Buscar

CPI poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais Jus.com.br Jus Navigandi

Prévia do material em texto

03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 1/16
Este texto foi publicado no Jus no endereço
https://jus.com.br/artigos/35963 
Para ver outras publicações como esta, acesse https://jus.com.br
Comissões Parlamentares de Inquérito
poderes, limitações e respeito aos direitos e garantias fundamentais
Comissões Parlamentares de Inquérito: poderes, limitações e respeito aos
direitos e garantias fundamentais
Pierre Almeida
Publicado em 01/2015. Elaborado em 10/2014.
Análise acerca das Comissões Parlamentares de Inquérito com a
pretensão de auferir se a atuação das comissões estão em
conformidade e respeito com os direitos e garantias fundamentais
constitucionais.
RESUMO: O artigo tem por finalidade fazer uma análise acerca das Comissões
Parlamentares de Inquérito enquanto uma das funções típicas do Poder Legislativo que
tem a tarefa primordial de vigiar e controlar os negócios públicos. Para efeito de
delimitação do tema, além dos requisitos indispensáveis à sua criação, serão abordados
no presente estudo, os poderes e os limites que possuem as CPI’s durante as investigações
de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal bem como a utilização de
doutrina e legislação com a pretensão de auferir se a atuação das comissões estão em
conformidade e respeito com os direitos e garantias fundamentais previstos na
Constituição da República Federativa do Brasil.
Palavras-Chaves: Direitos e Garantias Fundamentais; Comissões Parlamentares de
Inquérito; Poderes e limitações.
INTRODUÇÃO
O Poder Legislativo possui a tarefa precípua de legislar como função típica, sendo uma
destas, fiscalizar e controlar os atos dos demais poderes, para que assim sejam evitados
excessos e irregularidades que ferem diretamente a democracia instalada no nosso
ordenamento jurídico com o advento da Constituição da República Federativa do Brasil
de 1988.
Essa competência diz respeito às atividades de administrar e julgar, sendo a primeira
vislumbrada quando o Legislativo cria cargos, define plano de carreiras dos servidores; e
a segunda quando julga seus membros, até mesmo o Presidente da República nos crimes
de responsabilidade.
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 2/16
Nesse diapasão é que surge as Comissões Parlamentares que são órgãos colegiados,
integrantes da estrutura do Congresso Nacional e das Casas Legislativas, bem como das
Assembleias Legislativas (CPIs estaduais) e Câmaras Municipais (CPIs municipais).
Entretanto, as comissões criadas pelas assembleias legislativas e câmaras municipais
devem respeitar o Artigo 58, §3º da Constituição da República Federativa do Brasil por
ser norma de observância obrigatória em respeito ao princípio do pacto federativo
previsto no Artigo 1º.
As Comissões Parlamentares de Inquérito encontram respaldo legal no Artigo 58, §3º,
CF/88 sendo utilizadas pelo Poder Legislativo para investigar fato determinado e por
prazo certo, sendo as conclusões, se for o caso, enviadas ao Ministério Público para que
este promova a responsabilidade civil e/ou criminal dos infratores.
Vale salientar que as CPI’s possuem poderes de investigação próprios das autoridades
judiciais, conforme explicita o artigo aludido, o que na pratica, demonstra certo abuso por
meio das atitudes tais como, a quebra de sigilo de dados, bancário e telefônico sem
autorização legal e prisão de depoentes e suspeitos.
Com base nisto, o presente artigo tem como objetivo analisar os limites e os poderes das
CPI’s utilizando fontes como a legislação, doutrina e jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal para poder auferir se dentro dessa limitação existe a intenção de se proteger os
direitos e as garantias fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988.
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS PREVISTOS NA CF/88 E SUA
RELAÇÃO COM AS CPI’S
A expressão direitos fundamentais encontra-se na Constituição de 1988 em seu Título I
denominado “Dos Direitos e Garantias Fundamentais” e trazem em seu seio direitos
inerentes à condição humana, como por exemplo, o direito à vida, à imagem, à
inviolabilidade do domicílio e também os meios disponíveis para efetivá-los e sob esse
prisma temos as ações constitucionais como instrumentos utilizados pelos cidadãos[1]
(#_ftn1) .
O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de que os direitos e as garantias
fundamentais previstos na CF/88 não merecem ser desprezados, devendo ser sempre
observados em qualquer hipótese[2] (#_ftn2) . Sendo assim, diante dessa necessidade,
mostra-se concreta a ideia de se impor limites aos poderes que detém as Comissões
Parlamentares de Inquérito nas suas atividades investigativas para que não haja
usurpação de direitos fundamentais.
Neste tópico, far-se-á uma análise de alguns direitos e garantias fundamentais que
possuem maior relevância em relação às CPI’s para que se tenha o devido respeito tanto a
nossa Constituição quanto aos investigados, evitando-se assim que essa tarefa
investigativa possa gerar humilhações, desavenças e constrangimentos abusivos.
 O direito ao silêncio está assegurado pelo Pacto de São José da Costa Rica em seu artigo
8º, possuindo status de norma supralegal, pois é hierarquicamente superior ao Código
Civil e ao de Processo Civil, ficando logo abaixo da Constituição[3] (#_ftn3) . Este privilégio
também está previsto constitucionalmente[4] (#_ftn4) e se traduz como um direito de
autodefesa do imputado onde este não poderá ser obrigado a produzir prova contra si
mesmo.
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 3/16
É, pois, um direito assegurado a qualquer pessoa seja ela vítima, investigado, acusado,
testemunha. Convém acrescentar que a expressão “preso” a que se refere o dispositivo
constitucional abarca qualquer indivíduo citado anteriormente, sendo para o direito
indiferente se está preso ou solto.
Sendo assim, não é permitido a nenhuma autoridade pública constranger qualquer
pessoa para confirmar fatos que possam prejudica-las, bem como é inadmissível
determinar consequências que importem malefícios a quem utilizou este legítimo direito
garantido. Essa afirmação possui entendimento pacífico no Supremo Tribunal Federal,
vejamos:
 PENAL. PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. COMISSÃO
PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - CPI. DIREITO AO SILÊNCIO.
TESTEMUNHA. AUTO-ACUSAÇÃO. LIMINAR DEFERIDA PARA
DESOBRIGAR A PACIENTE DA ASSINATURA DE TERMO DE
COMPROMISSO. PREJUDICIALIDADE SUPERVENIENTE. I - É
jurisprudência pacífica no Supremo Tribunal Federal a possibilidade do
investigado ou acusado permanecer em silêncio, evitando-se a auto-
incriminação. II - Liminar deferida para desobrigar a paciente da
assinatura de Termo de Compromisso. III - A realização da oitiva,
garantidos os direitos da paciente, implica a prejudicialidade do feito. IV -
HC conhecido e julgado prejudicado[5] (#_ftn5) .
Portanto, apesar de o direito ao silêncio alcançar as testemunhas, estas podem abster-se
de revelar ou confirmar fatos que lhes tragam prejuízo, mas possuem o dever de
comparecer ao interrogatório, responder ao que for indagado e dizer somente a
verdade[6] (#_ftn6) .
Igualmente relevante destacar outro direito fundamental resguardado pela Constituição,
qual seja a assistência técnica do advogado [7] (#_ftn7) que consiste em determinar que os
advogados se façam presentes e estejam participando dos procedimentos judiciais e
administrativos. No âmbito das Comissões Parlamentares de Inquérito, esses
profissionais devem participar das investigações oferecendo as orientações necessárias
aos seus clientes e até mesmo vir aintervir diretamente caso haja claro desrespeito à lei
ou à Constituição.
Assim, tem o advogado a prerrogativa de cuidar da defesa técnica do seu cliente de
maneira pura para que exista o cumprimento do seu mandato profissional de forma a
satisfazer os interesses daquele que o constitui como patrono.
Por último, o texto constitucional também traz o direito ao sigilo profissional [8] (#_ftn8)
como um fator indispensável para determinadas categorias de profissionais. Tal direito se
justifica no sentido de que deve haver confiança e sigilo entre as partes enquanto houver o
desempenho da profissão, sendo, portanto, perfeitamente justo o reconhecimento desse
privilégio em nosso ordenamento jurídico.
Diante deste fato, as CPI’s e nem o Poder Judiciário podem determinar a quebra do sigilo
profissional bem como é vedado à violação dos meios em que se exercite o sigilo
profissional, seja através de correspondências, documentos confidenciais e
computadores. O Supremo Tribunal Federal já se posicionou sobre esse tema e asseverou
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 4/16
que tanto testemunhas quanto os indiciados por uma CPI possuem o direito de ficar em
silêncio quando for indagado e a resposta trouxer uma possível quebra do sigilo
profissional, não podendo ser prejudicados em nenhuma hipótese [9] (#_ftn9) .
REQUISITOS PARA A CRIAÇÃO DAS CPI’S
A Constituição da República Federativa do Brasil estabelece em seu texto os limites à
atuação das Comissões Parlamentares de Inquérito, sendo imprescindível a observância
destes para que haja legitimidade em seu procedimento. É o que se depreende do exposto
no artigo 58, §3º:
Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas terão comissões
permanentes e temporárias, constituídas na forma e com as
atribuições previstas no respectivo regimento ou no ato de que
resultar sua criação.
§ 3º - As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes
de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros
previstos nos regimentos das respectivas Casas, serão criadas pela
Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou
separadamente, mediante requerimento de um terço de seus
membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo,
sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério
Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos
infratores. [1] (#_ftn1)
 
Assim, para que exista a CPI na Câmara dos Deputados, Senado Federal, legislativo
estadual ou municipal, este último em razão do disposto no artigo 29, caput, XI, CF/88, é
necessário cumprir três requisitos cumulativos: requerimento de 1/3 (um terço) dos
membros, apuração de fato determinado e prazo certo e sendo o caso, que as conclusões
sejam remetidas ao Ministério Público.
Há ainda a possibilidade de haver as chamadas CPMI’s que são comissões mistas
formadas pelas duas casas legislativas do Congresso Nacional. Neste caso, é necessário
preencher o quórum de 1/3 (um terço) em cada casa, conforme o que dispõe o artigo 21
do Regimento Interno do Congresso Nacional [2] (#_ftn2) .
Apesar de estar prevista no texto constitucional, nada impede que as CPI’s possam ser
reguladas por outras normas, é o caso da Lei 1.579/52 que dispõe sobre o tema ora objeto
de análise. Algumas observações acerca dos requisitos constitucionais para a criação das
CPI’s são pertinentes, a começar pelo quórum de instalação de 1/3 (um terço) dos
parlamentares que deve ser analisado pela Mesa Diretora da Casa respectiva no momento
do protocolo com o pedido de instauração [3] (#_ftn3) .
Esse requisito é direito das minorias legislativas em poder instaurar o inquérito
parlamentar para permitir a fiscalização da coisa pública. O Pretório Excelso já se
posicionou acerca do tema:
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 5/16
EMENTA: COMISSÃO PARLAMENTAR DE
INQUÉRITO - DIREITO DE OPOSIÇÃO -
PRERROGATIVA DAS MINORIAS
PARLAMENTARES - EXPRESSÃO DO POSTULADO
DEMOCRÁTICO - DIREITO IMPREGNADO DE
ESTATURA CONSTITUCIONAL - INSTAURAÇÃO DE
INQUÉRITO PARLAMENTAR E COMPOSIÇÃO DA
RESPECTIVA CPI - TEMA QUE EXTRAVASA OS
LIMITES "INTERNA CORPORIS" DAS CASAS
LEGISLATIVAS - VIABILIDADE DO CONTROLE
JURISDICIONAL - IMPOSSIBILIDADE DE A
MAIORIA PARLAMENTAR FRUSTRAR, NO ÂMBITO
DO CONGRESSO NACIONAL, O EXERCÍCIO, PELAS
MINORIAS LEGISLATIVAS, DO DIREITO
CONSTITUCIONAL À INVESTIGAÇÃO
PARLAMENTAR (CF, ART. 58, § 3º) - MANDADO DE
SEGURANÇA CONCEDIDO. CRIAÇÃO DE
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO:
REQUISITOS CONSTITUCIONAIS [4] (#_ftn4) .
Desta forma, a maioria legislativa não pode cercear o direito das minorias em obter a
instauração das CPI’s se houver o respeito ao quórum mínimo exigido para o
requerimento e preenchido os demais requisitos. A doutrina majoritária entende que após
a manifestação de vontade de 1/3 (um terço) dos membros, a CPI está criada, sendo um
dos seus defensores Plínio Salgado:
A criação das comissões parlamentares de inquérito se
dá mediante requerimento subscrito pelo menos por
um terço dos membros de qualquer das Câmaras do
congresso, ou de ambas, em conjunto, como está
prescrito no artigo 58, §3º, da Carta Magna em vigor.
Basta o cumprimento deste requisito, além é obvio, da
indicação de fato determinado, e a comissão será
automaticamente criada, para funcionar por prazo
certo. Ao comentar o preceito similar, da Constituição
de 1967, Pontes de Miranda enfatiza com propriedade
que ‘há o dever de criar a comissão de inquérito,
porque o art. 37 foi explicito em estatuir que se há de
criar (verbo ‘criação’), desde que o requeira um terço
ou mais dos membros da câmara ou das câmaras’. Na
espécie, o direito da minoria parlamentar (um terço),
por este mesmo aspecto, exige norma expressa na
Constituição, e daí, o acerto dos Constituintes, ao
introduzi-la no texto maior [5] (#_ftn5) .
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 6/16
Esse posicionamento é correto, pois a Constituição não tratou de nenhuma deliberação
legislativa após o requerimento dos membros para a instauração da CPI e as condições
para a sua criação estão disciplinadas no artigo 58, §3º. O Supremo Tribunal Federal
também firmou entendimento de que a sujeição do requerimento à aprovação da maioria
parlamentar causa embaraço ao exercício da atividade de fiscalização, além de violar o
direito das minorias [6] (#_ftn6) .
Também de acordo com o Supremo, é constitucional a previsão do regimento da Câmara
dos Deputados que limita a quantidade de CPI’s que podem tramitar na casa em 5 (cinco)
[7] (#_ftn7) . A justificativa está embasada no artigo 51 e incisos III e IV da Constituição
que prevê à esta casa, o direito de elaborar o seu regimento interno de modo que organize
e estruture o seu funcionamento.
O fato determinado é outro requisito imprescindível para a criação da CPI, e de acordo
com o regimento interno da Câmara dos Deputados em seu artigo 35, §1º, pode ser
entendido como
Ocorre que pode haver a ampliação do objeto da CPI desde que este alcance fatos
imprevisíveis, conforme entendimento do Ministro Joaquim Barbosa [9] (#_ftn9) . Para
que isto ocorra, basta haver o aditamento do requerimento de criação da Comissão. A
respeito do requisito fato determinado, Barbosa leciona:
A locução ‘fato determinado significa antes de uma
necessidade de fundamentação da criação de uma
determinada comissão congressual de inquérito, do
que uma restrição da matéria objeto de investigação
[10] (#_ftn10) .
Em conclusão, o fato determinado é o que motiva a investigação sendo um caso concreto,e a superveniência de um novo acontecimento relevante que seja conexo com o objeto
principal da CPI não obsta o seu transcurso normal. Vale ressaltar que cada Casa
legislativa detém a competência de criar CPI’s que digam respeito somente ao que seja da
sua alçada, não podendo interferir nem investigar matérias reservadas às outras casas.
Seguindo a dicção constitucional, outro requisito se refere ao tempo da CPI que deve ter
prazo certo, já tendo o STF se manifestado acerca do que vem a significar tal expressão
[11] (#_ftn11) . Para tanto, a Corte Constitucional checou dois dispositivos que se referem
ao tema, sedo o artigo 35, §3º do Regimento Interno da Câmara dos Deputados e o artigo
5º, §2º da Lei 1.579/52 abaixo transcritos:
Art. 35, §3º - A comissão, que poderá atuar também durante o
recesso parlamentar, terá o prazo de cento e vinte dias, prorrogável
por até metade, mediante deliberação do Plenário, para conclusão
dos seus trabalhos.
 
Artigo 5º, §2º - A incumbência da Comissão Parlamentar de
Inquérito termina com a sessão legislativa em que tiver sido
outorgada, salvo deliberação da respectiva Câmara, prorrogando-a
dentro da Legislatura em curso.
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 7/16
É notável que de um lado o Regimento Interno fala sobre o prazo máximo de 180 (cento e
oitenta) dias levando em consideração a prorrogação e, de outro, temos a lei que prevê o
encerramento da CPI no fim da sessão legislativa, podendo ser delongada até o fim da
legislatura. Desta forma, o Supremo Tribunal Federal entendeu que o marco final do
funcionamento das Comissões Parlamentares de Inquérito é o final da legislatura que é de
4 (quatro) anos.
PODERES E LIMITES DAS CPI’S: UMA ANÁLISE DA ATUAÇÃO DESSAS
COMISSÕES E O (DES) RESPEITO AOS DIREITOS E GARANTIAS
FUNDAMENTAIS
A polêmica que envolve as Comissões Parlamentares de Inquérito reside em relação aos
poderes investigativos e os limites de atuação dessas comissões. Como não há uma lista
de atribuições do Poder Legislativo em suas atividades no inquérito ocorrem divergências
entre os limites constitucionais nessa atividade e a capacidade investigativa [1] (#_ftn1) ·.
Tais divergências são solucionadas pelo Poder Judiciário que decide com base em casos
concretos o que pode e o que é vedado pelas CPI’s.
Assim, as Comissões Parlamentares de Inquérito estão limitadas pela competência, pelo
seu conteúdo e pela matéria de investigação político-administrativa [2] (#_ftn2) . Diante
desse contexto, serão apresentados no decorrer deste capítulo os entendimentos
doutrinários e jurisprudenciais já prolatados pelo STF que embasam os limites das CPI’s.
A Constituição de 1988 previu a existência das comissões temporárias e permanentes no
artigo 58, situando-se nesse mesmo dispositivo as CPI’s como um meio de exercício
investigativo do Poder Legislativo. Ocorre que no artigo 49 que trata da competência
exclusiva do Congresso Nacional, inciso X, temos:
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas
Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração
indireta; [3] (#_ftn3)
Dessa forma, as CPI’s possuem poderes amplos, mas restritos dentro da competência de
cada Casa. A expressão inscrita no artigo 58, §3º “poderes de investigação próprios das
autoridades judiciais” é criticada por alguns doutrinadores, pois não foram dados todos
os poderes que as autoridades judiciais possuem [4] (#_ftn4) . Em conclusão, podemos
afirmar que o primeiro limite da tarefa investigativa das comissões parlamentares é a
cláusula de reserva de jurisdição.
Essa reserva de jurisdição diz respeito aos atos que precisam da determinação de juízes
ou dos Tribunais. Barroso justifica esse princípio em razão da insensatez que seria:
Retirar bens e valores integrantes do elenco secular de
direitos e garantias individuais do domínio da serena
imparcialidade de juízes e Tribunais, e arremete-los
para a fogueira das paixões politizadas da vida
parlamentar [5] (#_ftn5) .
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 8/16
O que se quer afirmar com isso é que seria injusto atribuir para os parlamentares uma
prerrogativa que é em sua essência destinada aos juízes e aos Tribunais que na prática,
decidem de maneira imparcial, e que se fosse compartilhado entre os parlamentares,
poderia comprometer o bom andamento do inquérito parlamentar.
Em determinados momentos históricos foi necessário a deliberação de atos revestidos
pela cláusula de reserva de jurisdição de forma que se tornou imprescindível para a
apuração nas investigações, de modo que o Poder Judiciário precisou ser acionado para
de forma fundamentada decidir sobre a realização da medida.
Diante disso, é vedado às CPI’s determinar a busca e apreensão domiciliar, pois conforme
o artigo 5º, XI, CF/88, a casa é asilo inviolável do indivíduo e ninguém pode adentrá-la
sem o consentimento do morador, salvo nos casos de desastre, flagrante delito e para
prestar socorro, sendo durante o dia, por determinação judicial [6] (#_ftn6) .
Também é proibido determinar quebra de sigilo das comunicações telefônicas, diante do
exposto no artigo 5º, XII, CF/88, pois tal implementação depende da ordem judicial, na
forma que a lei estabelecer e para fins de investigação criminal ou instrução penal [7]
(#_ftn7) .
Para que ocorra a decretação da prisão, segundo a Constituição no artigo 5º, inciso LXI,
salvo a de flagrante delito e transgressões disciplinares militares, é necessária a ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente [8] (#_ftn8) .
Por fim, as Comissões Parlamentares de Inquérito não possuem o poder geral de cautela,
sendo proibido o consentimento de cautelar seja típica ou atípica [9] (#_ftn9) . Este poder
só pode ser exercido pelos juízes, pois a tarefa da CPI é meramente investigativa, não há
que se falar em uma sentença futura a ser prolatada e as cautelares servem para assegurar
a eficácia dessa decisão, sendo incabível e inviável a decretação de medidas
acautelatórias.
Em respeito à separação dos Poderes registrada em nossa Constituição, cabe assinalar
que o alcance das atividades das CPI’s está dentro da atuação do Poder Legislativo, só
podendo ser investigado os fatos que estejam diante da competência de controle e
fiscalização deste Poder.
Nesse sentido, a CPI não pode anular atos de outros Poderes que não seja o Legislativo,
bem como é vedado rever o mérito de determinada decisão judicial de modo a convocar o
magistrado para investigar a sua atuação [10] (#_ftn10) .
Porém, as comissões são autorizadas a investigar atos não jurisdicionais praticados por
servidores do Judiciário e/ou seus integrantes quando estiverem sujeito à fiscalização do
Legislativo por força da Constituição [11] (#_ftn11) e em casos de crimes de
responsabilidade praticados por juízes do STF que estão sujeitos – atipicamente – ao
controle jurisdicional do Senado Federal [12] (#_ftn12) .
Quanto ao pacto federativo consagrado também na Constituição em sua organização dada
pela aliança entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, é proibido a CPI de
esfera federal se prontificar a investigar assuntos aos quais não sejam de seu interesse,
como por exemplo, interesse regional ou local que não tragam reflexos no plano nacional
[13] (#_ftn13) .
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 9/16
Feita as considerações mais importantes sobre as limitações das CPI’s, pode-se
apresentar os poderes que possuem as comissões,com base em decisões consolidadas da
jurisprudência do STF.
O Supremo Tribunal Federal tem entendido pela possibilidade de determinar pelas
comissões a busca e apreensão de documentos e equipamentos que impliquem em
violação de domicílio [14] (#_ftn14) . A doutrina também compactua da mesma ideia
A busca pessoal nas dependências e nas cercanias das
Casas Legislativas em razão do exercício do poder de
polícia de que dispõe o Poder Legislativo na guarda e
proteção de seu patrimônio, conforme prescreve os
artigos 51, IV e 52, XIII, da Constituição Federal. Desta
forma, nada impede que dentro dos limites geográficos
que circunscrevem a Câmara dos Deputados e o
Senado Federal seja exercido o poder de polícia com a
busca pessoal e até a prisão daqueles que porventura
coloquem em perigo o patrimônio e a integridade física
dos seus componentes [15] (#_ftn15) .
Enquanto doutrina e jurisprudência admitem essa possibilidade supracitada, o mesmo
não se pode afirmar quanto à busca e apreensão domiciliar, sendo esta vedada por ser
cláusula de reserva de jurisdição conforme exposto anteriormente, podendo ser requerida
somente ao magistrado e este, aceitando cabível, acatar o pedido.
As CPI’s também podem determinar a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico através
de decisão fundamentada com embasamento no artigo 3º da Lei 9.296/96, artigo 1º, §4º
da Lei Complementar 105/01 e artigo 198, §1º do Código Tributário Nacional [16] (#_ftn16)
.
A quebra de sigilo bancário pelas CPI’s é excepcional, pois constitui direito fundamental à
intimidade, porém considera-se legítima a partir do momento em que se objetiva elucidar
delitos patrimoniais e financeiros, conforme ementa abaixo transcrita:
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 10/16
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO -
PODERES DE INVESTIGAÇÃO (CF
(http://www.jusbrasil.com/legislacao/1027008/constitui%C3%A7%C3%A3o-
da-republica-federativa-do-brasil-1988) , ART. , § 3º
(http://www.jusbrasil.com/topico/10701136/par%C3%A1grafo-3-
artigo-58-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988) )-
LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS - LEGITIMIDADE
DO CONTROLE JURISDICIONAL - POSSIBILIDADE
DE A CPI ORDENAR, POR AUTORIDADE PRÓPRIA,
A QUEBRA DOS SIGILOS BANCÁRIO, FISCAL E
TELEFÔNICO - NECESSIDADE DE
FUNDAMENTAÇÃO DO ATO DELIBERATIVO -
DELIBERAÇÃO DA CPI QUE, SEM
FUNDAMENTAÇÃO, ORDENOU MEDIDAS DE
RESTRIÇÃO A DIREITOS - MANDADO DE
SEGURANÇA DEFERIDO. COMISSÃO
PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - COMPETÊNCIA
ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
[17] (#_ftn17)
Portanto, fica claro que a fundamentação para a determinação da quebra se dê de forma
fundamentada e pautada em interesse público que se manifeste de forma excepcional e
fixe o momento ao qual a investigação tem interesse com a finalidade de evitar que a
intimidade do investigado seja violada mais do que o necessário.
O sigilo telefônico diz respeito aos dados históricos de comunicações telefônicas e
também guarda de maneira intrínseca o direito à intimidade, mas pode ser determinada a
sua quebra pela CPI que pode exigir das companhias de telefonia que lhes sejam cedidos
os dados indispensáveis à investigação:
A quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico de
qualquer pessoa sujeita à investigação legislativa pode
ser legitimamente decretada pela Comissão
Parlamentar de Inquérito, desde que esse órgão estatal
o faça mediante deliberação adequadamente
fundamentada e na qual indique a necessidade
objetiva da adoção dessa medida extraordinária [18]
(#_ftn18) .
É relevante anotar que a quebra do sigilo telefônica não guarda semelhança com a
interceptação telefônica, pois a primeira possibilita o acesso aos dados referentes aos
registros de comunicações telefônicas passadas e a última depende de autorização judicial
para que seja decretada já que o alvo é a escuta da conversa no momento em que ocorre.
A quebra do sigilo fiscal também pode ser um meio hábil para o esclarecimento de
determinadas condutas ilícitas que podem configurar crimes, sendo também mais um dos
poderes da CPI. O sigilo fiscal diz respeito a informações que digam respeito aos negócios,
[58]
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 11/16
atividades econômicas ou financeiras, bem como de responsáveis por obrigações
tributárias [19] (#_ftn19) .
As comissões estão ainda autorizadas a utilizar os meios investigativos, utilizando-se para
tanto de alguns mecanismos que possibilitem a realização de suas tarefas, podendo
informações e documentos que forem necessários serem requisitados pelo órgão de
investigação político-administrativa. Dessa forma, a comissão pode requerer auditorias,
acareações, reconhecimento de pessoas e outras, colheita de provas que tenham o condão
de esclarecer fatos [20] (#_ftn20) .
Há também a possibilidade de oitiva de indiciados e testemunhas, além de autoridades
para prestar esclarecimentos e informações necessárias à investigação. A citação deve
seguir a dicção e o trâmite processual do Código de Processo Penal sendo feita de forma
pessoal, sendo intoleráveis citações postais ou através de comunicação telefônica [21]
(#_ftn21) . É possível a condução coercitiva da testemunha que se recusa de forma
injustificada a depor:
Se o depoente exime-se, sem razão plausível, de
comparecer ao ato para o qual foi convocado, como
testemunha, pode valer-se a Comissão Parlamentar de
Inquérito da condução debaixo de vara do que há de
depor [22] (#_ftn22) .
Os Ministros de Estado podem ser convocados para depor desde que o motivo esteja
ligado aos assuntos que guardem relação com as atribuições do cargo em que exercem
não sendo ouvidos como testemunhas e caso sejam convocados e não compareçam,
estarão incorrendo em crime de responsabilidade [23] (#_ftn23) .
Já em respeito à tripartição de poderes, Presidente da República e o seu Vice, bem como
os Ministros do Supremo Tribunal Federal não são obrigador a comparecer e nem
poderão ser convocados a prestar depoimentos as CPI’s, pois em caso afirmativo, estaria
havendo uma ingerência entre os poderes estando o Executivo e o Judiciário se
subordinando ao Legislativo. A mesma ideia é válida para as CPI’s estaduais e municipais
que impedem o chamamento dos Governadores, Prefeitos e os seus respectivos vices.
Existe um precedente no STF com respeito a intimação dos indígenas em uma CPI,
podendo somente proceder a oitiva de um índio desde que seja na sua área indígena e não
fora do seu habitat, e mais, com data e horário previamente definidos e agendados,
acompanhando de um representante da FUNAI – Fundação Nacional do Índio e de
antropólogo [24] (#_ftn24) .
Para encerrar o tema, vale fazer a análise da locução final do artigo 58, §3º que preleciona
que as conclusões em sendo o caso, serão encaminhadas ao Ministério Público que
promoverá a responsabilidade civil ou criminal dos infratores,
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 12/16
Significando que as conclusões de comissões
parlamentares de inquérito são decisões definitivas,
cuja executoriedade independe de apreciação ou
aprovação de outro órgão. Nada impede que a
comissão, por si, submeta suas conclusões ao Plenário
[25] (#_ftn25) .
Ou seja, as conclusões das CPI’s não obrigam o Ministério Público e nem o vinculam,
tendo o mesmo autonomia para atuar da maneira que julgar necessário e não existindo
também nenhuma obrigação para que cumpra o que for recomendado pelo relatório final
que resultou da intensa investigação parlamentar [26] (#_ftn26) .
Vale frisar que a Lei nº 10.001/2000 deu prioridade aosritos procedimentais que serão
adotados pelo Parquet nos casos de conclusões das CPI’s de modo que as diligências a
serem tomadas para a responsabilização dos infratores se dê de maneira célere [27]
(#_ftn27) .
Quanto às provas obtidas pelas CPI’s passarão pelo crivo do Poder Judiciário, tendo em
vista que àquelas alcançadas por meios ilícitos não são aceitas em nosso ordenamento
jurídico [28] (#_ftn28) . Esse controle judicial pode se dá tanto na fase investigativa quanto
na fase posterior à investigação mediante a provocação do Judiciário, respeitando o
princípio da inércia.
Para finalizar, consideram-se como exemplo de provas ilícitas aquelas obtidas quando a
comissão extrapolar os seus poderes e limitações já relatadas anteriormente. O controle
judicial exercido pelo STF nesses casos será utilizado, em regra, através de mandado de
segurança e habeas corpus no caso de CPI federal. Se for em nível estadual, o Tribunal de
Justiça do Estado tem a competência para o julgamentos dos atos e em sendo CPI
municipal, competente será o juiz da comarca em que está instaurada a comissão.
CONCLUSÃO
As Comissões Parlamentares de Inquérito trazem uma grande contribuição para o Estado
Democrático de Direito existente no ordenamento jurídico brasileiro a partir do momento
em que se presta a investigar fatos relacionados com a incompetência e desonestidade
que na maioria das vezes entravam o bom desempenho e a gestão da coisa pública.
No entanto, as limitações existentes e os poderes aos quais possuem estas comissões são
nada mais do que um freio para coibir eventuais desrespeitos que afetem frontalmente os
direitos e as garantias fundamentais previstos na Constituição da República Federativa do
Brasil.
Apesar de a Constituição outorgar às CPI’s poderes de investigação próprios de
autoridades judiciais, isso não quer dizer que os membros componentes destas comissões
possam agir obtendo todas as prerrogativas dadas aos magistrados, pois para tanto, existe
a limitação encontrada na clausula de reserva de jurisdição.
Ainda, as CPI’s sujeitam-se ao controle jurisdicional que não contraria a tripartição dos
poderes, pois este controle visa somente coibir as casuais abusividades que as comissões
possam vir a cometer em determinado momento da tarefa investigativa. Desta forma, as
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 13/16
limitações e os poderes dados as CPI’s são meios hábeis para não haver tanto a ingerência
de um poder sobre o outro quanto preservar e efetivar os direitos e garantias
fundamentais previstos na Constituição.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Alaor. CPI e Constituição: um caso concreto. Revista de informação
legislativa do Senado Federal, nº 100, 1988.
BARROSO, Luís Roberto. Comissões Parlamentares de Inquérito. Limite de sua
competência. Sentido da expressão constitucional “poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais”. Revista Forense, nº335, 1996.
BARROSO, Luís Roberto. Comissões Parlamentares de inquérito e suas
consequências: política, direito e devido processo legal. Rio de Janeiro: Renovar,
2001.
BRASIL. Decreto nº 678 que dispõe sobre a Convenção Americana de Direitos
Humanos. Disponível: <http.www.planalto.gov.br>. Acesso em 18.08.14
BRASIL. Regimento Interno do Congresso Nacional. Disponível: 
<http.www.planalto.gov.br>. Acesso em 18.08.14
BRASIL. O Supremo Tribunal Federal e as Comissões Parlamentares de
Inquérito. Brasília: Coordenadoria de Divulgação de Jurisprudência. 2006.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Regimento interno da Câmara dos Deputados. Disponível:
<http.www.senado.gov.br>. Acesso em 17.08.14
BRASIL. Lei n. 10.001, 04 de setembro de 2000. Dispõe sobre a prioridade nos
procedimentos a serem adotados pelo Ministério Público e por outros órgãos a respeito
das conclusões das comissões parlamentares de inquérito. Disponível: 
<http.www.planaldo.gov.br>. Acesso em 20.08.14
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires.
Curso de Direito Constitucional. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
MENEZES, Carlos Alberto. Comissão Parlamentar de Inquérito: limites. Revista
da Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. nº 2, 1994.
MORAES, Guilherme Peña de. Curso de Direito Constitucional. 6ª ed. São Paulo:
Editora Atlas 2014.
NETO, Manoel Jorge e Silva. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Editora
Saraiva. 8ª Edição, 2013.
PEIXINHO, Manoel Messias; GUANABARA, Ricardo. Comissões Parlamentares de
Inquérito: princípios, poderes e limites. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005.
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 14/16
SALGADO, Plínio. Comissões parlamentares de inquérito CPI: Doutrina,
jurisprudência e legislação. Belo Horizonte: Del Rey, 2001.
SANTOS, Cláudio. Poder Geral de Cautela. Revista de Direito da Universidade
Federal de Uberlândia. nº 21, 1992.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 32ª ed., São
Paulo: Malheiros, 2009.
TÁCITO, Caio. Comissão Parlamentar de Inquérito: sigilos bancário, fiscal e
telefônico. Revista de Direito Administrativo, nº 208, 1997.
[1] (#_ftnref1) MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio
Mártires. Curso de Direito Constitucional, 2010, p. 992.
[2] (#_ftnref2) HC 71.421, Relator Ministro Celso de Mello, STF.
[3] (#_ftnref3) Artigo 49, X, CF/88.
[4] (#_ftnref4) BARROSO, Luís Roberto. Comissões Parlamentares de Inquérito.
Limite de sua competência. Sentido da expressão constitucional “poderes de
investigação próprios das autoridades judiciais”, 1996, p. 165.
[5] (#_ftnref5) BARROSO, Luís Roberto. Comissões Parlamentares de inquérito e
suas consequências: política, direito e devido processo legal, 2001, p. 114.
[6] (#_ftnref6) Artigo 5º, XI, CF/88.
[7] (#_ftnref7) Artigo 5º, XII, CF/88.
[8] (#_ftnref8) Artigo 5º, LXI, CF/88.
[9] (#_ftnref9) SANTOS, Cláudio. Poder Geral de Cautela, 1992, p. 157.
[10] (#_ftnref10) HC 79.441-DF, Relator Ministro Octavio Gallotti, Informativo 221, STF.
[11] (#_ftnref11) Artigo 70 e Artigo 71, CF/88.
[12] (#_ftnref12) Artigo 52, II, CF/88.
[13] (#_ftnref13) ACO 1271-RJ, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Informativo 578, STF.
[14] (#_ftnref14) HC 71.039-RJ, Relator Ministro Paulo Brossard, STF.
[15] (#_ftnref15) PEIXINHO, Manoel Messias; GUANABARA, Ricardo. Comissões
Parlamentares de Inquérito: princípios, poderes e limites, 2005, p. 208.
[16] (#_ftnref16) TÁCITO, Caio. Comissão Parlamentar de Inquérito: sigilos
bancário, fiscal e telefônico, 1997, p. 399.
[17] (#_ftnref17) MS 23.452-RJ, Relator Ministro Celso de Mello, Informativo 377, STF.
[18] (#_ftnref18) MS 23.639-DF, Relator Ministro Celso de Mello, STF.
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 15/16
[19] (#_ftnref19) MORAES, Guilherme Peña de. Curso de Direito Constitucional, 2014,
p. 423.
[20] (#_ftnref20) MS 23.455-DF, Relator Ministro Néri da Silveira, STF.
[21] (#_ftnref21) HC 80.021-AL, Relator Ministro Nelson Jobim, STF.
[22] (#_ftnref22) HC 71.231-RJ, Relator Ministro Carlos Velloso, STF.
[23] (#_ftnref23) PEIXINHO, Manoel Messias; GUANABARA, Ricardo. Comissões
Parlamentares de Inquérito: princípios, poderes e limites, 2005, p. 146.
[24] (#_ftnref24) HC 80.240-RO, Ministro Sepúlveda Pertence, STF.
[25] (#_ftnref25) SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo,
2009, p. 156.
[26] (#_ftnref26) MS 25.995-DF, Relator Ministro Celso de Mello, STF.[27] (#_ftnref27) Art. 3º - O processo ou procedimento referido no art. 2º terá prioridade
sobre qualquer outro, exceto sobre aquele relativo a pedido de habeas corpus, habeas
data e mandado de segurança. Lei nº 10.001/2010.
[28] (#_ftnref28) Art. 5º, LVI, CF/88.
[1] (#_ftnref1) Artigo 58, §3º, CF/88.
[2] (#_ftnref2) Artigo 21, Regimento Interno do Congresso Nacional: “As Comissões
Parlamentares Mistas de Inquérito serão criadas em sessão conjunta, sendo automática a
sua instituição se requerida por 1/3 (um terço) dos membros da Câmara dos Deputados
mais 1/3 (um terço) dos membros do Senado Federal [dependendo da deliberação
quando requerida por congressistas]”.
[3] (#_ftnref3) MS 26.441-DF, Relator Ministro Celso de Mello.
[4] (#_ftnref4) MS 24.831-DF, Relator Ministro Celso de Mello, Informativo 393, STF.
[5] (#_ftnref5) SALGADO, Plínio. Comissão parlamentar de inquérito, p. 53
[6] (#_ftnref6) MS 24.831-DF, Relator Ministro Celso de Mello, Informativo 435, STF.
[7] (#_ftnref7) ADI 1635-DF, Relator Ministro Maurício Corrêa, Informativo 207, STF.
[8] (#_ftnref8) Artigo 35, §1º, Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
[9] (#_ftnref9) Inq 2245-MG, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Informativo 477, STF.
[10] (#_ftnref10) BARBOSA, Alaor. CPI e Constituição: um caso concreto, 1988, p. 94
[11] (#_ftnref11) HC 71.261-RJ, Relator Ministro Sepúlveda Pertence, STF.
[1] (#_ftnref1) NETO, Manoel Jorge e Silva. Curso de Direito Constitucional. 2013, p.
670.
03/09/2018 CPI: poderes, limitações e respeito a direitos fundamentais - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/35963/comissoes-parlamentares-de-inquerito 16/16
[2] (#_ftnref2) MENEZES, Carlos Alberto. Comissão Parlamentar de Inquérito:
limites. 1994, p. 151.
[3] (#_ftnref3) Artigo 8º, Decreto nº 678 que dispõe sobre a Convenção Americana de
Direitos Humanos, 1969, Pacto de San José da Costa Rica.
[4] (#_ftnref4) Artigo 5º, LXII, CF/88: “O preso será informado de seus direitos, entre os
quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado”.
[5] (#_ftnref5) HC 89.269-DF, STF, Relator Ministro Ricardo Lewandowski.
[6] (#_ftnref6) HC 73.035-DF, STF, Relator Ministro Carlos Velloso.
[7] (#_ftnref7) Artigo 133, CF/88: “O advogado é indispensável à administração da justiça,
sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da
lei”.
[8] (#_ftnref8) Artigo 5º, XIV, CF/88: “É assegurado a todos o acesso à informação e
resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional”.
[9] (#_ftnref9) HC 71.039-RJ, STF, Relator Ministro Paulo Brossard.
Autor
Pierre Almeida
Graduado em Direito. Estácio/FAL, conclusão em 2013.2;<br>- Pós-
graduando em Direito Público: Constitucional, Administrativo e Tributário.
Estácio/FAL (em andamento);<br>- Advogado inscrito na OAB/RN, nº
12.680.
Site(s):
br.linkedin.com/pub/pierre-benedito-de-almeida/75/98/554/
Informações sobre o texto
Este texto foi publicado diretamente pelo autor. Sua divulgação não depende de prévia
aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos são divulgados
na Revista Jus Navigandi. 
Pierre
Almeida

Continue navegando