Buscar

Processo Civil VI - Processos Coletivos

Prévia do material em texto

Processo Civil VI - Processos Coletivos
Prof. Gilson Hugo Rodrigo da Silva
Bibliografia: Ada Pelegrini Grinover – Processo Coletivo; Hugo Nigro Mazini; Nelson Nery Junior; Min. do STF Teori Zavadsky;
Ação Coletiva X Ação Individual
São ações distintas, com institutos também distintos;
O CPC é aplicado à Ação Coletiva de forma supletiva e não direta;
Não há um Código de Processo Coletivo, mas um sistema formado por várias leis;
Tutelas Coletivas ou Interesses Coletivos
Classificação dos Interesses Metaindividuais (coletivos)
CDC Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
 Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
Difusos: quando envolve conjunto de pessoas indeterminadas; são ligados por questão fática (um mesmo fato atinge tais pessoas); ex.: transposição da bacia do Rio São Francisco, que atingiu diversas pessoas indeterminadas pelo mesmo fato;
* pode-se pleitear tanto pela cessação da irregularidade quanto pela indenização;
 I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
Coletivos (em sentido estrito): quando envolve grupo, categoria ou classe de pessoas; são ligados por questão jurídica (apenas de direito); ex.: enfermeiros prejudicados por decisão governamental que determinou nova forma de jornada de trabalho;
* pode-se pleitear tanto pela cessação da irregularidade quanto pela indenização;
 II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
Individual homogêneo: direitos decorrentes do mesmo fato (questão fática); as pessoas se associam em função do fato para pleitearem seus direitos (sempre uma indenização); ex.: famílias de vítimas de determinado acidente aéreo;
* pleiteia-se pela indenização (reparação dos danos sofridos);
 III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
Legitimação da Ação Coletiva
São pessoas que entram em nome próprio pleiteando direito de outrem; são substitutos processuais;
Os legitimados pelo CDC são os previstos no art. 82:
 Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
 I - o Ministério Público,
 II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
 III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
 IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
* por Associações, entenda-se: Associações, Sindicatos, Entidades de Classe e Partidos Políticos; requisitos:
Pré-constituição há pelo menos um ano (exceção prevista no § 1º);
Pertinência temática: ligação entre o objeto social da associação e o que se pleiteará; ex.: sindicato dos metalúrgicos defendo os metalúrgicos;
 § 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
Substituição processual
 Art. 91. Os legitimados de que trata o art. 82 poderão propor, em nome próprio e no interesse das vítimas ou seus sucessores, ação civil coletiva de responsabilidade pelos danos individualmente sofridos, de acordo com o disposto nos artigos seguintes.
Intervenção obrigatória do Ministério Público
 Art. 92. O Ministério Público, se não ajuizar a ação, atuará sempre como fiscal da lei.
Se não intimado o MP gera nulidade processual;
Intervenção de partes em litisconsórcio
 Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
 Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
Não induzem litispendência, pois as partes são distintas, já que uma atuará em nome próprio e a outra atuará como substituto processual;
O ideal em relação às ações coletivas é que tenham ampla divulgação, de forma que demais interessados possam intervir no feito, contribuindo para seu desfecho;
A divulgação da ação coletiva também é importante em função do efeito da coisa julgada;
Para a ação coletiva gerar efeito em benefício da pessoa que ajuizou ação individual, esta deverá desistir da ação que propôs;
Coisa julgada nas ações coletivas
 Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
 I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso I do parágrafo único do art. 81;
 II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas, nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
 III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
 § 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
 § 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem intervindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
 § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
 § 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Nas Ações Individuais do CPC a coisa julgada ocorre tanto em caso de procedência quanto em caso de improcedência;
Nas Ações Coletivas a coisa julgada será de acordo com o direito que se está pleiteando (“secundum eventum litis”), de acordo com a tabela a seguir:
	Tutelas
	Procedência
	Improcedência
	Improcedência por falta de provas
	Difuso
	Coisa julgada erga omnes
	Coisa julgada erga omnes
	Não gera coisa julgada
	Coletivo em sentido estrito
	Coisa julgada ultra partes (ultrapassa as pessoas em lide e alcança toda a classe ou categoria em questão)
	Coisa julgada ultra partes (ultrapassa as pessoas em lide e alcança toda a classe ou categoria em questão)
	Não gera coisa julgada
	Individual homogêneo
	Coisa julgada erga omnes
	Não gera coisajulgada
	Não gera coisa julgada
Liquidação e execução dos danos
 Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu pelos danos causados.
 Art. 96. (Vetado).
 Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim como pelos legitimados de que trata o art. 82.
 Parágrafo único. (Vetado).
 Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixadas em sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
 § 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado.
 § 2° É competente para a execução o juízo:
 I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual;
 II - da ação condenatória, quando coletiva a execução.
 Art. 99. Em caso de concurso de créditos decorrentes de condenação prevista na Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985 e de indenizações pelos prejuízos individuais resultantes do mesmo evento danoso, estas terão preferência no pagamento.
 Parágrafo único. Para efeito do disposto neste artigo, a destinação da importância recolhida ao fundo criado pela Lei n°7.347 de 24 de julho de 1985, ficará sustada enquanto pendentes de decisão de segundo grau as ações de indenização pelos danos individuais, salvo na hipótese de o patrimônio do devedor ser manifestamente suficiente para responder pela integralidade das dívidas.
 Art. 100. Decorrido o prazo de um ano sem habilitação de interessados em número compatível com a gravidade do dano, poderão os legitimados do art. 82 promover a liquidação e execução da indenização devida.
 Parágrafo único. O produto da indenização devida reverterá para o fundo criado pela Lei n.° 7.347, de 24 de julho de 1985.
Ação Popular
Previsão: CF, art. 5º, inc. LXXIII; Lei 4.717/1965, que é a primeira lei que previu ação coletiva no Brasil;
 LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
O interesse desta ação é público e difuso; quem a propõe pleiteia direito público em nome próprio, como substituto processual;
O objeto desta ação também admite sua defesa por meio da Ação Civil Pública;
A Lei da Ação Popular é uma Lei Especial, somente podendo ser revogada por outra Lei Especial; o CPC é aplicado subsidiariamente, no rito ordinário;
Legitimidade ativa: qualquer cidadão (aquela pessoa que tem direito ao voto; o menor que possui Título Eleitoral pode propor esta ação, independentemente de representante, de acordo com entendimento doutrinário e jurisprudencial, já que se trata de uma Lei Especial, com previsão específica neste sentido ao referir-se ao termo “cidadão”); qualquer outro cidadão pode ingressar na ação como parte ou como assistente (trata-se de litisconsorte ulterior);
* o MP nunca poderá ingressar no feito em defesa do ato impugnado; ao contrário, deverá colaborar com a parte autora;
Local de proposição da ação: pode ser no domicílio do autor; ações propostas com o mesmo objeto em outros juízos serão atraídas pela prevenção;
Legitimidade passiva: a pessoa que praticou o ato e a pessoa jurídica de direito público com a qual aquela estiver vinculada; não se sabendo quem foi a pessoa, ajuíza-se a ação somente em face da pessoa jurídica de direito público; tem que se promover a citação de todas as pessoas envolvidas na prática do ato; o litisconsórcio passivo é necessário simples (pode haver decisões distintas para as diferentes partes); se descoberta posteriormente mais alguma pessoa envolvida com o ato, é obrigatória a citação desta, sob pena de nulidade do processo;
Art. 6º, § 3º: a pessoa jurídica de direito público, reconhecendo a falta cometida por algum dos outros integrantes do pólo passivo, pode sair da condição de ré e assumir a condição de autora, pleiteando pela condenação dos responsáveis pelo ato lesivo;
Prazo para contestação: 20 dias, prorrogáveis por mais 20, a pedido do interessado, de acordo com o art. 7º, inc. IV; não se aplicam as regras dos arts. 188 e 191 do CPC;
Tutela antecipada: prevista no art. 5º, § 4º; é uma das poucas ações do passado que inovou e previu a concessão de liminares;
Sentença (art. 11): visa duas situações: a anulação do ato lesivo ao patrimônio público e a condenação à restituição ao erário público;
Execução da condenação: via cumprimento de sentença, já que o CPC é aplicado subsidiariamente; quando se tratar de servidor público pode ocorrer desconto em folha de pagamento, sendo que a lei não estabeleceu o percentual a ser descontado, devendo o magistrado estabelecê-lo, de acordo com o caso concreto (art. 14, § 3º);
Obs.: quando a execução for contra Ente público, segue o rito das execuções contra a Fazenda Pública; contra as outras pessoas do pólo passivo segue o rito normal do CPC;
Sendo procedente a ação, se o autor não promover sua execução, o MP deve fazê-lo, sob pena de falta grave (art. 16);
Art. 16. Caso decorridos sessenta dias de publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o representante do Ministério Público a promoverá nos trinta dias seguintes, sob pena de falta grave.
Recurso na hipótese de carência da ação ou improcedência, com ou sem provas, (art. 19): há reexame necessário; a lei prestigiou o interesse público que é representado pelo pólo ativo;
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente, caberá apelação, com efeito suspensivo.
§ 1o Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento.
§ 2o Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público.
Custas e honorários: ver arts. 10 a 13; o autor somente será condenado em custas se comprovada sua má-fé (art. 5, inc. LXXIII, da CF), o que significa que o art. 13, em sua integralidade, não foi recepcionado pela CF/1988 (o valor das custas, neste caso, é normal e não o décuplo);
2º BIMESTRE
Mandado de Segurança
Previsão: art. 5º, inc. LXIX, da CF, regulamentado pela Lei 12.016/2009 (Lei anterior era a 1533/1951);
 LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Situações que legitimam o MS: ilegalidade ou abuso de poder;
Em caso de funções públicas delegadas também é possível o uso do MS; exs.: instituição privada de ensino; instituição privada de tratamento de saúde;
Pode ser: preventivo (quando o ato ilegal ou abusivo está na iminência de ocorrer, em que se pleiteia o impedimento para a prática desse ato) ou repressivo (quando já ocorreu o ato ilegal ou abusivo, em que se pleiteia a repressão);
Também é cabível em se tratando de omissão; ex.: direito à posse em concurso público, em que o candidato foi aprovado em primeiro lugar e está por expirar o prazo do edital sem que tenha sido nomeado;
Situação, por exemplo, em que o segundo colocado em um concurso público maneja MS visando ocupar o cargo quando o primeiro colocado ainda não foi nomeado para o cargo e o prazo do edital está expirando,sem que este último tenha se manifestado no interesse de ocupar a vaga;
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente. 
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da notificação.
Prazo decadencial para impetração do MS
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado.
Situações em que não cabe MS
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado.
Pólo passivo do MS: art. 6º e § 3º:
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições.
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática.
Despacho inicial: art. 7º:
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem documentos, para que, querendo, ingresse no feito; 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
Se a sentença de 1º grau conceder a segurança em algum dos casos do § 2º, o recurso de apelação, mesmo o de ofício, terá efeito suspensivo;
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. 
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Procedimento (art. 6º e seguintes): petição inicial em duas vias, uma destinada à Autoridade Coatora e a outra ao Órgão que esta pertença, para que prestem informações em 10 dias; o processo é enviado concluso ao juiz em até 5 dias, tendo este o prazo de 30 dias para decisão;
Petição inicial > com liminar > mandado para cumprimento da liminar > 10 dias para prestar informações > manifestação do Ministério Público, no prazo de 10 dias > sentença em 30 dias, com ou sem manifestação do MP
Petição inicial > sem liminar > mandado para notificação > 10 dias para prestar informações > manifestação do Ministério Público, no prazo de 10 dias > sentença em 30 dias, com ou sem manifestação do MP
Teoria da Encampação: é o nome doutrinário dado ao fato de a Entidade que a Autoridade Coatora assumir a representação jurídica no Mandado de Segurança;
* não se aplica revelia; não há confissão ficta ou presunção de veracidade do alegado;
* das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento;
* sentença denegatória: sentença que extingue o MS, sem julgamento do mérito, pelo art. 267 do CPC;
* sentença que indefere/nega o mérito do MS é pelo art. 269 do CPC;
* da sentença cabe apelação; a que concede a segurança é remetida, de forma automática, ao 2º Grau de Jurisdição para reexame necessário;
O recurso de apelação, em regra, não tem efeito suspensivo; nos casos do final do § 3º, do art. 14, a apelação tem efeito suspensivo;
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar.
Valores anteriores ao MS não podem ser recebidos nesta ação; para pleitear valores anteriores deve-se ajuizar ação independente;
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial.
No MS não cabem embargos infringentes e nem honorários advocatícios;
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé.
Possibilidade de suspensão da execução de medida liminar e da sentença:
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição.
Recurso Ordinário Constitucional: cabe quando o MS é julgado originariamente pelo TJ ou pelo TRF, que é julgado, neste caso, pelo STJ; se o MS foi julgado originariamente por Tribunal Superior, o recurso será julgado pelo STF;
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada.
A sentença denegatória do MS, que não se manifeste sobre o mérito (art. 267 do CPC), não faz coisa julgada, podendo-se impetrar novo MS ou outra ação pleiteando o mesmo direito;
A sentença que julga o mérito do MS (procedência ou improcedência) faz coisa julgada;
Mandado de Segurança Coletivo
Ao Mandado de Segurança Coletivo aplicam-se todas as disposições do Individual, de forma supletiva, no que não houver disposição específica;
Legitimidade ativa: apenas os dispostos na CF, art. 5º, inc. LXX; previsão no art. 21 da Lei 12.016/2009 (na lei que regulava anteriormente o MS, não havia previsão para o MS Coletivo);
CF, Art. 5 LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
 a) partido político com representação no Congresso Nacional;
 b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidose certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial.
Requisitos: pré-constituição (associação deve ser legalmente constituída há mais de um ano) + pertinência temática;
A restrição em relação aos partidos políticos “na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária” é objeto de debate no STF na ADIN 4.296, já que limitou o comando constitucional;
O fragmento “desde que pertinentes às suas finalidades” também é discutido na referida ADIN;
Direitos protegidos pelo MS Coletivo:
As restrições citadas acima tiraram do MS Coletivo a possibilidade de defesa de Direitos Difusos, conforme se verifica do art. 21, caput e parágrafo único, da Lei do Mandado de Segurança;
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante.
Coisa julgada no MS Coletivo: é ultra partis; para a parte que tem ação própria, o MS Coletivo somente terá efeitos se houver a desistência daquela; *** naquela prevista no art. 104 do CDC, a ação própria é suspensa;
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva.
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas.
* a prestação de informações pela autoridade coatora é ato posterior, no prazo de 10 dias;
Ação Civil Pública
Prevista na CF, art. 129, inc. III; regulamentada pela Lei 7347/1985; protege direitos difusos e coletivos, indo um pouco mais além do que a Ação Popular;
 Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: [...]
 III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;
Cabimento: art. 1º da Lei;
Art. 1o Regem‑se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados:
I – ao meio ambiente;
II – ao consumidor;
III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
IV – a qualquer outro interesse difuso ou coletivo;
V – por infração da ordem econômica e da economia popular;
VI – à ordem urbanística.
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados.
Competência: lugar do dano; trata-se de competência funcional, absoluta, portanto;
Art. 2o As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
Tutelas que podem ser objeto da sentença: qualquer coisa; aplica-se, supletivamente, o art. 461 do CPC, que prevê multa diária, além de outros meios necessários ao cumprimento da obrigação (ex.: interdição de funcionamento de empresa até que a causa de determinado dano seja eliminada);
Art. 3o A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Legitimidade: é concorrente, disjuntiva (não precisa ser em conjunto);
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
I – o Ministério Público;
II – a Defensoria Pública;
* o MP ingressou com uma ADIN para discutir a legitimidade da Defensoria Pública para promoção da Ação Civil Pública, com o argumento de que a função institucional do defensor público é a defesa das pessoas pobres, o que destoaria, por exemplo, nas ações para defesa de direito difuso, em que seriam beneficiadas pessoas ricas;
* referida ADIN não obteve decisão liminar favorável ao pleito do MP;
* a defesa da Defensoria Pública, nesta ADIN, é de que a presença de necessitados entre os beneficiados pela Ação Civil Pública justifica sua legitimidade para proposição desta;
III – a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
IV – a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista;
V – a associação que, concomitantemente (pré-constituição e pertinência temática):
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil;
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
* a interpretação do termo associações é extensiva, abrangendo, por exemplo, Partidos Políticos( TEM STATUS DE ASSOCIAÇÃO), Sindicatos, Entidades de Classe;
§ 1o O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei.
§ 2o Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste artigo habilitar‑se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3o Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa.
§ 4o O requisito da pré‑constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido. PROVA!!!!!!!!!!!!
§ 5o Admitir‑se‑á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 6o Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia de título executivo extrajudicial.
O litisconsórcio passivo, quando houver, é necessário;
Provocação do MP para promoção da Ação Civil Pública:
Art. 6o Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Ministério Público, ministrando‑lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação civil e indicando‑lhe os elementos de convicção.
Art. 7o Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis.
Trâmite do MP se entende pelo arquivamento do processo:
Art. 9o Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo‑o fundamentadamente.
§ 1o Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob pena de se incorrer em falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do Ministério Público.
§ 2o Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologadaou rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de informação.
§ 3o A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu regimento.
§ 4o Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
PERTINÊNCIA TEMÁTICA SEMPRE TEM QUE TER!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
	VER 0 ART 461 DO CPC, ENTREGAR COISA CERTA, FAZER, NÃO FAZER, CONJUGA-SE COM O ART 11 DA LEI!!!!!!!!!!!!!!!!!!JUIZ PODE CONDENAR CONFORME ART 11!!!!!!!!! 
Medida liminar:
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo.
§ 1o A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de cinco dias a partir da publicação do ato.
558 DO CPC SE CONVENCIDO O TRIBUNAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
* este pedido de suspensão não é um recurso, é um supedâneo de recurso; pode pedir apenas pessoa jurídica de direito público;
§ 2o A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento.
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte.
A Ação Civil Pública segue o rito ordinário, com prazo para contestar de 15 dias, audiência preliminar e assim por diante;
Destinação da condenação em dinheiro: prejudicados podem liquidar a sentença comprovando os danos sofridos, pleiteando reparação; o fundo a que se refere o art. 13 não é utilizado para esta reparação, sendo esta responsabilidade do causador do dano;xcd
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos destinados à reconstituição dos bens lesados.
Parágrafo único. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê‑lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Efeitos da sentença: entende-se a competência territorial como o Estado; o STJ, em decisão recente, ampliou os limites de competência a todo o país, em se tratando de direitos difusos, situação em que o interessado pode liquidar e executar a sentença do foro de seu domicílio;
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo‑se de nova prova.
Ônus sucumbenciais:
Art. 18. Nas ações de que trata esta Lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora, salvo comprovada má‑fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
Aplicação de códigos subsidiariamente:
Art. 19. Aplica‑se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Processo Civil, aprovado pela Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em que não contrarie suas disposições.
Art. 21. Aplicam‑se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da Lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.

Continue navegando