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2a. aula EJA Introd.aos estudos de EJA o campo de direitos e de respons.publica

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ARROYO, Miguel G. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública
EJA como Modalidade de Ensino
“O termo modalidade expressa uma medida dentro de uma forma própria de ser. Trata-se, pois, de um modo de existir como característica própria”. 
(Parecer CNE/CEB nº. 11/2000, de 10/05/2000)
Pensar o tempo na EJA vai além de definir uma medida. Pressupõe pensar que os sujeitos jovens e adultos estão enredados em várias temporalidades circunscritas à vida e não à escola. São os tempos do trabalho, das relações familiares, do cuidado com a saúde do filho, do lazer, de ir à igreja, do pagode, da afetividade etc. 
Destaca-se que o tempo do trabalho firma-se como ordenador dos outros tempos da vida desses sujeitos. A partir dele é que os sujeitos articulam os outros tempos, inclusive o tempo da escola. 
Considerar, portanto, a condição de trabalhador do educando da EJA é imprescindível para se configurar o tempo escolar. A flexibilidade dos processos educativos é o imperativo que se apresenta aos projetos pedagógicos das escolas. Assim, as temporalidades escolares na EJA - horários, duração das aulas, calendários, tratamento dado a freqüência... - e a organização do trabalho, não podem ser rígidas, não podem inviabilizar o direito à educação, têm que ser inclusivas de seus sujeitos. 
Sendo assim, a organização do tempo escolar na EJA terá como referência a sua definição em horas. 
Isso significa que não há qualquer vinculação desse tempo a dias letivos ou ao tempo definido na legislação para o ensino “regular” comum, Fundamental e Médio. As temporalidades escolares é que devem estar adaptadas às temporalidades dos sujeitos e não o contrário.
A carga horária de referência, isto é, o total de horas para a duração do curso da educação básica de jovens e adultos, correspondente ao Ensino Fundamental será de 3.200 horas e ao Ensino Médio de 1.200 horas, nas escolas estaduais, definido nesta diretriz.
Resumo do Texto de Arroyo sobre Educação de Jovens e Adultos “um campo de direitos e de responsabilidade pública”.
Neste texto, procuramos sintetizar as idéias de Arroyo (2005) a respeito das transformações que o mesmo julga necessárias para tornar a Educação de Jovens e Adultos "um campo de direitos e de responsabilidade pública".
Para Arroyo (2005, p. 19) a Educação de Jovens e Adultos "(...)é campo ainda não consolidado" no que diz respeito a pesquisa, a políticas públicas, a diretrizes educacionais, formação de professores e propostas pedagógicas, e por isso, há uma diversidade de tentativas de "configurar sua especificidade". 
Segundo o autor, atualmente há vários indicadores de uma mobilização em torno da EJA, que podem ser percebidos nas ações do Estado, das instituições, ONG's, igrejas, e de diversos seguimentos da sociedade em geral. 
Entretanto, o sistema escolar continua fechado para esses indicadores, e necessita pensar e agir com o objetivo de transformar a EJA, de fato, em "um campo de responsabilidade pública" (p. 22).
Para tanto, se faz necessário começar por conhecer os sujeitos da EJA, bem como a trajetória histórica da modalidade no pais. Ao conhecer a história da EJA, será ainda necessário abandonar a visão restrita das "carências e lacunas no percurso escolar" (p. 23), e perceber que tais carências estão atreladas as sociais.
De acordo com Arroyo (2005: p.24-25) não se pode separar o direito à escolarização, dos direitos humanos. Segundo ele os "jovens-adultos", mesmo que tenham estacionado o processo de escolarização, não "paralisam" os "processo de sua formação em tal, ética, identitária, cultural, social e política". Nesse sentido, é preciso um olhar mais positivo, reconhecendo que os sujeitos da EJA, "protagonizam trajetórias de humanização", participando em lutas sociais pela garantia de seus direitos.
Também é preciso que se exija do Estado, políticas públicas mais adequadas ao atendimento de jovens e adultos para um ensino com suas características específicas e não com a mentalidade assistencialista, que visa recuperar o tempo perdido, as carências da idade considerada escolar (7-14 anos).
Para ele historicamente os sujeitos da EJA "são os mesmos: pobres, desempregados, na economia informal, negros, nos limites da sobrevivência", e seu "nome genérico", "oculta essas identidades coletivas" (p. 29). Assim, os direitos sociais dos sujeitos da EJA devem ser requeridos para que seja devolvida a identidade que lhes foi negada geração após geração.
Um dos "traços" que ajuda a configurar a realidade da EJA, é a riqueza da EJA como "campo de inovação da teoria pedagógica (p. 36). E muito das inovações da escola atual, iniciaram-se no "Movimento de Educação Popular". Por isso, "a centralidade das vivências, da cultura, do universo de valores, dos sistemas simbólicos dos educandos e dos educadores nos processos de aprendizagem" devem ser aprofundadas através das novas teorias pedagógicas.
Embora a EJA historicamente tenha ocorrido fora da escola, e talvez essa informalidade seja um dos motivos que fazem com que essa modalidade não seja levada a sério pela sociedade e pelo Estado, (p. 43-47) sempre se fazem comparações que acabam por evidenciar o distanciamento da formalidade do sistema educacional. No entanto, para que haja diálogo entre o sistema escolar e a EJA, será necessário tomar as experiências desta para enriquecer aquele, e principalmente "torná-lo realmente público" e mais democrático, para que não se repitam as defasagens e exclusões de adultos e jovens.
Enfim, a EJA precisa ser reconfigurada de forma mais "pública" e "igualitária", mas isso perspassa a também reconfiguração do sistema escolar. Por isso a necessidade de respeito e diálogo.
Para Arroyo (2005: p. 42) "os jovens e adultos que voltam ao estudo, sempre carregam expectativas e incertezas à flor da pele". Logo, o conhecimento da história da EJA e especialmente da história de vida dos educandos, a diversidade de contextos e ao mesmo tempo a similaridade dos problemas e entraves, é essencial aos docentes. Isso por meio de uma prática sensível, aberta ao diálogo constante professor/aluno, e história de vida/temas estudados, humanizando mais o ensino nessa modalidade.
Portanto, ao final dessa síntese, voltamos a mensagem principal do autor: urge a necessidade de ver nos alunos de EJA, "mais do que alunos em trajetórias escolares truncadas. Vê-los jovens-adultos em suas trajetórias humanas". Ou seja, tratar do processo de inclusão escolar, de modo entrelaçado ao social. 
Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/educacao-de-jovens-e-adultos-um-campo-de-direitos-e-de-responsabilidade-publica-sintese-do-texto-de-miguel arroyo/72679/ Acesso em 14/02/2014.

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