educação a Distância | Newton Paiva
13| P á g i n a
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
3. Teoria na Prática
O texto que lhe será apresentado demonstra a importância de ações corretas em segurança e saúde
no trabalho, bem como o cumprimento da legislação, dos impactos e danos para o trabalhador, a
família, a Previdência e a empresa. Boa leitura.
A "boa aparência" perdida. (*)
A família de Mariana mudou-se de Pernambuco para
São Paulo, em busca de melhores oportunidades de
trabalho, quando ela tinha dois anos de idade.
Aos doze anos, Mariana começou a trabalhar para
cooperar nas despesas domésticas, e aos quatorze
conseguiu um emprego de Auxiliar Geral numa
indústria mecânica. Não era um emprego com
carteira, mas, de qualquer forma, era um emprego...
Além do mais, aquela empresa não tinha mesmo o
costume de registrar seus empregados: uma de
suas colegas de trabalho já tinha um ano de casa e
continuava sem registro.
Mariana não sabia bem quais as tarefas que teria
que cumprir como "Auxiliar Geral". Em seu primeiro
dia de trabalho, ficou sabendo que iria trabalhar com
máquinas.
Mariana
trabalhava há dezoito dias na empresa,
quando recebeu a incumbência de limpar uma
máquina de processamento de carne. A garota
desligou a máquina e enfiou a mão dentro dela, para
iniciar a limpeza.
Mariana ignorava, porém, que o motor dessa
máquina não parava instantaneamente: continuava
funcionando ainda durante vários segundos após
desligado o interruptor.
O acidente tornou-se ainda mais grave porque o
chefe da menina, ao vê-la com a mão presa, pensou
que a máquina estivesse ligada e acionou o
interruptor com o intuito de "desliga-la". Com sua
precipitação, o chefe ligara novamente a máquina, o
que aumentou consideravelmente a lesão sofrida
pela garota.
Inconsciente, Mariana foi levada para o hospital com
a mão ainda aprisionada pela engrenagem da
máquina e teve os seus dedos amputados.
O chefe, quea acompanhara, receando alguma
conseqüência indesejável para o seu lado, inventou
para os médicos a versão de que a menina era apenas
uma "amiga", que mexera na máquina sem o seu
conhecimento.
Mariana permaneceu no hospital por vários dias,
estranhando o fato de ninguém ir visitá-la, nem mesmo
seus familiares. Ao voltar para casa, tomou
conhecimento de que sua família não fora sequer
informada de seu acidente, tendo passado todos os
aqueles dias sem qualquer notícia a seu respeito.
Quanto ao seu ex-chefe, só foi reencontrá-lo meses
depois, quando foi convocado pela Delegacia Regional
de
Trabalho para registrá-la.
Mariana passou a freqüentar o Centro de Reabilitação
Profissional do INSS, onde recebeu uma luva estética,
destinada a minimizar os efeitos de seu acidente.
Começou a procurar emprego como auxiliar de
escritório. Como freqüentava com bom aproveitamento
um curso supletivo do ginásio, passava com facilidade
nos testes de admissão, mas, no momento das
entrevistas, invariavelmente escutava que, sua "boa
aparência física" ficara prejudicada...
Além desta, outra barreira impunha-se às suas
expectativas de conseguir uma nova colocação no
mercado de trabalho: o fato de constar, em sua Carteira
de Trabalho, uma passagem pelo INSS como
acidentada.
(*) extraído de um texto de Leonilde Galasso, baseia-se
numa história verídica. Há mais relatos desta natureza
na obra "Isto é trabalho de Gente?", trabalho que
demonstra as condições impostas ao trabalhador
Fonte: AFFONSO JÚNIOR, Carlos Morais. Acidentes
de trabalho. Jus Navigandi, Teresina, ano 4, n. 45, set.
2000.
Disponível
em:
.
Acesso em: 15/11/2008.
Neste texto, é apresentado de forma clara um exemplo de como é tratada ainda a segurança do
trabalho por algumas empresas, que a princípio vislubram um ganho imediato, porém o risco que
correm podem contribuir para grandes prejuízos. Além disso, contribuem para que o Brasil continue
liderando as estatísiticas mundiais de acidentes do trabalho. Pense no papel do RH nesse contexto.
Qual a sua responsabilidade?
Unidade de Educação a Distância | Newton Paiva
14| P á g i n a
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
4. Recapitulando
Nesta unidade, você estudou:
Os antecedentes históricos da segurança e da saúde no trabalho, quando ocorreu os
primeiros estudos relacionando a doença com o trabalho realizado em 1700 por Bernardino
Ramazzini, um médico italiano;
A CIPA, que foi criada em 1944, com o objetivo de atuar na prevenção de acidentes;
A Lei nº 6514 de 22/12/1977, que criou as Normas Regulamentadoras em Segurança e
Medicina do Trabalho,aprovadas pela Portaria 3214/78 de 08/06/1978, do Ministério do
Trabalho, uma legislação para tratar dos assuntos de prevenção de acidentes e doenças
ocupacionais;
Os fatores geradores de acidentes, que são: ato inseguro, condição insegura e fator
pessoal de insegurança;
A responsabilidade do RH na prevenção de acidentes;
O número de acidentes no Brasil;
Os benefícios que têm direito os acidentados no trabalho, garantidos pela Lei nº 8213/91;
O que é a Comunicação de Acidente do trabalho, quem tem a obrigação de emiti-la e quem
também tem direito de emiti-la;
A higiene e a segurança do trabalho, que é identificada pelo controle dos riscos químicos,
físicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho e que podem provocar danos à
saúde do trabalhador.
Unidade de Educação a
Distância | Newton Paiva
15| P á g i n a
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
Unidade 2: Higiene e segurança do trabalho
1. Nosso Tema
Na unidade anterior, você conheceu a evolução da segurança do trabalho, dos acidentes do trabalho,
entre outros assuntos. Tratamos também dos riscos ambientais, que são os fatores, químicos, físicos
e biológicos presentes no ambiente de trabalho e que podem provocar danos à saúde do trabalhador.
Agora, o que veremos, nesta unidade, são os impactos desse problema e a importância de manter
um controle rígido, para que isso não aconteça.
Iremos conhecer algumas entidades relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, qual o seu
papel e importância e, ainda, a inter-relação delas com as empresas.
A Organização Mundial de Saúde define saúde como: “o estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”.
Podemos perceber que, nesse conceito, temos que mudar a idéia de apenas tratar a doença e sim de
preveni-la. Para isso, precisamos realizar atividades de identificação e mapeamento dos riscos que
acontecem nos ambientes de trabalho, que podem ser os principais “vilões” quando se fala em
doença ocupacional. Além disso, o RH (Recursos Humanos) tem o importante papel de contribuir
para manter o bem-estar mental e social do trabalhador.
Ficou curioso?
Então, vamos em frente!!
Para Refletir
Vamos pensar um pouco:
Para você, como podemos reconhecer os riscos existentes no ambiente de
trabalho?
Não se preocupe que, no decorrer da unidade, responderemos a essa questão.
Unidade de Educação a Distância | Newton Paiva
16| P á g i n a
Disciplina: Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional
Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
2. Conteúdo Didático
2.1. Conceitos de saúde ocupacional
Podemos definir, de forma sucinta, saúde como um bem-estar físico e mental e social, e, para manter
essa condição no ambiente de trabalho, são necessárias algumas ações e implantação de medidas
para prevenir ou manter sob controle a presença de agentes considerados como agressivos à saúde
do trabalhador.
Com esse objetivo, a Portaria 3214 de 08/06/78 apresenta uma Norma Regulamentadora de número
07, a qual trata da obrigação das empresas em relação ao controle médico da saúde do trabalhador,
o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO. Oliveira (2002) aborda o assunto da
seguinte maneira:
No PCMSO, são estabelecidas as diretrizes básicas para monitoramento da saúde no trabalho, e
para a sua elaboração, deverão ser seguidos os seguintes tópicos, segundo Oliveira (2002, p.102105):
Atividade desenvolvida pela empresa e grau de risco, com base na Classificação Nacional de
Atividades econômicas - CNAE;
Características da estrutura física da empresa;
Riscos Operacionais – (riscos ambientais);
Atividades preventivas desenvolvidas;
Tipos de exames a serem realizados:
o
Admissional;
o
Periódico;
o
Mudança de Função;
o
Retorno ao Trabalho;
o
Demissional.
Os quatro primeiros tópicos são uma referência para apresentação e identificação da empresa e dos
riscos presentes no ambiente de trabalho. Com base nessas informações, inicia-se o processo de
estruturação do PCMSO.
Já o quinto tópico se refere à avaliação clinica do estado de saúde do trabalhador, que terá como
referência a aplicação prática do que foi estabelecido nos itens anteriores, além, é claro, de ser uma
importante ferramenta para o monitoramento da saúde dele, pois, como veremos a seguir, existe um
motivo gerador para cada tipo de exame.
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Na unidade anterior, os riscos ambientais são os agentes presentes no ambiente de trabalho, que
podem provocar danos à saúde do trabalhador. Então, são esses riscos que devemos identificar,
estabelecendo, assim, os parâmetros para o monitoramento de saúde, ou seja, definindo os tipos de
exames que devem ser realizados para cada cargo ou função na empresa e sua periodicidade.
Os exames serão estabelecidos no programa através de um médico do trabalho, responsável
pela
sua elaboração. É também intitulado médico coordenador do PCMSO. Esse profissional é o
responsável por todas as ações que envolvam o programa, devendo seu nome e demais dados
profissionais constar em toda adocumentação do PCMSO, principalmente no Atestado de Saúde
ocupacional – ASO. Este é o documento emitido em que se atesta a condição de saúde do
trabalhador, sendo obrigatória a entrega de uma cópia ao interessado, colhendo sua assinatura,
confirmando o recebimento.
Para você, futuro gestor de RH, é importante saber da importância da
realização dos exames e dos controles médicos, pois serão eles que darão
condições de fazer uma gestão da saúde do trabalhador desde sua
admissão até seu desligamento, criando um histórico laboral da saúde do
trabalhador, apresentando as atividades exercidas, os riscos presentes no
ambiente e o monitoramento da saúde do trabalhador. Vale destacar que os
riscos ambientais são identificados através do Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais – PPRA -, que tem sua sustentação legal na Norma
Regulamentadora de número 09 da Portaria 3214 de 08/06/78.
Entenda agora o que são esses exames:
Admissional: é o exame que deverá ser realizado antes da admissão. Tem por finalidade avaliar
previamente a condição física do trabalhador e a pré-existência de doenças que podem ser
agravadas com o tipo de atividades a serem exercidas pelo cargo, além, é claro, de ser o melhor
momento para avaliar a compatibilidade física do candidato com o cargo ao qual está
concorrendo.
É importante lembrarmos que o exame médico é uma das fases do
processo seletivo, podendo também reprovar ou identificar alguma
incompatibilidade do candidato com o cargo pleiteado.
Periódico: é o exame que deverá ser realizado conforme a periodicidade estabelecida pelo
PCMSO da empresa, podendo ser anual, semestral ou em período determinado pelo médico do
trabalho. Com esse exame, o que queremos observar é se a exposição do trabalhador aos riscos
ambientais presentes em seu local de trabalho estão sobre controle, não prejudicando sua saúde.
Caso seja observada qualquer alteração nos exames que possa haver uma relação com a
atividade laboral, demonstra a existência de uma falha no controle dos riscos ambientais, o que
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sinaliza a necessidade de uma rápida intervenção para identificação e avaliação das causas da
falha.
Mudança de função: é o exame que deverá ser realizado sempre que ocorrerem alterações na
função do trabalhador, por mudança de local de trabalho, promoção, etc. Será realizado antes da
alteração da função. Ele tem uma aplicação similar ao exame admissional; sua finalidade é avaliar
as características e as condições físicas do
candidato em relação à alteração que ocorrerá em
suas atividades na empresa. Como exemplo, podemos avaliar a seguinte condição:
O Sr. Zé está sendo promovido, porém, neste novo cargo, deverá controlar a entrada de peças em
forno, ou seja, um ambiente com temperatura elevada. No exame médico, foi identificado que o Sr. Zé
faz uso de medicação para controle da pressão arterial, que, às vezes, sobe um pouco. Diante desse
fato, o médico do trabalho poderá considerar o candidato inapto para função, por entender que tal
ambiente oferece um risco à sua saúde.
Retorno ao trabalho: é o exame pelo qual deverá passar o trabalhador quando ficar afastado do
trabalho por um período superior a 30 (trinta) dias, por motivo de doença, acidente do trabalho
e/ou licença maternidade. Com esse exame, o médico do trabalho irá avaliar a condição do
trabalhador para o retorno às atividades, podendo considerá-lo apto ou inapto para função. No
segundo caso, poderá a empresa ser obrigada a fazer uma reabilitação do trabalhador, ou seja,
colocá-lo para trabalhar em outro setor que não ofereça riscos à saúde.
Demissional: é o exame que deverá ser realizado até a data do desligamento do trabalhador da
empresa. Tem por finalidade demonstrar que ele está se desligando da empresa sem nenhuma
seqüela ou doença que poderia ter sido provocada pelos riscos ambientais, presentes no local de
trabalho. A legislação prevê que esse exame
poderá ser desnecessário, caso o trabalhador tenha
passado por algum dos exames mencionados anteriormente em um período inferior a 90
(noventa) dias ou até a 135 (cento e trinta e cinco) dias, cumpridos alguns critérios legais.
Para aplicação dos prazos do exame demissional, deverão ser observadas
as diretrizes estabelecidas pela Portaria 3214 de 08/06/78, através da
Norma Regulamentadora de número 07, em que deverão ser considerados:
o número de funcionários da empresa e o grau de risco da atividade; o tipo
de risco a que está exposto o trabalhador; a periodicidade dos exames
estabelecida no PCMSO; e a determinação do Ministério do trabalho e
Emprego – MTE -, ou por negociação coletiva, podendo evitar custos
desnecessários com a realização de novos exames.
Assim, observamos que o PCMSO é um programa abrangente e contempla as diversas fases do
trabalhador na empresa, sendo uma ferramenta importante para manter o bem-estar físico do
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trabalhador, o que é de suma importância para impactos humanos, econômicos e sociais. Além disso,
apresenta melhores condições de trabalho e de resultados para as empresas, como veremos a
seguir.
2.2. Aspectos humanos, econômicos e sociais
As empresas que praticam com seriedade os assuntos pertinentes à
prevenção e ao controle de
doenças, com certeza vão contribuir para que os aspectos humanos, econômicos e sociais sejam
preservados. Preservar consiste em uma melhor ou, no mínimo, a manutenção da saúde do
trabalhador, que poderá também manter ou melhorar a produtividade da empresa, contribuindo para
a sociedade, por exemplo, com o não desprendimento de recursos para pagamento previdenciário.
Poderá ainda contribuir para a imagem da empresa ao se perceber a preocupação dela com a
responsabilidade social, pois uma empresa que demonstra atitudes proativas em preservar a
integridade física de seus trabalhadores poderá ser vista pela sociedade como uma organização que
está engajada e que dá o devido valor às suas responsabilidades sociais.
Podemos perceber que o investimento na prevenção de doenças contribui para as empresas, pois
evita o absenteísmo de seus trabalhadores, evita o pagamento de indenização em caso de uma
reclamação trabalhista, evita a rotatividade de pessoal e além, é claro, do fato de poder evitar uma
intervenção do Ministério do Trabalho por não cumprimento da legislação.
Para os trabalhadores, os aspectos positivos são: melhor qualidade de saúde, prevenção de
doenças, maior confiança em relação ao controle dos riscos ambientais e certeza da preservação da
sua integridade física, manutenção das condições básicas de trabalho necessárias, e ainda receber
normalmente o seu salário, pois
estarão em gozo de plena saúde.
A sociedade terá como contribuição a redução de pagamentos de benefícios previdenciários e
profissionais saudáveis no mercado, que é sinônimo de trabalhador produtivo, que gera retornos
financeiros e produtividade para a empresa e que resulta, ainda, na contribuição para girar a
economia. Com esses fatores, a sociedade enxerga a empresa como uma instituição socialmente
responsável e envolvida com as questões relacionadas à saúde do trabalhador.
Diante do apresentado até o momento, você percebe a atuação do
profissional de RH? Se a resposta foi em todos os aspectos, parabéns, pois,
de fato, caberá também a esses profissionais, conhecer e entender os
programas de promoção à saúde do trabalhador e quais outros fatores
podem também ser geradores de adoecimento no ambiente de trabalho,
que podem estar relacionados ao alcoolismo, tabagismo, dependência
química, estresse e AIDS.
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Deve-se dar atenção também a outras doenças que podem não demonstrar nexo direto com o
trabalho, mas que são importantes e devem ser consideradas e tratadas, pois acabam gerando
também afastamento do trabalhador.
Quando o serviço médico da empresa não amplia a sua forma de atuação e considera importante
simplesmente monitorar e controlar
as situações identificadas como riscos ambientais, poderá não
estar cuidando de forma preventiva da saúde do trabalhador. Como já mencionamos, existem outras
doenças que também podem ser prevenidas e é importante realizar essa prevenção, visto que elas
também influenciam na saúde dele e, conseqüentemente, poderão gerar impactos para empresa, nos
casos de afastamento.
O que queremos é chamar a sua atenção, futuro gestor de RH, para o fato
de que é muito importante identificar ou solicitar ao serviço médico da
empresa os tipos de doenças comuns na região em que a empresa está
instalada e nos locais em que presta serviços, pois, assim, poderá atuar
preventivamente, como, por exemplo, com campanhas de vacinação contra
a gripe, febre amarela, tétano entre outras.
2.3. Entidades relacionadas,
segurança.
políticas,
programa
de
atividades
de
Estudaremos, nesta subunidade, como abordado por Araújo (2002, p.16-25), as entidades que estão
relacionadas a ações de prevenção, seja por meio de suporte técnico, criação de leis e normas ou
fiscalização do cumprimento da legislação, políticas e programas que também servem para a
prevenção de doenças ocupacionais.
Segundo Araújo (2002, p.16-25), as entidades que estão relacionadas às ações de prevenção, seja
por meio de suporte técnico, criação de leis e normas, ou fiscalização do cumprimento da legislação,
são:
Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) - no que tange à segurança e à saúde no
trabalho, é o órgão responsável pela representação política e social do governo em
assuntos relacionados ao trabalho.
Delegacias Regionais do Trabalho (DRT) - tem como objetivo orientar e controlar, dentro
de sua jurisdição, a execução de atividades relacionadas com a fiscalização nos
ambientes de trabalho, inclusive nos aspectos de segurança e saúde.
Para que você compreenda melhor a importância e a atuação dessas
delegacias, saiba que são elas que, através das fiscalizações, podem
multar, autuar, notificar, embargar ou interditar os locais de trabalho ou
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empresas que apresentem riscos à integridade física dos trabalhadores ou
não estejam cumprindo a legislação.
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – Fundacentropode ser considerado com um braço técnico do MTE, ou seja, atua em pesquisas,
suportes e orientações técnicas relativas à segurança do trabalho, entre outras
atribuições.
Sempre que necessitar de alguma orientação relativa à segurança do
trabalho, você deve procurar, preferencialmente, esse órgão em detrimento
ao MTE, pois ele é também um agente fiscalizador.
Sindicatos da Categoria - adotam acordos ou convenções coletivas que podem abordar
temas
relativos à segurança e à saúde no trabalho.
Cabe a você, futuro gestor de RH, ao iniciar as atividades em uma
organização, conhecer seu sindicato e acordos ou convenções coletivas,
entendendo e cumprindo o que for estabelecido para a área de segurança e
saúde ocupacional ou simplesmente difundindo a informação para o
departamento de segurança, caso a organização o tenha.
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) - é responsável pela normalização
técnica no país. Vale destacar que a Portaria 3214 de 08/06/78 estabelece que, caso as
Normas Regulamentadoras não contemplem todos os aspectos para reduzir ou
neutralizar os riscos nos ambientes de trabalho, deverão ser consultadas outras normas
nacionais ou de reconhecimento internacional para adoção de medidas de segurança.
Organização Internacional do Trabalho (OIT) - tem como atividade principal a divulgação
de informações e recomendações internacionais que visam à proteção do trabalhador. As
recomendações relativas à segurança não têm caráter obrigatório, ficando a cargo de
cada país que participa dessa organização decidir se irá transformar a recomendação em
lei.
Sobre as políticas e os programas de atividades de segurança, podemos destacar que, no Brasil,
atualmente não existe uma Política Nacional de Prevenção em Segurança e Saúde no trabalho.
Existe uma proposta do MTE, em que, além da prevenção de acidentes e doenças do trabalho, é
proposta também a unificação das informações entre a Previdência Social, Ministério do Trabalho e
Sistema Único de Saúde (SUS). Sendo assim, atribuem-se a cada um deles suas responsabilidades
quanto ao tema e também facilita o cruzamento de informações, como ações de fiscalização e sobre
as empresas que não investem em segurança e saúde no trabalho.
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Para ter acesso à proposta da Política Nacional de Prevenção em
Segurança
e
Saúde,
visite
o
site
do
MTE,
disponível
em:
Acesso em:
08/01/2009.
Mesmo não tendo uma Política Nacional de Prevenção de Acidentes, foi introduzida no Brasil a
Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes – CANPAT -, que foi instituída pelo Decreto nº
8.255, de 16 de fevereiro de 1971, com objetivo de promover ações de prevenção de acidentes do
trabalho e doenças ocupacionais. É obrigação das empresas promoverem essas campanhas internas
de prevenção, com uma periodicidade que proporcione a conscientização dos trabalhadores.
Entre os Programas de prevenção de acidentes e doenças a serem aplicados pelas empresas,
destacamos os seguintes:
PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - é obrigatória a implantação em todas
as empresas. Seu objetivo principal é mapear e identificar os
riscos ambientais presentes no
ambiente de trabalho. Ele também servirá como base para o desenvolvimento do PCMSO da
empresa, pois são as informações constantes neste programa que darão subsidios para o
médico do trabalho identificar as doenças que podem ser provocadas pela exposição aos riscos
mapeados. Com os riscos ambientais identicados, caberá à empresa dar trativas adequadas
para controle, neutralização ou redução dos riscos desses agentes. A essas medidas adotadas
de forma preventiva é dado o nome de higiene do trabalho.
PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - é obrigatória a implantação
nas empresas, como já mencionado no paragrafo anterior. O PCMSO terá como base as
informações lenvatadas no PPRA para o seu desenvolvimento, sendo que o médico do trabalho
também poderá considerar outros fatores para o desenvolvimento do programa que visa ao
monitoramento da saúde do trabalhador, ou seja, ele serve como um indicador sobre que ações
tomadas com base no PPRA estão sendo eficazes, não provocando danos à saúde dele.
PCA – Programa de Conservação Auditiva - é obrigatória a sua implantação para as empresas
que apresentem altos níveis de ruído no ambiente de trabalho. Esse programa consiste em
estratificar no ambiente de trabalho os principais fatores geradores de ruído e os mecanismos
para neutralizá-los, além de ser muito importante para a definição do tipo de equipamento de
segurança
mais adequado para o ambiente. A sua implantação auxilia tanto no PPRA como no
PCMSO.
PPR – Programa de Proteção Respiratória - é obrigatória a sua implantação para as empresas
que apresentem agentes agressivos à saúde que podem ser inalados, podendo ser gases,
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vapores ou poeiras. Como o PCA, esse programa também auxilia no PPRA, PCMSO e na
definição do tipo de proteção respiratória mais adequada para o ambiente e trabalhador.
PCMAT – Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho - este é um programa que tem
um foco direcionado para canteiros de obras. São ações de prevenção que deverão ser
contempladas do início ao fim da obra. Um confusão comum em relação ao PCMAT é de se
achar que, uma vez implementado, não há a obrigação de implantar o PPRA, pois, na
realidade, ambos deverão ser aplicados nos canteiros de obra, pois cada um atende a
determinados requisitos de segurança, necessários para redução ou neutralização dos riscos
nos ambientes de trabalho;
Você deve entender a importancia da interrelação da área de RH com os assuntos relativos à
segurança e à sáude no trabalho, à amplitude das ações e à interação das diversas entidades e
programas de segurança e qual a finalidade de cada um, para assim, desenvolver um bom trabalho
no
que diz respeito à prevenção e à proteção da saúde do trabalhador.
Na proxima unidade, será apresentado a você como funcionam esses programas e qual sua
finalidade, sua exigência legal, seus objetivos e também os impactos que podem provocar aos
trabalhadores e à empresa.
Até lá!!
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3. Teoria na Prática
Com base nesta unidade, podemos perceber ou visualizar a importância da promoção da saúde nas
empresas, como sendo um fator de grande participação na prevenção de doenças ocupacionais,
geração de lucros ou melhores resultados para as empresas e impactos econômicos e sociais.
Agora, que você tem esse conhecimento, deve saber também por que aplicá-lo. Como um bom
exemplo, temos a matéria publicada no Globo OnLine, em 04/06/2008, por Ione Luques. Ela retrata a
importância da realização dos exames médicos admissionais, que, antes de ser uma obrigação legal,
é uma importante ferramenta para empresas para não assumirem ou contratarem profissionais com
doenças pré-existentes que possam ser agravadas no ambiente para o qual a pessoa esta sendo
contratada, além do fato de avaliar a capacidade do candidato para exercer a atividade requerida pelo
cargo.
Veja a matéria na íntegra disponível em:
. Acesso em 07/01/2009.
De acordo com o conteúdo
da unidade e o texto da matéria indicada, reafirmamos a importância de
um Programa de Controle Medico e Saúde Ocupacional (PCMSO) bem estruturado, pois é com base
nas diretrizes estabelecidas neste programa que serão realizados os exames dos candidatos. Caso
ocorram falhas nesses processos de avaliação médica e clínica, poderão acarretar sérios riscos para
a saúde do candidato. Ou seja, aprovando um candidato que não apresente condições de saúde, que
permita realizar as atividades do cargo, implicara limitação na execução dos trabalhos ou provocará
no trabalhador uma condição que poderá gerar um agravo no caso de uma doença pré-existente.
Um exemplo dessa situação temos em Monteiro (2000, p.71). Um exame não identificou que o
candidato é portador de um tipo de Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho – DORT,
denominada como ”Dedo no gatilho”, que consiste na impossibilidade de estender o dedo após flexão
máxima. A vaga em questão é para ser frentista em um posto de gasolina, e a atividade consiste em
acionamento do gatilho da bomba de gasolina.
A aprovação do candidato nessa condição poderá trazer sérios problemas para a sua saúde, além do
fato de a empresa passar a assumir uma responsabilidade de uma doença pré-existente, gerando,
assim, uma obrigação de indenizar o trabalhador em caso de uma ação trabalhista.
Nesse exemplo, temos diversos fatores a serem observados: de um lado, o candidato
que necessita
da vaga para manter seu sustento, de outro a empresa que espera contratar uma pessoa capaz de
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realizar as atividades que são inerentes ao cargo. Em meio a esses fatores, existe a doença préexistente, que, no exercício do trabalho, poderá gerar o agravamento da lesão, e, como
conseqüência, o afastamento do empregado. A empresa tem que assumir os prejuízos em
administrar a falta deste trabalhador - o que poderá gerar atrasos na produção e prejuízos financeiros.
Agora você deverá estar apto para lidar com essa situação, sem contrariar a legislação que fala da
não discriminação do candidato, e a necessidade da empresa em contratar uma pessoa em
condições para realizar a atividade. Não será uma tarefa fácil, pois a contratação poderá prejudicar a
saúde do candidato.
Diante desse fato, como lhe explicar o motivo de sua reprovação?
Uma alternativa será apresentar os danos que poderão ser provocados à
sua saúde, caso seja contratado para o cargo, deixando entender que tal
motivo se faz em função da doença que ele já possui.
Por outro lado, caso a empresa tenha outras áreas onde possa recolocar esse profissional, poderá
contratá-lo e manter um controle rígido com relação ao monitoramento da doença já existente que
deverá ser
mencionada em toda a documentação médica, desde o ato da admissão até o fim do
pacto laboral.
Com isso, o que percebemos é que investir na saúde do trabalhador é a
melhor forma de a empresa manter seus lucros e resultados, preservar o
trabalho íntegro, evitar impactos para a sociedade com os pagamentos de
benefícios previdenciários, além do fato de manter pessoas saudáveis no
mercado de trabalho.
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4. Recapitulando
Neste capitulo, você aprendeu:
O conceito de saúde, que é um bem-estar físico, metal e social;
As fases para implantação de um Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional e como pode trazer benefícios para empresa e trabalhadores, quando
implantados e aplicados de forma coerente com os riscos identificados no ambiente
de trabalho;
A importância da realização de exames médicos para o monitoramento da saúde do
trabalhador, como ferramenta para verificação da eficácia das medidas preventivas
adotadas no ambiente de trabalho. Entre esses exames que devem ter uma
periodicidade, podemos destacar os seguintes: Admissional, Periódico, Mudança de
Função, Retorno ao Trabalho e Demissional;
O Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) é um documento em que será registrado se
o candidato ou trabalhador está apto ou não para o trabalho, ou
seja, atesta a
condição de saúde do trabalhador, o qual tem o direito de receber uma cópia desse
documento;
A inter-relação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais com Programa de
Controle Médico e Saúde Ocupacional, um atuando no monitoramento e controle do
ambiente de trabalho e outro no monitoramento e controle da saúde do trabalhador,
dois importantes programas que se integram;
O investimento em prevenção de acidentes e doenças ocupacionais poderá gerar
grandes benefícios para as empresas, como cumprimento dos prazos de entrega,
trabalhadores em um ambiente de trabalho saudável, manutenção da sua saúde e
contribuição para a sociedade, que também se beneficia com o não pagamento de
benefícios previdenciários;
O papel do RH no contexto da prevenção de doenças ocupacionais, que deixa de ser
uma situação passiva para ser proativa, identificando os diversos fatores que podem
prejudicar a saúde do trabalhador ou gerar prejuízos para empresa, em função de
falhas na prevenção;
As entidades relacionadas à segurança e à saúde no trabalho, a sua importância e a
atuação na prevenção, segurança e saúde no trabalho;
No Brasil, ainda não existe uma Política Nacional de Segurança e Saúde no
Trabalho, mas a sua implementaçãoestá em fase de estudo. Por isso, há a aplicação
de outros meios para a conscientização da população;
Programas preventivos em Segurança e Saúde no Trabalho, para que servem e onde
são aplicados, como o PPRA, PCMSO, PCA, PPR e PCMAT.
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Unidade 3: Legislação de segurança do trabalho e saúde
ocupacional
1. Nosso Tema
Nesta unidade, estudaremos a legislação aplicada à segurança e à saúde no trabalho, o que
possibilitará o entendimento da aplicação legal dos conceitos prevencionistas. A legislação além de
ser uma importante ferramenta de prevenção, é também um guia para os agentes de fiscalização do
Ministério do Trabalho e Emprego, pois é através das leis que eles se direcionam, para verificar as
condições de segurança do ambiente de trabalho.
Iremos conhecer como é caracterizada uma situação insalubre ou periculosa, os riscos que podem
proporcionar ao trabalhador e à empresa.
Começaremos, agora, a entender ainda mais a legislação que se aplica à segurança e à saúde no
trabalho. Nesse contexto, o RH pode contribuir em muito para que seja cumprido o que é
estabelecido na legislação, pois o não cumprimento dela poderá acarretar danos à saúde do
trabalhador e prejuízos financeiros para a empresa.
Então, vamos em frente e entender esse assunto!!!
Para Refletir
Lanço algumas questões para pensar:
Alguém pode trabalhar em um local insalubre?
Uma atividade de periculosidade oferece riscos à integridade física do
trabalhador?
O simples fato de cumprir a legislação contribuirá para que os riscos mencionados acima
sejam eliminados?
No decorrer desta unidade, você encontrará respostas para essas questões.
Então, vamos lá!!
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2. Conteúdo Didático
2.1. Organização de Segurança do Trabalho e Leis de acidentes do trabalho
Nesta unidade, estudaremos a importância da organização de segurança e leis de acidentes do
trabalho no decorrer dos nossos estudos, o que iremos perceber é a importância e a inter-relação
dessas duas situações que serão favoráveis tanto para o trabalhador quanto para a empresa.
Observaremos que a aplicação preventiva desses conceitos irá contribuir para manter o bem estar
físico do trabalhador e da empresa, com a redução dos riscos de ações trabalhistas pelo não
cumprimento das regras de segurança.
A seguir, veremos as atribuições dos órgãos internos das empresas que são responsáveis por essas
ações preventivas, as leis que regulamentam e as diretrizes a serem seguidas para implantação de
medidas ou regras de segurança do trabalho e de saúde ocupacional.
2.1.1. CIPA, SESMT, NR’s, PCMSO, PPP, PPRA
Quantas siglas? Para que servem? É necessário decorar? Neste momento,
pode ser que você esteja com esses e com muitos outros
questionamentos.
No decorrer desta unidade, verificaremos essas questões. Vamos em
frente!!
A primeira sigla que lhe apresentaremos é a CIPA, que significa Comissão Interna de Prevenção de
Acidentes. Oliveira (2002) apresenta a evolução e o surgimento da CIPA, que ocorreu em 1944. O
Presidente Getulio Vargas institui essa comissão, como já tratamos na Unidade 1. Desde então, ela
tem sido alterada e ganhando cada vez mais atribuições e autonomia de atuação.
A
CIPA
tem
sua
sustentação
legal
assegurada
pela
Norma
Regulamentadora de número 05 da Portaria 3214, de 08/06/78.
Para uma atuação eficaz da CIPA, a legislação determina que a comissão seja composta por
representantes dos empregados e do empregador, que deverão reunir no mínimo uma vez por mês
para tratar dos assuntos de segurança. Os representantes dos empregados serão por eles eleitos,
através de um processo que seguem algumas regras e critérios, como eleição de cargos públicos. Já
os representantes da empresa são por ela designados. Uma vez formada a comissão deverá ser
registrada no Ministério do Trabalho e Emprego, onde receberá um número de registro o qual será de
validade permanente.
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Formada a comissão, ela terá um mandato de um ano e é permitida uma
reeleição dos
representantes dos empregados. Os representantes da empresa podem ser designados sucessivas
vezes. Vale mencionar que o membro eleito tem estabilidade no emprego durante o ano de mandato
e mais um ano após encerrada a gestão. Não é permitido que o mesmo candidato seja eleito por mais
de dois mandatos consecutivos, ou seja, a cada dois mandatos consecutivos, ele deverá ficar sem se
candidatar, no mínimo, um ano, veja o exemplo:
Na empresa XYZ, o Sr. Zé foi eleito para compor a CIPA nos anos de 2007 e 2008. Em 2009,
ele não pode se candidatar, somente a partir de 2010 ele poderá novamente se candidatar.
Mas, como realizar um processo eleitoral?
Acesse sua aula online e saiba como é feito este processo eleitoral.
Acesse o link para obter mais informações em relação à CIPA, suas
atribuições
e
o
processo
.
eleitoral:
Acesso
em:
08/02/2009.
Neste momento, você deve estar se perguntando: quem é obrigado a manter a CIPA? E a resposta
é: todas as empresas e as organizações que tenham empregados regidos pela CLT, levando em
consideração o que estabelece o quadro I e o II da NR- 05, em que são estabelecidos o
dimensionamento.
No caso de a empresa não se enquadrar nos quadros I e II da NR-05, o empregador deverá designar
um representante para tratar dos assuntos relativos à segurança e à saúde no trabalho, devendo
cumprir e fazer cumprir todas as obrigações legais referentes
a esse assunto.
Para um melhor preparo do designado ou membro eleito, a legislação determina que seja ministrado
um curso com carga horária mínima de 20 horas. Ele deve ser realizado no horário normal de
trabalho e antes da posse da comissão, salvo exceção do primeiro mandato de uma CIPA. Para esse
curso, a legislação prevê um currículo mínimo, em que deverão ser abordados assuntos relativos às
condições do ambiente de trabalho, investigação de acidentes, noções de acidentes e doenças do
trabalho, legislação trabalhista e previdenciária, princípios gerais de higiene do trabalho, organização
e funcionamento da CIPA. Poderá ser ministrado pelo Serviço Especializado em Segurança e
Medicina do Trabalho – SESMT da empresa ou outra entidade que tenha conhecimento sobre o
tema.
Para acessar a NR-05 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, na
íntegra, use este link:
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Autor: Márcio Ibraim de Araújo Loureiro
.
Acesso em: 08/02/2009.
Na sequência, estaremos tratando do Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho
SESMT, que é um departamento o qual a CIPA deve servir de suporte, além, é claro, de manter uma
constante interação, uma vez que ambos têm um objetivo em comum: a prevenção de acidentes.
Agora é a vez do SESMT, também conhecido como SEESMT – Serviço
Especializado em
Engenharia, Segurança e Medicina do Trabalho, que é o departamento de segurança do trabalho das
empresas. A norma que trata esse assunto é a NR – 04. Araújo (2002) apresenta as implicações e as
obrigações legais para dimensionamento e manutenção do SESMT nas empresas.
Como a CIPA, o SESMT é uma obrigação legal que deve ser cumprida por todas as empresas que
tenham empregados regidos pela CLT. Em caso de não cumprimento, implicará penalidades.
Apesar de ser uma obrigação legal, nem todas as empresas são obrigadas a manter um SESMT,
pois, além de ter empregados regidos pela CLT, as empresas deverão se enquadrarno
dimensionamento estabelecido pelo quadro II da NR – 04. Esse enquadramento considera duas
variáveis, que são a Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE e o número de
empregados da empresa. O estabelecimento do cruzamento dessas informações é que irá permitir a
verificação da necessidade ou não do SESMT para empresa ou estabelecimento, além de determinar
como será composto o quadro de profissionais.
Os profissionais que compõem o SESMT são:
Técnico em Segurança do Trabalho;
Engenheiro em segurança do Trabalho;
Médico do Trabalho;
Enfermeiro do Trabalho;
Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
Para que seja considerado como SESMT completo de uma empresa, não é necessário que haja
todos esses profissionais e sim que atenda ao dimensionamento do Quadro II da NR – 04.
Portanto,
de acordo com o quadro, poderá ocorrer que o SESMT de uma empresa possa ser composto apenas
por um técnico em segurança do trabalho. É importante sabermos que os profissionais SESMT
seguem regras determinas pela NR-04, inclusive no tocante à jornada de trabalho. Veja como
funciona:
Técnico em Segurança do trabalho e auxiliar de enfermagem do trabalho, jornada
de oito horas diárias, respeitada a legislação trabalhista;
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Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do
trabalho, quando a jornada for parcial, consideram-se três horas diárias e
integrais como seis horas diárias.
O dimensionamento e a jornada de trabalho desses profissionais são estabelecidos pela Portaria
3214 de 08/06/78, através na NR-04.
E como a CIPA, o SESMT também deverá ser registrado no MTE, apesar de o número de registro
também ser permanente, a empresa é obrigada a informar ao MTE qualquer alteração que ocorrer no
quadro de profissionais do SESMT da empresa. O não cumprimento desse registro poderá acarretar
multas para empresa em caso de uma fiscalização.
A não obrigatoriedade em manter o SESMT não exime a empresa da responsabilidade de cumprir o
que determina a legislação. Para isso, deverá a empresa definir um representante
legal para
cumprimento dessas obrigações, o qual deverá ser capacitado e qualificado para tal, e denominado
como representante designado.
O SESMT na empresa será responsável por todos os trabalhos de prevenção e conscientização no
tocante à segurança e à saúde no trabalho. Eles serão responsáveis pela determinação de condutas,
de regras e de definição de formas de segurança para realização dos trabalhos na empresa. Caberá
a esses profissionais manter o controle das informações, o ambiente de trabalho, todos os
documentos pertinentes à área atualizados, além de promover campanhas de conscientização.
A esses profissionais é também imputada a responsabilidade de cumprir e fazer o que determina as
Normas Regulamentadoras – NR’s do MTE. Elas formam um total de trinta e três normas, que
trataremos a seguir.
A NR – 01 Disposições Gerais: nela, são estabelecidos os campos de aplicação das
demais Normas Regulamentadoras de segurança e saúde do trabalho urbano.
A NR – 02 Inspeção Prévia: nesta norma, são estabelecidos parâmetros para que a
empresa solicite a realização de uma inspeção de seus estabelecimentos antes de iniciar
o funcionamento, ou seja, uma aprovação para iniciar a operar o negócio.
A NR – 03 Embargo ou Interdição: estabelece parâmetros para embargo ou interdição de
máquinas, equipamentos, instalações ou canteiros de obras. A base desta norma é não
deixar o trabalhador ficar exposto ao risco
grave e iminente de acidente ou doença do
trabalho.
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A NR – 04 Serviço Especializado e Segurança e Medicina do Trabalho: trata do
dimensionamento e da forma de atuação dos profissionais deste setor nas empresas,
como já tratamos anteriormente.
A NR – 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA: é uma norma para
tratar das atribuições, responsabilidades e forma de atuação da comissão.
A NR – 06 Equipamentos de Proteção Individual – EPI: esta norma estabelece as regras
em relação à comercialização, à importação e à utilização de EPI’s. Também trata da
responsabilidade do MTE, das empresas e dos empregados em relação aos EPI’s.
A NR – 07 Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO: esta norma
estabelece parâmetros para controle e monitoramento da saúde do trabalhador, como já
tratado na Unidade 2. Nela se estabelecem os exames a que os trabalhadores deverão
ser submetidos enquanto perdurar o pacto laboral.
A NR – 08 Edificações: é uma norma que estabelece parâmetros mínimos que devem ser
observados nas edificações (construções) para proporcionar segurança e conforto para
os que nela trabalham.
A NR – 09 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA: esta norma trata da
higiene do ambiente de trabalho, ou seja, seu
objetivo é identificar e manter sob controle
os riscos físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de trabalho, apesar de ser
tratada após a NR-07 PCMSO. Ela fornece subsídios para o desenvolvimento do
PCMSO, pois, somente após identificar os riscos no ambiente, é possível determinar os
exames médicos e clínicos para monitorar a saúde do trabalhador. Abordaremos
novamente essa norma no decorrer desta unidade.
A NR – 10 Instalações e Serviços em Eletricidade: nesta norma estão as diretrizes
mínimas para garantir segurança aos trabalhadores, usuários e terceiros na realização de
trabalhos e na utilização da energia elétrica em suas fases de distribuição, transmissão e
consumo.
A NR – 11 Transporte, Movimentação, Armazenamento e Manuseio de Materiais:
estabelece regras básicas para transporte e movimentação manual de materiais; forma e
requisitos de segurança para um correta estocagem do material; e regras para condução
de veículos com força motriz própria para a movimentação de cargas.
A NR – 12 Máquinas e Equipamentos: esta norma visa atuar preventivamente nos
equipamentos visando à prevenção de acidentes nas etapas de operação e manutenção.
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A NR – 13 Caldeiras e Vasos Sob Pressão: nesta norma são apresentados os requisitos
técnicos
legais relativos à instalação, à operação e à manutenção desses equipamentos,
de modo prevenir a ocorrência de acidentes do trabalho.
A NR – 14 Fornos: esta norma tem o objetivo de estabelecer os parâmetros mínimos de
segurança e conforto pertinentes à construção, à operação e à manutenção dos fornos
industriais no ambiente de trabalho.
NR – 15 Atividades e Operações Insalubres: nesta norma são estabelecidos os critérios
para mapeamento, identificação dos agentes insalubres, limites de tolerância e percentual
a ser pago em caso de caracterização da insalubridade. Na próxima unidade, trataremos
mais sobre esse tema.
NR – 16 Atividades e Operações Perigosas: define os critérios técnicos para avaliação e
caracterização das atividades e operações consideradas periculosas, ensejando o
pagamento do adicional de periculosidade que é equivalente a 30% (trinta por cento) do
salário nominal do trabalhador. Esse tema também será abordado na próxima unidade.
NR – 17 Ergonomia: esta norma visa estabelecer parâmetros que permitam a integração
ou adaptação das condições do ambiente de trabalho no que diz respeito às condições
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto,
segurança e desempenho eficiente. Na Unidade 4, iremos aprofundar um pouco mais
neste tema.
NR – 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção: é uma
norma direcionada a trabalhos envolvendo a
construção civil.Nela, são estabelecidas
diretrizes de ordem administrativa, planejamento e organização com o objetivo de
prevenir acidentes e doenças do trabalho relacionados a atividades de construção civil.
NR – 19 Explosivos: esta norma trata das atividades de manuseio, transporte e
armazenamento de explosivos, parece ser uma atividade pouco comum, mas devemos
lembrar que explosivos são utilizados por mineradoras, fábricas de fogos de artifícios,
entre outras atividades. Sob essa ótica, fica mais fácil de percebermos a aplicação prática
dela e sua importância em nosso dia-a-dia, pois, quando falamos em explosivos, às
vezes nos remete muito a atividades militares e não percebemos a proximidade de sua
aplicação em ambientes de trabalho.
NR – 20 Líquidos e combustíveis inflamáveis: trata-se das definições e dos aspectos de
segurança envolvendo as atividades com líquidos inflamáveis, combustíveis, Gás
Liquefeito de Petróleo (GLP) e outros gases inflamáveis. Com essas definições, é
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possível estabelecer diretrizes de segurança para manuseio, armazenagem e estocagem
desses produtos.
NR – 21 Trabalho a Céu Aberto: esta norma trata das medidas preventivas relacionadas
com as atividades de trabalho a céu aberto, como as que envolvem minas ao
ar livre e
pedreiras.
NR – 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: nesta norma, são tratadas todas
as condições de segurança relativas aos trabalhos na área de mineração. Ela apresenta
uma característica distinta das demais, pois trata de maneira separada da NR – 05 da
CIPA aqui chamada de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes na Mineração CIPAMIN, apresentando um dimensionamento específico para essa atividade.
NR – 23 Proteção Contra Incêndios – PCI: esta norma trata das medidas preventivas a
serem adotadas no ambiente de trabalho para diminuir o risco ou facilitar a ação de
combate em caso de um princípio de incêndio. Voltaremos a tratar deste tema na
Unidade 5.
NR – 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: esta norma
determina os requisitos básicos para instalações sanitárias, especialmente referentes à
cozinha, aos banheiros, vestiários, refeitórios, alojamentos e com relação ao fornecimento
de água potável.
NR – 25 Resíduos Industriais: é uma norma que visa determinar as medidas preventivas
para a destinação dos resíduos gerados no processo produtivo, evitando agredir a saúde
do trabalhador e o meio ambiente.
NR – 26 Sinalização de Segurança: esta norma padroniza a utilização de cores no
ambiente de trabalho de forma a prevenir e reduzir os riscos de acidentes, além de
estabelecer diretrizes para a rotulagem de produtos de forma a reduzir os riscos do
manuseio, da
armazenagem e do transporte.
NR – 27 Registro Profissional do Técnico em Segurança do Trabalho no Ministério do
Trabalho: é uma norma que tem como objetivo único estabelecer os requisitos para o
registro desse profissional. Quando essa norma foi criada, seu objetivo foi estabelecer o
parâmetro de referência para registro do técnico em segurança do trabalho em caráter
provisório até a criação de um conselho de classe, o qual ainda não existe. Portanto, fica
ainda obrigatório o registro deste profissional no MTE para que possa exercer a profissão.
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NR – 28 Fiscalização e Penalidades: será nesta norma que você poderá verificar como
serão os procedimentos adotados pelos agentes de fiscalização, valores de multas por
descumprimento de regras de segurança e prazos a serem definidos em caso de
autuação.
NR – 29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: esta norma é especifica para os
trabalhos portuários e ela estabelece parâmetros específicos para dimensionamento do
serviço de segurança do trabalho e CIPA, que aqui tem nomes bem distintos que são
Serviço de Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário – SESSTP e Comissão de
Prevenção de Acidentes do Trabalho Portuário – CPATP.
NR – 30 Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: esta norma se destina
especificamente a trabalhos em embarcações comerciais utilizadas no transporte de
mercadorias e passageiros na navegação marítima.
NR – 31 Segurança e Saúde do Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura,
Exploração Florestal e Aqüicultura: esta norma trata de forma bem clara os riscos e as
medidas preventivas a serem adotadas para os trabalhadores exposto à atividade
apresentada.
NR – 32 Segurança e Saúde no Trabalho nos Estabelecimentos de Saúde: esta norma
trata as diretrizes de segurança para trabalhos na área hospitalar e laboratórios.
NR – 33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados: esta norma tem como
objetivo definir diretrizes básicas a serem tomadas para avaliação dos ambientes de
trabalho que podem ser considerados como espaços confinados, permitindo tomar ações
preventivas para neutralizar os riscos nos trabalhos neste tipo de ambiente. Estabelece,
ainda, cursos e treinamentos que devem ser ministrados aos profissionais para realização
de trabalhos nesses locais.
Para
acessar
as
Normas
Regulamentadoras
na
íntegra,
acesse
http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras.
Para finalizarmos esta unidade, estudaremos o Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP de acordo
com Chaves (2003, p.1–16). Trata-se de um documento que relata a vida laboral do trabalhador no
que diz respeito à exposição ou não a agentes agressivos a sua saúde. O
preenchimento desse
documento tem como base as informações presentes no PPRA e PCMSO. É um documento dinâmico
que requer uma atualização constante, pois ele visa estabelecer o perfil profissiográfico do
trabalhador, ou seja, um histórico da vida laboral no aspecto de segurança e saúde ocupacional.
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O PCMSO é um programa que tem por finalidade o controle e o monitoramento da saúde do
trabalhador, além, é claro, das outras situações que fazem parte do PCMSO, conforme estudamos na
Unidade 2.
Já o PPRA é um programa que tem por finalidade principal levantar ou analisar as condições de
exposição a agente agressivos à saúde. Essas informações servirão como base para o
desenvolvimento do PCMSO, pois, neste momento, o PPRA norteará as ações em relação ao
cumprimento da legislação.
Este documento serve para o trabalhador requerer benefícios previdenciários principalmente para a
comprovação de exposição a agentes insalubres que poderá gerar o benefício da aposentadoria
especial, que consiste na redução dos prazos para aposentar. Esse documento é de preenchimento
obrigatório pela empresa.
Neste momento, você deve estar se questionando: terei que decorar todas
essas normas leis e programas? E a resposta é não, porque o importante ou
objetivo de
apresentar a você todo esse conteúdo é para demonstrar que
para cada situação ou ambiente existem normas relativas à segurança e à
saúde do trabalhador que devem ser cumpridas. Em muitas empresas, será
você, futuro Gestor de RH, o profissional responsável por coordenar os
trabalhos da área de segurança e saúde no trabalho. Vale aqui chamarmos
a atenção para que você se lembre do nível de detalhamento das NR’s,
como exemplo a NR-24, que tem um item que trata da importância da água
potável no ambiente de trabalho.
Com esse exemplo, percebemos como podem ser minuciosas algumas
normas, requerendo bastante atenção em sua leitura e interpretação, pois,
assuntos que parecem óbvios e sem muita importância podem ser
considerados relevantes em algumas normas.
Na próxima unidade, você irá estudar a inter-relação entre as normas apresentadas,

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