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RESUMO DOENÇAS PARASITÁRIAS COMPLEXO TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA (TPB) AGENTES CAUSADORES NO BRASIL: Babesia bovis; Babesia bigemina; Anaplasma marginale SINAIS CLÍNICOS: febre, anemia, hemoglobinemia, hemoglobinúria e em muitos casos, morte. CICLO: No intestino do carrapato os parasitos se transformam em gametas que se fundem dando origem a merozoítos que invadem a hemolinfa e iniciam ciclos de fissão múltipla nos diversos órgãos da fêmea ingurgitada, inclusive ovário. Quando as larvas infectadas começam a se alimentar nos bovinos, a multiplicação continua nas células epiteliais das glândulas salivares, originando os esporozoítos que são inoculados pela saliva. Os esporozoítos invadem os eritrócitos, transformam-se em trofozoítos que por fissão binária dão origem a dois merozoítos que rompem a célula e invadem outras. A doença clínica é relacionada a ciclos repetidos de invasão e multiplicação dos protozoários em eritrócitos do hospedeiro, seguidos de lise eritrocitária e invasão de outros eritrócitos. Tem sido observado que, na infecção por B. bovis em bovinos, ocorre seqüestro de eritrócitos parasitados nos capilares da substância cinzenta do encéfalo. Isso provoca eventos químicos e imunológicos que induzem uma manifestação clínica distinta, caracterizada por sinais neurológicos e conhecida como babesiose cerebral. ANAPLASMA SPP SINAIS CLÍNICOS: Febre, anemia severa, perda peso e produção leiteira, aborto. TRANSMISSÃO: Carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus; Dípteros hematófagos (vetores mecânicos): Stomoxys calcitrans, Haematobia irritans e Tabanus spp. FATORES DE RISCO: Densidade animal (60 dias); Estado imunológico; Idade (jovens adoecem menos); Primoinfecção em adultos; Raça; Infecções concomitantes CONSEQUÊNCIAS: Mortalidades; Abortos; diminuição da produção de carne e leite; perdas de potencial de produção; restrições comerciais; Controle de carrapatos. DIAGNÓSTICO: Temperatura retal > 39°C, Esfregaço sanguíneo (*B. bovis baixa parasitemia X B. bigemina alta), RIFI (alta sensibilidade e especificidade), teste sorológico de referência anticorpos anti-B. bovis (a partir da diluição 1:320), PCR. CONTROLE: Quimioprofilaxia como método de proteção de curto prazo contra babesiose em casos particulares: residência temporária de animais suscetíveis em uma área infectada (ex: shows agrícolas); quando vacas prenhes estão em risco; durante surtos de doenças; proteção contra doença clínica por 4 semanas no caso de B. bovis, 8 semanas no caso de B. bigemina; Animais têm que ser expostos a desafio natural neste período! TRIPANOSSOMÍASES EM RUMINANTES TRYPANOSOMA SPP.: Hemoparasitos flagelados. Infectam todas as classes de vertebrados e gênero podem ser transmitidos por diversos vetores (invertebrados hematófagos). Filo Sarcomastigophora>Classe Zoomastigophorea>Ordem Kinetoplastida>Família Trypanosomatidae. Duas seções (modo de transmissão e desenvolvimento nos vetores):Salivaria e Stercoraria Principais espécies de importância médicoveterinária: T. vivax, T. evansi, T. equiperdum, T. theileri e T. cruzi. T. theileri :cosmopolita (em todos os continentes onde há presença de bovinos); infecção latente (portadores sãos); transmitido por Tabanídeos e R. microplus; apatogênico- oportunista (associado a infecções por Anaplasma, Babesia ou Theileria). T. evansi: ampla distribuição nas Américas; “Mal das Cadeiras” ou “Surra”; equinos são os principais acometidos, seguidos pelos bovinos, doença pode ser rapidamente fatal em cães e equinos, mas pode ser branda em asininos, bovinos caprinos e ovinos. T. vivax: Hospedeiros: bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos; Reservatórios silvestres: cervídeo, coelho silvestre e porco selvagem. Mais patogênico e responsável pelas maiores perdas em rebanhos bovinos. TRNSMISSÃO DO T. vivax: Mecânica( mosca e tabanídeos, e fômites) PATOGENIA E SINAIS CLÍNICOS: Anemia, leucopenia, febre, lacrimejamento, palidez mucosas. Mecanismos da anemia: Hematopoiese insuficiente; Hemólise extra- vascular (Deposição de Complexos Imunes e Secreção de enzimas (neuramidases, fosfolipases e proteases)). Meningoencefalite e malácia, aborto, perturbação do ciclo estral, retenção placentária, mortalidade, Transmissão transplacentária causa sérias consequências para o feto; Infecção reduz a capacidade de fertilização dos espermatozoides causando infertilidade temporal ou permanente e, em alguns casos, à esterilidade. MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO: Resposta Imune Celular ou Humoral= glicoproteínas variáveis de superfície (VSG)> Ondas de parasitemia>Anticorpos>Lise: Ac + C>Ativação LB>IgM e IgG1>Remoção dos parasitos; Remoção de imunocomplexos; Neutralização de produtos dos parasitos. DIAGNÓSTICO: Clínico: Confundido com babesiose, anaplasmose, theileriose, raiva, intoxicação por plantas . Histórico do rebanho, epidemiologia da região; Coordenação adequada entre o veterinário responsável e o laboratório de diagnóstico, definir a melhor amostra e o melhor teste para cada situação. Diretos: Esfregaços sanguíneos corados; Técnica de Woo do microhematócrito; Técnica do Buffy Coat; Contagem de tripomastigotas; PCR; Indiretos: RIFI (Reação de Imunofluorescência Indireta); ELISA ; EPIDEMIOLOGIA: idade, estado nutricional, condições de estresse, infecções intercorrentes e cepas envolvidas; associação temporal entre a estação das chuvas e aumento na prevalência; altas parasitemias nos reservatórios, alta densidade de moscas, alta susceptibilidade da maioria dos receptores e contato próximo entre receptores e doadores do parasito. TRATAMENTO E CONTROLE: Agentes quimioterapêuticos ou quimioprofiláticos; uso de raças resistentes (tripanotolerantes); redução do contato entre rebanhos e reservatórios silvestres e domésticos; controle de insetos vetores por meio de drogas pour on e armadilhas impregnadas com inseticidas. É muito importante eliminar a possibilidade de transmissão iatrogênica, utilizando agulhas específicas para cada animal; Deve-se prestar atenção ao controle da mosca, especialmente em épocas do ano em que a população aumenta. Toxoplasmose felina 3 estágios infecciosos: taquizoítos, bradizoítos (dentro de cistos teciduais) e oocistos (nas fezes de felinos). Taquizoíto: aspecto morfológico de arco; rápida multiplicação; durante a fase aguda ou proliferativa da infecção; causa danos e disseminação nos tecidos do hospedeiro; desenvolvem-se em em todos os tipos de células do hospedeiro - exceto He. Cisto: Forma de resistência nos tecidos; contém bradizoítos; estágio de lenta multiplicação; encontrado em vários geralmente durante a fase crônica. Bradizoítos (cisto): morfologia ~ taquizoítos; menos susceptíveis à quimioterapia eficaz contra taquizoítos; resistentes à digestão por ácido clorídrico e pepsina; seu local em tecidos do hospedeiro imunossuprimido de importância clínica. Oocisto: forma infectante, produzida no intestino de felídeos não imunes; forma ovalada, parede dupla bastante resistente; eliminado nas fezes (não esporulado); Esporulação após 1 a 5 dias – exposição ao ar e umidade → 2 esporocistos com 4 esporozoítos. Heteroxeno facultativo; HD: felídeos; HI: todos os animais de sangue quente; 2 fases: Sexuada ou ciclo enteroepitelial - somente nas células epiteliais do intestino de gatos e de outros felídeos; Assexuada - ocorre nos linfonodos e tecidos extraintestinais de vários hospedeiros, incluindo o gato. Toxoplasma gondii: Protozoonose - provoca sérios danos ao feto, tanto nos homens como nos animais: consumo de carnes cruas/malcosidas. Humano - parasita infecta a placenta e, posteriormente, o feto pode apresentar lesões severas como hidrocefalia, calcificações cerebrais, retinocoroidite e desordens convulsivas. Rotas de Infecção: Horizontal → ingestão de oocistos infectantes do ambiente; Horizontal → ingestão de cistos teciduais contidos na carne crua ou mal cozida proveniente de animal infectado/ leite materno; Vertical →transmissão transplacentária de taquizoítos Ciclo enteroepitelial (felídeo): : Gato infecta pela ingestão de microrganismo encistado > Parede do cisto é digerida < Libera esporozoítos no TGI < Penetram a parede < multiplicam-se < forma taquizoítos < esplha por todos os órgãos. Ao mesmo tempo o parasito reproduz sexualmente na parede do intestino formando merosoítos < tem a formação dos oocistos<oocistos excretados pelas fezes. A medida que o animal produz uma resposta imune, essa eliminação e detida, e os taquizoitos reproduzem lentamente modulando em bradizoitos (forma mais lenta de reprodução)que forma cistos teciduais pelo corpo do animal. Sinais Clínicos em gatos: depressão, anorexia, febre seguida por hipotermia, efusão peritoneal, icterícia, dispnéia. Diagnóstico Parasitológico: flutuação - oocisto fezes. Diferencial: Isospora; Tratamento: Embora os meios de tratamento sejam variados, não há um que seja capaz de eliminar por completo a toxoplasmose e, por isso, casos de recorrência são relativamente comuns nos animais que já foram previamente infectados pela doença. PRINCIPAIS HELMINTOS de cães e gatos Angiostrongylus vasorum: parasitas adultos → irritação mecânica endotélio arterial → problemas circulatórios; ovos, larvas e adultos → processos inflamatórios pulmonares, pneumonia, que vão de moderados a graves; processos tromboembólicos pulmonares; migrações erráticas observadas nos rins, cérebro, olhos, artéria femoral e bexiga. Sinais clínicos: dispnéia, tosse, emagrecimento, anemia, pneumonia, insuficiência cardíaca congestiva, lesões cutâneas. Dirofilaria immitis: distribuição cosmopolita, zoonose (homem: dirofilariose pulmonar); Maior frequência em áreas litorâneas mas também encontrado em outras áreas; Patogenia em Cães: Parasita adulto, associado à sua localização, excreção e secreção. Quadro clínico três classes: Classe I – subclínico (assintomático) – relacionada à chegada das L5 nas artérias pulmonares, com pequenas alterações na parede das artérias e no parênquima pulmonar. Classe II – doença moderada – aumento das artérias pulmonares, opacidade pulmonar difusa, aumento da câmara cardíaca direita, anemia. Classe III – agravamento das lesões observadas na classe II, manifestando doença grave. Pode estar associada a complicações após tratamento adulticida. Forma clínica mais grave = Síndrome da Veia Cava Caudal relacionada com cerca de 100 parasitas adultos pode levar à morte em poucas horas Patogenia Gatos: quadro pulmonar agudo na chegada das L5 nas artérias pulmonares, mimetizando a asma brônquica. No estádio adulto os sinais regridem. Morte dos parasitas causa processo inflamatório intenso do parênquima pulmonar (Síndrome do Sofrimento Respiratório Agudo); Pode levar à morte. Diagnóstico: Histórico e origem dos animais; Laboratorial: testes antigênicos (anticorpos específicos) – ELISA microfilárias circulantes - exame direto de sangue fresco ou pela técnica modificada de Knott exame ecodoplercardiográfico - formas adultas exames radiográficos e eletrocardiográfico - úteis no tratamento e acompanhamento geral do animal. Tratamento e Profilaxia: Larvas de Toxocara canis, T. cati, Ancylostoma caninum, A. brasiliense: migração pelo parênquima pulmonar de cães e gatos - assintomáticos. Infecções maciças causam lesões e reação inflamatória do parênquima pulmonar. Ocorre em filhotes = tosse e taquipnéia, infecção bacteriana secundária, exigindo tratamento antibiótico. Exame de fezes pode não revelar ovos e hemograma pode manifestar eosinofilia. Spirocerca lupi: Esôfago, estômago e aorta de cães; Adultos dentro de nódulos fibrosos na parede destes órgãos (possível migrações erráticas); Sinais Clínicos: crescimento de nódulos no esôfago e próximo ao cárdia do esôfago, obstrução parcial, disfagia e desconforto gástrico com regurgitação e vômitos; Sinais neurológicos Diagnóstico: Ovos nas fezes (métodos comuns); Ovos em conteúdo de vômitos/regurgitos; Raio X: nódulos. Tratamento e Profilaxia: recolhimento rotineiro das fezes; combate aos HI e HP; Enterites Parasitárias: Animais de companhia: parasitos intestinais, bactérias e vírus. Representam riscos a saúde humana por serem agentes de zoonoses. Parasitos helmintos podem favorecer aparecimento de enterite purulenta → lesões mecânicas → defeitos na mucosa → invasão secundaria por bactérias piogênicas. Perda intestinal de proteína = hipoalbuminemia. Principais agentes isolados em cães que apresentam quadro diarreico: nematódeos ascarídeos (Toxocara canis), ancilostomídeos (Ancylostoma caninum),tênias (Dipylidium caninum). Ingestão de ovos (maioria): Ingestão de água ou alimento contaminados e/ou larvas de terceiro estádio no ambiente. Penetração ativa de larvas na pele do animal (Ancylostoma, Dirofilaria, Strongyloides). Ingestão de HI (pulgas, piolhos, roedores) - larvas encistadas nos tecidos. Passagem de larvas mãe-filhotes Vias transplacentária e/ou mamária (Ancylostoma, Toxocara, Strongyloides) Problemas causados: Comprometimento digestão/absorção nutriente, Anorexia; Perda peso; Fraqueza; Pelagem; Aumento de volume abdominal; Dor abdominal; Vômitos, diarréia; Obstrução intestinal; Anemia; Morte Ancylostoma spp. Cães - Ancylostoma caninum Gatos - Ancylostoma braziliense Larva migrans cutânea no homem; L3 penetram pele/mucosa → ficam em latência na musculatura. Cadelas periparto (ação esteróides sexuais) → se reativam → barreira placentária e glândula mamária. Alguns insetos podem transportar L3 durante algum tempo Patogenia: Espoliação sanguínea (principal), Irritação pele (penetração); Úlceras mucosas (fixação adultos); Quando animais desenvolvem resistência → mudança parasito = alimentam-se de mucosa! Jovens: diarréia sanguinolenta e anemia → morte. Profilaxia: Localizar e eliminar fontes de infecção: tratamento dos infectados, higiene ambiental, manejo dos animais (evitar áreas onde as larvas possam sobreviver; evitar infecção pelo carnivorismo de HP). Toxocara sp.: Cães - Toxocara canis Gatos - Toxocara cati Cães e Gatos - Toxascaris leonina Intestino delgado: alimentam-se de produtos pré-digeridos (aminoácidos, vitaminas e oligoelementos). No homem: Larva Migrans Visceral e L.M. Ocular. Ciclo complexo - 4 vias transmissão: oral, transplacentária, lactogênica e por HP. Imunidade adulto → migração para diversos tecidos (latência); Fêmeas a partir 42º dia gestação = ação hormonal reativação das larvas →infectam feto (ficam no fígado). HP: roedores, répteis e pássaros. Patogenia: Lesões hepáticas e focos pneumônicos; Obstrução intestinal; Ação irritante parasito = vômito e diarréia; Quadros agudos → penetração canais pancreáticos ou biliares; Competição por nutrientes; Sinais neurológicos (toxinas parasitárias, irritação terminações nervosas intestinais, sensibilização do SNC pelas larvas erráticas). Diagnóstico: ovos nas fezes (sedimentação), Formas adultas (fezes/vômitos) Controle: tratamento precoce (contaminação ambiental) → iniciado aos 14 dias de vida, repetido a intervalos de 3 a 4 semanas até 3 meses de idade. Cadela deve ser tratada simultaneamente.Controle de cães vadios e cuidados higiênicos quando do contato com ambientes potencialmente contaminados. Dipylidium caninum: cães e gatos; Distribuição cosmopolita; infecção em humanos pode ocorrer – crianças (ingestão acidental de pulgas); HI: Ctenocephalides felis, C. canis e Pulex irritans; piolhos mastigadores Trichodectes canis. Patogenia: Infecções maciças: irritação da mucosa com enterite; saída ativa da proglote pelo ânus → prurido na região perianal Diagnóstico: encontro de cápsulas ovígeras nas fezes, Métodos de flutuação; Métodos de sedimentação. Visualização de proglotes ativas nas fezes ou na região perianal. Trichuris vulpis: cão T. campanula e T. serrata – gato Ceco; alimentam-se de líquidos tissulares, células epiteliais e sangue, Ovos bioperculados, muito resistentes; L1 no ovo = INFECTANTE, Adultos encravados na mucosa cecal; Patogenia: Infecção geralmente leve e assintomática; Enterites; Diarréia com sangue; Vômitos; Inflamação mucosa cecal. Diagnóstico: encontro de ovos nas fezes pelos métodos de flutuação e de sedimentação; Medidas de prevenção de helmintos: Tratamento dos animais infectados, repetido num intervalo de 21 a 30 dias conforme o ciclo biológico e o grau de infecção de cada animal. Medidas de higiene: minimizam as possibilidades de transmissão. Isolamento de áreas e ambientes contaminados. Higiene dos canis e solo para evitar manutenção de ovos, larvas e HI e HP. Controle de cães vadios – guarda responsável e controle populacional. Alimentação baseada em rações comerciais. Evitar a predação de HI ou HI. Recolhimento imediato das fezes no ambiente doméstico e nas ruas. Privilegiar a ação da luz solar sobre as excreções (fezes e urina) dos cães e gatos –adestramento ou área de defecação e micção padronizadas dentro do canil ou da casa.
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