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CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO AGRESTE/CE
AUTOS N°: xxxxxxxxxxx
Autor: MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL-CE
Réu: xxxxxxxxx
xxxxxxxxx, já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, através de seu procurador ao final subscrito, vem respeitosamente e tempestivamente, perante esse juízo, com fulcro no Art.581,I, do Código de Processo Penal Brasileiro, oferecer
Contrarrazões de recurso em sentido estrito
Não se conformando com o recurso interposto pelo órgão do Ministério Público do Estado do Ceara, contra a respeitável decisão proferida em favor do recorrido, onde rejeitou parcialmente o pleito da denúncia, considerando-a inepta e sem justa causa e, aguardando, ao final, se dignem Vossas Excelências em mantê-la, pelas razões a seguir aduzidas.
Termos que,
Aguarda deferimento.
Local, data
Adv/oab
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARA
Autos N°:xxxxxxxxxxxx
Recorrente: xxxxxxxxxx
Recorrido: xxxxxxx
COLENDA TURMA
DOUTO JULGADORES
NOBRES PROCURADORES
PRELIMINARES
O recorrente vem, PRELIMINARMENTE, arguir que, no caso em epigrafe, o recurso cabível seria APELAÇÃO, contrariando o recurso suscitado pelo nobre representante do Ministério Publico Estadual, segundo preceitua o Art. 581, do código de processo penal, o recurso cabível contra decisões interlocutórias seria o Recurso em sentido Estrito, que, no caso em tela, não poderia ser aplicado, pois se trata de decisão com força definitiva proferida pelo juiz de piso, devendo ser atacada pelo Art.593, II, do código penal. Logo o ora requerente vem pedir que NÃO CONHEÇA O PRESENTE RECURSO EM SENTIDO ESTRITO APRESENTADO PELO MINISTÉRIO PUBLICO ESTADUAL.
DAS CONTRARRAZÕES DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
2.1- INTRÓITO
O nobre representante do Ministério Publico Estadual do CE, não satisfeito com a rejeição da denúncia pelo MM.Juiz da 1° Vara Criminal de Conceição do Agreste/CE, apresentou Recurso em Sentido Estrito, com o escopo de reformar a decisão proferida pelo juízo de piso, que não vislumbrou motivos para aceitação da mesma, já que não havia nos autos elementos para levar adiante, considerando-a inepta e sem justa causa.
Segundo palavras do Douto julgador monocrático (folha XX) “A par de todo exposto, claro está que a denuncia não preenche requisito essencial para deflagração da ação penal, eis que não narrou a prática pelos acusados da elementar do tipo penal, ausentes os indícios de materialidade em relação ao delito de associação criminosa, uma vez que a acusação narra apenas um único fato e, portanto, um crime único, o que afasta por completo a tipicidade do artigo 288 do CP, por não existir o caráter de estabilidade e durabilidade indispensável para a caracterização da referida associação..
Absolutamente respeitáveis e procedentes as considerações judiciosas perfilhadas pelo MM. Julgador, que esperamos sejam aquinhoadas por este nobre juízo, pelas razões que passaremos a expor. 
DO MÉRITO E DO DIREITO
Em perfeita consonância com a decisão proferida pelo MM. Juiz de piso, não resta evidenciada a prática do delito que o Ministério Público-CE insiste em denunciá-lo, atropelando as normas do direito, pois resta claro que não houve a conduta atribuída ao ora recorrente, pois não foram demonstrados na denúncia elementos que embasem o pleito do ora recorrido, também não sendo comprovada a suposta prática de corrupção passiva e associação criminosa a eles imputada e também ficou não caracterizado à imputação de associação criminosa (art. 288 do CP), a denúncia foi rejeitada, nos termos do artigo 395, III do CPP, por ausência de justa causa para a ação penal .
Suscitando o principio da intervenção mínima, em que se baseia o direito penal brasileiro, o ora recorrente já obteve sua punição, pela corrupção passiva a ele imputada.
Todavia, em que pese às repetidas decisões dos Tribunais Superiores, o que se vê na praxe forense é a insistência do Ministério Público, em manter esta prática nefasta aos princípios norteadores do direito penal/constitucional, ao que Celso Bandeira de Mello se insurge quando assim descreve:
Violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e, corrosão de sua estrutura mestra.
No processo penal, ao contrário do processo civil, além de não haver prazos em dias úteis (mas em dias corridos), a contagem do prazo se inicia com o ato em si (seja ele de citação, intimação ou publicação) e não com a juntada aos autos do respectivo mandado, nos termos do art. 798, §5º “a” do CPP.
Além disso, de acordo com a jurisprudência pátria, no processo penal, o Ministério Público não possui prazo em dobro para recorrer e/ou contrarrazoar:
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I – O entendimento pacífico desta Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II – No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 17⁄08⁄2012 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 27⁄08⁄2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. III – Agravo Regimental não conhecido. (STJ – AgRg nos Embargos de Divergência em Resp. n.º 1.187.916-SP – Relatora Ministra Regina Helena Costa – dj. 27/11/2013,) 
Como sabemos, nos termos do artigo 288 do Código Penal, para a caracterização do delito de associação criminosa, é indispensável a associação (reunir-se em sociedade, agregar-se ou unir-se) de três ou mais pessoas para o fim específico de cometer crimes.
A lei 12.850/2013 deu nova redação ao art. 288 do Código Penal, abolindo o antigo título do delito (quadrilha ou bando) para adotar a nova denominação de associação criminosa. Inseriuse a expressão “fim específico” apenas para sinalizar o caráter de estabilidade e durabilidade da referida associação, distinguindo-a do mero concurso de pessoas para o cometimento de um só delito. Quem se associa (pelo menos três agentes) para o fim específico de praticar crimes (no plural, o que demonstra a ideia de durabilidade), assim o faz de maneira permanente e indefinida, vale dizer, enquanto durar o intuito associativo dos integrantes.
Deste modo, havendo a prática de um único fato e, portanto, de um único crime, não estará caracterizada a tipicidade específica do artigo 288 do CP. Esse é, inclusive, o entendimento da jurisprudência pátria:
STF: DIREITO PENAL. HABEAS CORPUS. CRIME DE QUADRILHA. CONFIGURAÇÃO TÍPICA. REQUISITOS. Para a configuração do crime de associação criminosa do art. 288 do Código Penal brasileiro, exige-se a associação de mais de três pessoas “para a prática de crimes”, não sendo suficiente o vínculo para a prática de um único ato criminoso. É o que distingue, principalmente, o tipo de associação criminosa da figura delitiva assemelhada do crime de conspiracy do Direito anglo-saxão que se satisfaz com o planejamento da prática de um único crime. Se, dos fatos tidos como provados pelas instâncias ordinárias, não se depreende elemento que autorize conclusão de que os acusados pretenderam formar ou se vincular a uma associação criminosa para a prática de mais de um crime, é possível o emprego do habeas corpus para invalidar a condenação por essedelito, sem prejuízo dos demais. Habeas corpus concedido e estendido de ofício aos coacusados em idêntica situação. (HC 103.412/SP – Rel. Min. Rosa Weber – dj. 19/06/2012)
DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, requer a esta Colenda Câmara:
1.Que a Colenda Turma não conheça o presente recurso em sentido estrito apresentado pelo ministério publico estadual.
 2.Que seja mantida a respeitável decisão impugnada, que, aliás, sustenta-se por seus próprios fundamentos, aqui tão-somente expandidos, negando-se provimento ao recurso do Ministério Público, com o que se preservará a Justiça.
Termo que,
Pede e aguarda provimento.
Local, data
Adv/oab .

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