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Vitor Marinho da Costa 1 Vitor Marinho da Costa s Terça-feira 24/07/2018 1. INTRODUÇÃO: • Para obtermos uma compreensão sobre os materiais dentários, devemos iniciar adquirido conhecimento básico das estruturas moleculares e seu comportamento durante o manuseio na cavidade oral. • O desempenho de todos os materiais dentários, sejam materiais cerâmicos, plásticos ou metálicos, está baseado em sua estrutura anatômica. • As reações físicas e químicas dos átomos em conjunto determinam as propriedades de um material. • Os matérias usados tem por finalidade substituir o tecido, logo ele deve ser bem parecido com o esse dado tecido, no entanto não existe em odontologia um material tão bom quanto o material original, o que explica o porquê de a odontologia caminhar em direção a prevenção. • Na odontologia restauradora, quando um material ganha muito em uma característica, ele perde em outro. É o que geralmente acontece entre a resistência e a estética. Vitor Marinho da Costa 2 Vitor Marinho da Costa 2. TIPOS DE MATERIAIS: • Materiais metálicos – São formados pela união de átomos metálicos. • Materiais orgânicos – Quando há a presença de átomos de carbono. • Materiais poliméricos – União de monômeros. • Materiais cerâmicos – União de átomos metálicos e não metálicos. • Os materiais metálicos são os principais materiais utilizados na odontologia moderna. • Os materiais orgânicos, como o ionômero de vidro. É importante lembrar que substancias orgânicas degradam. • Os materiais poliméricos são bastante utilizados em dentistas, sendo um dos principais materiais utilizados para restaurações. São as chamadas resinas compostas. • Os materiais cerâmicos são formados basicamente por matérias minerais e são encontradas em lentes de contato. 3. ESTADOS DA MATÉRIA: • Sólido, líquido e gasoso. 4. ESTADO DA MATERIA – SÓLIDOS: • Estrutura cristalina – Há a formação de uma grade espacial ou cristal. Apresentam propriedades físicas e mecânicas previsíveis. • Estrutura amorfa – Não há formação de uma grade especial definida. As moléculas são distribuídas aleatoriamente. • O estado sólido da matéria pode ser diferenciado em duas formas (cristalina e amorfa). As formas cristalinas apresentam uma forma espacial bem definida, diferente da forma amorfa. Nas formas cristalinas se torna mais fácil de sabermos o que vai acontecer com elas (Ex: Vidro quando se joga uma pedra), já os outros materiais dependem de variações, como a temperatura para acompanharmos seu comportamento. • Vidro é uma espécie de cerâmica (vidro cerâmico). 5. DIFUSÃO: • Adsorção – Processo onde um líquido ou gás irão se aderir firmemente à superfície de um sólido ou liquido através de interações moleculares. • Absorção – É a presença de uma substancias dentro de outra por difusão. • Sorpção - É a somatória da adsorção e da absorção. Vitor Marinho da Costa 3 Vitor Marinho da Costa • Vamos entender o comportamento da difusão dos materiais? E seus três principais tipos? • Tipos de difusão: Adsorção, absorção e sorpção • ADSORÇÃO é ficar grudado, como o que acontece com a água na mão molhada, mesmo quando virada com a palma para baixo, um pouco de água continua na superfície. • ABSORÇÃO é PENETRAR, como o que acontece com os hidratantes corporais e com uma esponja molhada. • SORPÇÃO é a união da ABSORÇÃO e da ADSORÇÃO. Quando usamos uma material parte dele pode ser absorvida e outra parte pode adsorver. • Os materiais usados em odontologia restauradora sofrem SORPÇÃO. É por isso que todo material odontológico usado na boca do paciente não dura para sempre. • É importante entender que os materiais usados em odontologia restauradora entram em contato constante com a saliva, o que causa degradação dos mesmos. Quando são realizadas pesquisas em matérias, costuma-se guardar o material na água, pois ela simula envelhecimento • ATENÇÃO: A adsorção só acontece entre líquidos e gases em sólidos e líquidos? 6. UNIÃO: • Quando duas substancias são postas em contato íntimo, as moléculas de um substrato se aderem ou são atraídas pelas moléculas do outro substrato. • Moléculas iguais – Coesão. • Moléculas diferentes- Adesão. • Em odontologia restauradora a união é o processo mais procurado, possuindo dois tipos: COESÃO e ADESÃO. • A união de moléculas iguais é chamada de coesão e a união de moléculas diferentes são chamadas de adesão. A odontologia restauradora usa muito da ADESÃO. 7. UNIÃO – TIPOS DE ADESÃO: • Adesão – Atração molecular ou atômica entre duas susperficies que se tocam, causanda pela força de atração interfacial existente entre as moléculas ou átomos dos dois materiais. • Adesão mecânica – Obtida através de retenções mecânicas e não de atração molecular. Vitor Marinho da Costa 4 Vitor Marinho da Costa • A adesão, teoricamente, acontece por atrações moléculas e atômicas que acontecem entre superfícies diferentes, no entanto nem sempre essa atração acontece. Dessa forma utilizamos de retenções mecânicas, irregularidades nas superfícies, para que os materiais se grudem, a esse processo chamamos de ADESÃO MECÂNICA (onde não existe atração molecular). 8. MOLHABILIDADE: • Molhamento – é a capacidade de escoamento de um líquido, para preencher as irregularidades do substrato, promovendo a união com outro substrato. • Quanto maior a capacidade de um liquido de escoar por um sólido e preencher as irregularidades, maior é a sua molhabilidade. Maior é a capacidade de adesão. • Materiais HIDROFÍBICOS tem maior molhabilidade que os materiais hidrofóbicos. 9. PROPRIEDADES FÍSICAS: • Ópticas, térmicas, elétricas e mecânicas. • Em todos os materiais encontramos as propriedades: Ópticas, térmicas, elétricas e mecânicas. 10. PROPRIEDADES TÉRMICAS: • Condutibilidade térmica – É a quantidade de calor (caloria/s) que atravessa um corpo de 1 cm de espessura e 1cm2 de área, quando a diferença de temperatura é de 1°C. • Condutores – São materiais com alta condutividade térmica. • Isolantes – São materiais com baixa condutividade térmica. 11. COEFICIENTE DE EXPANSÃO TÉRMICA: • É a mudança do comprimento de um material, induzido por alterações de temperatura. Vitor Marinho da Costa 5 Vitor Marinho da Costa • Na medida em que um material acumula energia ele pode DISTENDER ou CONTRAIR. • A maioria dos matérias restauradores acumulam energia e tendem a expandir. • Existem dois matérias na natureza que quando aquecidos apresentam um comportamento diferente: Água e Mercúrio. • O ideal é se ter um material com coeficiente de expansão próximo ao do dente e do esmalte. • Qual o problema de se utilizar um material restaurador com elevado coeficiente de expansão térmica? • Com contínuos movimentos de expansão e contração o dente pode vir a fraturar. 12. PROPRIEDADES ELÉTRICAS: • Condutibilidade ou resistência elétrica – É a capacidade de um material conduzir corrente elétrica. • Quanto a condução de eletricidade os materiais podem ser condutores ou isolantes. 13. GALVANISMO: • Pilha galvânica. • Não é incomum ouvirmos falar de pacientes com restaurações metálicas que sentiram choque ao encostarem o garfo na restauração. Isso é explicado pelo fenômeno do galvanismo, onde acontece uma geração de energia na boca do paciente, causando choque. • Pilha galvânica é quando existem metais diferentes, compotenciais iônicos diferentes em um meio salino (saliva, por exemplo), onde se cria uma diferença de potencial e acontece movimentação de elétrons de um lado para o outro da pilha. Acontece de um lado a oxidação (perde massa) do metal e a redução (ganha massa) do outro 14. PROPRIEDADES MECÂNICAS: • As propriedades mecânicas são importantes na compreensão e previsão do comportamento dos materiais submetidos a carga. Vitor Marinho da Costa 6 Vitor Marinho da Costa • As propriedades mecânicas influenciam no nosso trabalho de forma mais direta que as propriedades elétricas e térmicas. Uma vez que elas estão relacionadas a resistência quando submetidos à força. 15. TENSÃO: • É a força por unidade de área que atua em milhões de átomos ou moléculas em um dado plano de um material submetido a uma aplicação de carga (É uma força aplicada sobre os átomos de um material). • Sempre que uma tensão estiver presente, uma deformação será induzida. • Quando se aplica uma forma em um dado material, as moléculas que o compõem reagem a essa força na mesma direção, mesma intensidade e em sentidos opostos. • A tensão pode causar deformação da superfície (Ex: quebrar uma parede). • Tensão é uma força aplicada em uma superfície. 16. TENSÃO DE TRAÇÃO: • É causado por uma carga que tende a esticar ou alongar um corpo. Uma tensão de tração está sempre acompanhada de uma deformação de tração. • É a tensão que acontece quando se tenta separar as moléculas de um material, isto é, esticar um material. A tensão de tração acontece quando abrimos a boca, por exemplo. 17. TENSÃO DE COMPRESSÃO: • Se um corpo é colocado sob uma carga que tende a comprimi-lo ou encurta-ló, a resistência interna a esta carga é denominada tensão de compressão. • É a tensão causada na tentativa de aproximar as moléculas. • É a tensão que mais acontece na boca, visto que estamos sempre apertando com os dentes. Vitor Marinho da Costa 7 Vitor Marinho da Costa 18. TENSÃO DE CISALHAMENTO: • É aquela que tende a resistir ao deslizamento de uma porção de um corpo sobre outro. Podem também ser produzidas pela torção de um material. • Diz respeito a rasgar, deslizar um material sobre o outro na tentativa de separar as moléculas que os unem. • Ex: Imagine uma folha de papel, puxando a dos dois lados percebemos que ela é resistente a tração. Quando amassada percebemos que ela é fraquíssima a compressão. Rasgando a folha percebemos que ela é fraca ao cisalhamento. • A força mais deletéria que existe dentro da boca é a de cisalhamento. • Como isso influencia no material? Esse tipo de tração funciona como um teste final para avaliar a resistência de um material. Se o material rasga, significa que ele não é tão resistente. 19. PROPRIEDADES MECANICAS: • Deformação (variação de comprimento por unidade de comprimento) – é a deformação relativa de um objeto submetido a uma tensão. • Deformação elástica – É revesível, após a remoção da força, o corpo voltará a sua forma original. • Deformação plástica – Representa uma deformação permanente do material, após a remoção da força, o corpo irá apresentar outra forma. • Alguns materiais deformam com maior dificuldade que outros. • A deformação elástica é reversível, como o que acontece com uma MOLA. • Existem materiais que apresentam os dois tipos de deformação. • A força é aplicada e então acontece a deformação do material, que vai até certo ponto. Passado desse ponto, a fratura ou rompimento do material acontece. 20. PROPRIDADES MECANICAS – FRIABILIDADE: • Inabilidade relativa de um material ser deformado plasticamente. • Modulo de elasticidade – friabilidade e dureza. • Materiais duros são normalmente muito friáveis. Vitor Marinho da Costa 8 Vitor Marinho da Costa • Friabilidade é a falta de habilidade de um material em ser deformado plasticamente. • O modulo de elasticidade de um material está relacionado com a sua dureza e com a sua Friabilidade. Qual a implicância disso? Quanto maior o módulo de elasticidade, mais difícil de sofrer deformação. • EXEMPLO: Imagine se dobrarmos um vidro. Certamente ele rapidamente se quebrará, sem que percebamos nenhuma dobradura em sua extensão, o que nos permite dizer que esse material possui um alto módulo de elasticidade. Qualquer deformação gerada no vidro ele se rompe, chegando ao ponto de fratura muito rápido. • O modulo de elasticidade dita se um material consegue receber tensão e de deformar ou não, sofrendo assim fratura. • O vidro é muito friável? Sim ele rompe muito e deforma pouco. 21. RESILIÊNCIA: • É a quantidade de energia absorvida por uma estrutura quando esta é tensionada até o seu limite proporcional, ou seja, é a resistência a deformação permanente (deformação plástica). • Resiliência é a capacidade de um material, de receber energia (tensão) e não deformar ou se deformar pouco ou não romper. • Em odontologia, eu quero que os materiais sejam resilientes? Depende dos casos e dos materiais. 22. VISCOSIDADE: • É a medida da consistência de um fluido e sua incapacidade de escoamento. • Materiais de estrutura amorfa são líquidos “super-resfriados” (ceras e resinas). • Tixotropismo é capacidade que o material tem de escoar sobre pressão ou vibração. Vitor Marinho da Costa 9 Vitor Marinho da Costa • Uma substancia viscosa é aquela que se aproxima de um sólido. Ela escoa, porém com muita dificuldade. • Entre água, mel e óleo. O meu é o mais viscoso. • Líquidos super-resfriados são sólidos amolecidos. Sólidos que conseguimos dar forma. • Alguns materiais são bastante tixotrópicos, sendo duros de se trabalhar, porém quando colocados sob vibração se tornam moles e fáceis de esculpir. 23. DUREZA: • Existem diversos tipos de dureza superficial. A maioria é baseada na capacidade da superfície do material de resistir a penetração. • Dureza de Brinell – Empregado para determinar dureza de METAIS – uma esfera de aço é prensada com uma carga especifica sobre superfície polida do material. É mensurado o diametro da penetração. • Dureza de Vickers - Emprega o mesmo principio do teste de Brinelli, porem utiliza uma pirâmide com base quadrada para materiais friáveis. • Dureza de Knoop – Utilizada um penetrador de diamantes com configuração geométrica de um losango (pirâmide alongada). Pode mensurar valores de dureza para materiais excessivamente duros ou macios. • O que é limite de proporcionalidade? É o ponto onde um material deixa de deformar elasticamente e passa a deformar plasticamente. • Dureza em mineralogia significa – A capacidade de um material em resistir a penetração. • Em odontologia treinamos a dureza de metais, cerâmica e da resina. • DUREZA DE BRINELL – Usada para medir a dureza de metais, utilizando uma esfera, na tentativa de penetrar por esse material. Após a penetração, medimos o diâmetro que foi penetrado e assim temo um valor de dureza para o dado metal. • Geralmente, quanto mais duro o metal, maior a sua Friabilidade e maior a sua dureza (menor a capacidade de ser penetrado). • DUREZA DE VICKERS – Semelhante a dureza de Brinell, porém tem uma ponta de metal piramidal utilizada para medir a dureza da resina composta (material polimérico que se comporta como uma cerâmica). Vitor Marinho da Costa 10 Vitor Marinho da Costa • DUREZA DE KNOOP – Semelhante a dureza deVickers, onde se usa uma ponta de diamante. Utilizada para medir a dureza da cerâmica, que é mais dura que o metal. • ATENÇÃO: Quanto mais próximo o imite de proporcionalidade do ponto de fratura, mais friável é o material, ou seja, menor a sua capacidade de sofrer deformação plástica. Ex: O limite de proporcionalidade do vidro e o seu ponto de fratura são muito próximos, logo ele é muito friável.
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