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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO CRISLENE APARECIDA ADRIANO DAYRELLY KITAARA REGINA SILVA BARROSO JÚLIA GABRIELA FERREIRA LUIZ HENRIQUE DE ANDRADE FREITAS RODRIGO CÉSAR DE OLIVEIRA GONÇALVES MARÇAL VITÓRIA OHANA RAMOS RODRIGUES ANÁLISE PSICOLÓGICA: O quarto de Jack BOM DESPACHO 2019 CRISLENE APARECIDA ADRIANO DAYRELLY KITAARA REGINA SILVA BARROSO JÚLIA GABRIELA FERREIRA LUIZ HENRIQUE DE ANDRADE FREITAS RODRIGO CÉSAR DE OLIVEIRA GONÇALVES MARÇAL VITÓRIA OHANA RAMOS RODRIGUES ANÁLISE PSICOLÓGICA: O quarto de Jack Trabalho apresentado à disciplina de Avaliação Psicológica III do curso de Psicologia da Faculdade UNA de Bom Despacho, como requisito a obtenção de pontuação. Profª Ms. Renata Oliveira BOM DESPACHO 2019 INTRODUÇÃO O filme "O quarto de Jack" em sua narrativa demonstra algo que é de suma importância na compressão dos profissionais da psicologia e outras áreas relacionadas ao desenvolvimento humano, à existência de diversas vivências de infâncias e adolescências. O longa-metragem que foi lançado em 2015 no Canadá e depois no Brasil em 2016, dirigido por Lenny Abrahamson e com duração de aproximadamente 120 minutos, conta uma trama que ocorre com Joy e o Jack. O filme foi baseado em uma obra literária da Emma Donoghure, chamada Room, narrado pelo Jack. O breve enredo da história é: Joy, uma jovem, que foi sequestrada e violentada sexual e psicologicamente na adolescência e que viveu em um cativeiro por sete anos sofrendo essas violentações e durante esse percurso, teve o seu filho, o Jack. E estando ali, cuidou de seu filho, por estarem trancados em um pequeno espaço e não terem acesso ao mundo, a mãe criou um mundo fantasioso para explicar ao Jack aquela realidade que estavam vivendo. Durante o longa-metragem é compreensível como o seu filho é uma das principais motivações dela ter esperança de sair daquele lugar. Chega um momento que a Joy cria um arriscado plano para buscar uma forma de mudança nessa situação da vida deles. O contexto que eles estavam colocava-os em diversos riscos, a saúde, integridade, segurança e liberdade, ficando claro assim que diversos direitos humanos não estavam sendo cumpridos na vida deles. Por meio de um roteiro, refletirá questões que o filme traz em sua trama que são de destaque, e será feita uma análise psicológica da obra contextualizando com a compreensão de avaliação psicológica, psicodiagnóstico e outras especificidades. ROTEIRO DE ANÁLISE Como a experiência de “O Quarto de Jack” afetaria uma criança na vida real? Jack passa parte de sua infância em um cativeiro com sua mãe em um ambiente totalmente fechado, sem contato com a luz do sol e pouco higienizado, tendo literalmente sua imaginação e socialização limitada por quatro paredes. O filme mostra as dificuldades que Jack enfrenta, e que qualquer criança na vida real sentiria dificuldades para lidar com as questões psíquicas que um isolamento resulta em uma mente de cinco anos, que precisa se readaptar para compreender o que é o mundo. Além da dificuldade de socializar e inteirar com o mundo externo existe possibilidades de uma criança passadas por situações semelhantes à de Jack, não consiga separar a imaginação da realidade, de criar novas referências sociais, presença do medo e insegurança principalmente de conversar com outras pessoas e mais especificamente com homens, tendo em vista que esta criança presenciou momentos em que sua mãe foi violentada pelo velho Nick. Dificuldade de comer alimentos diferentes das que ele comia (pois sua alimentação era restrita), o desenvolvimento motor, mudança de rotina, a aceitação e luto de que o quarto no qual ele vivenciou os primeiros anos de vida não era o verdadeiro mundo que ele imaginava, que na verdade o mundo era muito além do quarto. Jack não possuiu experiências comuns de outras crianças com convivência de amizades e trocas, o que pode futuramente resultar em dificuldades de se relacionar e de conseguir se desenvolver sem a mãe estar totalmente presente. São questões cognitivas para serem trabalhadas, pois a infância isolada sem contato com outras crianças para compartilhar o “brincar’’ pode deixar o aprendizado comprometido. As questões de saúde de uma criança que passa por isolamento total devem ser levadas em consideração, o tempo de restrição de muitos momentos que normalmente crianças passam, por isso, deve-se ter visibilidade de que muitas coisas são novas e que é necessário além de um acompanhamento, que as informações não sejam despejadas e sim uma de cada vez de acordo com o tempo e aceitação, tudo em prol de que a criança se desenvolva de maneira saudável. Como ela se adaptaria após a fuga do cativeiro (quarto construído pelo sequestrador)? Jack desde o nascimento tinha a concepção de mundo representada por quatro paredes, poucos recursos e uma fantasia sobre o mundo que a mãe cria para conseguir conter sua curiosidade. Ela cria uma fantasia que o quarto seria um mundo isolado, e que há outro espaço e planetas que estão presente neles as imagens que são reproduzidas na televisão. Jack tem uma forte referência com a televisão, Joy pra conseguir dar conta das perguntas inventa que as pessoas na TV são achatadas, e os elementos que estão presentes no quarto e que são reproduzidos na TV, ela afirma para criança que são reais, aqueles elementos que aparecem na TV e que não são possíveis no ambiente do quarto, a mãe alega para criança que não existem. A interação social que ele tem até os cincos anos se baseia com a mãe com quem ele desenvolve afetos positivos, que cuidou dele desde o nascimento com muito zelo e com os recursos que tinha, ele desenvolve afeto com o meio social que ele está. A mãe realiza alongamentos e exercícios como flexão, corrida. Apesar do pouco espaço do quarto ela consegue estimular da melhor maneira possível as capacidades físicas e motoras de Jack, visto que Joy era integrante do time de atletismo enquanto adolescente e praticava esse esporte na escola antes do sequestro, ela tinha um prévio conhecimento sobre a importância da estimulação muscular/motora. Jack utiliza de animismo, ou seja, dá nome aos objetos e conversa com eles, outro elemento nesse contexto é o Velho Nick, com quem Jack desenvolve uma aversão, visto que ele aparece apenas á noite, horário que Jack supostamente estaria dormindo. A passagem que fica marcante que o Velho Nick corresponde a um estimulo aversivo para Jack é o episódio em que Velho Nick tenta agredi-lo fisicamente. Quando Joy elabora o plano de fuga e o compartilha com Jack, nesse momento ela vê a necessidade de desvelar o real mundo para Jack, ocorrendo um conflito com Jack quando ela conta a verdade sobre o mundo, retratado como momentos de brigas em que Jack não aceita a revelação de uma possibilidade real de mundo diferente daquela história inicial que a mãe inventou para conseguir manter a sobrevivência deles no cativeiro. Após a saída do cativeiro, e de Jack vivenciar o que é realmente o mundo além daquelas paredes, inicialmente ele se mostra vinculado com o mundo do cativeiro, suas referências sempre era levadas de encontro às vivências do quarto. Tendo em mente o desenvolvimento cognitivo postulado por Piaget, ele define que o desenvolvimento segue um trajeto que parte de um estado de menor equilíbrio para um de maior equilíbrio. A nossa ação é desequilibrada pelas transformações que se sucedem, requisitando um novo equilíbrio. A busca de equilíbrio, ou seja, de adaptação ao ambiente, acontece por meio da ação contínua, utilizando dessa perspectiva podemos observar que Jack se encontra em desequilíbrio, pois tudo o que ele conhecia como realidade tinha mudado de forma repentina e brusca,e as experiências que naquele momento ele estava passando era algo totalmente novo. Utilizando mais uma vez a teoria de Piaget, podemos citar o processo de assimilação e acomodação e para isso ele retornava as experiências antigas para conseguir assimilar e acomodar os novos estímulos e dar conta da nova construção de realidade que estava diante dele. O aprendizado se dá sempre verbalmente pela mãe. Inicialmente ele fica condicionado a contingências governadas por regras como exemplo, o horário de tomar banho é sempre antes de ir pra cama, qualquer possibilidade de banho antes desse tempo para Jack é concebido como impossível ou errado, a mãe responde a ele com: que não existe regras e que eles podem fazer o que gostarem. Outro momento que fica claro é quando a mãe joga fora a cueca que Jack usava, ele mesmo a acusa de desperdício, demonstrado o aprendizado da economia no cativeiro aonde os recursos eram controlados, então ele ainda respondia a regra de economizar. Jack inicialmente se mostra receoso, utilizando a mãe como única ponte entre ele e o novo mundo, tendo dificuldade de falar diretamente com as pessoas e se escondendo na mão como uma proteção. Jack faz xixi na cama no primeiro dia no hospital podendo assim sugerir possível insegurança a nova concepção de mundo que é apresentada a Jack. Ele demonstra resistente na primeira alimentação fora do cativeiro, no hospital ele não toma café, sendo provavelmente a causa do estranhamento do alimento desconhecido ou a presença do médico. A interação no âmbito familiar é representa de forma afetuosa de primeiro momento, com exceção do avô de Jack, ele não consegue olhar para o Jack, possivelmente por considerar Jack como o fruto de um estupro, e não aceitá-lo. Com o desenrolar do filme é demonstrado o desenvolvimento gradativo de Jack, conseguindo estabelecer relações afetuosas com a avó e seu companheiro, desenvolvendo a fala sem a necessidade da presença da mãe, mesmo quando a mãe parece regredir no quadro de saúde dela ele continua evoluindo, desenvolvendo interesse a brinquedos que estimulam a psicomotricidade e a criatividade, conhecendo outras pessoas além do âmbito familiar. Apesar de que desde o nascimento Jack sofreu diversas complicações, ele apresenta uma boa adaptação e evolução depois da saída do cativeiro, estabelecendo relacionamentos e demonstrado desenvolvimento social. Conclui-se que, a forma que uma criança se adaptaria após ter passado por uma situação como o Jack que tem uma fala no filme sobre a nova realidade: “o mundo é que nem os planetas da TV, só que ao mesmo tempo, não sei nem pra onde olhar e o escutar.” terão como requisitos o que foi desenvolvido durante o tempo de cativeiro, a relação mãe e filho, a recepção dos familiares e aos recursos possíveis que as vítimas teriam para tentar sanar as lacunas que marcou o desenvolvimento da criança e da mãe. A saúde da mãe do Jack Joy, não deixou com que o ambiente fizesse mal pra o seu filho, uma vez que ele ainda não tinha contato com o mundo fora daquele quarto, ela quis proteger da verdade inventando um mundo para eles, criando uma fantasia dizendo que só existem dois universos, o espaço sideral e o da televisão, que as pessoas não são reais, e conta que o velho Nick é um mágico que leva as coisas para eles. A Joy poderia ter entregado o Jack para o velho Nick na tentativa de proteger mais, para que ele se desenvolvesse e tivesse uma liberdade, pudesse crescer com outras crianças e em sociedade, e isso foi algo até mesmo questionado quando a Joy participa de uma entrevista. Mas a escolha dela não foi assim, o afeto dos dois demonstrados no filme, e o empenho da mãe de criar um ambiente agradável para criá-lo e prezar pelo desenvolvimento do filho, mesmo que o seu mundo seja limitado nas fantasias do quarto e nas más condições que viviam. Jack tinha apenas conhecimento da realidade fantasiosa restrita ao quarto, ao sair do quarto passou por momento de adaptação e aprendeu a viver com outras pessoas, a Joy teve que ficar um tempo longe da sua família uma vez que estava se sentindo frustrada e com dificuldade de aceitação vendo o que ela tinha perdido nesses sete anos pressa em cativeiro e como as pessoas já tinha seguido as suas vidas de forma que para ela, todos tinham a esquecido. Ela precisou de apoio para se readaptar em sociedade e ter contato novamente com pessoas que não via há anos. Joy precisou de remédios para dormir, teve que fazer cirurgia no punho que tinha sido fraturado na tentativa de se proteger, usou medicamentos para tentar cometer o suicídio, e mesmo antes já eram notáveis os sintomas de um possível transtorno pós-traumático onde se tinha crises de ansiedades, dificuldades de se recuperar dos traumas vividos e medos sofridos por sete anos. Os sintomas mais presentes foram o nervosismo, a perda de interesse ou prazer em realizar atividades do dia-a-dia, como brincar e cuidar do Jack, o sofrimento emocional que as lembranças do seu passado lhe proporcionavam, a depressão que mesmo quando ainda estava no quarto, já apresentava alguns sintomas e demostrava que não estava satisfeita com a situação quando passa o dia deitada no quarto, e ao sair às frustrações e as emoções tomaram conta. Percebe-se que ela então com ajuda de psicólogas (os) e psiquiatras talvez fosse necessária uma intervenção farmacológica para controle da ansiedade, do sono, de terapias para ajudar não só na sua readaptação, mas também nos medos e traumas sofridos durante sete anos que ficou mantida em cativeiro. Quais seriam os atendimentos especializados indicados? Por quais motivos? Jack e sua mãe por terem passado muitos anos de suas vidas em um ambiente precário em muitos critérios como: espaço, iluminação, arejamento, péssimas condições de saúde e higiene e limitados a uma alimentação regrada. A dificuldade de adaptação e socialização, o desenvolvimento psicomotor, a aprendizagem, todos esses critérios foram deficitários para Jack devido às privações que sofreu nos seus primeiros anos de vida. No momento em que eles saem desse ambiente, alguns atendimentos clínicos são necessários, pelo grau de sensibilidade que o corpo de Jack apresenta, e visando a prevenção de doenças, é necessário que ele use luvas, óculos escuros e máscara respiratória, por ele não ter desenvolvido sistema imunológico resistente que conseguiria sobreviver no mundo externo, por exemplo, nessa situação contar com uma equipe multiprofissional é de suma importância. Médicos e exames laboratoriais Consultas com médicos clínicos ou especialistas para fazer um acompanhamento da saúde da Joy e do Jack por meio de exames laboratoriais. Além de receber vacinas, que não podem ter sido aplicadas antes e que são importantes para a saúde da mãe e de seu filho. Oftalmologista e Saúde dos olhos O fato da pouca luminosidade do quarto faz com que principalmente Jack por nunca ter vivido antes fora do quarto, tenha muita sensibilidade nos olhos recomendado o uso de óculos escuros, aqui poderia haver o atendimento do oftalmologista para verificar se não houve nenhum acometimento à visão devido ao tempo que Jack viveu sem ser exposto diretamente a luz e a claridade. Dermatologista e Saúde da pele A pele de Jack apresentava alta sensibilidade a luz solar, ele já sai do hospital com indicações do uso do protetor solar para evitar queimaduras na sua pele uma vez que ele não havia ainda tido contato com o sol a céu aberto, o profissional dermatologista poderia orientar como seria feito a exposição ao sol para Jack. Fisioterapeuta e outros profissionais especializados A motricidade de Jack, apesar dos esforços de sua mãe em fazer atividades físicas com ele dentro do quarto, que oferecia o mínimo de espaço, fica visivelmente comprometida. Na cena em que ele apresenta dificuldades de subir escadas quandovai para casa podemos perceber. Seria no caso indicado atendimento de um fisioterapeuta e um educador físico que desenvolveria atividades para fortalecer o tônus muscular de Jack e melhorar sua coordenação motora. O terapeuta ocupacional também será essencial no atendimento de Jack, vai promover as estimulações necessárias que vão trabalhar as questões afetivas, perceptivas e psicomotoras de maneira que Jack possa ampliar seu campo de ação, adquirir autonomia, participação, desenvolvimento da cognição. Nutricionista Devida a alimentação regrada de Jack também seria indicado o atendimento com nutricionista para avaliar o nível de vitaminas e suplementos que podem estar em deficiência para o desenvolvimento de Jack, além de oferecer outras opções de alimentos até então desconhecidos para o seu desenvolvimento. Odontólogo e Saúde bucal O atendimento odontológico para ambos, há uma cena no filme em que a mãe de Jack se queixa da dor e depois perde um dente por falta de cuidados. Então uma avaliação da saúde bucal de ambos pode ser necessária. Psicopedagogos e educadores Joy tenta apesar das condições limitantes, alfabetizar Jack, o filme mostra várias cenas dela fazendo leituras com Jack, ensinando-o a escrever, pelas cenas do filme Jack parece saber ler e escrever, no entanto o atendimento pedagógico seria essencial para Jack, uma vez que Joy não tinha acesso a todos os conteúdos que são trabalhados em sala de aula e para que Jack tenha condições de ingressar na escola regular é extremamente importante a presença de um professor particular para auxiliá-lo e traçar métodos de ensino que possam desenvolver o cognitivo de Jack, a leitura, a escrita e principalmente os conhecimentos gerais de mundo que ele não adquiriu. Psicólogas (os) e Saúde Mental O atendimento psicológico será essencial tanto para Jack, quanto para a sua mãe, visando trabalhar em Jack a adaptação ao novo ambiente, interação e socialização, Jack irá se deparar com muitos estímulos que para ele até então eram desconhecidos, irá conviver em grupos, aprender novas regras, o psicólogo irá contribuir de maneira interventiva, empática, na construção desse novo sujeito que passa a integrar o mundo real. Para mãe de Jack será essencial trabalhar a reabilitação e a ressignificação de todos esses episódios vividos nos últimos anos. Pela narrativa do filme tanto Jack quanto sua mãe necessita de muita atenção e cuidado médico e psicológico devido às violências físicas e psicológicas que eles sofreram além desses cuidados o apoio da família será essencial para que eles possam “voltar a viver” em sociedade sendo pessoas livres com os direitos e deveres de todo ser humano. O atendimento psicológico O atendimento psicológico para o Jack e a Joy será muito importante por diversos fatores, alguns já mencionados e explicados anteriormente. Alguns pontos, sendo claramente necessários intervir, já que o filme externaliza isso e outras situações possíveis de ocorrer. A situação vivenciada por ambos influenciou no desenvolvimento deles, no Jack como criança que teve sua primeira infância vivendo em um lugar limitado ao conhecimento de mundo, de vivencias, de brincadeiras, alimentações, estimulações necessárias que contribua para o seu desenvolvimento e tantos outros e a Joy de ter vivido uma mudança de adolescência para a vida adulta de forma brusca e violenta. Além disso, deve se pensar também nos impactos que a readaptação da Joy terá para além do que é demonstrado no longa-metragem, na cena em que ela retorna para casa e vê seu álbum de fotos, ela se recorda da vida que tinha antes e suas amigas que seguiram a vida delas, esse momento fez despertar nela muitas emoções e sentimentos. Já que ela deixou de viver partes importantes e marcadoras em sua vida, como a finalização da escola e ingressar em uma faculdade ou seguir uma área profissional, o desenvolvimento de suas amizades e realizações de sonhos e várias outras possibilidades. E em relação ao Jack, deve se pensar sobre a adaptação a essa realidade do mundo real de fato, e os impactos que toda sua vivência na primeira infância pode impactar outros momentos do desenvolvimento do mesmo, ele pode apresentar dificuldade de interação social e estabelecer novos relacionamentos, a (o) psicóloga (o) pode trabalhar essas situações juntamente com eles para minimizar os impactos da situação que passaram por longos anos na nova vida que eles terão. O impacto midiático da história de ambos também pode ser questões a serem consideradas e trabalhadas em um processo terapêutico para que isso não tire a liberdade dos mesmos ou interfira em suas vidas e segurança pessoais. O profissional da psicologia pode trabalhar questões do medo, desenvolvimento pessoal pós situação traumática, questões relacionada à autoestima e segurança e tantos outros fatores que interfiram na saúde mental do Jack e da Joy. Em relação á Joy, ela pode apresentar uma resistência a viver relações afetivas, devido à violência sexual sofrida por longos anos, então isso também pode ser mais um dos motivos de acolhimento e processo terapêutico para que ocorram elaborações. E ao Jack a paternidade do mesmo. Por meio de um psicodiagnóstico poderia se investigar essas questões levantadas anteriormente e outras que forem pertinentes, por meio da anamnese, testes psicológicos e outras técnicas que fazem parte desse processo. Casos existentes tipo o do Jack Assim como a história relatada no longa de “O Quarto de Jack”, que é uma ficção, tem relatos reais envolvendo as mesmas abordagens que o filme trata, tais como o sequestro, a intensa intimidação, violências de diversos tipos e entre outros. O caso da Natascha Kampusch, que passou dez anos em um porão no subúrbio de Viena, e os 24 anos de cativeiro vividos por Elisabeth Fritzl, sequestrada e estuprada repetidas vezes pelo pai, Josef Fritzl são exemplos de casos existentes na vida real. Filmes é uma história cuja existência de controle contextual limita reações como realmente seriam numa vida real. O filme baseado no livro escrito propriamente por Natascha (3096 dias de cativeiro) retrata consequências talvez peculiares, como por exemplo, um possível diagnóstico da Síndrome de Estocolmo, que diz sobre o nome normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida há um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade perante o seu agressor. Essa síndrome pode afetar vítimas de sequestros, que passam a nutrir certa admiração por seu algoz. No caso de Natascha, em diversas entrevistas a jovem repreendeu o uso do termo “monstro sexual” ao se referir ao seu sequestrador. Na trama de “O quarto de Jack”, a Joy mostra repulsa ao velho Nick, protege seu filho dele e nem aceita a paternidade dele em relação ao Jack, analisando esses momentos, a Joy não teria essa hipótese diagnóstica como a Natascha. CONCLUSÃO O filme “O quarto de Jack” traz uma problemática mundial, que é a violência e a violação dos direitos humanos e as conseqüências graves físicas e psicologicamente que ocorre na vida do sujeito enquanto vítima. A primeira infância é uma das fases mais importantes para a formação do sujeito, onde o afeto, o estímulo, a socialização, a interação em sociedade são essenciais para o desenvolvimento do processo de subjetivação do indivíduo e aproveitamento de todo o seu potencial. O Jack tem sua primeira infância limitada a um minúsculo espaço e convivendo apenas com a mãe o que causa um amplo estranhamento ao ser inserido no mundo quando enfim, é libertado do quarto. Joy, mãe de Jack, representa uma adolescente tendo como característica dessa fase a transição para a idade adulta onde ocorrem mudanças físicas, desenvolvimento do corpo, psicológicas e sociais. Nessa fase por envolver todos esses aspectos, é essenciala presença de um adulto que possa conduzir, apoiar, orientar o adolescente com esse novo corpo, novos grupos de amigos, novas formas de pensar e visão de mundo. Joy, se encontra sozinha nessa fase, tento que se haver com todas essas questões por ela própria e ainda assumir a responsabilidade de criar um filho sozinha, sofrendo todas as formas de violência vindas do sequestrador que a mantém aprisionada no quarto, que causa grandes conseqüências, fortes emoções, e estado depressivo por encarar uma realidade onde seus sonhos de adolescente foram deixados para trás ao ser forcada a viver uma vida aprisionada tendo como única companhia seu filho Jack. Em síntese, o filme traz um triste contexto vivenciado por uma mãe e seu filho e as diversas adaptações que eles terão que passar e inclusive os demais familiares que não pode fazer parte da primeira infância do Jack e do desenvolvimento da Joy. Mesmo a obra sendo ficcional, histórias parecidas ocorre no mundo e tais pessoas precisam de acolhimento, possibilidade de segurança e de novas adaptações após as situações marcantes e traumáticas que passaram. Por isso, a importância de compreender um trabalho de equipe multiprofissional, para que juntos, os diversos tipos de profissionais cooperem para a promoção de saúde, segurança e direitos humanos a pessoas que vivenciaram momentos violentos como Jack e Joy. REFERÊNCIAS: Canal ciências criminais. O Sequestro de Natasha Kampusch: 8 anos de cativeiro. Disponível em: <https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/509274320/o-sequestro-de- natascha-kampusch-8-anos-em-cativeiro>. Acesso em: 04 abr 2019. DANTAS, H.; LATAILLE, Y.; OLIVEIRA, M. K. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discurssão. 1 ed. São Paulo: Summus, 1992. Ficha técnica. Disponível em:<https://filmow.com/o-quarto-de-jack-t98036/ficha- tecnica/>. Acesso em: 05 abr 2019. GNT- Jaycee Dugard, 18 Years of Captivity. Disponível em: <ht tps://www.youtube.com/watch?v=3SF6Y2ZcSv4>. Acesso em: 04 de abr 2019. OLIVEIRA, R. C. A Teoria de Jean Piaget (slide). 2018. Psique ciência e vida. Natascha Kampusch: conheça a história da jovem mantida em cativeiro por 8 anos. Dez 2017. Disponível em: <http://psiquecienciaevida.com.br/natascha- kampusch-conheca-a-historia-da-jovem-mantida-em-cativeiro-por-8-anos/>. Acesso em: 04 abr 2019. https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/509274320/o-sequestro-de-natascha-kampusch-8-anos-em-cativeiro https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/509274320/o-sequestro-de-natascha-kampusch-8-anos-em-cativeiro https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/509274320/o-sequestro-de-natascha-kampusch-8-anos-em-cativeiro https://canalcienciascriminais.jusbrasil.com.br/artigos/509274320/o-sequestro-de-natascha-kampusch-8-anos-em-cativeiro https://filmow.com/o-quarto-de-jack-t98036/ficha-tecnica/ https://filmow.com/o-quarto-de-jack-t98036/ficha-tecnica/ https://filmow.com/o-quarto-de-jack-t98036/ficha-tecnica/ https://filmow.com/o-quarto-de-jack-t98036/ficha-tecnica/ https://www.youtube.com/watch?v=3SF6Y2ZcSv4 https://www.youtube.com/watch?v=3SF6Y2ZcSv4 https://www.youtube.com/watch?v=3SF6Y2ZcSv4 https://www.youtube.com/watch?v=3SF6Y2ZcSv4 http://psiquecienciaevida.com.br/natascha-kampusch-conheca-a-historia-da-jovem-mantida-em-cativeiro-por-8-anos/ http://psiquecienciaevida.com.br/natascha-kampusch-conheca-a-historia-da-jovem-mantida-em-cativeiro-por-8-anos/ http://psiquecienciaevida.com.br/natascha-kampusch-conheca-a-historia-da-jovem-mantida-em-cativeiro-por-8-anos/ http://psiquecienciaevida.com.br/natascha-kampusch-conheca-a-historia-da-jovem-mantida-em-cativeiro-por-8-anos/
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