Buscar

AD1 Português 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do
Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a
Distância do Estado do Rio de Janeiro Universidade
Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras-
UFF / CEDERJ
Disciplina: Português 2 Coordenador: Gerson
Rodrigues
AD1 - 2018/ 2
Aluna: Izabel Santa Cruz Fontes
Polo: Nova Iguaçu
Matrícula: 18113120301
1. As definições de frase, oração e período podem se confundir em algumas construções. Explique em que contexto isso poderia ocorrer e por que não utilizamos apenas uma definição para os três casos.
Os conceitos de frase, oração e período têm zonas de interseção e muitas vezes encontramos enunciados onde os três conceitos se apresentam ao mesmo tempo (ou seja, representam uma frase, uma oração e um período). Além disso, os termos ganharam definições distintas por diferentes gramáticos e linguistas, o que pode gerar problemas para compreender as diferenças entre eles. No entanto, apesar das divergências de definições, é possível identificar algumas ideias centrais comuns e tentar chegar a uma separação clara entre os três conceitos.
Uma frase é aquilo que possibilita a comunicação verbal, é uma unidade linguística dotada de sentido, podendo ser composta tanto de apenas uma interjeição, quanto de vários elementos distintos. Já uma oração é definida a partir da existência de um predicado, ou seja, de um sintagma verbal (o sujeito, ou sintagma nominal, aparece em muitos autores como outro elemento definidor, no entanto, existem orações sem sujeito, portanto, ele não é um elemento fundamental para definir uma oração). Já o período seria a unidade comunicativa mais complexa e pode ser formado de uma ou mais orações que, combinadas, podem ser codificadas por diferentes marcações e cujo fim é definido pela entonação na linguagem oral e pela pontuação na linguagem escrita.
Através desse breve resumo de possíveis conceituações, podemos entender que, embora ela muitas vezes ocorra, nem sempre temos correspondência entre frase, oração e período. Por exemplo, “Você saiu ontem à noite?” é uma frase (sentido completo), uma oração (está organizada ao redor de um verbo) e um período (já que é um enunciado constituído por apenas uma oração). Por outro lado, em “Ontem fui à praia e comprei um chapéu novo” temos uma frase e também um período, composto por duas orações “ontem fui à praia” e “comprei um chapéu novo”. Se analisarmos a segunda parte, “comprei um chapéu novo”, podemos afirmar que se trata de uma oração, mas não de um período. 
2. A ordem das palavras em português segue um padrão que chamamos de SV. Indique algumas construções em que essa ordem não se aplique. Apresente exemplos concretos – com identificação da fonte – em que a inversão da ordem implique problemas de concordância.
Há casos onde a ordem padrão SV é quebrada por não haver sujeito na frase ou ele ser desconhecido (ex.: Choveu muito ontem à noite / Roubaram um banco no meu bairro ontem à noite) ou por este estar implícito no verbo (ex.: Comi duas bananas depois do almoço).
Também podemos quebrar a ordem padrão por questões retóricas e de estilo: muitas vezes colocamos o verbo antes do sujeito para priorizar outro elemento da frase ao colocá-lo na primeira posição. Assim, podemos colocar o complemento ou adjunto verbal na primeira posição (ex.: Ao portador deste documento serão pagas as somas descritas abaixo), o verbo (ex.: Causaram-me estranhamento as alterações na casa da minha mãe), etc. 
No entanto, quando não temos a ordem padrão SV, são mais frequentes os casos de discordância entre sujeito e verbo. Isso acontece porque tendemos a concordar o verbo sempre com o primeiro elemento da frase.
A inversão da ordem implica problemas de discordância também em frases onde a pessoa agente e o sujeito da frase não são coincidentes, o que gera dificuldade para identificar o sujeito (ex.: Para mim ficaram as lembranças de dias felizes). 
João Bolognesi analisou diversas dissertações de direito e autos judiciais e compilou uma lista de exemplos onde a concordância entre verbo e sujeito não é feita de maneira correta. Aqui listo alguns dos exemplos dados pelo professor (grifos meus):[1: BOLOGNESI, João. Praticando a concordância. Disponível em: https://joaobolognesi.files.wordpress.com/2016/04/praticando-a-concordc3a2ncia_2016.pdf]
Ao reclamante em situação semelhante seria concedido os benefícios da justiça gratuita.
Constava também, na pauta de discussão, questões relacionadas com as dificuldades enfrentadas pelo mercado segurador.
Todos os dias, sai para o mar dezenas de jangadas e canoas com velas coloridas, com os homens que tentam a sorte na pesca. 
3. Noam Chomsky, para explicar a desvinculação entre sintaxe e sentido e priorizar aquela sobre esta, apresenta como exemplo a frase – traduzida do inglês – “Ideias verdes incolores dormem furiosamente”. Essa frase é possível no nível sintático? Explique.
Apesar de não fazer sentido, ou seja, não ser possível em um nível semântico, a frase é completamente possível no nível sintático, pois sua estrutura segue as regras da sintaxe, seguindo o sequenciamento e o agrupamento natural das palavras em português. A frase é composta por um sintagma nominal com função de sujeito (ideias verdes incolores) e um sintagma verbal (dormem furiosamente), compondo o padrão SV da língua portuguesa. 
4. Os chamados verbos de ligação (ou copulativos) introduzem um tipo específico de predicado, conforme preceitua a gramática tradicional. Explique em que contextos essa classificação se modifica com os mesmos verbos sendo empregados. Apresente exemplos com pelo menos dois verbos diferentes.
Os verbos de ligação são usados para formar predicados nominais, um tipo de estrutura que possui um nome (substantivo, adjetivo ou pronome) como núcleo. Eles introduzem ideias que apresentam a manifestação de um estado, no lugar de uma ação ou processo.
No entanto, os mesmos verbos usados para indicar um estado podem ser empregados para descrever uma ação, construindo um predicado verbal.
Alguns exemplos:
Ana anda muito abatida ultimamente. (Predicado nominal)
Ana anda depressa na rua porque está atrasada. (Predicado verbal)
João e José ficaram muito animados com os resultados. (Predicado nominal)
João e José ficaram em um ótimo hotel no centro da cidade. (Predicado verbal)
Eu continuo irritado. (Predicado nominal)
Eu continuo trabalhando no mesmo lugar. (Predicado verbal)

Outros materiais