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1 Discentes: Izabella e Nayara Caso Clínico: Paciente JLS, sexo masculino, 82 anos, procurou o laboratório Rômulo Rocha para realização dos exames de urocultura + EAS, bioquímica e hemocultura. Após o paciente ser orientado quanto à realização do exame, foi marcado a entrega e a coleta do material para o dia 18/03. Resultado dos Exames laboratoriais: EAS: Resultado Valor de Referência Volume 50 ml Cor Amarelo citrino Amarelo citrino Aspecto Turvo Límpido Depósito Presente Ausente pH 7,0 5,0 - 9,0 Densidade 1010 1.010 - 1.025 Nitrito Positivo Negativo Proteínas Presente + Ausente Glicose Presente +++ Ausente Cetonas Presente Ausente Urobilinogênio Normal Normal Pigmentos Biliares Ausente Ausente Células epiteliais 750 Hemácias 2000 0 - 8.000 /mL Leucócitos 120.000 0 - 10.000 /mL Muco Filamentoso Presente Normal Microbiota Intensa Escassa Cristais Ausente Ausente Cilindro 0 0 - 1.000 /mL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS FACULDADE DE FARMÁCIA CENTRO DE ANÁLISES CLÍNICAS RÔMULO ROCHA ESTÁGIO SUPERVISIONADO 2 UROCULTURA: Resultado 20/05 Valor de Referência >100.000 UFC/mL < 10.000 UFC/mL * Resultados da urocultura: Aspecto macroscópico (Aspecto da colônia no meio CLED): Colônias grandes e amarelas. Extremamente mucoides e elevadas. Ágar amarelo (fermentou a lactose do meio CLED). Aspecto microscópio (Morfologia Bacteriana após coloração de GRAM): Bacilo Gram negativo. Resultados das Provas Bioquímicas: *EPM = Triptofano desaminase – Negativo / Glicose – Positiva / H2S – Negativo / CO2 - Positivo * Lisina: Positiva *MIO: Motilidade negativa, indol negativo e ornitina negativa * Citrato: Positivo * Rhamnose: Positivo Identificação bacteriana: Klebsiella pneumoniae 3 RESULTADO DO ANTIBIOGRAMA: Perfil de suscetibilidade: Método de disco difusão Disco de Antimicrobiano Leitura Diâmetro halo de inibição (mm) Padrão de interpretação para disco difusão (mm) - CLSI 2015/2016 Interpretação R I S Ácido Nalidíxico (30µg) 21 <=3 14-19 >=19 S Amicacina (30µg) 18 <=14 15-16 >=17 S Sulfametoxazol/trimetopri n (75µg) >30 <=10 11-15 >=16 S Ampicilina (10µg) 0 <=13 14-16 >=17 R Cefalotina (30µg) 20 <=14 15-17 >=18 S Cefoxitina (30µg) 20 <=14 15-17 >=18 S Ciprofloxacina (05µg) 0 <=15 16-20 >=21 R Imipenem (10µg) 25 <=13 14-15 >=16 S Nitrofurantoína (300µg) 12 <=14 15-18 >=17 R Ticarcilina – Ac Clavulânico (85µg) 24 <=14 15-19 >=20 S Obs: S: sensível, I: intermediário, R: resistente EXAMES BIOQUÍMICA: Glicose: 350 mg/dl (Valor de Referência: 70 a 99 mg/dL) Hemoglobina Glicada: 15% (Valor de Referência: 4 a 6%) Uréia: 60 mg l/dL (Valor de Referência: 15 a 45 mg/dL) Creatinina: 2,0 mg/dL (Valor de Referência: 0,7 a 1,3 mg/dL) 4 HEMOGRAMA COMPLETO LEUCOGRAMA: Valores Obtidos Valores de Referência % /µl % / µl Leucócitos.....................................: 15.600 4.000 a 11.000 Neutrófilos Totais.........................: 83 12.948 39 a 35 1560 - 8.250 Promielócitos...............................: 0 0 0 0 Mielócitos....................................: 1 156 0 0 Metamielócitos............................: 1 156 0 0 Bastões........................................: 18 2.808 0 a 5 0 - 550 Segmentados...............................: 63 9.828 39 a 70 1.560 - 7.700 Linfócitos......................................: 12 1.872 20 a 45b 800 - 4.950 Monócitos....................................: 4 624 1 a 8 40 - 770 Eosinófilos....................................: 0 0 1 a 5 40 - 550 Basófilos.......................................: 1 156 0 a 1 0 - 110 Blastos..........................................: 0 0 Total.............................................: 100 ERITROGRAMA Valores Obtidos Valores de Referência Homem Mulher Hemácias....................................: 3,5 M/µl 4,5 - 6.0 3.8 – 5.2 M/ µl Hemoglobina..............................: 10,4 g/dl 13 - 18 12.0 – 16.0 g/ dl Hematócrito...............................: 34,8 % 40 - 52 36.0 – 47.0 VCM............................................: 99,4 fT 80 a 100 HCM...........................................: 29,7 pg 27 a 32 CHCM.........................................: 29,9 g/dl 32 a 36 RDW...........................................: 17,1 % 8 a 15 PLAQUETOGRAMA Valores Obtidos Valores de Referência /µl Plaquetas...................................: 125.000 150.000 – 600.000 /µl 5 Abordagens que devem ser contempladas 1. Como é realizada uma urocultura. (Resumo geral) A urocultura é realizada a partir da inoculação de um alíquota da urina a ser analisada em um meio de cultura que favoreça o crescimento de microrganismos. A urina deve obedecer aos critérios durante a coleta e o transporte da amostra. Após a inoculação no meio de cultura, deve-se armazenar a placa durante 24 horas em estufa a 37°C. Depois de armazenada, conta-se as colônias bacterianas que cresceram no meio. Quando > que 100.000 UFC indica uma infecção. E segue para a identificação da bactéria isolada da placa, bem como o perfil de sensibilidade ou resistência pelo método do antibiograma e confirmação bioquímica do microrganismo. 2. Quais os procedimentos que devem ser contemplados para assegurar uma correta coleta da amostra de urina para o diagnóstico de infecção urinária? Deve –se sempre higienizar as mãos antes do início da coleta. A amostra deve ser coletada em um frasco de material inerte, limpo, seco e à prova de vazamentos. Identificar o frasco de coleta (fornecido pelo laboratório), colocando o nome do paciente, a data e o horário de coleta, antes da coleta higienizaras partes intimas. Desprezar sempre o primeiro jato. 3. Descreva as principais características do agente encontrado. Quais principais tipos de infecção que ele causa. Bactéria gram-negativa, encapsulada, anaeróbia facultativa em forma de bastonete, membro da Família das Enterobactérias. Pode causar pneumonia embora seja mais comum a sua implicação em infecções hospitalares (aparelho urinário e feridas), em particular em doente imunologicamente deprimidos como portadores do vírus HIV/AIDS. 4. O que é o CLSI e o que ele regulamenta? Clinical and Laboratory Standards Institute. Instituto de Padrões Clínicos e Laboratoriais. Disponibiliza padronizações de laboratórios médicos, para melhorar continuamente a qualidade, a segurança e a eficiência dos testes. 5. Correlacionar os exames de Bioquímica com o EAS. Aspecto Turvo, deposito presente, Nitrito positivo e a Microbiota Intensa sugere a presença de bactérias. A presença de Proteínas, Glicose, cetonas são indicativos de uma disfunção renal, ou diabetes. Correlacionados com o aumento de glicose no sangue, a não utilização dela e a utilização dos corpos cetonicos. A diabetes pode lesar os túbulos renais, e fazer com que uma quantidade maior de proteínas consiga passar para a urina. Hemoglobina Glicada: Está relacionada ao aumento da glicose na corrente sanguínea, lembrando que este paciente teve como resultado de 350 mg/dl (Valor de Referência: 70 6 a 99 mg/dL). A hemoglobina entra em contato com a glicose através do sangue podendo ocorrer a junção da hemoglobina com uma molécula de glicose, tornando ela “glicada”. Então quanto mais glicose no sangue, maior chance de formar uma hemoglobina glicada. No EAS desse paciente a glicose foi presente +++ e também presença +++ de cetonas na urina, indicando que houve ou há presença de cetonas no sangue, algo que acontece na cetoacidose diabética. A cetoacidose ocorre devido ao aumento da glicose no sangue (hiperglicemia). O aumento da uréia e da Creatinina indicam diminuição da função renal. No exame de EAS do paciente a proteína foi presente +, podendo sugerir uma lesão glomerular. Assim quanto mais proteína/creatinina urinaria é maior o indicio de gravidade de lesão nos glomérulos. O resultado do hemograma mostra os valores relativos e absolutos dos neutrófilos e leucócitos aumentados, sugerindo uma infecção. Podendo ser uma sepse, pela bacteria que originou a infecção urinaria a Klebsiella pneumoniae. 6. Falar sobre a lesão renal diabética (Nefropatia Diabética) A falência renal ocasionada pelo diabetes mellitus (DM) é chamada de nefropatia diabética (ND). Ocorre como resultado de alterações hemodinâmicas que, somadas aos efeitos da hiperglicemia, provocam lesões na microcirculação renal que culminam com a esclerose glomerular. O principal achado é a presença de albumina na urina (microalbuminúria) associada a hipoalbuminemia e edema. A doença afeta de 20 a 40% dos pacientes com DM tipo 1 e de 10 a 20% dos diabéticos tipo 2.
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