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Revisão de Direito Penal – Parte Geral Teoria do Crime: Formal Material Analítico Elementos / Requisitos / Caracteres do Crime (o CP adotou a teoria bipartite, arts. 23 e 26, não considerando a culpabilidade como elemento do crime) Fato Típico Antijurídico Culpável Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Inimputáveis Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Fato Típico – Elementos Conduta (dolo ou culpa) Nexo Causal Resultado Tipicidade Imputação Objetiva Conduta – Teorias Básicas Naturalista / Causal (Mecanicista) Finalista (entende que todo comportamento humano tem 1 conteúdo que é a vontade: finalidade lícita ou finalidade ilícita) Adequação Social Elementos do Crime Culposo Conduta: em regra dirigida a uma finalidade lícita (exceção: culpa imprópria) Nexo Causal; Resultado Involuntário Inobservância do Dever de Cuidado Objetivo Previsibilidade Objetiva Ausência de Previsão Tipicidade Elementos da Culpabilidade: pressupõe a medida da reprovabilidade da conduta; analisa a pessoa que cometeu o crime e não o fato criminoso; não existe previsão legal do conceito de Culpabilidade e dos seus elementos, existem apenas situações positivadas que a excluem; ambas as excludentes excluem a Pena e não o Crime, sendo daí a conclusão de que o CP adotou a Teoria Bipartite do Crime; Imputabilidade Penal; Potencial Conhecimento da Ilicitude; Erro sobre a ilicitude do fato (erro de proibição) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Exigibilidade de Conduta Diversa. Coação irresistível e obediência hierárquica Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Tipicidade Penal Caráter indiciário da Antijuridicidade (Ilicitude) Função Garantia Segurança Jurídica Tipicidade Penal: conjugação: Tipicidade Formal: perfeito enquadramento da conduta à descrição legal; Tipicidade Material: efetiva lesão ou ameaça de lesão a um bem jurídico considerado importante e tutelado pelo Direito Penal; * Ressalva: Tipicidade Conglobante (Zaffaroni) Desvalor da Ação (equivalente à tipicidade formal) Desvalor do Resultado (equivalente à tipicidade material): Efetiva/Potencialidade Lesiva da “Lesão” ou “Ameaça da Lesão” ao bem jurídico tutelado pelo Direito Penal Criação de um Risco Não Permitido (antinormatividade ou ilicitude ou antijuridicidade) Adequação Típica Subordinação Direta: quando o fato se encaixa perfeitamente em algum tipo penal; Subordinação Indireta: quando se precisa de uma norma de extensão para alcançar o perfeito enquadramento em algum tipo penal (ex.: mãe que mata ou tenta matar o filho por inanição; artigo 121 capitulado com o artigo 13, § 2, alínea A) Elementos do Tipo Objetivos do Tipo: também denominados Descritivos do Tipo; são aqueles termos que são facilmente compreensíveis, mediante a simples utilização dos sentidos, independentemente de qualquer juízo de valor (axiológico); ex.: mulher art. 213, alguém art. 213, animais art. 164; Normativos do Tipo: são aqueles termos (palavras) que necessitam de um juízo de valor por parte do operador do Direito para o fim de compreender o seu significado e alcance. Não raro, às vezes, é necessário pesquisar o significado da palavra utilizando-se de regras de cultura ou de amparo em outros ramos do Direito; Termos Jurídicos: Penais: art. 312 funcionário público, descrito no art. 327; conceito abordado pelo próprio CP; Extra-Penais: art. 178 warrant ou cártula ou título de crédito ou nota de conhecimento de depósito (lastro que garante que certa mercadoria encontra-se depositada em determinado local e com determinada qualidade e estado); arts. 155 e 157 coisa alheia móvel; art. 297 documento ou documento público; art. 328 função; art. 171 cheque; art. 172 duplicata; conceitos esclarecidos por outros ramos do Direito; Termos Extra-Jurídicos: art. 140 dignidade e decoro; art. 131 moléstia grave; art. 132 saúde; para compreender tais termos utiliza-se de conhecimentos outros que não os presentes nas ciências jurídicas; Termos que se referem à Ilicitude (antijuridicidade): art. 150 violação de domicílio; art. 150 entrar ou permanecer astuciosamente ou clandestinamente ou contra a vontade; arts. 153, 154 e 244 sem justa causa; art. 350 sem as formalidades legais (contrário ao Direito); termos que refletem atitudes não autorizadas pela sociedade. Subjetivos do Tipo: são termos que estão diretamente ligados ao psiquismo, ao atual estado de ânimo do agente; art. 134 “para ocultar desonra própria”; art. 68 da lei 9605 “obrigação de relevante interesse ambiental”, utiliza-se o art. 5º, inciso XXXIX, da CF para alegar a inconstitucionalidade deste dispositivo legal, com amparo no princípio da legalidade, que exige em seus sub-princípios que as leis sejam taxativas, que sejam objetivas, que sejam claras e precisas em seus termos. *** Fato Material: é um simples fato que ocorre na vida. *** Fato Típico: é aquele Fato Material que se amoldou na descrição legal (Tipicidade Formal); também: desvalor da ação ou descompasso do agente em relação ao que se espera dele ou criação de riscos não permitidos (Tipicidade Material). *** Tipicidade Conglobante (Zaffaroni): o que é permitido por uma norma não pode ser proibido por outra; analisa-se todo o ordenamento jurídico. O autor relaciona a Tipicidade com a Ilicitude, tornando-os um conceito uno. Tipicidade – Classificações Tipo Básico ou Tipo Fundamental: forma mais simples, mais elementar da infração penal, sempre descrita no caput do Tipo Penal; Tipo Derivado: forma derivada da infração penal, sempre prevista nos incisos ou parágrafos do Tipo Penal; Tipo Fechado: elementos objetivos; não se precisa fazer indagações de valor; apenas há na descrição do Tipo Penal elementos objetivos; (ex.: art. 121, CP); Tipo Aberto: elementos objetivos + normativos; espécie de infração penal em que dentro do Tipo Legal o legislador se utiliza de elementos objetivos, subjetivos e normativos; (ex.: art. 121, § 3º, homicídio culposo, não conceitua o termo “culposo”); Tipo Congruente: há perfeita coincidência entre a vontade do agente e o resultado produzido pela sua conduta; Tipo Incongruente: não há coincidência entre a vontade do agente e o resultado produzido pela sua conduta. Erro do Tipo: sempre exclui o Dolo; Incide sobre os elementos/elementares do tipo; Erro sobre elementos do tipo Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei. Escusável ou Desculpável ou Inevitável: exclui o Dolo (o Dolo é o elemento anímico que impulsiona a conduta, logo, inexistindo o Dolo falta o conteúdo da conduta, tornando o fato atípico);Inescusável ou Indesculpável ou Evitável: exclui o Dolo, mas em havendo a previsão da Infração na forma Culposa o agente responderá pelos seus Atos. Do contrário, Atipicidade. Antijuridicidade ou Antinormatividade ou Ilicitude * na parte especial do CP, art. 150, § 3º, também existe uma exclusão de ilicitude Norma Proibitiva: análise que recai, necessita inversão em Todo o ordenamento jurídico; Excludentes legais: Art. 23, CP: excludentes da Ilicitude, também conhecidas por Justificantes ou Descriminalizantes Exclusão de ilicitude Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: I - em estado de necessidade; II - em legítima defesa; III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Estado de necessidade Teoria unitária ou pura, quando é possível fazer a comparação da importância dos bens ameaçados, elegendo-se o mais importante; teoria adotada pelo legislador brasileiro; Teoria Diferenciadora: entende que há duas espécies de estado de necessidade, uma que exclui a ilicitude (art. 23, CP) e uma que exclui a culpabilidade (arts. 22 e 26, CP); é uma teoria mais favorável ao réu; adotada pelo julgador, com base no direito comparado com o ordenamento jurídico alemão; Estado de Necessidade Defensivo: ocorre quando o ato necessário se dirige contra a coisa de que promana o perigo para o bem jurídico ofendido. Ex.: destruo parte da casa de terceiro que está pegando fogo para salvar alguma vida presente em seu interior; Estado de Necessidade Agressivo: quando se utiliza forçadamente algum bem de terceiro para salvar algum bem jurídico de maior importância (ex.: pegar carro de alguém de forma forçada para salvar a vida de uma terceira pessoa; neste caso, o proprietário do veículo pode requerer indenização na esfera cível, mas não há possibilidade de ação penal); Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. § 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. (previsto no art. 13, § 2º do CP o rol de quem tem o dever legal) Relevância da omissão (crime omissivo impróprio) § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (garante – garantidor) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (ingerente) § 2º - Embora seja razoável (princípio da proporcionalidade ou razoabilidade; ponderação dos bens em situação de risco) exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços. (nesta situação, o crime permanece) Legítima defesa Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Estado de necessidade Real/Putativo: Perigo Iminente: É quando um perigo que PODE acontecer, vai acontecer. Ex: um navio carregado de valores públicos sofre uma avaria (naufrago), ele consegue salvar a tripulação sacrificando o ouro existente lá. Obs: O estado de necessidade deve exigir um perigo ATUAL. Estado de necessidade Ideal: Legítima Defesa Real ou Putativa: Real: Legítima Defesa Recíproca: Legítima Defesa: Legitima Defesa sucessiva: é guando a Legítima defesa é transferida a outrem que antes seria réu. Repelir = Reação: Ação humana, revidar. Agressão (agir de forma negativa, cabe apenas ato de pessoa humana) + Injusta: Derivar de Inimputável )art. 26. Vitimologia: A pessoa que tem uma personalidade provocativa e logo após se fazem de vítima. Atual ou Iminente: Própria ou de Terceiro: Deve haver vínculo/ Meios = Necessário – Moderado (termo elementar) Elemento subjetivo: Estrito (contrário de amplo; limitado) Cumprimento do Dever Legal: pressupõe: Ato/comportamento nos Estritos Limites da Lei (ato vinculado); deve ser exatamente de acordo com o que está escrito na lei (sentido amplo: qualquer norma legal, lei, instruções normativas, portarias, decretos, despacho judicial, etc.); Regra geral: quem tem o dever legal, como regra geral, são os funcionários públicos ou quem está exercendo algum múnus ou encargo público; a definição de quem é funcionário público consta no art. 327 do CP; (ressalva: há entendimentos de que pode ser invocado por Particular; ex.: advogado é chamado em um processo para testemunhar; o testemunho é contra o seu cliente; se ele prestar falso testemunho, omitindo ou falando os fatos de forma diferente da verdade, e é processado por falso testemunho, pode alegar o Estrito Cumprimento do Dever Legal, pois está vinculado à manutenção do sigilo em relação à intimidade do seu cliente; na condição de testemunha, o advogado tem status de funcionário público ????? não ficou claro o entendimento...) Quem tem o dever legal está relacionado no art. 13, § 2º do CP: § 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; (garante – garantidor) c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. (ingerente) Exercício Regular do Direito (a palavra Direito possui a conotação de Ordenamento Jurídico, ou seja, todos os ramos do Direito): pressupõe: Permissões/Autorizações que são encontradas no ordenamento jurídico Exemplos: Pequenas correções exercidas pelos pais, tutores e curadores (art. 1634, I, CC), se não houver excesso, está amparado pelo Exercício Regular do Direito; Possuidor esbulhado (retirado da posse da coisa; art. 1210, § 1º, CC), poderia ser atribuído o crime do art. 345 do CP, porém, se utilizar-se do desforço imediato, é amparado pelo Exercício Regular do Direito; Particular que prende bandido em flagrante delito (art. 301, CPP); Atividades desportivas, quando não houve violação de regra técnica do esporte, o sujeito causador do dano está acobertado pela excludente Exercício Regular do Direito; Intervenções cirúrgicas médicas, mesmo que não haja autorização do representante da pessoa, o médico está acobertado pelo Exercício Regular do Direito; Ofendículas (mecanismos predispostos que são utilizados para defesa da propriedade; ex.: cacos de vidro no muro, cerca elétrica, cerca de espinho), quando podem ser percebidas pela potencial vítima, dão amparo ao proprietário pela excludente Exercício Regular do Direito; Obs.: quando se trata de ofendícula que contém aviso, porém oculta, o proprietário pode ser amparado pela excludente Legítima Defesa. PROVA: *** ESBULHO: quando alguém é retirado da posse de algo; neste caso, pode ser amparado por Exercício Regular do Direito; *** TURBAÇÃO: perturbação de algo; neste caso, pode ser amparado por Legítima Defesa; * Previsibilidade objetiva: Capacidade de prever o que era previsível, com base no entendimento esperado de um homem de inteligência mediana; Causas Supralegais (acima, não necessariamente superiores à lei, fora da lei) de Excludentes de Ilicitudes Princípio do Balanço dos Bens: estamos diante de uma balança onde há bens em conflito; esta circunstância remete-nos ao pensamento sobre o Estado de Necessidade, que possui certa semelhança; a diferença é que aplica-se quando os dois bens jurídicos estão em conflito, mas o perigo não é atual, mas é iminente; ex.: barco que estava transportando um grande tesouro, que teve que ser descartado,já que tal barco estava por naufragar; Princípio da Adequação Social: quando o fato ou conduta está acobertado pela Adequação Social; lesões corporais leves ou de pequena monta em atividades desportivas são amparadas pela excludente de Adequação Social, mesmo que haja violação da regra técnica do esporte; lesões corporais graves podem ser amparadas pela excludente Exercício Regular do Direito, porém, apenas quando são cumpridas as regras técnicas do esporte em questão; NÃO CONFUNDIR... Consentimento do Ofendido: podemos dispor de alguns de nossos bens ou direitos, como por ex.: sangue, rins, medula, patrimônio, etc.; não se pode dispor da honra, da vida, da integridade física, etc.; nos casos de bens que são dispostos pela pessoa, não há crime, amparado pela excludente Consentimento do Ofendido; o Consentimento do Ofendido ora pode ser Excludente da Ilicitude, ora pode ser Excludente da Tipicidade; em casos em que o ofendido da perda de um patrimônio, por exemplo, que não registra queixa-crime, há amparo da Excludente da Ilicitude; quando o consentimento for Elementar do Tipo (ex.: art. 150, CP), se retirados os elementos normativos do tipo, há Excludente de Tipicidade; Princípio da Insignificância: deixa-se de aplicar o Direito Penal quando a lesão ou ameaça à lesão não foi grave, não foi significativa; refere-se à Tipicidade Material, portanto, excludente da Tipicidade; Culpabilidade(Fulano é culpável?, responsável por seu atos?.. se o agente é imputável (tem capacidade de saber o q faz)) Elementos: . Imputabilidade(C.P é o Biocronológico.. Ele adota o físico e o mental): Base Legal das Excludentes: Art. 26: Doença mental(insanidade física), Desenvolvimento incompleto, Art. 27: Menores de 18 anos. Surdo e mudos que não conseguem comunicar-se. Art. 28: Embriaguez Acidental: Caso Fortuito: Força Maior: Embriaguez Não Acidental: Voluntária, Culposa . Potencial conhecimento da Ilicitude . Exigibilidade de conduta Diversa Proporcionalidade, Imputável (atribuir algo a alguém) Culpabilidade (juízo de reprovação externo) Imputabilidade: analisa-se o momento atual, a situação atual do agente que comete o delito para verificar sua capacidade de entendimento, de discernimento do caráter ilícito do comportamento e, com este entendimento, evitá-lo; Excludentes (art. 26, CP; adotados os critérios Biopsicológico e Biológico (menores) pelo legislador brasileiro, já que se analisa a idade e a estrutura psicológica do agente) Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Redução de pena Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Inimputáveis Vítima de embriaguez completa, acidental, derivada de caso fortuito ou força maior (art. 28, § 1º) Surdo-mudo (art. 26, caput) Silvícula (art. 26, caput) Menores de 18 anos (art. 27, CP) Doença mental (art. 26, caput) Potencial Conhecimento da Ilicitude: analisa-se a história de vida, o passado do agente que comete o delito para identificar seu potencial conhecimento da ilicitude; analisar as particularidades do caso concreto e avaliar o agente em relação ao homem comum, considerando as peculiaridades regionais e culturais da vida social deste agente; apenas isenta o agente de pena se se trata de um “erro sobre a Ilicitude do Fato” (art. 21, caput, CP) Excludentes: Erro sobre a ilicitude do fato (também chamado de Erro de Proibição) Art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência. Exigibilidade de Conduta Diversa: verifica-se se a conduta do agente é parecida com a conduta que teria uma pessoa “normal” na mesma situação (na coação moral irresistível haverá, como regra geral, 3 figuras ou papéis: o coator, o coato e a vítima; em certas circunstâncias, o coato e a vítima são o mesmo sujeito; sempre haverá dolo na coação moral irresistível, mas é um dolo viciado) (art. 22, CP) * coação física exclui a Conduta do agente, tornando Atípica a conduta, não havendo crime; Excludentes: Coação irresistível e obediência hierárquica (sempre na Administração Pública) Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só é punível o autor da coação ou da ordem. Estado de Necessidade Exculpante: surge impulsionado pela jurisprudência, já que a lei penal não vislumbra nenhuma hipótese de Estado de Necessidade que seja excludente da Culpabilidade; criação da jurisprudência brasileira, com base no Direito Alemão; Embriaguez (art. 28, II, CP): o legislador brasileiro parte de uma ficção de que no momento anterior à embriaguez o agente possuía plena consciência e livre arbítrio (Actio Libera In Causa: a ação era livre quando da sua causa, livre arbítrio); Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: I - a emoção ou a paixão; Embriaguez II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. § 1º - É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. § 2º - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Acidental (completa § 1º: isenta; incompleta § 2º: causa de diminuição) Caso Fortuito (situação totalmente incomum, acidente de percurso que não pôde ser previsto; a pessoa não faz a mínima idéia; ex.: sensibilidade incomum a determinado medicamento não conhecida anteriormente e que leva o agente à embriaguez) Força Maior (ex.: enólogo que não é permitido que cumpra o tempo de trabalho adequado à profissão por determinação de sua chefia) Não Acidental (art. 28, II, CP): pouco importa se a embriaguez é completa ou incompleta, não haverá isenção de pena e não haverá exclusão da imputabilidade penal. Voluntária (dolo): o agente bebeu porque quis; Culposa: embriaguez derivada de imprudência ou negligência; Fases da Embriaguez: para a medicina legal somente se considera que a embriaguez é completa quando o agente chega à terceira fase de embriaguez; para a justiça, já se considera embriaguez completa na segunda fase de embriaguez. Excitação / Euforia (macaco) Depressão (leão) Torpor / Coma (porco) Embriaguez Pré-Ordenada (art. 61, II, alínea L, CP): existe uma ordem prévia; quando o agente se coloca em estado de embriaguez para realizar alguma conduta ilícita; Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: [...] l) em estado de embriaguez preordenada. Crime Consumado: o comportamento ocorrido subsumiu (subsunção), encaixou perfeitamente dentro da norma penal incriminadora; Iter Criminis (caminho do crime ou fases do crime): não conhecendo as fases do caminho do crime não se sabe se se está diante de um crime Consumado ou Tentado; Cogitação: se passa na psiquê do agente;planejamento sobre o crime; fase intelectual; fase interna; Atos Preparatórios: fase externa; organização de recursos para concretizar a ação penal; (ex.: croquis do local do crime; estratégia do crime; compra de armas; preparação de emboscada); em regra, são impuníveis; arts. 288 e 291, CP, são exemplos de Atos Preparatórios puníveis; Quadrilha ou bando (existe um entendimento minoritário da doutrina de que o artigo 288 se encaixa na fase de Cogitação; a doutrina majoritária encaixa tal dispositivo como pertencente à fase de Atos Preparatórios, como exceção à regra da não punibilidade) Art. 288 - Associarem-se mais de três pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena - reclusão, de um a três anos. (Vide Lei 8.072, de 25.7.1990) Parágrafo único - A pena aplica-se em dobro, se a quadrilha ou bando é armado. Petrechos para falsificação de moeda Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Atos Executórios: existem duas posições a respeito de Atos Executórios, a Tradicional e a do Zaffaroni; a doutrina Tradicional ainda é a posição majoritária; porém, quanto aos crimes contra a pessoa ou sua integridade física se tende a unir os dois entendimentos; Tradicional: defende que quando o sujeito, com o seu comportamento, adentra o núcleo do Tipo (verbo do Tipo), está dando início à conduta típica; (ex.: o agente desfere muitas facadas que são esquivadas pela vítima; para a posição Tradicional ainda não ocorreu a ação criminosa); Zaffaroni: entende que o doutrinador é muito complacente com o agente do crime, pois espera o agente adentrar o núcleo do Tipo para considerar uma conduta típica; entende que o comportamento do agente revelado, quanto mais perto estiver da ação criminosa, se já oferece perigo ao bem jurídico protegido, para considerar a ação como criminosa; entende que se deve ponderar, analisar o plano do autor e o quanto este se aproximou da execução do Núcleo do Tipo, para considerar a ação como criminosa; (nesta posição, no exemplo acima, já ocorre a ação criminosa); Consumação: quando o agente conseguiu realizar completamente a ação penal. Crime Tentado: quando circunstâncias alheias à vontade do agente impedem que os resultados se consumem; Elementos do Crime Tentado: Início dos atos executórios; Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente; Elemento subjetivo do Tipo Consumado: há de se identificar o dolo ou a culpa do agente; Tentativa Perfeita: também chamada de Crime Falho; o agente ultima (realiza na íntegra) os atos executórios, ou seja, com o seu comportamento ele realiza o núcleo do Tipo, mas não ocorre a Consumação por circunstâncias alheias à sua vontade; Tentativa Imperfeita: quando há a interrupção dos Atos Executórios por força alheia à vontade do agente; Art. 14 - Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Pena de tentativa Parágrafo único - Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz: há o início dos Atos Executórios, mas o próprio agente, voluntariamente, desiste de continuar ou impede a consumação dos seus atos; Voluntariedade (quando o agente, por conta própria, desiste de praticar a ação criminosa) não é sinônimo de Espontaneidade (quando alguém convence o agente de que ele não deve realizar o crime); a Espontaneidade ainda é considerada como Desistência Voluntária; quando o agente desiste da ação criminosa por pressão externa, como a força policial, por exemplo, não há Desistência Voluntária; Desistência voluntária e arrependimento eficaz Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Arrependimento posterior Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Crime impossível: ex. de Absoluta Impropriedade do Objeto: aplicado ao art. 121, CP, se o agente comete os atos para matar a vítima, mas a vítima já estava morta por causa anterior; ex. de Ineficácia Absoluta do Meio: mulher grávida que, no intuito de abortar, toma um chá de ervas que não possui propriedade abortiva; neste caso, se a erva possuía relativa capacidade abortiva, a Ineficácia é Relativa; Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto (pessoa ou coisa sobre a qual se recai a conduta), é impossível consumar-se o crime. 2º BIMESTRE Concurso de Agentes ou Concurso de Pessoas ou Concurso de Autores ou Co-autoria (art. 29, CP) Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre (colabora, adere; é apenas possível para Imputáveis; inimputáveis possuem a vontade viciada, pois não tem maturidade suficiente para fazer escolhas, não tendo validade o seu ato para o Direito Penal; menores respondem por Ato Infracional pelo ECA) para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Importância do estudo: diante das variadas formas de realização de uma Infração Penal; Destaque-se: de acordo com classificação dos crimes, é imprescindível destacar que, dentre a classificação dos crimes há os que são denominados Unissubjetivos (ou Monossubjetivos) e os Plurissubjetivos: Mono ou Unissubjetivos: são os de Concurso Eventual; são aqueles que, embora possam ser cometidos por 1 só Sujeito Ativo, também podem ser cometidos por + de 1 Sujeito Ativo; ex.: arts. 121 (homicídio), 155 (furto), 213 (estupro), etc.; Plurissubjetivos: são os de Concurso Necessário, pois há necessidade de que o crime seja cometido por mais de 1 Sujeito Ativo; nestes crimes a Pluralidade de agentes é Elementar do Tipo; ex.: arts. 137 (rixa), 288 (quadrilha ou bando), etc.. Início dos Estudos sobre Concurso de Agentes: Estudo a partir de 1939, na Alemanha, por Von Lizt. Conceito de Autor: Teorias: Extensiva ou Material-Objetiva: não há diferença entre Autor e Participação; sem tratamento diferenciado, todos respondem igualmente pelas penas cominadas aos crimes cometidos; qualquer dos agentes que concorre para a prática delituosa sempre será considerado Autor; Restritiva ou Formal-Objetiva: há diferença entre Autor e Partícipe; as penas são aplicadas com diferenciação entre autor e partícipe; teoria Adotada pelo Legislador Brasileiro, art. 29, CP; o Partícipe concorre secundariamente, sem realizar os “Elementos ou Elementares do Tipo”; o Autor é aquele que realiza o Núcleo, o Verbo do Tipo Penal, os “Elementos ou Elementares do Tipo”; como exemplo de potenciais distorções na aplicação desta teoria, temos que os Mandantes ou Líderes Intelectuais das condutas criminosas seriam tratados como Partícipes, tendo direito à redução da aplicação da pena, enquanto que o executor do crime seria punido pela pena integral; Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre (colabora) para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade (fragmento que caracteriza a adoção da Teoria Restritiva, assim como avaliza a adoção, pelo julgador, da Teoria do Domínio do Fato). § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuídade um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Domínio do Fato: teoria mais abrangente; parte do pressuposto da Divisão Funcional das Tarefas, abarcando também o Agente que Não realiza as Elementares do Tipo; abarca o autor intelectual, que não participa na execução do crime, mas tem domínio do fato, tem controle sobre a situação; esta teoria vem com o intuito de corrigir eventuais “lacunas” da Teoria Restritiva; Critério Distintivo: não é a prática de “Elementares” do Tipo, mas sim Ter ou Não o sujeito “Domínio do Fato”; para esta teoria existem 3 espécies de autor: Autor Intelectual; Autor Material: executor dos elementos ou elementares do tipo; Autor Mediato: aquele que se vale de uma pessoa inculpável para realizar a infração penal; aqui não há que se falar em concurso de agentes, pois o crime é imputável apenas pelo Autor Mediato. Formas de Participação: Participação Moral: quando o partícipe atua instigando alguém a cometer a conduta criminosa (idéia pré-existente); quando o partícipe idealiza a conduta criminosa e convence os comparsas a cometê-la; Participação Material: também conhecido como Cúmplice; quando o partícipe contribui com a realização do crime de forma material (ex.: empresta dinheiro, empresta carro, etc.). Requisitos do Concurso de Agentes: Pluralidade de Agentes Culpáveis; Nexo Causal (“Relevância Causal da Conduta”): a conduta deve ter sido subsidiária ou necessária para a realização da infração criminal; Vínculo Subjetivo: não pressupõe necessariamente prévio ajuste entre o autor e o partícipe (quando o partícipe adere à infração criminosa na hora em que ela é cometida, sem combinação prévia com os demais autores do fato criminoso); a co-autoria deve haver adesão, deve haver prévio ajuste; pressupõe que todos os agentes estão querendo realizar a infração penal; vínculos subjetivos diferentes implicam culpabilidade diferente e, portanto, potenciais enquadramentos típicos ou penas diferentes, na medida da culpabilidade de cada agente; Identidade de Crimes “Teoria Monista”: é necessário que o querer, o dolo, esteja identificado entre todos os agentes que vão realizar a conduta; diz-se que o CP Brasileiro adotou a Teoria Monista, que estabelece que todos os agentes estão cometendo o mesmo crime; Autoria colateral: duas pessoas, sem que conheçam a intenção, uma da outra, sendo inimigas da pessoa A, atiram simultaneamente na vítima; quando se consegue identificar qual dos disparos causou a morte, um dos autores responderá por Homicídio e o outro por Tentativa de Homicídio; quando não se consegue identificar qual dos disparos causou a morte, ambos os autores responderão por Tentativa de Homicídio. O Caminho do Crime ou Iter Criminis e a aplicação de Penas: Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. Dosimetria da Pena ou Cálculo da Pena Cálculo da pena Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código (PRIMEIRA FASE); em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes (art. 61 até 66); por último, as causas de diminuição e de aumento (são esparsas, estão na parte geral e na parte especial do CP). Fixação da pena – Circunstâncias Judiciais ou Circunstâncias do Juízo Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível. Critérios especiais da pena de multa Art. 60 - Na fixação da pena de multa o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do réu. § 1º - A multa pode ser aumentada até o triplo, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, é ineficaz, embora aplicada no máximo. Multa substitutiva § 2º - A pena privativa de liberdade aplicada, não superior a 6 (seis) meses, pode ser substituída pela de multa, observados os critérios dos incisos II e III do art. 44 deste Código. Circunstâncias agravantes Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: (ver art. 298 da lei 9503/1997) I - a reincidência; II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. Agravantes no caso de concurso de pessoas Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; II - coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. Reincidência Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. Art. 64 - Para efeito de reincidência: I - não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 (cinco) anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação; II - não se consideram os crimes militares próprios e políticos. Circunstâncias atenuantes Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; II - o desconhecimento da lei; III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade,a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei. (tem por base o Princípio da Equidade; ex.: o sujeito ativo do crime está passando por um caos em sua vida; tal circunstância pode ser considerada pelo juiz no estabelecimento da pena) A Dosimetria da Pena é Trifásica (método de Hungria, autor do método trifásico), conforme as seguintes fases: Art. 5º CF/1988: XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; 1ª Fase (Pena Base): Circunstâncias Judiciais (descritas no art. 59, CP): fica ao critério do juiz o estabelecimento da pena, já que o art. 59 não estabelece em frações ou percentuais; Poderá Lei Penal Extravagante dispor de outras Circunstâncias; poderá haver a Forma Qualificada do delito, que tem pena própria; nesta fase, não há aumento ou diminuição da pena com base em percentuais, que é definido na 3ª Fase; 2ª Fase (Pena Provisória): Circunstâncias Legais (arts. 61 até 66, CP): fica ao critério do juiz o estabelecimento da pena, já que os arts. referidos não estabelecem em frações ou percentuais; nesta fase, não há aumento ou diminuição da pena com base em percentuais, que é definido na 3ª Fase; Agravantes: Concurso (preponderantes): em concurso de agravantes, sempre prepondera a causa de diminuição (ex.: a menoridade penal de 21 anos, conforme art. 65, CP); Súmula 231 do STJ: Obs. 1: a Pena Mínima nunca poderá ficar “Aquem” do Mínimo Obs. 2: a Pena Máxima nunca poderá ser Extrapolada Situadas na Parte Geral do CP Atenuantes 3ª Fase (Pena Definitiva): são conhecidas como Circunstâncias Aumentativas ou Diminutivas (Majorantes ou Minorantes): situadas tanto na Parte Geral (ex.: arrependimento posterior) quanto na Parte Especial do CP (ex.: ao final do capítulo em que está o crime posicionado no CP); a pena pode, nesta fase, extrapolar tanto o limite mínimo quanto o máximo estabelecido no tipo penal; a pena deverá sempre observar o disposto no artigo 75 do CP (Princípio da Unificação das Penas); sempre há parâmetros estabelecidos em percentuais, não sendo arbitrado pelo juiz; Obs. Para prova: fixar conteúdo do art. 42 da lei 11343/2006... questão sobre tráfico de drogas na prova... CONCURSO DE CRIMES (duas ou mais infrações penais) Análise: na fixação da pena: 3ª Fase Tipos de concurso: Concurso Material ou Cúmulo Material: quando o agente age por mais de uma forma, mais de um comportamento, cometendo duas ou mais infrações penais (ex.: homicídio e ocultação de cadáver); Concurso material Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. § 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código. § 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais. Concurso Formal: quando o agente, com apenas uma ação comete duas ou mais infrações penais (ex.: o agente realiza o crime de estupro; sendo portador de HIV, consciente, também comete o crime de tentativa de homicídio) Critério para o aumento: número de crimes 2 crimes: aumenta 1/6 3 crimes: aumenta 1/5 4 crimes: aumenta 1/4 5 crimes: aumenta 1/3 6 ou mais crimes: aumenta-se da metade Perfeito: quando há unidade de desígnios; Imperfeito: quando os desígnios são autônomos (ex.: sujeito comete crime de Estupro + com intuito de contágio de Doença) Concurso formal Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos (queria somente uma coisa, mas pouco se importava se ocorresse outro delito – dolo eventual), consoante o disposto no artigo anterior. Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código. Crime Continuado: sucessão de crimes idênticos ou não, com as mesmas características de espécie e lugar; cada ato realizado pelo agente é crime isoladamente; Crime continuado Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código. Obs.: Crimes Habituais: não se trata de concurso de crimes, pois os Crimes Habituais são aqueles crimes em que os atos isolados em si não constituem crimes, mas o conjunto destes atos sim; (ex.: art.
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