Buscar

AÇÃO PENAL

Prévia do material em texto

AÇÃO PENAL
PÚBLICA: a ação publica é de iniciativa do MP. 
Princípio da Obrigatoriedade: havendo indícios suficientes, surge para o MP o dever de propor a ação. 
Denúncia: deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as circunstancias. Todas as elementares do tipo penal e a maneira como ocorreram no caso concreto. Todos os dados que puderem implicar alteração da penal. Se preenchidos os requisitos legais, o juiz deve receber a denúncia. O recebimento da denúncia interrompe o prazo prescricional.
Rejeição da denúncia: 
- se o fato narrado é evidentemente atípico.
- se já estiver extinta a punibilidade pela prescrição ou qualquer outra causa.
- quando for manifesta a ilegitimidade da parte ou quando faltar outra condição da ação. A ação poderá ser reproposta desde que seja pela parte legitima ou presente condição ausente.
Princípios:
- obrigatoriedade: o MP convencido de indícios de autoria e materialidade em relação a certo crime, estará obrigado a oferecer denúncia contra o autor da infração.
Exceção - discricionariedade regrada: na lep existe a possibilidade de transação penal, o MP não oferece denúncia.
- indisponibilidade: o MP não pode desistir da ação penal por ele proposta.
- intranscendência: a pena só atinge a pessoa que cometeu o delito.
- oficialidade: o titular da ação pública é o MP, órgão oficial pertencente ao Estado.
A maioria da doutrina entende que o princípio da indivisibilidade não se aplica a ação penal pública, pois o princípio da obrigatoriedade faz com que todos os autores do crime sejam incluídos na denúncia.
INCONDICIONADA: regra no DP. O oferecimento da denúncia independe de qualquer condição especifica.
CONDICIONADA: oferecimento da denúncia depende de previa existência de condição especifica. Condicionada a representação ou à requisição do ministro da justiça. A titularidade continua a ser do MP, mas somente poderá oferecer a denúncia se estiver presente a representação ou a requisição, que constituem autorização para o início da ação. São condições de procedibilidade.
Representação: manifestação da vontade da vítima ou seu representante legal (solicitar a instauração do inquérito policial ou autorização o MP a ingressar com a ação penal). Natureza de condição de procedibilidade.
Não vincula o MP, que pode pedir o arquivamento do inquérito. Oferecida a representação, o promotor analisará o inquérito e apresentará denúncia contra todas as pessoas que possuem indícios suficientes.
Endereçada ao juiz, MP ou autoridade policial. Pode ser escrita ou oral. Se oral, deverá ser reduzida a termo para constar dos autos. Pessoalmente ou por procurador.
Retratação: até o oferecimento da denúncia. A vítima pode retirar a representação. Dentro do prazo decadencial é possível que a vítima ofereça a representação novamente (retratação da retratação).
Requisição do Ministro da Justiça: condição de procedibilidade. Estrangeiro pratica crime contra brasileiro fora do território nacional ou quando é cometido crime contra a honra do presidente da república ou chefe de governo estrangeiro. Não vincula o MP. Não existe prazo decadencial para o oferecimento da requisição (antes da prescrição). É retratável.
PRIVADA: é de iniciativa do ofendido ou representante legal (menor ou incapaz). O direito de punir continua sendo do Estado, que transfere a iniciativa da ação penal ao ofendido ou seu representante legal. Decai o direito de queixa 6 meses da data de descoberta da autoria do delito.
O MP atua como fiscal da lei. Pode aditar a queixa – apenas a correção de imperfeiçoes formais no texto e não a inclusão de réu ou fato novo.
Queixa-crime.
Causas extintivas de punibilidade: abrir mão do direito de queixa.
- Decadência: perda do direito de ação em face do decurso do prazo sem o oferecimento da queixa. Somente possível antes do início da ação penal e comunica-se a todos os autores do crime.
- Perempção: sanção aplicada ao querelante, perda do direito de prosseguir na ação privada em razão de sua inercia ou negligencia processual. Somente é possível após o início da ação penal, e estende-se a todos os autores do delito. Instituto exclusivo da ação privada. Nos casos de ação pública, o MP retoma a titularidade da ação.
- Renúncia: o ofendido abre mão do direito de oferecer a queixa. Ato unilateral, independe da aceitação do autor do delito. Só pode ocorrer antes do início da ação penal (antes do recebimento da queixa).
- Perdão: desiste do prosseguimento da ação privada, desculpando o querelado pela prática da infração penal. Só é cabível após o início da ação penal e desde que não tenha havido transito em julgado da sentença condenatória. Exclusivo da ação privada. Pode ser feito pessoalmente ou por procurador com poderes especiais. Processual ou extraprocessual. 
Processual: quando concedido mediante declaração expressa nos autos. O querelado será intimado a dizer se aceita em 3 dias. Para não aceitar o perdão o querelado deve comparecer em juízo e declará-lo.
Extraprocessual: expresso ou tácito. Expresso quando concedido através de declaração assinada pelo querelante ou procurador. Tácito quando o querelante pratica ato incompatível com a intenção de prosseguir na ação (admite qualquer meio de prova).
Princípios:
- oportunidade ou conveniência: ainda que haja prova contra os autores do crime, a vítima pode optar por não processá-los.
- disponibilidade: o querelante pode desistir do prosseguimento da ação por ele intentada através da perempção e perdão.
- indivisibilidade: o ofendido pode optar por não processar os autores do crime, porém deverá oferecer a queixa contra todos os autores que tenham sido identificados. Se houver intenção na omissão há de se concluir que o ofendido renunciou ao direito de queixa em relação a tal. A renúncia é uma extinção de punibilidade e estende-se a todos os autores da infração. O juiz, alertado pelo MP, deve decretar a extinção da punibilidade de todos os autores do crime, rejeitando a queixa-crime.
- intranscendência: pena só atinge a pessoa que cometeu o delito.
EXCLUSIVA: iniciativa incumbe à vítima ou a seu representante legal. Em caso de morte do ofendido antes do início da ação, poderá ser intentada pelo CADI, desde que dentro do prazo decadencial de 6 meses. Se a morte ocorre após o início da ação penal, poderá haver substituição, dentro do prazo de 60 dias.
PERSONALÍSSIMA: a ação poderá ser intentada pela vítima, e em caso de falecimento antes ou depois do início da ação, não poderá haver substituição para sua propositura ou prosseguimentos. A morte do ofendido implica extinção da punibilidade dos autores do crime, não é possível substituição no polo ativo.
SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA: MP ao receber o inquérito policial que apura crime de ação pública, possui prazo para oferecer denúncia. Findo esse prazo, sem que o MP tenha se manifestado, surge para o ofendido o direito de oferecer queixa subsidiária em substituição à denúncia não apresentada pelo titular da ação. O direito de apresentar queixa inicia-se com o termino do prazo do MP e se estende pelos 6 meses seguintes. O MP poderá oferecer a denúncia dentro dos 6 meses e até mesmo após, pois o MP continua podendo oferecer a denúncia até que ocorra a prescrição. O MP atua como fiscal da lei.
- caso a queixa não preencha os requisitos, o MP a repudia e oferece denúncia substitutiva.
- se a queixa for viável mas apresentar falhas, o MP poderá aditá-la.
- pode recorrer em qualquer sentido.
- pode requerer e participar da produção de qualquer prova.
- em caso de negligencia do querelante, o MP deve retornar a sua titularidade. Não existindo perempção.
CONDIÇOES GERAIS DA AÇÃO PENAL: são condições que devem estar presentes para a propositura de toda e qualquer ação penal.
LEGITIMIDADE DA PARTE: se a ação for pública deve ser proposta pelo MP e se for privada pelo ofendido ou seu representante legal.
INTERESSE DE AGIR: a ação só pode ser admitida quando houver indícios de autoria e materialidade a ensejar a propositura, e desde que não esteja extintaa punibilidade pela prescrição ou qualquer outra causa.
POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO: o fato descrito na denúncia ou queixa deve ser típico.
JUSTA CAUSA:
AÇÃO CIVIL EX DELICTO: o ilícito penal é também ilícito civil, na medida que causa danos à vítima, que pode pleitear a reparação do prejuízo suportado.
A condenação penal torna certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. A responsabilidade civil é independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem seja autor, quando se acharem decididas no juízo criminal.
Pode haver tramite simultâneo de ação civil e penal referentes ao mesmo fato. Se sobrevier decisão condenatória no juízo penal, tem força vinculante no juízo cível. 
A lei faculta ao juiz civil suspender o curso do processo até o julgamento definitivo da ação penal, pelo máximo de 1 ano, a fim de evitar decisões contraditórias.
A sentença penal absolutória faz coisa julgada no cível quando reconhecer ter sido o ato praticado em estado de necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular de direito. Não se pode mais discutir no cível se agiu ou não acobertado por uma das excludentes de ilicitude.
Mesmo sendo acobertado por justificativas, o autor será obrigado a indenizar:
- se reconhecido o estado de necessidade e o prejudicado não tiver sido culpado pela situação de perigo.
- se reconhecida a legitima defesa putativa, a vítima ou seus herdeiros devem ser ressarcidos, uma vez que a pessoa atingida não estava agredindo o agente, que por erro, supôs estar sendo agredido.
- se reconhecida a defesa real, mas o autor tiver, por erro de pontaria, causado danos a terceiros.
Também faz coisa julgada no cível a sentença penal absolutória que reconhece a inexistência material do fato.
Apesar de ser-lhe facultado postular no juízo cível seu direito a indenização, o ofendido não necessita ingressar com ação civil de conhecimento, pois a sentença penal condenatória constitui título executivo.
Crimes contra a dignidade sexual:
- ação penal pública condicionada: regra.
- pública incondicionada: menor de 18 anos ou vulnerável.
Crimes contra a honra do funcionário público: legitimidade concorrente- privada ou pública condicionada à representação do ofendido. Súmula 714.
Arquivamento implícito: NÃO. MP denuncia apenas em relação a 1 fato ou 1 réu – juiz recebe a inicial e continua. Inépcia: se não for corrigida vai ser rejeitada. MP tem que justificar o pedido do arquivamento (motivação).
Rejeição da queixa ou denúncia:
- inepta.
- falta pressuposto processual ou condição de ação penal.
- falta de justa causa.
Recebimento tácito: STF é possível.

Continue navegando