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REFERENCIAL TEÓRICO DE EDUCAÇÃO

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Referencial Teórico 
Em relação à organização da escola e da cultura, Antônio Gramsci argumenta que existia uma crise na organização escolar, num plano político que separa escola profissional, destinada às classes instrumentais, e a escola clássica, destinada aos dominantes e intelectuais. Já hoje, a tendência é a difusão de escolas profissionais especializadas que predeterminam o destino dos alunos em suas futuras atividades. A solução desta crise é a proposta de uma escola unitária que promova uma educação geral, humanista, formativa, que equilibre o trabalho manual e intelectual (GRAMSCI, 1982, p. 118). 
Esta especialização reflete a atual estrutura social, voltada para a o desenvolvimento de capacidades específicas que objetivam aumentar o rendimento produtivo no trabalho, bem como sua qualidade. 
A escola unitária se assemelharia a uma universidade, que possui sua fase criadora, com trabalho autônomo e independente, autodisciplina intelectual e autonomia moral. Assim, deve ser uma escola criadora, que proporcione investigação e conhecimento, descobrindo novas verdades sem sugestões e ajudas exteriores.
O desenvolvimento dos conhecimentos e habilidades, feitos de uma forma integral nos sujeitos, objetiva a preparação para o trabalho, onde se faz necessário a compreensão do mundo e de suas leis, tanto naturais quanto as criadas pelo homem. Com a participação ativa, os indivíduos devem ser livres para compreensão para que consigam refletir sobre o certo e o verdadeiro daquilo que se liga à vida em sociedade.
Uma nova educação democrática deve permitir ao governado possuir as capacidades e preparação técnica para poder governar. Hoje, o que existe é a divisão dos mais preparados tecnicamente para governar (restringe-se a uma camada). Neste último caso, as escolas profissionais são especializadas desde o início da carreira escolar, limitando a capacidade de pensar dos alunos na aquisição de conhecimentos, levando então à passividade dos sujeitos no processo de ensino-aprendizagem.
 O ensino deve estar, portanto, voltado para a práxis, que leva em conjunto a ação e reflexão, permitindo a promoção da criação e recriação, tendo o trabalho como elemento central. O pensar dialético na escola quebraria com o enfoque somente de reprodução, levando a uma produção de ordem intelectual. Assim, a educação se daria num conjunto do simplificado e do complexo, da reprodução e do pensamento, que levarão à recriação.
Pensar o mundo dialeticamente é pensá-lo na sua totalidade. A hegemonia escolar leva ao pensamento de uma única forma, produzindo um conhecimento que induz para um determinado comportamento.
Contudo, vemos que a construção de uma organização escolar, reflete o que está presente na cultura, o discurso que domina é o que está dado como modelo a ser seguido. A forma como o trabalho deve se desenvolver também predita essas condições. A forma de como é pensado e desenvolvido nos mostra quem irá simplesmente atuar na reprodução ou construção de uma nova forma. A escola tem o poder de inculcar doutrinas que vão garantir a manutenção das estruturas sociais, ou pode atuar desconstruindo conceitos hegemônicos que prendem os sujeitos em uma determinada maneira de pensar e agir.
Assim, essas formas de pensar e agir que dominam em uma determinada cultura pode se estender a outras, tomando lugar de tradições de um povo que já não são mais lembrados. Isto pode ser visto através dos jogos, que podem refletir a cultura de um grupo. Muitos jogos que foram esportivizados são reconhecidos no mundo inteiro e suas práticas em regiões onde não tiveram origem não refletem os mesmos costumes dos lugares em que foram criados. Isso propaga a ideia de que o “certo” a ser escolhido é um determinado jogo de outra cultura que nada tem haver com as raízes de um povo, fazendo a ascendência de uma determinada cultura em lugar de outra. 
Portanto, podemos visualizar a dominação de um povo sobre outro através da escolha que um jogo pode ter entre um grupo de indivíduos, estes que estão sujeitos à mera reprodução, fortalecendo a hegemonia imposta pela cultura dominante.
Os anos 80 buscam um tipo de didática baseada na neutralidade, em um método único de ensino, dai parte seu nome de didática fundamental. O objeto de estudo da didática e o processo de ensino aprendizagem, parte da multidimensionalidade do processo de ensino- aprendizagem (FREITAS, 1994, p. 14).
A aula não material proposta por algumas correntes brasileiras de educação cai em um erro ao tentar salvar a mesma, porque quando ancoramos a mesma no ponto de referência da didática, vemos vários erros pela mesma se apoiar em uma sociedade capitalista. Isso ano irá redimir a aula de seus erros e seus limites.
Devesse partir da pratica social do dia-a-dia da escola e descortinar o ensino, buscando o processo de construção e reconstrução da didática. Sendo comprometida pela luta por uma sociedade brasileira fundada em novas relações de trabalho.
A relação professor, aluno e matéria segundo Freitas (1994) segue um modelo que :
(...) o modelo do triângulo didático como pano de fundo o autor discute as teorias clássicas do trabalho docente, fazendo ver, por exemplo, que elas, em um dado momento, supervalorizam um aspecto do triangulo, a relação professor ---> aluno. Nesta relação o professor teria a função de “passar a matéria” ao aluno por meio da aula, assumindo, o primeiro, uma posição de autoridade sobre o último (ensino tradicional). Haveria também outras relações expressas pelo triangulo didático como “aluno ---> matéria” (como ensino renovado ou moderno) onde se valoriza a ação do aluno sobre o objeto.”
E buscado o dinamismo de escola pautada em três dimensões a institucional, sendo a institucional a filosófica, não devendo considerações isoladamente, mas também considerando suas especificidades. Os métodos não apresentam, claramente uma proposta de sociedade, que buscam reconstruir a didática rompendo como a que vem sendo desenvolvida. Tenta resgatar a caráter crítico da didática atual, dentro de uma nova estrutura de totalidade.
A ligação teoria e pratica tão importante tem em Libâneo (1991) sua fala mais importante:
“A ligação teoria e pratica, no processo de ensino, ocorre em vários momentos do trabalho docente: a verificação dos conhecimentos e experiencias dos alunos em relação ao conteúdo novo, para toma-los como ponto de partida: a comprovação de que os alunos dominaram o conhecimento; a ligação dos problemas concretos do meio ao acontecimento cientifico. Isso significa que, nas aulas, às vezes se vai dar pratica para a teoria, outras vezes se cai da teoria para a pratica.”
A relação mercado e escola teve forte influência em muitos lugares e nos EUA não foi diferente, a ligação dos dois se estreitou tanto a ponto de que as escolas fossem geridas pelo poder capitalista e das empresas de grande porte.
Ravitch e uma das idealizadoras do projeto que em seu caminho acaba percebendo enormes lacunas no processo de ensino que é criado, em sua fala no livro “vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação” ela mostra as ilusões que se via na época: “ Como muitos outros naquela era, eu fui atraída pela ideia de que o mercado iria trazer inovação e maior eficiência para a educação. Eu estava certamente influenciada pela ideologia conservadora” (Ravitch, 2011, p.25).
A visão do projeto proposto nos estados unidos em relação ao professor era que, deveria ser cobrado altos padrões educacionais, onde os salários deveriam ser aumentados e os melhores professores encorajados. Os piores deveram melhorar ou seriam removidos, mas, o que mediaria este padrão de ensino?
De acordo com Oliveira (2012) o professor tinha “missões” e objetivos através de testes que mediam este padrão:
“O exaltado discurso “professor e tudo” não e de valoração, mas de responsabilização, e de acordo com ele a culpa pela defasagem de aprendizagem dos alunos e da ineficiência do professor. Ao invés de se moverempela lógica da profissionalização docente, os reformadores desvalorizam a formação inicial e defendem que salário e progresso na carreira sejam baseados na produtividade dos professores, medida pelo desempenho de seus alunos nos testes padronizados.”
Na construção da avaliação existem vários elementos internos e externos a organização da estrutura escolar. No levantamento de dados realizado num estudo de Freitas (1994), mostrou que através de questionários, os professores possuem suas concepções próprias de avaliação, mas também possuem semelhanças em seu modo de avaliar. O estudo foi feito em escolas estaduais da cidade de Campinas, em séries que iam de 1ª a 4ª do ensino fundamental. 
Segundo os professores, a definição de avaliação é dada da seguinte maneira: acompanhar o desenvolvimento, observar o desempenho do aluno, conhecer os pontos fortes e fracos, alcançar o objetivo proposto, verificar a existência de pré-requisitos e verificar o domínio do conteúdo. Já nas técnicas utilizadas, eram utilizados trabalhos, observação de desempenho, provas escritas e participação e interesse do aluno. Os professores também faziam avaliação do comportamento do aluno, e numa minoria, auto avaliação individual.
O problema visto foi que a maior parte dos professores não define o desempenho o desempenho que quer avaliar, também não elaboram critérios para correção das avaliações antes de efetuá-las e não informam aos alunos os critérios com os quais serão avaliados (FREITAS, 1994, p. 173).
Com isso, percebe-se que os critérios utilizados pelos professores para elaboração e aplicação das avaliações podem não estar adequados a realidade dos alunos, para poder de fato verificar se os objetivos da proposta pedagógica foram de fato atingidos, pois os alunos possuem capacidades diferentes de aprendizagem, e isso precisa ser levado em consideração na hora do planejamento avaliativo.
	
Referencias 
LIBÂNEO, J.C. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.
RAVITCH, D. The death and life of the great American school system: how testing and choice are undermining education. Rev. ed. New York: Basic Books, 2011.
RAVITCH, D. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Trad. de Marcelo Duarte. Porto Alegre: Sulina, 2011.
OLIVEIRA, S. B.; MENEGÃO, R. C. Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação. Educação e Sociedade, Campinas-SP, 2012, vol.33, n.119, p. 647-660.
GRAMSCI, Antonio. A organização da escola e da cultura. In: Os intelectuais e a organização da cultura. Rio de Janeiro: Della Cultura, 1982.
FREITAS, L, C. crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática. campinas: papirus, 1995.

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