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Direito Penal II

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Revisão de Direito Penal – Parte Geral
Teoria do Crime:
Formal
Material
Analítico
Elementos / Requisitos / Caracteres do Crime (o CP adotou a teoria bipartite, arts. 23 e 26, não considerando a culpabilidade como elemento do crime)
Fato Típico
Antijurídico
Culpável
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
Inimputáveis
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Fato Típico – Elementos
Conduta (dolo ou culpa)
Nexo Causal
Resultado
Tipicidade
Imputação Objetiva
Conduta – Teorias Básicas
Naturalista / Causal (Mecanicista)
Finalista (entende que todo comportamento humano tem 1 conteúdo que é a vontade: finalidade lícita ou finalidade ilícita)
Adequação Social
Elementos do Crime Culposo
Conduta: em regra dirigida a uma finalidade lícita (exceção: culpa imprópria)
Nexo Causal;
Resultado Involuntário
Inobservância do Dever de Cuidado Objetivo
Previsibilidade Objetiva
Ausência de Previsão
Tipicidade
Elementos da Culpabilidade: pressupõe a medida da reprovabilidade da conduta; analisa a pessoa que cometeu o crime e não o fato criminoso; não existe previsão legal do conceito de Culpabilidade e dos seus elementos, existem apenas situações positivadas que a excluem; ambas as excludentes excluem a Pena e não o Crime, sendo daí a conclusão de que o CP adotou a Teoria Bipartite do Crime;
Imputabilidade Penal;
Potencial Conhecimento da Ilicitude;
Erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibição)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Exigibilidade de Conduta Diversa.
Coação irresistível e obediência hierárquica
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Tipicidade Penal
Caráter indiciário da Antijuridicidade (Ilicitude)
Função
Garantia
Segurança Jurídica
Tipicidade Penal: conjugação:
Tipicidade Formal: perfeito enquadramento da conduta à descrição legal;
Tipicidade Material: efetiva lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico considerado importante e tutelado pelo Direito Penal;
* Ressalva: Tipicidade Conglobante (Zaffaroni)
Desvalor da Ação (equivalente à tipicidade formal)
Desvalor do Resultado (equivalente à tipicidade material): Efetiva/Potencialidade Lesiva da “Lesão” ou “Ameaça da Lesão” ao bem jurídico tutelado pelo Direito Penal
Criação de um Risco Não Permitido (antinormatividade ou ilicitude ou antijuridicidade)
Adequação Típica
Subordinação Direta: quando o fato se encaixa perfeitamente em algum tipo penal;
Subordinação Indireta: quando se precisa de uma norma de extensão para alcançar o perfeito enquadramento em algum tipo penal (ex.: mãe que mata ou tenta matar o filho por inanição; artigo 121 capitulado com o artigo 13, § 2, alínea A)
Elementos do Tipo
Objetivos do Tipo: também denominados Descritivos do Tipo; são aqueles termos que são facilmente compreensíveis, mediante a simples utilização dos sentidos, independentemente de qualquer juízo de valor (axiológico); ex.: mulher art. 213, alguém art. 213, animais art. 164;
Normativos do Tipo: são aqueles termos (palavras) que necessitam de um juízo de valor por parte do operador do Direito para o fim de compreender o seu significado e alcance. Não raro, às vezes, é necessário pesquisar o significado da palavra utilizando-se de regras de cultura ou de amparo em outros ramos do Direito;
Termos Jurídicos:
Penais: art. 312 funcionário público, descrito no art. 327; conceito abordado pelo próprio CP;
Extra-Penais: art. 178 warrant ou cártula ou título de crédito ou nota de conhecimento de depósito (lastro que garante que certa mercadoria encontra-se depositada em determinado local e com determinada qualidade e estado); arts. 155 e 157 coisa alheia móvel; art. 297 documento ou documento público; art. 328 função; art. 171 cheque; art. 172 duplicata; conceitos esclarecidos por outros ramos do Direito;
Termos Extra-Jurídicos: art. 140 dignidade e decoro; art. 131 moléstia grave; art. 132 saúde; para compreender tais termos utiliza-se de conhecimentos outros que não os presentes nas ciências jurídicas;
Termos que se referem à Ilicitude (antijuridicidade): art. 150 violação de domicílio; art. 150 entrar ou permanecer astuciosamente ou clandestinamente ou contra a vontade; arts. 153, 154 e 244 sem justa causa; art. 350 sem as formalidades legais (contrário ao Direito); termos que refletem atitudes não autorizadas pela sociedade.
Subjetivos do Tipo: são termos que estão diretamente ligados ao psiquismo, ao atual estado de ânimo do agente; art. 134 “para ocultar desonra própria”; art. 68 da lei 9605 “obrigação de relevante interesse ambiental”, utiliza-se o art. 5º, inciso XXXIX, da CF para alegar a inconstitucionalidade deste dispositivo legal, com amparo no princípio da legalidade, que exige em seus sub-princípios que as leis sejam taxativas, que sejam objetivas, que sejam claras e precisas em seus termos.
*** Fato Material: é um simples fato que ocorre na vida.
*** Fato Típico: é aquele Fato Material que se amoldou na descrição legal (Tipicidade Formal); também: desvalor da ação ou descompasso do agente em relação ao que se espera dele ou criação de riscos não permitidos (Tipicidade Material).
*** Tipicidade Conglobante (Zaffaroni): o que é permitido por uma norma não pode ser proibido por outra; analisa-se todo o ordenamento jurídico. O autor relaciona a Tipicidade com a Ilicitude, tornando-os um conceito uno.
Tipicidade – Classificações
Tipo Básico ou Tipo Fundamental: forma mais simples, mais elementar da infração penal, sempre descrita no caput do Tipo Penal;
Tipo Derivado: forma derivada da infração penal, sempre prevista nos incisos ou parágrafos do Tipo Penal;
Tipo Fechado: elementos objetivos; não se precisa fazer indagações de valor; apenas há na descrição do Tipo Penal elementos objetivos; (ex.: art. 121, CP);
Tipo Aberto: elementos objetivos + normativos; espécie de infração penal em que dentro do Tipo Legal o legislador se utiliza de elementos objetivos, subjetivos e normativos; (ex.: art. 121, § 3º, homicídio culposo, não conceitua o termo “culposo”);
Tipo Congruente: há perfeita coincidência entre a vontade do agente e o resultado produzido pela sua conduta;
Tipo Incongruente: não há coincidência entre a vontade do agente e o resultado produzido pela sua conduta.
Erro do Tipo: sempre exclui o Dolo; Incide sobre os elementos/elementares do tipo;
Erro sobre elementos do tipo
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Escusável ou Desculpável ou Inevitável: exclui o Dolo (o Dolo é o elemento anímico que impulsiona a conduta, logo, inexistindo o Dolo falta o conteúdo da conduta, tornando o fato atípico);Inescusável ou Indesculpável ou Evitável: exclui o Dolo, mas em havendo a previsão da Infração na forma Culposa o agente responderá pelos seus Atos. Do contrário, Atipicidade.
Antijuridicidade ou Antinormatividade ou Ilicitude
* na parte especial do CP, art. 150, § 3º, também existe uma exclusão de ilicitude
Norma Proibitiva: análise que recai, necessita inversão em Todo o ordenamento jurídico;
Excludentes legais: Art. 23, CP: excludentes da Ilicitude, também conhecidas por Justificantes ou Descriminalizantes
Exclusão de ilicitude
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato:
 I - em estado de necessidade;
 II - em legítima defesa;
 III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
Estado de necessidade
Teoria unitária ou pura, quando é possível fazer a comparação da importância dos bens ameaçados, elegendo-se o mais importante; teoria adotada pelo legislador brasileiro;
Teoria Diferenciadora: entende que há duas espécies de estado de necessidade, uma que exclui a ilicitude (art. 23, CP) e uma que exclui a culpabilidade (arts. 22 e 26, CP); é uma teoria mais favorável ao réu; adotada pelo julgador, com base no direito comparado com o ordenamento jurídico alemão;
Estado de Necessidade Defensivo: ocorre quando o ato necessário se dirige contra a coisa de que promana o perigo para o bem jurídico ofendido. Ex.: destruo parte da casa de terceiro que está pegando fogo para salvar alguma vida presente em seu interior;
Estado de Necessidade Agressivo: quando se utiliza forçadamente algum bem de terceiro para salvar algum bem jurídico de maior importância (ex.: pegar carro de alguém de forma forçada para salvar a vida de uma terceira pessoa; neste caso, o proprietário do veículo pode requerer indenização na esfera cível, mas não há possibilidade de ação penal);
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (previsto no art. 13, § 2º do CP o rol de quem tem o dever legal)
Relevância da omissão (crime omissivo impróprio)
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
 a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; 
 b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (garante – garantidor)
 c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (ingerente)
§ 2º - Embora seja razoável (princípio da proporcionalidade ou razoabilidade; ponderação dos bens em situação de risco) exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (nesta situação, o crime permanece)
Legítima defesa
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
Estado de necessidade Real/Putativo:
Perigo Iminente: É quando um perigo que PODE acontecer, vai acontecer. Ex: um navio carregado de valores públicos sofre uma avaria (naufrago), ele consegue salvar a tripulação sacrificando o ouro existente lá.
Obs: O estado de necessidade deve exigir um perigo ATUAL.
Estado de necessidade Ideal:
Legítima Defesa Real ou Putativa: Real: 
Legítima Defesa Recíproca: 
Legítima Defesa: 
Legitima Defesa sucessiva: é guando a Legítima defesa é transferida a outrem que antes seria réu.
Repelir = Reação: Ação humana, revidar. 
Agressão (agir de forma negativa, cabe apenas ato de pessoa humana) + Injusta: Derivar de Inimputável )art. 26.
Vitimologia: A pessoa que tem uma personalidade provocativa e logo após se fazem de vítima.
Atual ou Iminente:
Própria ou de Terceiro: Deve haver vínculo/ 
Meios = Necessário – Moderado (termo elementar)
Elemento subjetivo: 
Estrito (contrário de amplo; limitado) Cumprimento do Dever Legal: pressupõe:
Ato/comportamento nos Estritos Limites da Lei (ato vinculado); deve ser exatamente de acordo com o que está escrito na lei (sentido amplo: qualquer norma legal, lei, instruções normativas, portarias, decretos, despacho judicial, etc.);
Regra geral: quem tem o dever legal, como regra geral, são os funcionários públicos ou quem está exercendo algum múnus ou encargo público; a definição de quem é funcionário público consta no art. 327 do CP; (ressalva: há entendimentos de que pode ser invocado por Particular; ex.: advogado é chamado em um processo para testemunhar; o testemunho é contra o seu cliente; se ele prestar falso testemunho, omitindo ou falando os fatos de forma diferente da verdade, e é processado por falso testemunho, pode alegar o Estrito Cumprimento do Dever Legal, pois está vinculado à manutenção do sigilo em relação à intimidade do seu cliente; na condição de testemunha, o advogado tem status de funcionário público ????? não ficou claro o entendimento...)
Quem tem o dever legal está relacionado no art. 13, § 2º do CP:
§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (garante – garantidor)
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (ingerente)
Exercício Regular do Direito (a palavra Direito possui a conotação de Ordenamento Jurídico, ou seja, todos os ramos do Direito): pressupõe:
Permissões/Autorizações que são encontradas no ordenamento jurídico
Exemplos:
Pequenas correções exercidas pelos pais, tutores e curadores (art. 1634, I, CC), se não houver excesso, está amparado pelo Exercício Regular do Direito;
Possuidor esbulhado (retirado da posse da coisa; art. 1210, § 1º, CC), poderia ser atribuído o crime do art. 345 do CP, porém, se utilizar-se do desforço imediato, é amparado pelo Exercício Regular do Direito;
Particular que prende bandido em flagrante delito (art. 301, CPP);
Atividades desportivas, quando não houve violação de regra técnica do esporte, o sujeito causador do dano está acobertado pela excludente Exercício Regular do Direito;
Intervenções cirúrgicas médicas, mesmo que não haja autorização do representante da pessoa, o médico está acobertado pelo Exercício Regular do Direito;
Ofendículas (mecanismos predispostos que são utilizados para defesa da propriedade; ex.: cacos de vidro no muro, cerca elétrica, cerca de espinho), quando podem ser percebidas pela potencial vítima, dão amparo ao proprietário pela excludente Exercício Regular do Direito;
Obs.: quando se trata de ofendícula que contém aviso, porém oculta, o proprietário pode ser amparado pela excludente Legítima Defesa.
PROVA:
*** ESBULHO: quando alguém é retirado da posse de algo; neste caso, pode ser amparado por Exercício Regular do Direito;
*** TURBAÇÃO: perturbação de algo; neste caso, pode ser amparado por Legítima Defesa;
* Previsibilidade objetiva: Capacidade de prever o que era previsível, com base no entendimento esperado de um homem de inteligência mediana;
Causas Supralegais (acima, não necessariamente superiores à lei, fora da lei) de Excludentes de Ilicitudes
Princípio do Balanço dos Bens: estamos diante de uma balança onde há bens em conflito; esta circunstância remete-nos ao pensamento sobre o Estado de Necessidade, que possui certa semelhança; a diferença é que aplica-se quando os dois bens jurídicos estão em conflito, mas o perigo não é atual, mas é iminente; ex.: barco que estava transportando um grande tesouro, que teve que ser descartado,já que tal barco estava por naufragar;
Princípio da Adequação Social: quando o fato ou conduta está acobertado pela Adequação Social; lesões corporais leves ou de pequena monta em atividades desportivas são amparadas pela excludente de Adequação Social, mesmo que haja violação da regra técnica do esporte; lesões corporais graves podem ser amparadas pela excludente Exercício Regular do Direito, porém, apenas quando são cumpridas as regras técnicas do esporte em questão; NÃO CONFUNDIR...
Consentimento do Ofendido: podemos dispor de alguns de nossos bens ou direitos, como por ex.: sangue, rins, medula, patrimônio, etc.; não se pode dispor da honra, da vida, da integridade física, etc.; nos casos de bens que são dispostos pela pessoa, não há crime, amparado pela excludente Consentimento do Ofendido; o Consentimento do Ofendido ora pode ser Excludente da Ilicitude, ora pode ser Excludente da Tipicidade; em casos em que o ofendido da perda de um patrimônio, por exemplo, que não registra queixa-crime, há amparo da Excludente da Ilicitude; quando o consentimento for Elementar do Tipo (ex.: art. 150, CP), se retirados os elementos normativos do tipo, há Excludente de Tipicidade;
Princípio da Insignificância: deixa-se de aplicar o Direito Penal quando a lesão ou ameaça à lesão não foi grave, não foi significativa; refere-se à Tipicidade Material, portanto, excludente da Tipicidade;
Culpabilidade(Fulano é culpável?, responsável por seu atos?.. se o agente é imputável (tem capacidade de saber o q faz)) Elementos:
. Imputabilidade(C.P é o Biocronológico.. Ele adota o físico e o mental): 
Base Legal das Excludentes: Art. 26: Doença mental(insanidade física), Desenvolvimento incompleto,
Art. 27: Menores de 18 anos. Surdo e mudos que não conseguem comunicar-se.
Art. 28: Embriaguez Acidental: Caso Fortuito: 
 Força Maior:
Embriaguez Não Acidental: Voluntária, Culposa
. Potencial conhecimento da Ilicitude
. Exigibilidade de conduta Diversa	
Proporcionalidade, 
Imputável (atribuir algo a alguém)
Culpabilidade (juízo de reprovação externo)
Imputabilidade: analisa-se o momento atual, a situação atual do agente que comete o delito para verificar sua capacidade de entendimento, de discernimento do caráter ilícito do comportamento e, com este entendimento, evitá-lo;
Excludentes (art. 26, CP; adotados os critérios Biopsicológico e Biológico (menores) pelo legislador brasileiro, já que se analisa a idade e a estrutura psicológica do agente)
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Inimputáveis
Vítima de embriaguez completa, acidental, derivada de caso fortuito ou força maior (art. 28, § 1º)
Surdo-mudo (art. 26, caput)
Silvícula (art. 26, caput)
Menores de 18 anos (art. 27, CP)
Doença mental (art. 26, caput)
Potencial Conhecimento da Ilicitude: analisa-se a história de vida, o passado do agente que comete o delito para identificar seu potencial conhecimento da ilicitude; analisar as particularidades do caso concreto e avaliar o agente em relação ao homem comum, considerando as peculiaridades regionais e culturais da vida social deste agente; apenas isenta o agente de pena se se trata de um “erro sobre a Ilicitude do Fato” (art. 21, caput, CP)
Excludentes:
Erro sobre a ilicitude do fato (também chamado de Erro de Proibição)
Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço.
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Exigibilidade de Conduta Diversa: verifica-se se a conduta do agente é parecida com a conduta que teria uma pessoa “normal” na mesma situação (na coação moral irresistível haverá, como regra geral, 3 figuras ou papéis: o coator, o coato e a vítima; em certas circunstâncias, o coato e a vítima são o mesmo sujeito; sempre haverá dolo na coação moral irresistível, mas é um dolo viciado) (art. 22, CP)
	* coação física exclui a Conduta do agente, tornando Atípica a conduta, não havendo crime;
Excludentes:
Coação irresistível e obediência hierárquica (sempre na Administração Pública)
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem.
Estado de Necessidade Exculpante: surge impulsionado pela jurisprudência, já que a lei penal não vislumbra nenhuma hipótese de Estado de Necessidade que seja excludente da Culpabilidade; criação da jurisprudência brasileira, com base no Direito Alemão;
Embriaguez (art. 28, II, CP): o legislador brasileiro parte de uma ficção de que no momento anterior à embriaguez o agente possuía plena consciência e livre arbítrio (Actio Libera In Causa: a ação era livre quando da sua causa, livre arbítrio);
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
I - a emoção ou a paixão;
Embriaguez
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos.
§ 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Acidental (completa § 1º: isenta; incompleta § 2º: causa de diminuição)
Caso Fortuito (situação totalmente incomum, acidente de percurso que não pôde ser previsto; a pessoa não faz a mínima idéia; ex.: sensibilidade incomum a determinado medicamento não conhecida anteriormente e que leva o agente à embriaguez)
Força Maior (ex.: enólogo que não é permitido que cumpra o tempo de trabalho adequado à profissão por determinação de sua chefia)
Não Acidental (art. 28, II, CP): pouco importa se a embriaguez é completa ou incompleta, não haverá isenção de pena e não haverá exclusão da imputabilidade penal.
Voluntária (dolo): o agente bebeu porque quis;
Culposa: embriaguez derivada de imprudência ou negligência;
Fases da Embriaguez: para a medicina legal somente se considera que a embriaguez é completa quando o agente chega à terceira fase de embriaguez; para a justiça, já se considera embriaguez completa na segunda fase de embriaguez.
Excitação / Euforia (macaco)
Depressão (leão)
Torpor / Coma (porco)
Embriaguez Pré-Ordenada (art. 61, II, alínea L, CP): existe uma ordem prévia; quando o agente se coloca em estado de embriaguez para realizar alguma conduta ilícita;
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o crime:
[...]
l) em estado de embriaguez preordenada.
Crime Consumado: o comportamento ocorrido subsumiu (subsunção), encaixou perfeitamente dentro da norma penal incriminadora;
Iter Criminis (caminho do crime ou fases do crime): não conhecendo as fases do caminho do crime não se sabe se se está diante de um crime Consumado ou Tentado;
Cogitação: se passa na psiquê do agente;planejamento sobre o crime; fase intelectual; fase interna;
Atos Preparatórios: fase externa; organização de recursos para concretizar a ação penal; (ex.: croquis do local do crime; estratégia do crime; compra de armas; preparação de emboscada); em regra, são impuníveis; arts. 288 e 291, CP, são exemplos de Atos Preparatórios puníveis;
Quadrilha ou bando (existe um entendimento minoritário da doutrina de que o artigo 288 se encaixa na fase de Cogitação; a doutrina majoritária encaixa tal dispositivo como pertencente à fase de Atos Preparatórios, como exceção à regra da não punibilidade)
Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes:
Pena - reclusão, de um a três anos. (Vide Lei 8.072, de 25.7.1990)
Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado.
Petrechos para falsificação de moeda
Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Atos Executórios: existem duas posições a respeito de Atos Executórios, a Tradicional e a do Zaffaroni; a doutrina Tradicional ainda é a posição majoritária; porém, quanto aos crimes contra a pessoa ou sua integridade física se tende a unir os dois entendimentos;
Tradicional: defende que quando o sujeito, com o seu comportamento, adentra o núcleo do Tipo (verbo do Tipo), está dando início à conduta típica; (ex.: o agente desfere muitas facadas que são esquivadas pela vítima; para a posição Tradicional ainda não ocorreu a ação criminosa);
Zaffaroni: entende que o doutrinador é muito complacente com o agente do crime, pois espera o agente adentrar o núcleo do Tipo para considerar uma conduta típica; entende que o comportamento do agente revelado, quanto mais perto estiver da ação criminosa, se já oferece perigo ao bem jurídico protegido, para considerar a ação como criminosa; entende que se deve ponderar, analisar o plano do autor e o quanto este se aproximou da execução do Núcleo do Tipo, para considerar a ação como criminosa; (nesta posição, no exemplo acima, já ocorre a ação criminosa);
Consumação: quando o agente conseguiu realizar completamente a ação penal.
Crime Tentado: quando circunstâncias alheias à vontade do agente impedem que os resultados se consumem;
Elementos do Crime Tentado:
Início dos atos executórios;
Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente;
Elemento subjetivo do Tipo Consumado: há de se identificar o dolo ou a culpa do agente;
Tentativa Perfeita: também chamada de Crime Falho; o agente ultima (realiza na íntegra) os atos executórios, ou seja, com o seu comportamento ele realiza o núcleo do Tipo, mas não ocorre a Consumação por circunstâncias alheias à sua vontade;
Tentativa Imperfeita: quando há a interrupção dos Atos Executórios por força alheia à vontade do agente;
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
Tentativa
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Pena de tentativa
Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços.
Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz: há o início dos Atos Executórios, mas o próprio agente, voluntariamente, desiste de continuar ou impede a consumação dos seus atos; Voluntariedade (quando o agente, por conta própria, desiste de praticar a ação criminosa) não é sinônimo de Espontaneidade (quando alguém convence o agente de que ele não deve realizar o crime); a Espontaneidade ainda é considerada como Desistência Voluntária; quando o agente desiste da ação criminosa por pressão externa, como a força policial, por exemplo, não há Desistência Voluntária;
Desistência voluntária e arrependimento eficaz
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
Arrependimento posterior
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços.
Crime impossível: ex. de Absoluta Impropriedade do Objeto: aplicado ao art. 121, CP, se o agente comete os atos para matar a vítima, mas a vítima já estava morta por causa anterior; ex. de Ineficácia Absoluta do Meio: mulher grávida que, no intuito de abortar, toma um chá de ervas que não possui propriedade abortiva; neste caso, se a erva possuía relativa capacidade abortiva, a Ineficácia é Relativa;
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto (pessoa ou coisa sobre a qual se recai a conduta), é impossível consumar-se o crime.
2º BIMESTRE
Concurso de Agentes ou Concurso de Pessoas ou Concurso de Autores ou Co-autoria (art. 29, CP)
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre (colabora, adere; é apenas possível para Imputáveis; inimputáveis possuem a vontade viciada, pois não tem maturidade suficiente para fazer escolhas, não tendo validade o seu ato para o Direito Penal; menores respondem por Ato Infracional pelo ECA) para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Importância do estudo: diante das variadas formas de realização de uma Infração Penal;
Destaque-se: de acordo com classificação dos crimes, é imprescindível destacar que, dentre a classificação dos crimes há os que são denominados Unissubjetivos (ou Monossubjetivos) e os Plurissubjetivos:
Mono ou Unissubjetivos: são os de Concurso Eventual; são aqueles que, embora possam ser cometidos por 1 só Sujeito Ativo, também podem ser cometidos por + de 1 Sujeito Ativo; ex.: arts. 121 (homicídio), 155 (furto), 213 (estupro), etc.;
Plurissubjetivos: são os de Concurso Necessário, pois há necessidade de que o crime seja cometido por mais de 1 Sujeito Ativo; nestes crimes a Pluralidade de agentes é Elementar do Tipo; ex.: arts. 137 (rixa), 288 (quadrilha ou bando), etc..
Início dos Estudos sobre Concurso de Agentes: Estudo a partir de 1939, na Alemanha, por Von Lizt.
Conceito de Autor: Teorias:
Extensiva ou Material-Objetiva: não há diferença entre Autor e Participação; sem tratamento diferenciado, todos respondem igualmente pelas penas cominadas aos crimes cometidos; qualquer dos agentes que concorre para a prática delituosa sempre será considerado Autor;
Restritiva ou Formal-Objetiva: há diferença entre Autor e Partícipe; as penas são aplicadas com diferenciação entre autor e partícipe; teoria Adotada pelo Legislador Brasileiro, art. 29, CP; o Partícipe concorre secundariamente, sem realizar os “Elementos ou Elementares do Tipo”; o Autor é aquele que realiza o Núcleo, o Verbo do Tipo Penal, os “Elementos ou Elementares do Tipo”; como exemplo de potenciais distorções na aplicação desta teoria, temos que os Mandantes ou Líderes Intelectuais das condutas criminosas seriam tratados como Partícipes, tendo direito à redução da aplicação da pena, enquanto que o executor do crime seria punido pela pena integral;
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre (colabora) para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade (fragmento que caracteriza a adoção da Teoria Restritiva, assim como avaliza a adoção, pelo julgador, da Teoria do Domínio do Fato).
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuídade um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
Domínio do Fato: teoria mais abrangente; parte do pressuposto da Divisão Funcional das Tarefas, abarcando também o Agente que Não realiza as Elementares do Tipo; abarca o autor intelectual, que não participa na execução do crime, mas tem domínio do fato, tem controle sobre a situação; esta teoria vem com o intuito de corrigir eventuais “lacunas” da Teoria Restritiva; Critério Distintivo: não é a prática de “Elementares” do Tipo, mas sim Ter ou Não o sujeito “Domínio do Fato”; para esta teoria existem 3 espécies de autor:
 Autor Intelectual;
Autor Material: executor dos elementos ou elementares do tipo;
Autor Mediato: aquele que se vale de uma pessoa inculpável para realizar a infração penal; aqui não há que se falar em concurso de agentes, pois o crime é imputável apenas pelo Autor Mediato.
Formas de Participação:
Participação Moral: quando o partícipe atua instigando alguém a cometer a conduta criminosa (idéia pré-existente); quando o partícipe idealiza a conduta criminosa e convence os comparsas a cometê-la;
Participação Material: também conhecido como Cúmplice; quando o partícipe contribui com a realização do crime de forma material (ex.: empresta dinheiro, empresta carro, etc.).
Requisitos do Concurso de Agentes:
Pluralidade de Agentes Culpáveis;
Nexo Causal (“Relevância Causal da Conduta”): a conduta deve ter sido subsidiária ou necessária para a realização da infração criminal;
Vínculo Subjetivo: não pressupõe necessariamente prévio ajuste entre o autor e o partícipe (quando o partícipe adere à infração criminosa na hora em que ela é cometida, sem combinação prévia com os demais autores do fato criminoso); a co-autoria deve haver adesão, deve haver prévio ajuste; pressupõe que todos os agentes estão querendo realizar a infração penal; vínculos subjetivos diferentes implicam culpabilidade diferente e, portanto, potenciais enquadramentos típicos ou penas diferentes, na medida da culpabilidade de cada agente;
Identidade de Crimes “Teoria Monista”: é necessário que o querer, o dolo, esteja identificado entre todos os agentes que vão realizar a conduta; diz-se que o CP Brasileiro adotou a Teoria Monista, que estabelece que todos os agentes estão cometendo o mesmo crime;
Autoria colateral: duas pessoas, sem que conheçam a intenção, uma da outra, sendo inimigas da pessoa A, atiram simultaneamente na vítima; quando se consegue identificar qual dos disparos causou a morte, um dos autores responderá por Homicídio e o outro por Tentativa de Homicídio; quando não se consegue identificar qual dos disparos causou a morte, ambos os autores responderão por Tentativa de Homicídio.
O Caminho do Crime ou Iter Criminis e a aplicação de Penas:
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
Dosimetria da Pena ou Cálculo da Pena
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código (PRIMEIRA FASE); em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes (art. 61 até 66); por último, as causas de diminuição e de aumento (são esparsas, estão na parte geral e na parte especial do CP).
Fixação da pena – Circunstâncias Judiciais ou Circunstâncias do Juízo
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
 I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
 II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
 III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
 IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
 Critérios especiais da pena de multa
 Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu.
 § 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. 
 Multa substitutiva
 § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código.
 Circunstâncias agravantes
 Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: (ver art. 298 da lei 9503/1997)
 I - a reincidência;
 II - ter o agente cometido o crime:
 a) por motivo fútil ou torpe;
 b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
 c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
 d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
 e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
 f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
 g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
 h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; 
 i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
 j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
 l) em estado de embriaguez preordenada.
 Agravantes no caso de concurso de pessoas
 Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
 I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
 II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
 III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
 IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
 Reincidência
 Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior.
 Art. 64 - Para efeito de reincidência:
 I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação;
 II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
 Circunstâncias atenuantes
 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
 I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
 II - o desconhecimento da lei;
 III - ter o agente:
 a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
 b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
 c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
 d) confessado espontaneamente, perante a autoridade,a autoria do crime;
 e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
 Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (tem por base o Princípio da Equidade; ex.: o sujeito ativo do crime está passando por um caos em sua vida; tal circunstância pode ser considerada pelo juiz no estabelecimento da pena)
A Dosimetria da Pena é Trifásica (método de Hungria, autor do método trifásico), conforme as seguintes fases:
Art. 5º CF/1988: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
1ª Fase (Pena Base): Circunstâncias Judiciais (descritas no art. 59, CP): fica ao critério do juiz o estabelecimento da pena, já que o art. 59 não estabelece em frações ou percentuais; Poderá Lei Penal Extravagante dispor de outras Circunstâncias; poderá haver a Forma Qualificada do delito, que tem pena própria; nesta fase, não há aumento ou diminuição da pena com base em percentuais, que é definido na 3ª Fase;
2ª Fase (Pena Provisória): Circunstâncias Legais (arts. 61 até 66, CP): fica ao critério do juiz o estabelecimento da pena, já que os arts. referidos não estabelecem em frações ou percentuais; nesta fase, não há aumento ou diminuição da pena com base em percentuais, que é definido na 3ª Fase;
Agravantes:
Concurso (preponderantes): em concurso de agravantes, sempre prepondera a causa de diminuição (ex.: a menoridade penal de 21 anos, conforme art. 65, CP);
Súmula 231 do STJ:
Obs. 1: a Pena Mínima nunca poderá ficar “Aquem” do Mínimo
Obs. 2: a Pena Máxima nunca poderá ser Extrapolada
Situadas na Parte Geral do CP
Atenuantes
3ª Fase (Pena Definitiva): são conhecidas como Circunstâncias Aumentativas ou Diminutivas (Majorantes ou Minorantes): situadas tanto na Parte Geral (ex.: arrependimento posterior) quanto na Parte Especial do CP (ex.: ao final do capítulo em que está o crime posicionado no CP); a pena pode, nesta fase, extrapolar tanto o limite mínimo quanto o máximo estabelecido no tipo penal; a pena deverá sempre observar o disposto no artigo 75 do CP (Princípio da Unificação das Penas); sempre há parâmetros estabelecidos em percentuais, não sendo arbitrado pelo juiz;
Obs. Para prova: fixar conteúdo do art. 42 da lei 11343/2006... questão sobre tráfico de drogas na prova...
CONCURSO DE CRIMES (duas ou mais infrações penais)
Análise: na fixação da pena: 3ª Fase
Tipos de concurso:
Concurso Material ou Cúmulo Material: quando o agente age por mais de uma forma, mais de um comportamento, cometendo duas ou mais infrações penais (ex.: homicídio e ocultação de cadáver);
Concurso material
 Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
 § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código.
 § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
Concurso Formal: quando o agente, com apenas uma ação comete duas ou mais infrações penais (ex.: o agente realiza o crime de estupro; sendo portador de HIV, consciente, também comete o crime de tentativa de homicídio)
Critério para o aumento: número de crimes
2 crimes: aumenta 1/6
3 crimes: aumenta 1/5
4 crimes: aumenta 1/4
5 crimes: aumenta 1/3
6 ou mais crimes: aumenta-se da metade
Perfeito: quando há unidade de desígnios;
Imperfeito: quando os desígnios são autônomos (ex.: sujeito comete crime de Estupro + com intuito de contágio de Doença)
 Concurso formal
 Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos (queria somente uma coisa, mas pouco se importava se ocorresse outro delito – dolo eventual), consoante o disposto no artigo anterior.
 Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
Crime Continuado: sucessão de crimes idênticos ou não, com as mesmas características de espécie e lugar; cada ato realizado pelo agente é crime isoladamente;
 Crime continuado
 Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
 Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Obs.: Crimes Habituais: não se trata de concurso de crimes, pois os Crimes Habituais são aqueles crimes em que os atos isolados em si não constituem crimes, mas o conjunto destes atos sim; (ex.: art.

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