Buscar

Resenha the doctor

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DO MEDICAMENTO
RAILANE FREITAS
FILME: THE DOCTOR – UM GOLPE DO DESTINO
Resenha apresentada
 a Universidade Federal da Bahia, como critério de avaliação da disciplina 
Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica
 no Curso de Gradua
ção de Farmácia 
sob orientação
 da
 
Prof
ª
. 
Drª
. Lucia de Araújo Costa 
Beisl
 
Noblat
Salvador
2018
The Doctor, mais conhecido no Brasil como Um Golpe do Destino é um filme americano dos anos 90, baseado na autobiografia do Dr. Edward Rosenbaum, estrelado por William Hurt como o personagem principal Jack McKee, um médico que passa por uma situação pessoal na qual muda drasticamente o seu modo de viver, de enxergar as coisas e principalmente de tratar as pessoas de seu convívio pessoal e seus pacientes.
Inicialmente, o médico-cirurgião Jack se demonstra totalmente alheio a seus pacientes e suas dores, tratando-os apenas pelo nome da própria doença ou seus números de leitos, propagando para seus residentes a filosofia de que se deve apenas “cortar, entrar e sair, sem nenhum envolvimento”, afinal nada mais é necessário para ser um bom profissional e cumprir seus objetivos. Com o desenrolar da história ele se descobre com câncer de garganta que poderá afetar permanentemente suas cordas vocais e é submetido a tratamento no próprio hospital onde trabalha há 10 anos. 
O modo como Jack tratava seus pacientes antes de adoecer é um comportamento controverso ao de humanização e o da ética médica, pois o bem estar e os interesses do paciente não são levados em consideração e eles precisam conhecer e entender a sua doença, e principalmente participar das decisões que são e serão tomadas. Um exemplo notável disso é quando ele se dispõe a realizar uma cirurgia sem reconhecer que não estava com capacidade física e emocional para tal, pondo em risco a vida do paciente apenas para satisfazer o seu ego. 
O que faltava em Jack, o que falta em muitos profissionais da saúde ainda atualmente, era a empatia pelo próximo, a capacidade de se colocar no lugar do outro e perceber o que ele está sentindo e tratá-lo da maneira que gostaria de ser tratado. O câncer o deixou na condição de paciente, onde ele como médico não tinha muita autoridade em seu caso, sendo tratado por uma médica que agia tal qual ele mesmo, com indiferença, sem deixá-lo informado sobre o seu estado, não o deixando participar das decisões, tratando-o como “laringe” ao marcar uma cirurgia e não como paciente Jack McKee, tendo seus exames com entrega demorada. Só depois de toda essa experiência ele percebeu que não estava sendo tão bom quanto achava, que seu modo de agir com as pessoas não era a correta, e que o profissional com conhecimento técnico sem a sensibilidade necessária para utilizar-se deste mesmo, o torna prático e mecânico. Isso faz Jack mudar de médico e recorrer aquela que ele zombava no passado por suas ações humanizadas.
Além da vida profissional, Jack percebeu que sua vida pessoal estava aos frangalhos por não ter um relacionamento próximo com sua esposa e muito menos com seu filho, que deveriam ser o seu porto seguro nesses momentos de dificuldade, por isso ele se apega a amiga que faz na radioterapia, que por estar numa situação parecida o entende, porém depois ele percebe que realmente precisa da sua família para superar os obstáculos. 
A história do filme recordou-me bastante a série televisiva House M.D, onde o médico Gregory House se comporta de maneira similar ao de Jack McKee, não querendo ter uma relação com seus pacientes, apenas querendo saber os seus sintomas e agindo de maneira técnica. A diferença é que, infelizmente não houve mudança com o Dr. House, a não ser por alguns poucos pacientes que ele tratou melhor ao longo das temporadas por algum motivo pessoal.
A atitude de Jack no final de pedir a seus residentes que fossem pacientes por um dia, e se submetessem a fazer tudo o que eles pediriam futuramente foi de fato uma demonstração de que ele aprendeu uma lição, e gostaria que os seus alunos tivessem ao menos um vislumbre da sua experiência enriquecedora de valorização da vida do outro, dos seus sentimentos e anseios, com respeito, empatia e humanização.

Continue navegando