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Monitoria - Tecido Conjuntivo

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Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
			Histologia e Embriologia Geral
	Profª: Ana Paula Lambert
Monitora: Paloma Cogo
1. TECIDO CONJUNTIVO: Os tecidos conjuntivos são responsáveis pelo estabelecimento e pela manutenção da forma do corpo. Este papel mecânico é determinado por um conjunto de moléculas – matriz extracelular (MEC) – que conecta as células e os órgãos, dando, dessa maneira, suporte aos tecidos, órgãos e ao corpo como um todo.
1.1 – MEC: Diferentemente dos demais tipos de tecidos (epitelial, muscular e nervoso), que são formados principalmente por células, o principal componente do tecido conjuntivo é a MEC. Ela consiste em diferentes combinações de proteínas fibrosas e em um conjunto de macromoléculas hidrofílicas e adesivas, as quais constituem a substância fundamental. A MEC dos tecidos conjuntivos também serve como um meio pelo qual nutrientes e catabólitos são trocados entre as células e seu suprimento sanguíneo.
1.2 – SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL AMORFA: A substância fundamental é um complexo viscoso e altamente hidrofílico de macromoléculas aniônicas (glicosaminoglicanos [GAG] e proteoglicanos) e glicoproteínas multiadesivas (laminina, fibronectina, entre tantas outras), que se liga a proteínas receptoras (integrinas) encontradas na superfície de células, bem como a outros componentes da matriz. Desse modo, não somente fornece força tênsil e rigidez à matriz, mas também, e principalmente, determina, por meio de sinais moleculares, algumas funções celulares. De fato, além de desempenhar uma evidente função estrutural, a grande variedade de moléculas do tecido conjuntivo tem importantes papéis biológicos, como, por exemplo, o de ser importante reserva para muitos fatores de crescimento que controlam a proliferação e a diferenciação celular.
1.3 – MESÊNQUIMA: Os tecidos conjuntivos originam-se do mesênquima, que é um tecido embrionário formado por células alongadas, as células mesenquimais. Elas são caracterizadas por um núcleo oval, com cromatina fina e nucléolo proeminente, contêm muitos prolongamentos citoplasmáticos e são imersas em MEC abundante e viscosa com poucas fibras. O mesênquima origina-se principalmente a partir do folheto embrionário intermediário, o mesoderma. As células mesenquimais migram de seu local de origem e envolvem e penetram os órgãos em desenvolvimento. As células mesenquimais, além de originarem todos os tipos de células do tecido conjuntivo, dão origem também às células do sangue, dos vasos sanguíneos e dos tecidos musculares.
2 – CÉLULAS DO TECIDO CONJUNTIVO: Os tecidos conjuntivos apresentam diversos tipos de células com diferentes origens e funções. Algumas células desse tecido, como os fibroblastos, têm origem localmente a partir de células mesenquimais indiferenciadas e permanecem toda a sua vida no tecido conjuntivo; outras, como mastócitos, macrófagos e plasmócitos, originam-se de células-tronco hemocitopoéticas da medula óssea, circulam no sangue e se movem para o tecido conjuntivo, no qual executam suas funções. Os leucócitos também se originam na medula óssea e, em geral, migram para o tecido conjuntivo, onde residem por poucos dias.
2.1 – FIBROBLASTOS: Os fibroblastos sintetizam a proteína colágeno e a elastina, além de glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas multiadesivas que farão parte da MEC. Essas células também produzem os fatores de crescimento, que controlam a proliferação e a diferenciação celular. 
Os fibroblastos são as células mais comuns do tecido conjuntivo e são capazes de modular sua capacidade metabólica, a qual se refletirá na sua morfologia. As células com intensa atividade de síntese são denominadas fibroblastos, enquanto as metabolicamente quiescentes (em repouso) são conhecidas como fibrócitos. Fazem a CICATRIZAÇÃO das células e contração das mesmas para ocorrer o fechamento, que é chamado de miofibroblasto.
CARACTERÍSTICA: Os fibroblastos contêm citoplasma abundante, com muitos prolongamentos. Seu núcleo é ovoide, grande e fracamente corado, com cromatina fina e nucléolo proeminente. O citoplasma é basófilo graças à riqueza em retículo endoplasmático granuloso, e o complexo de Golgi é muito desenvolvido.
3. MACRÓFAGO: os macrófagos fazem fagocitose e tem como característica uma superfície irregular, núcleo grande com aparência de um grão de feijão ou rim. Os macrófagos derivam de células precursoras da medula óssea, as quais se dividem, produzindo os monócitos, que circulam no sangue. Em uma segunda etapa, os monócitos cruzam as paredes de vênulas pericíticas e capilares, e penetram o tecido conjuntivo, no qual amadurecem e adquirem as características morfológicas e funcionais de macrófagos. Dessa maneira, monócitos e macrófagos são a mesma célula em diferentes estágios de maturação. Os macrófagos dos tecidos podem proliferar localmente, produzindo novas células.
Em algumas regiões, eles recebem nomes especiais, como células de Kupffer, no fígado; micróglia, no sistema nervoso central; células de Langerhans, na pele; e osteoclastos, no tecido ósseo.
4. MASTÓCITOS: Os mastócitos são amplamente distribuídos pelo corpo, mas são particularmente abundantes na derme e nos sistemas digestório e respiratório. O mastócito maduro é uma célula globosa, grande e com citoplasma repleto de grânulos que se coram intensamente. O núcleo é pequeno, esférico, central e de difícil observação por estar frequentemente encoberto pelos grânulos citoplasmáticos. Os mastócitos originam-se de células precursoras hematopoéticas (produtoras de sangue) situadas na medula óssea
A principal função dos mastócitos é estocar, em seus grânulos secretores, mediadores químicos da resposta inflamatória, como a histamina, que promove aumento da permeabilidade vascular, e os glicosaminoglicanos sulfatados, como a heparina. Os mastócitos também colaboram com as reações imunes e têm um papel fundamental na inflamação, nas reações alérgicas e nas infestações parasitárias. 
5. PLASMÓCITOS: Os plasmócitos são células grandes e ovoides com um citoplasma basófilo. O núcleo dos plasmócitos é esférico e excêntrico e contém grumos de cromatina que se alternam regularmente com áreas claras em um arranjo que lembra raios de uma roda de carroça. Os plasmócitos são pouco numerosos no tecido conjuntivo normal, exceto nos locais sujeitos à penetração de bactérias e proteínas estranhas, como a mucosa intestinal. São abundantes nas inflamações crônicas, em que predominam plasmócitos, linfócitos e macrófagos.
Os plasmócitos são células derivadas dos linfócitos B e responsáveis pela síntese de anticorpos. Anticorpos são glicoproteínas da família das imunoglobulinas produzidas em resposta à penetração de moléculas estranhas ao organismo, que recebem o nome de antígenos.
6. LEUCÓCITOS: Mesmo em situação normal, os tecidos conjuntivos contêm leucócitos (glóbulos brancos), que migram do sangue através da parede de capilares e vênulas pós-capilares, por um processo chamado diapedese (dá mais permeabilidade para a membrana, dando passagem para as células linfóides). Esse processo aumenta muito durante as invasões locais de microrganismos, uma vez que os leucócitos são células especializadas na defesa contra microrganismos agressores.
A inflamação é uma reação celular e vascular contra substâncias estranhas, na maioria dos casos bactérias patogênicas ou substâncias químicas irritantes. Os sinais clássicos de inflamação têm como exemplo, vermelhidão, edema, calor e dor.
7. CÉLULAS ADIPOSAS: Células adiposas são células do tecido conjuntivo que se tornaram especializadas no armazenamento de energia na forma de triglicerídios (gorduras neutras).
8. FIBRAS DO TECIDO CONJUNTIVO: As fibras do tecido conjuntivo são formadas por proteínas que se polimerizam, formando estruturas muito alongadas. Os três tipos principais observados ao microscópio são as colágenas, as reticulares e as elásticas. Bioquimicamente, as fibras colágenas e as fibras reticulares são formadas pela proteína colágeno, e as fibraselásticas são compostas principalmente pela proteína elastina. Portanto, na realidade, existem apenas dois sistemas de fibras: o sistema colágeno, constituído por fibras colágenas e reticulares, e o sistema elástico, formado pelas fibras elásticas, elaunínicas e oxitalânicas.
8.1 – FIBRAS COLAGENAS: são as mais abundantes e são mais rígidas, para ter mais resistência a tensões. Tem elasticidade também. Existem inúmeros colágenos no corpo, elas são acidófilas e se coram em rosa pela eosina, em azul pelo tricrômico de Mallory, em verde pelo tricrômico de Masson e em vermelho pelo sirius red. 
As fibras colágenas compostas por colágeno tipo I são as mais numerosas no tecido conjuntivo. No estado fresco, elas têm cor branca, conferindo a mesma cor aos tecidos nos quais predominam, como aponeuroses e tendões.
8.2 -FIBRAS RETICULARES: As fibras reticulares são formadas predominantemente por colágeno do tipo III. Elas são extremamente finas e formam uma rede extensa em determinados órgãos. Essas fibras não são visíveis em preparados corados pela hematoxilina-eosina (HE), mas podem ser visualizadas em cor preta por impregnação com sais de prata. Por causa de sua afinidade por sais de prata, elas são também chamadas de argirófilas.
As fibras reticulares são particularmente abundantes em músculo liso, endoneuro e órgãos hematopoéticos, como baço, nódulos linfáticos e medula óssea vermelha. As finas fibras reticulares constituem uma delicada rede ao redor de células de órgãos parenquimatosos (nos quais predominam as células) como as glândulas endócrinas. Seu pequeno diâmetro e a disposição frouxa criam uma rede flexível em órgãos que são sujeitos a mudanças fisiológicas de forma ou volume, como artérias, baço, fígado, útero e camadas musculares do intestino.
8.3 - FIBRAS ELÁSTICAS: sistema elástico é composto por três tipos de fibras: oxitalânicas, elaunínicas e elásticas. A estrutura do sistema de fibras elásticas desenvolve-se por meio de três estágios sucessivos: oxitalanicas, depois elauninicas (elas são encontradas ao redor das glândulas sudoríparas e na derme) e depois elásticas. (centro do feixe de miofibrilas).
	As fibras oxitalânicas não têm elasticidade, mas são altamente resistentes a forças de tração, enquanto as fibras elásticas, ricas em proteína elastina, distendem-se facilmente quando tracionadas. Por usar diferentes proporções de elastina e microfibrilas, o sistema elástico constitui uma família de fibras com características funcionais variáveis capazes de se adaptar às necessidades locais dos tecidos.
9. TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO: 
9.1 – TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO: existem dois o frouxo e o denso.
9.2 – TECIDO CONJUNTIVO FROUXO: suporta estruturas normalmente sujeitas à pressão e atritos pequenos. É um tipo muito comum que preenche espaços entre grupos de células musculares, suporta células epiteliais e forma camadas em torno dos vasos sanguíneos. É também encontrado nas papilas da derme, na hipoderme, nas membranas serosas que revestem as cavidades peritoneais e pleurais e nas glândulas.
As células mais numerosas são os fibroblastos e macrófagos, mas todos os outros tipos celulares do tecido conjuntivo também estão presentes, além de fibras dos sistemas colágeno e elástico. O tecido conjuntivo frouxo tem uma consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito resistente a trações.
9.3 – TECIDO CONJUNTIVO DENSO: é adaptado para oferecer resistência e proteção aos tecidos. É formado pelos mesmos componentes encontrados no tecido conjuntivo frouxo; entretanto, existem menos células e uma clara predominância de fibras colágenas. O tecido conjuntivo denso é menos flexível e mais resistente à tensão que o tecido conjuntivo frouxo. 
9.3.1. DENSO NÃO MODELADO: quando as fibras colágenas são organizadas em feixes sem uma orientação definida, o tecido chama-se denso não modelado. Nele, as fibras formam uma trama tridimensional, o que lhes confere certa resistência às trações exercidas em qualquer direção. Esse tipo de tecido é encontrado, por exemplo, na derme profunda da pele.
9.3.2 – DENSO MODELADO: apresenta feixes de colágeno paralelos uns aos outros e alinhados com os fibroblastos. Trata-se de um conjuntivo que formou suas fibras colágenas em resposta às forças de tração exercidas em um determinado sentido. Nesse caso, os fibroblastos, em resposta a forças que normalmente atuam sobre os tecidos, orientam as fibras que produzem de modo a oferecer o máximo de resistência a tais forças.
9.3.3 - Ainda tem o tecido elástico, reticular e mucoso.

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