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1 A Seleção Área Aterro Lagoa Vermelha Final

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3
PROJETO PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO SANITARIO NO MUNICÍPIO DE LAGOA VERMELHA – RS
SELEÇÃO DA ÁREA
Santa Cruz do Sul, dezembro de 2017.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	3
2 CONDIÇÕES DE APRESENTAÇÃO	4
2.1 Informações sobre o Sistema Municipal de Limpeza Urbana	4
2.2 Municípios do Consórcio	4
3 APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS REALIZADOS	5
	3.1 Classificação da Area Segundo o Plano Diretor Municipal	5
	3.2 Localização e Área Total do Empreendimento	5
	3.3. Populações Totais dos Municípios a serem atendidos	5
	3.4 Tamanho Mínimo do Lote em Função da Vida Util do Terreno	6
4 INFORMAÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS	8
4.1 Origem e Classificação Quali-Quantitativa (Diária e Mensal)	8
	
5 INFORMAÇÕES SOBRE A ÁREA DO EMPREENDIMENTO	9
5.1 Concepção e Justificativa do Projeto	9
5.2 Justificativa da Alternativa Escolhida	9
5.3 Características da Área	9
5.4 Caracterização Geotécnica	11
5.5 Caracterização dos Solos	11
5.6 Caracterização Hidrogeológica	12
5.7 Limites de Atterberg	13
5.7.1 Ensaios de Compactação	15
5.8 Laudo de Determinação do Excedente Hídrico	16
6 METODOLOGIAS	18
6.1 Limites de Atterberg	18
6.2 Ensaios de Compactação	18
7 ESTUDO DAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS	 19
7.1 Avaliação da Vulnerabilidade do Aquífero	20
7.2 Avaliação dos Riscos Geológicos	21
7.3 Uso Futuro da Área	21
8 ANEXOS	22
1 INTRODUÇÃO 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei nº 12.305/10 modela soluções para problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Sabe-se que ainda ocorre a disposição inadequada de resíduos em muitos municípios, com escassez de sistemas de compostagem e unidades de triagem de resíduos recicláveis eficientes. As principais consequências são a contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas.
Para atender a legislação vigente a construção de um aterro sanitário é uma das alternativas. Esta tecnologia busca também a economia de recursos sugerindo a formação de consórcios entre municípios.
De acordo com a norma ABNT NBR 13896/97, aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos é o local de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde e à saúde pública, minimizando os impactos ambientais negativos, com drenagem e tratamento de efluente e gases, drenagem pluvial, impermeabilização, compactação e cobertura dos resíduos.
Posto isso, os municípios de Lagoa Vermelha, André da Rocha, Barracão, Cacique Doble, Capão Bonito do Sul, Caseiros, David Canabarro, Esmeralda, Guabiju, Ibiaçá, Ibiraiaras, Ipe, Muitos Capões, Muliterno, Nova Araça, Nova Bassano, Nova Prata, Paim Filho, Paraí, Pinhal da Serra, Protásio Alves, Sananduva, Santa Cecília do Sul, Santo Expedito do Sul, São João da Urtiga, São Jorge, São José do Ouro, Tupanci do Sul e Vanini unir-se-ão em um Consórcio Intermunicipal de Lagoa Vermelha e Região para a elaboração de um projeto visando à construção de um aterro sanitário. Assim, os 29 municípios poderão destinar corretamente os resíduos sólidos urbanos gerados por sua população. 
A área selecionada para a implantação do projeto se localiza no perímetro rural do município de Lagoa Vermelha – RS. Todos os critérios considerados e avaliados para a seleção da área encontram-se descritos e detalhados no presente projeto.
2 CONDIÇÕES DE APRESENTAÇÃO
2.1 Informações sobre o Sistema Municipal de Limpeza Urbana
O manejo de resíduos sólidos do Consórcio Intermunicipal Nordeste Rio-Grandense contemplará 29 municípios e atenderá cerca de 194 mil habitantes por ano. Cada município participante é responsável por seu plano de limpeza (que inclui o cronograma de coleta e a quantidade de resíduos gerados), acondicionamento e transporte dos resíduos até o aterro. Desta forma, será disposta no aterro aproximadamente 78ton/dia de resíduos sólidos urbanos.
2.2 Municípios do Consórcio
Os municípios integrantes do Consórcio Intermunicipal Nordeste Rio-Grandense são os municípios de Lagoa Vermelha, André da Rocha, Barracão, Cacique Doble, Capão Bonito do Sul, Caseiros, David Canabarro, Esmeralda, Guabiju, Ibiaçá, Ibiraiaras, Ipe, Muitos Capões, Muliterno, Nova Araça, Nova Bassano, Nova Prata, Paim Filho, Paraí, Pinhal da Serra, Protásio Alves, Sananduva, Santa Cecília do Sul, Santo Expedito do Sul, São João da Urtiga, São Jorge, São José do Ouro, Tupanci do Sul e Vanini. Na Figura 01 tem-se uma visão geral de todos os municípios do consórcio em relação ao estado do Rio Grande do Sul. 
O Município de Lagoa Vermelha está localizado ao nordeste do Rio Grande do Sul, possui uma área de unidade territorial 1.262,225 km² e uma população de 28.433 habitantes, segundo dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Os demais municípios também situados ao nordeste do Rio Grande do Sul emanciparam-se a menos de 100 anos, salvaguardando Sananduva e Nova Prata, o primeiro um município ao noroeste do Rio Grande do Sul com uma área de unidade territorial de 504,551 km² e uma população de 16.086 habitantes, segundo dados censitários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. E Nova Prata com 25.315 habitantes e uma área territorial de 258,752 km². Esses são os três maiores municípios do consórcio.
Figura 01: município integrantes do Consórcio Intermunicipal Rio-Grandense
Fonte: autores, UNISC, 2017.
3. APRESENTAÇÃO DOS ESTUDOS REALIZADOS
3.1 Classificação da Área Segundo o Plano Diretor Municipal
O município de Lagoa Vermelha é dividido em sede e distritos segundo o plano diretor do município. O local proposto para a implantação do aterro está situado no distrito, zona rural tendo a principal atividade econômica a agricultura.
3.2 Localização e Área Total do Empreendimento
A área selecionada para construção do aterro encontra-se em zona rural do município de Lagoa Vermelha, a uma distância de 11,5 km do centro urbano, com Latitude 28º20’01,29”S e Longitude de 51º64’28,94”O. Não possui qualquer restrição de construção e possui áreas próximas disponíveis que possibilitam futuras ampliações. O local escolhido possui fácil acesso através da RS 126 – Waldemar Menon, a qual possui que possibilita o transporte dos resíduos dos municípios que compõem o Consórcio.
O empreendimento possui área total de 12 hectares, a qual será distribuída conforme layout apresentado no anexo.
A área reservada para atividades administrativas também se destina ao prédio administrativo, a guarita, balança e garagem de máquinas. Salienta-se ainda que, haverá grande área de preservação permanente, o que provocará menor influência paisagística em relação à região ao entorno do aterro.
3.3 Populações Totais dos Municípios a Serem Atendidos
A Tabela 1 apresenta a estimativa do crescimento populacional dos municípios pertencentes ao Consórcio do ano de 2017 até o período de vida útil estimada do aterro, utilizando horizonte de projeto de 20 anos. Foram utilizados dados oficias do CENSO do IBGE para o cálculo de projeção do crescimento populacional dos municípios.
Para a projeção de 20 anos, a população total atendida dos municípios integrantes do consórcio será de 193.805 habitantes no ano de 2037.
Tabela 1: Projeção Populacional dos Municípios Participantes do Consórcio.
Fonte: autores, UNISC, 2017.
3.4 Tamanho Mínimo do Lote em Função da Vida Útil do Aterro
Estimou-se o tamanho mínimo do lote da área selecionada através da geração de resíduos dos municípios integrantes do consórcio, considerando o horizonte de trabalho de 20 anos. A área necessária encontra-se na Tabela 2, a seguir.
Total de resíduos – horizonte de 20 anos: 567.833,82 toneladas.
Fator de compressibilidade (0,65): 873.590,49 m³.
Volume total (FS: 1,25): 1.091.988,11 m³.
Área útil: 54.599,41 m²
Tabela 2: Tamanho Mínimo do Lote em Função da Geração de Resíduos.
Fonte: autores, UNISC, 2017.
4. INFORMAÇÕES SOBRE OS RESÍDUOS
4.1. Origem e Caracterização Quali-Quantitativa (Diária e Mensal)
Os resíduos destinados ao aterro serão provenientes da coleta de resíduos domésticos,comerciais e resíduos de limpeza pública dos municípios participantes do consórcio.
As características quali-quantitativas dos resíduos sólidos podem variar em função de vários aspectos, como os sociais, econômicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos fatores que também diferenciam as comunidades entre si.
A Figura 03 apresenta a composição gravimétrica dos resíduos, os componentes comumente discriminados e seus respectivos valores.
Figura 03: Gráfico do Percentual Gravimétrico Total do Consórcio.
Fonte: autores, UNISC, 2017.
5 INFORMAÇÕES SOBRE A ÁREA DO EMPREENDIMENTO
5.1 Concepção e Justificativa do Projeto
Analisando o crescimento populacional das vinte e nove cidades que compõem o Consórcio e por consequência o aumento na geração de resíduos sólidos urbanos, surge a necessidade da destinação correta destes resíduos para um aterro sanitário. O investimento em uma infraestrutura como esta, além de ser economicamente mais viável, é o meio de disposição final sanitariamente mais adequado.
5.2 Justificativa da Alternativa Escolhida
Ao escolher a região de implantação deste projeto foram avaliados diversos fatores, como o uso e ocupação do solo, condicionantes ambientais e as características operacionais que ajudam a definir se tal investimento é favorável ou não.
O destino final dos resíduos sólidos tem como consequência um alto potencial poluidor, por isso faz-se uma avaliação criteriosa para certificar-se de que os parâmetros ambientais sejam atendidos.
Foram analisados, dentre outros parâmetros: as distâncias mínimas dos recursos hídricos, a condutividade hidráulica do solo, a confirmação da inexistência de lençóis freáticos na área escolhida, bem como a determinação de uma margem de segurança para evitar possíveis problemas com inundações. Juntamente com a identificação dos parâmetros ambientais, foram feitas verificações em relações às características operacionais, considerando a declividade existente no terreno e a disponibilidade de material argiloso para empréstimo. Consideraram-se os critérios de uso e ocupação do solo, onde se observou a disponibilidade de vias para acesso e a distância segura requerida de centros urbanos.
5.3 Características da Área
A área escolhida foi estabelecida com base nas características geológicas, geotécnicas, estruturais, pedológicas, geomorfológicas e hidrogeológicas, que são favoráveis à implantação do aterro sanitário requerido. Tais parâmetros foram pesquisados e retirados do livro Solos do Rio Grande do Sul, de 2008. 
O município de Lagoa Vermelha está inserido no contexto geológico de rochas ígneas basálticas com características geoquímicas que variam de basalto toleíticos, andesitos, riodacitos, riolitos e dacitos, rochas da Formação Serra Geral II. Esse evento vulcânico foi um dos mais importantes de caráter fissural que se tem registro no mundo, tendo sua gênese relacionada ao inicio do evento geológico que culminou na separação dos continentes americano e africano (quebra do Gondwana), durante o Cretáceo Inferior (130 – 120 milhões de anos). Constitui uma sucessão de derrames efusivos de composição acida e básica correspondendo ao vulcanismo de encerramento da evolução Gondwanica da Bacia do Paraná, ocupando a parte superior do Grupo São Bento, de idade Juro-Cretácea, e cobrindo uma área aproximada de 1.200.000 km².
Os derrames da Formação Serra Geral apresentam espessura individual entre 1 e 50 cm. O pacote tem uma espessura total que varia de 350 m ate 2000 m no centro da Bacia do Paraná (Milani, 1997b). Existem ocorrências de empilhamentos de no máximo 20 derrames. Os derrames da Formação Serra Geral apresenta um empilhamento onde se contam até 13 derrames sucessivos com espessura total máxima de cerca de 1000 m na região de Torres.
A Formação Serra Geral II recobre praticamente a metade norte do Rio Grande do Sul, entretanto estende-se desde o Uruguai até o estado de São Paulo, constituindo uma das maiores formações vulcânicas do planeta. Estas rochas estão sobrepostas a arenitos da Formação Botucatu e Rosário do Sul com frequentes registros de lentes e camadas descontínuas de arenitos eólicos intertraps, e recobertos por sedimentos da Formação Tupanciretã e sedimentos Quaternários. Diques e sills de diabásico encaixados em corpos rochosos mais antigos e relacionados às efusivas têm ocorrência generalizada.
As estruturas geológicas primárias associadas aos derrames da Formação Serra Geral seguem um padrão relacionado com a taxa de resfriamento e a composição das litologias presentes. 
Essas estruturas podem ser englobadas em três zonas principais que possuem distribuição e ocorrência variável:
- Zona basal: constituída por vidros vulcânicos (de coloração preta e vermelha) brechas e rochas maciças;
- Zona central: é a mais espessa de um derrame e pode alcançar até 60 metros. Essa zona é caracterizada por dois tipos preferenciais de estruturas primárias: as juntas horizontais (planares e retilíneas, com espaçamento centi a dencimétrico bastante regular) e as juntas verticais, que ocorrem sobrepostas às primeiras, são menos regulares e apresentam desde aspecto maciço até porções intensamente fraturadas;
- Zona superior: é composta por rochas vulcânicas vesiculares e amigdaloides (preenchidas por zeolitas, carbonatos e quartzo);
A Formação Botucatu ocorre sobrejacente à camada vulcânica e configura os arenitos desérticos que armazenam águas subterrâneas do Aquifero Guarani.
A área do empreendimento para o Aterro Sanitário e possível Central de Triagem de Resíduos Sólidos Urbanos não apresenta afloramentos rochosos. Os perfis de alteração que ocorrem no local demonstram um alto grau de alteração e intemperismo da rocha basáltica, configurando um solo com elevado grau de maturação, propiciando ideais condições geotécnicas para operação do referido aterro sanitário, visto que sua erodibilidade foi caracterizada como de baixo grau.
A referida rocha é afanítica, de granulometria fina, coloração marrom avermelhada, microscopicamente constituída pelos minerais piroxênios, plagioclásios e minerais acessórios.
As encostas dissecadas do relevo suave deram origem a uma área geomorfológica ondulada na área incidente do empreendimento.
5.4 Caracterização Geotécnica
A área selecionada para implantação do aterro sanitário, localizada na Rodovia RS 126, aproximadamente 11,5 km do centro urbano do município, zona rural do município de Lagoa Vermelha é um ambiente de coxilhas, relevo de dissecação homogênea onde o perfil do solo é espesso por uma capa de solo sobreposto a manto regolítico (alterito). Tanto o solo quanto o alterito são produtos de alteração dos vulcanitos da Formação Serra Geral, mantendo contatos concordantes gradacionais.
Os solos do local são classificados como Argissolo. Os Argissolos quando solos residuais desenvolvidos a partir dos vulcanitos da Formação Serra Geral, apresentam boa estabilidade geomecânica que, por sua boa drenagem e contatos gradacionais entre os horizontes do solo, não desenvolvem descontinuidade que funcionariam como superfície de deslizamento.
O local é uma região de terras altas, bem drenadas. Não estando suscetíveis aos riscos geológicos definidos como colapso, deslizamentos, escorregamentos e alagamentos.
5.5. Caracterização dos Solos
	O solo predominante presente em Lagoa Vermelha é Argissolo Vermelho Distrófico e Argissolo Vermelho Distroférrico, os quais apresentam características de solos com baixa saturação por bases (V < 50 %). Ambos os solos são profundos sendo os mais indicados para a implantação de projetos de engenharia como aterro sanitário, ETE, entre outros.
	O processo de intemperismo físico e químico são os mais atuantes na contribuição para a pedogênese. Os solos gerados a partir da rocha vulcânica basáltica são de forma geral ricos em matéria orgânica e essencialmente básicos, visto a constituição mineralógica do basalto.
5.6 Caracterização Hidrogeológica
	O perfil geológico em aquíferos da Formação Serra Geral II, onde seenquadra a área de estudo, corresponde classicamente a uma cobertura pedológica de solo argilosiltoso e saprolito recobrindo basaltos fraturados.
	As aguas que circulam no basalto não apresentam relação as aguas que circulam no regolito, uma vez que os níveis observados não guardam relação de dependência entre si e, portanto, devem ser estudados separadamente. Normalmente a passagem da zona de rocha alterada para rocha é relativamente brusca, havendo concomitantemente, uma diminuição significativa na permeabilidade do maciço.
	Em relação ao aquífero fraturado, como é o caso das rochas basálticas que formam o substrato rochoso do local do empreendimento, com porosidade essencialmente fraturas, o escoamento é determinado pela permeabilidade da matriz rochosa e pela condutividade hidráulica das descontinuidades.
	A referida área do empreendimento está situado a uma cota média de 760 metros, a uma distancia de 11.500 metros do centro do município de Lagoa Vermelha.
	Na área de influencia direta do empreendimento não ocorre recursos hídricos, nem superficiais, nem subterrâneas. Em termos regionais o local está inserido na unidade tectonoestratigráfica do Aquifero fraturado Serra Geral, caracterizado acima.
	O terreno está situado na bacia hidrográfica denominada Apuâe-Inhandava, Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai. Na região de estudo, o aquífero Serra Geral determina o aspecto geomorfológico, caracterizado por drenagens medianas a fortes.
	O sistema de drenagem da região é caracterizado pela drenagem dentrítica, característica do relevo dessecado em litologia basáltica, com alinhamento de montanhas rochosas com ocorrência de vegetal de mata atlântica.
	A Bacia Hidrográfica Apuâe-Inhandava situa-se a norte-nordeste do Estado, entre as coordenadas geográficas 27º14’ e 28º45’ de latitude Sul; e 50º42’ e 52º26’ de longitude Oeste, abrangendo 52 municípios e drenando uma área de 14.743,15 km², contando com uma população de 291.766 habitantes. Seus principais formadores são: rio Apuâe/Ligeiro, rio Inhandava/Forquilha, rio Bernardo José, arroio Poatá, rio Cerquinha, Rio Santana e Arroio da Divisa. As principais atividade econômicas centram-se no setor primário, destacando-se o cultivo de soja, milho e trigo, além da criação de suínos/aves e produção de leite. A região tem na agricultura tradicional sua base econômica, com algumas experiências de modernização como a cultura da maçã, bem como a pecuária leiteira de alta especialização, usada para a produção de queijos finos.
5.7 Limites de Atterberg
A Tabela 3 apresenta os valores de limites de Atterberg obtidos para a amostra de solo natural de Lagoa Vermelha. Segundo Pinto (2000), a atividade da fração argila do solo pode ser determinada a partir do índice de atividade coloidal, proposto por Skempton (1954). Este índice coloidal do solo diz respeito à atividade da fração argilosa, ou seja, avalia o potencial da argila de conferir plasticidade e coesão ao solo, este parâmetro pode ser calculado através da relação entre o IP e a porcentagem de solo menor que 2 mícrons (argila). O solo em estudo apresentou um índice de atividade de 0,21 o qual classifica a argila como inativa.
Tabela 5: Limites de Atterberg e Atividade Coloidal do Solo Natural.
PARÂMETROS
VALORES MÉDIOS
LIMITE DE LIQUIDEZ (LL)
51,7 %
LIMITE DE PLASTICIDADE (LP)
36,88 %
ÍNDICE DE PLASTICIDADE (IP)
14,62 %
ÍNDICE DE ATIVIDADE (IA)
0,21 %
Fonte: Sachetti, Rojas e Heineck, 2014.
A partir dos Limites de Atterberg, foi possível classificar o solo de Lagoa Vermelha, conforme ilustra a Figura 04. De acordo com a carta de plasticidade de Casagrande, classificação unificada, que serve para a classificação de um solo segundo as suas propriedades plásticas, o solo caracteriza-se como MH, argiloso de alta plasticidade.
	Conforme classificação trilinear, que leva em consideração somente a granulometria, o solo é classificado como predominantemente argiloso. A Figura 05 apresenta o diagrama trilinear com a marcação do ponto correspondente ao solo de Lagoa Vermelha.
Figura 04: Classificação do Solo.
Fonte: Sachetti, Rojas e Heineck, 2014.
Figura 05: Diagrama Trilinear de Classificação do Solo.
Fonte: Sachetti, Rojas e Heineck, 2014.
De acordo com a classificação Highway Research Board (HRB), o solo foi enquadrado como sendo A-7-6, solos argilosos, onde mais de 35% passando na peneira 200.
5.7.1 Ensaios de Compactação
Foram realizados ensaios de compactação para energias Proctor normal, intermediário e modificado. A Figura a seguir apresenta as curvas de compactação e as curvas de saturação para o solo de Lagoa Vermelha
Figura 06: Curvas de Compactação do Solo.
Fonte: Sachetti, Rojas e Heineck, 2014.
De acordo com a Figura 06, constataram-se os seguintes resultados:
Tabela 6: Resultado dos Ensaios de Compactação.
PROCTOR NORMAL
PROCTOR INTERMEDIÁRIO
PROCTOR MODIFICADO
Gdmáx (g/cm³)
Wótima (%)
Gdmáx (g/cm³)
Wótima (%)
Gdmáx (g/cm³)
Wótima (%)
1,47
28,05
1,54
23,52
1,63
22,34
Fonte: Sachetti, Rojas e Heineck, 2014.
A partir dos ensaios realizados podemos concluir que o solo de Lagoa Vermelha, quanto à granulometria, classifica-se como argiloso, o pH apresenta-se com valores baixos, de 3,8 e possui a Capacidade de Troca Catiônica (CTC) característico de argilominerais do tipo caulinítico.
5.8 Laudo de Determinação do Excedente Hídrico
O excedente hídrico foi calculado através de um aplicativo disponível no site do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), o aplicativo desenvolve o Balanço Hídrico, entre outros parâmetros, para qualquer ponto do território Nacional.
Os valores são previamente calculados para pontos de uma grade com espaçamento de 0,5 grau (aproximadamente 55 km) utilizando series de valores mensais de chuva e temperatura, obtidos por analises gradeadas realizadas pela Universidade de Delaware, que utilizam dados climáticos de diversas fontes, incluindo a rede de estações meteorológicas do INMET. O aplicativo, quando acionado para uma dada localidade no território nacional busca os valores associados ao ponto da grade mais próximo daquela localidade.
A base de dados climatológicos refere-se a um período de 47 anos (1961 a 2008). O excedente hídrico é calculado para cada um desses anos, obtendo-se uma distribuição estatística de valores. O valor do excedente hídrico informado ao porcentil de 75%, isto é um valor que, com 75% de chance, não será ultrapassado pelo excedente anual observado na localidade estudada.
Os parâmetros adotados para cálculos são os seguintes:
	Declividade do solo local: adotados os 7% indicados na NBR 15849/2010 para cobertura do aterro;
	Cobertura vegetal: adotada gramíneas;
	Capacidade de água disponível, CAD: para solo argiloso, CAD = 250; solo siltoso, CAD = 200; e solo arenoso CAD = 150;
	Coeficiente de escoamento superficial na estação seca: para solo argiloso = 0,18; solo siltoso = 0,14 e solo arenoso = 0,10;
	Coeficiente de escoamento superficial na estação úmida: para solo argiloso = 0,22; solo siltoso = 0,19 e solo arenoso = 0,15.
O Balanço Hídrico é feito para a cobertura de camada do aterro, considerando-a com um metro de espessura, como determinado na NBR 15849. Considera-se também que o Excedente Hídrico determinado percorrerá esta camada e o maciço de resíduos atingindo o solo da base do aterro.
Para o cálculo do excedente hídrico utilizou-se as coordenadas e a classificação do solo como argiloso. A Figura 07 apresenta o cálculo do excedente hídrico e o resultado obtido de 504,56 mm/aa. 
Os dados sobre o excedente hídrico são necessários para verificar a situação do local do projeto em relação a NBR 15849/2010. 
Figura 07: Imagem evidenciando o balanço hídrico excedente.
Fonte: INMET, 2017
Tabela 7: Critérios para dispensa de impermeabilização complementar.
Fonte: ABNT NBR 15849/2010.
Considerando o local no qual será construído o aterro sanitário, a profundidade do lençol freático e a fração de orgânicos, o valor encontrado a Tabela 07 é superior ao excedente hídrico calculado, portanto,é necessário a implantação de impermeabilização complementar.
6. METODOLOGIAS
A preparação das amostras para os ensaios de caracterização, que envolvem os procedimentos de secagem ao ar, destorroamento, peneiramento e determinação da umidade higroscópica, no caso do solo, seguiram os procedimentos descritos pela NBR 6457 (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, 1986). Os procedimentos utilizados na determinação das propriedades geotécnicas constituem práticas usuais em laboratórios de mecânica dos solos e encontram-se normalizados. Para a caracterização da rocha foi extraída uma amostra de dentro da jazida. A amostra de rocha encontrava-se a uma profundidade de aproximadamente 20 metros em relação ao topo do maciço rochoso, ou seja, a parte mais profunda de extração da jazida.
6.1 Limites de Atterberg
Os limites de Atterberg, também chamados de limites de consistência, constituem um indicativo da plasticidade da fração fina (silte e argila) dos solos. Em um solo, a plasticidade reflete a maneira como os finos se comportam na presença de água e está relacionada à quantidade de água absorvida e ao tipo e quantidade de finos, principalmente de argilominerais, presentes no solo. Nesta pesquisa, a determinação dos limites de Atterberg do solo estudado foi feita de acordo com os procedimentos e recomendações das normas brasileiras NBR 6459 (Solo – Determinação do limite de liquidez) e NBR 7180 (Solo – Determinação do limite de plasticidade).
6.2 Ensaios de Compactação
Para a obtenção dos parâmetros peso específico máximo seco e umidade ótima do solo natural, foram realizados ensaios de compactação com energia Proctor normal, intermediária e modificada, segundo as normas NBR 7182 (ABNT, 1986) e NBR 12023 (ABNT, 1992).
7. ESTUDO DAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS
Conforme Figura 08, a área do projeto em questão situa-se em zona rural, possuindo confrontantes terrenos de empreendedorismo agrícola. O arquivo em questão possui indicação da principal via de acesso.
Figura 08: Área do Aterro.
Acesso principal – RS 126
Fonte: Google Earth
Os levantamentos realizados nos concederam a certeza da ausência de unidades de conservação, sítios e patrimônios arqueológicos, terras indígenas, nascentes, drenagens bifiliares, platôs, falhas, fraturamentos, aeródromos, corredores ecológicos e áreas de preservação permanente na região solicitada para a implementação da infraestrutura do aterro sanitário e inclusive a ausência destes itens em um raio de 10 quilômetros em relação à área escolhida.
Ainda há ocorrência de fragmentos florestais nativos, que será preservado, portanto não possui potencial de corredores de fauna, fluxo gênico, espécies endêmicas e/ou ameaçadas de extinção e está localizado numa área distante de pontos de alagamento.
A Prefeitura Municipal irá responsabilizar-se pela aquisição da área de preservação necessária, prevista pela regulamentação.
Quanto às fontes de abastecimento de água, não há presença de recursos hídricos na área do empreendimento. A rede instalada será a pública para o uso de sanitários e refeitório. Para as atividades de lavagem de pisos e equipamentos será utilizada a água proveniente do armazenamento da drenagem superficial. A lavagem dos veículos será realizada no posto de combustível de terceiros que possui rampa de lavagem com sistema separador de água-óleo licenciado.
7.1 Avaliação da Vulnerabilidade do Aquífero
A vulnerabilidade do aquífero adotada nesta analise foi proposto por Foster (1987) numa escala que considera os índices insignificante baixo, médio, alto e extremo passando pela analise de a) profundidade do lençol freático; b) tipo de ocorrência da agua subterrânea; e c) substrato litológico.
O esquema de classificação da vulnerabilidade do aquífero fraturado computa:
	Profundidade do lençol freático: (20-100 cm) com valor de 0,5;
	Tipo de ocorrência da agua subterrânea: Semiconfinado com valor de 0,4;
	Substrato litológico: Solo residual com valor de 0,55.
Avaliando, portanto o aquífero fraturado como Indice de Vulnerabilidade Baixo.
Tendo obtido o valor de 0,16 a partir da multiplicação dos valores atribuídos:
- Ocorrência de agua subterrânea: Condição do aquífero: semiconfinado – Valor = 0,4;
- Substrato litológico: Lavas vulcânicas recentes – Valor: 0,8;
- Distancia da agua: Entradas d’agua > 100 m – Valor: 0,5.
Total: 0,4 * 0,8 * 0,5 = 0,16.
	Os riscos da contaminação das aguas subterrâneas e superficiais são de baixo grau, uma vez que não ocorrem zonas de descarga do Aquífero Guarani na área do empreendimento.
	A rede de poços de monitoramento da agua subterrânea deve ser composta por quatro poços não alinhados, um a montante de três a jusante do empreendimento, todas dentro da área do empreendimento, atentando ao fluxo hidráulico. Os pontos são definidos conforme mapa potenciometrico da área elaborado por técnico capacitado, e seguindo as normas técnicas da ABNT.
	A localização estratégica da rede de poços de monitoramento, aliadas a métodos eficientes de coleta, acondicionamento e análise de amostras permitem resultados bem precisos sobre a influência do método de disposição de resíduos na qualidade da agua subterrânea.
7.2 Avaliação dos riscos geológicos
	Os riscos geológicos em virtude da operação do aterro sanitário estão relacionados a possíveis erosão e movimentação do solo. Para avaliar a ocorrência deve ser feito um monitoramento geotécnico durante e após o encerramento das atividades. Fazendo-se necessário o monitoramento dos deslocamentos horizontais e verticais do aterro para que se obtenha informações das camadas de resíduos tanto em área como em profundidade, acompanhando as mudanças que ocorrem nas varias fases do processo de decomposição.
	As principais causas de recalque no aterro são influenciadas pelos fatores: compactação, deformação devido ao carregamento estático ou dinâmico, degradação biológica, drenagem de líquidos, composição e idade dos resíduos. Os principais parâmetros a serem observados são: recalque total, recalque parcial e velocidade do recalque. Os valores podem ser obtidos através das cotas de leitura topográfica do ano atual comparando com a leitura do ano anterior.
7.3 Uso Futuro da Área
Conforme Diretriz Técnica 004/2017 - FEPAM e CONAMA 404, de novembro de 2011, deve ser apresentada uma proposta para futuro uso da área de instalação do aterro sanitário.
A proposta de uso futuro da área deve considerar que os resíduos aterrados ainda permaneçam em processo de decomposição após o encerramento das atividades por períodos relativamente longos, que podem ser superiores há 10 anos. Assim, independente do encerramento das atividades de recuperação do aterro, os sistemas de drenagem superficial de águas pluviais e de tratamento dos gases e líquidos percolados devem ser mantidos por um período de cerca de 20 anos. Este período padrão é adotado por ser considerado suficiente para o maciço de resíduos alcançar as condições de relativa estabilidade.
Devido ao fato de que a área selecionada é relativamente afastada da região urbanizada, não se torna interessante à implantação de praças esportivas, campos de futebol e áreas de convívio. Para uso futuro da área em questão indica-se a implantação de áreas verdes, integrando a área ao seu entorno, considerando-se, principalmente, as necessidades da comunidade local, suprindo os anseios e expectativas da população diretamente afetada.
8. ANEXOS
ANEXO I – CONSÓRCIO DE MUNICÍPIOS
ANEXO II – ÁREA DO ATERRO
ANEXO III – AERÓDROMOS
ANEXO IV – FERROVIAS E RODOVIAS
ANEXO V – LINHAS DE TRANSMISSÃO
ANEXO VI – RECURSOS HÍDRICOS
ANEXO VII – ÁREA EDIFICADA
ANEXO VIII – DIREÇÃO DOS VENTOS
ANEXO IX – GEODIVERSIDADE DECLIVIDADE
ANEXO X – GEODIVERSIDADEDECLIVIDADE (PERCENTUAL)
ANEXO XI – AREAS POTENCIAIS PARA IMPLANTAÇÃO DE ATERRO
ANEXO XII – GEODIVERSIDADE RELEVO E TOPOGRAFIA
ANEXO XIII – GEODIVERSIDADE FORMAÇÃO DOS SOLOS - FÁCIES
ANEXO XIV – GEODIVERSIDADE FORMAÇÃO DO SOLO
ANEXO XV – GEODIVERSIDADE DOMINIO COBERTURA
ANEXO XVI – GEODIVERSIDADE TEXTURA DO SOLO
ANEXO XVII – GEODIVERSIDADE POROSIDADE DO SOLO
ANEXO XVIII – CURVAS DE NÍVEL
ANEXO XIX – USOS DO SOLO
ANEXO XX – PONTOS DE SONDAGEM
ANEXO XXI – POÇOS
ANEXO XXII – FLUXO DA ÁGUA
ENGENHEIROS RESPONSÁVEIS PELO PROJETO:
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Eng° André da Rosa Santos
Enga Fernanda Kopplin
Matrícula 4127469/02
Matrícula 9364379/02
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Enga Tailane Hauschild
Matrícula 7836751/02

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