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A intervenção do governo na economia

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A intervenção do governo na economia.
Estão constantemente nos noticiários inflação, alta dos juros, alta do dólar, desemprego, crises políticas econômicas, etc.
Mas você já parou para pensar qual a responsabilidade que o nosso governo têm disso? Na verdade, eles têm alguma responsabilidade? A verdade é que não sabemos qual é o papel do governo na nossa economia, não sabemos quais os tipos de intervenção que são feitos, nem se são para a melhor ou para a pior.
Você já ouviu falar do “liberalismo econômico”? Trata-se de uma ideologia que começou em meados do século XVI, mas teve um grande impacto na vida das pessoas por volta do século XVIII, com a ajuda de algumas grandes figuras, tal como Adam Smith, considerado por muitos como o pai dessa ideologia.
O liberalismo econômico era, basicamente, uma oposição ao sistema mercantilista que tinha sido vigente até então, defendendo que a riqueza de um país deveria provir do trabalho livre de seus cidadãos, sem a intervenção do Estado. Pode-se dizer que este conceito sofreu uma redefinição, ganhou novos contornos, sendo o precursor de algo que é adotado por diversos países atualmente: o neoliberalismo.
Como o próprio nome sugere, o neoliberalismo seria um “novo liberalismo”, ou seja, o princípio de Adam Smith adaptado para ser utilizado nos dias de hoje. O neoliberalismo prega que a economia de um país deve ser aberta para receber empresas multinacionais e ter uma participação mínima do governo, o qual também não deveria interferir no mercado de trabalho. O neoliberalismo também é contrário à cobrança excessiva de impostos e aposta no aumento da produtividade para conseguir alcançar o desenvolvimento econômico desejado.
No Brasil, o neoliberalismo começou a ser aplicado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que privatizou diversas empresas durante o seu governo inclusive, essa é uma das críticas feitas a este tipo de sistema, já que alguns estudiosos já afirmaram que o neoliberalismo traz benefícios apenas para as grandes empresas.
Deixado esse conceito mais claro, já é possível pensar em como o governo brasileiro interfere na economia do país nos dias de hoje. Em teoria, segue-se o princípio da mínima intervenção estatal, mas será que é o que realmente acontece na prática?
Há alguns meses, o governo do nosso país aumentou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para compras realizadas no exterior, e esse é um fato interessante para utilizarmos como exemplo aqui. O aumento foi de 0,38% para 6,38, e esse acréscimo se manifestará em praticamente todos os casos de compras no exterior, sejam elas pagas em moeda estrangeira nos cartões de débito ou em cheques de viagem. Com este acréscimo, muitas pessoas devem colocar um freio nas compras feitas fora do país, pelo menos neste primeiro momento. E a partir desta terça-feira (03/05/2016), o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) na compra de moeda estrangeira em espécie de 0,38% para 1,1%.
Agora a minha pergunta: não seria esta uma interferência do governo no andamento natural da economia? Principalmente, considerando que esse aumento foi tão grande? O governo pode estar tentando aumentar sua arrecadação explorando um novo segmento, estimando uma arrecadação anual de R$ 2,377 bilhões com a medida. Isso quer dizer que quem faz compras no exterior terá que se preocupar com o valor do IOF, além do preço do dólar.
Qual seria o papel do governo dentro de uma economia neoliberal? É inegável que o Estado deve estar atento ao sistema econômico, isso por uma razão muito simples: em geral, a economia se ajusta sozinha, por isso, quando há a escassez de um produto (devido às secas, chuvas no caso de alguns alimentos, por exemplo, o preço do feijão carioca bate recorde histórico, pois acumula alta de 17% nos quatro primeiros meses do ano, enquanto a inflação foi de 3,25% em igual período), haverá o aumento de preços e a importação daquilo que está em falta no mercado. Depois de certo tempo, o valor acabará voltando ao seu normal. No entanto, nem sempre a economia consegue se regular sozinha. 
Algumas vezes ocorrem problemas chamados de “falhas de mercado”, que exigem a participação direta do governo para que possam ser resolvidas, fazendo com que tudo volte ao normal. O Estado precisa garantir que a economia funcione, seja assegurando o direito à propriedade privada ou o cumprimento de contratos, de modo a evitar grandes crises como as que já ocorreram em diversos momentos da história.
Assim sendo, podemos afirmar que o Governo deve interferir na economia para que ela possa funcionar corretamente, e sua função se limita a isso. Se, em um determinado país, o Estado simplesmente abandonar a economia, certamente ela não irá prosperar e nem se desenvolver da forma esperada. O governo também pode interferir no sentido de fazer com que a concorrência entre empresas se torne mais leal e sem ser abusiva para os consumidores um dos exemplos disso foi quando possibilitou que clientes de telefonia no país pudessem realizar a troca de operadora de telefone sem precisar alterar o número. Isso que fez com que os consumidores pudessem ficar menos presos a uma operadora que não está prestando um serviço adequado, o que promoveu uma maior competitividade no setor, tornando essa parte da economia do país melhor e mais estável.
Em casos como este, a interferência do governo na economia é válida: quando a economia não consegue se ajustar por si própria, quando é preciso tornar a concorrência mais justa ou fazer com que os consumidores adquiram mais poder de compra, etc. Todos esses ajustes trazem benefícios para a própria economia. No entanto, o Brasil tem alguns aspectos que contrariam o próprio neoliberalismo, como por exemplo, a alta cobrança de impostos.
Só no ano de 2015 segundo estudo do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), tudo aquilo que os brasileiros ganharam trabalhando até o dia 31 de maio foi destinado apenas para o pagamento de tributos, o que representa quase metade do ano e que corresponde a 41,37% da renda bruta. Os impostos sobre automóveis e casas próprias, por exemplo, chegam a valores próximos de 50%.
Outro ponto importante de ser mencionado sobre a economia brasileira são as taxas de juros estabelecidas. Assim como os impostos, essas taxas são consideradas muito altas. A taxa SELIC, por exemplo, é um valor de referência para juros, sendo estabelecido pelo Banco Central e ficando em 14,25% ao ano. Esta taxa acaba tendo um valor mais estável, já que o governo fica menos exposto a turbulências econômicas do que instituições privadas. No entanto, mesmo assim não deixa de ser um valor relativamente alto. Isso tudo coloca em questão a forma com a qual o governo brasileiro tem interferido na economia do país.
Aumentando o desemprego que passou dos dois dígitos no país. 10,2% (em números absolutos, são 10,4 milhões) de brasileiros estão fora do mercado, sem ocupação. É a maior taxa da série histórica do IBGE, que começa em 2012. Esse dado é do trimestre dezembro, janeiro e fevereiro e representa uma alta de 40% em relação ao registrado no ano passado para esse mesmo trimestre, principal causa da inadimplência que segundo estudo da Serasa estima em 60 milhões o número de inadimplentes no País, totalizando dívidas em atraso no montante de R$ 256 bilhões. É a maior marca já registrada desde que a Serasa iniciou a medição, em 2012. Com o aumento do desemprego, da inflação, e dos juros, e a queda na renda do trabalhador, o consumo das famílias brasileiras continuou caindo no primeiro trimestre. 
As famílias gastaram 6,3% menos no período, em relação ao mesmo período do ano anterior. É o quinto trimestre seguido de recuo. Nos três meses anteriores, o consumo havia caído 6,8%. O impacto disso, claro, é nos salários, que vêm despencando.
Pelas tendências neoliberais, o governo deveria promover taxas de câmbio mais competitivas, criando condições de igualdade e permitindo que a economia caminhe por si própria o máximo possível, exigindo o mínimo possível da sua intervenção. Entretanto, épossível perceber que isso nem sempre acontece, de modo que algumas vezes o governo não cumpre o papel esperado quando se trata da economia, principalmente se analisarmos sob a ótica da população que, além de precisar dedicar cinco meses de trabalho durante o ano apenas para pagar tributos, também enfrente altas taxas de juros e mais recentemente, enfrenta também este grande acréscimo no valor do IOF para compras no exterior.
Para concluir minha explanação tenho certeza que a situação econômica no Brasil tem tirado o sono de muita gente causando preocupação em toda população, sobretudo com um período longo de recessão, diminuindo o PIB, aumentando o desemprego e a inflação, sem contar que estamos com um enorme buraco nas finanças publicas (os gastos públicos são maiores que a arrecadação).
A falta de credibilidade no governo vem se agravando com a operação lava jato que tem cada vez mais políticos envolvidos em escândalos, ficando difícil de formular um planejamento estratégico eficiente para o Brasil, pois teria que ser medidas duras, o que dificultariam sua aprovação no congresso.
Nosso PIB vem caindo diminuindo a arrecadação e com isso vários setores da indústria têm ficado com seu parque fabril desatualizado, impedindo uma boa concorrência internacional.
Sem contar que agencias de risco vem diminuindo nossa nota de credito, o que significa a nossa saída da linha de grau de investimento para a de grau especulativo, quando a agência de risco entende que há risco de calote, inviabilizando investimentos no Brasil.
Houve um efeito cascata, a falta de planejamento econômico a longo prazo, derrubou nosso PIB, derrubando a economia, afetando diretamente o trabalhador, que teve sua renda diminuída ou ficou desempregado, que usou cheque especial ou cartão de credito de forma indevida, se tornou inadimplente e ficou sem credito.
Em minha opinião a gravidade da situação econômica brasileira foi gerada pela submissão da política econômica à política partidária, o que levou a uma desestruturação da máquina pública que vem prejudicando todos os setores da sociedade.

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