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Tratamento de hiperlipidemias Profª. Me. Ana Luíza Martin Introdução Lipoproteínas Transporte de lipídios Triglicerídeos Pacreatite aguda LDL, IDL e VLDL Aterosclerose Xantomas HDL Efeito antiaterogênico Introdução Metabolismo das lipoproteinas Função das APO •APO A-I: ativação da lecitina-colesterol-acil-transferase (LCAT). •APO A-II: inbição da LCAT e ativação da hidrólise de TG hepáticos. •APO B48: requerimento para a síntese do QM no intestino •APO B100: reconhecimento da LDL pelos receptores celulares específicos (B e E). •APO (a): não se conhece função fisiológica; interfere na fibrinólise. •APO C-I: ativação da LCAT. •APO C-II: ativação da LPL (lipase lipoproteica). •APO C-III: inibição da LPL. •APO D: transferência de lípides. •APO E: reconhecimento dos remanescentes de QM pelos receptores celulares específicos (receptor B e E) Distúrbios das lipoproteínas Diagnóstico Determinação de lipídios no soro após um jejum de 10h Distúrbios das lipoproteínas Hiperlipidemia e Aterosclerose Fatores de risco para coronariopatias Elevação de LDL Colesterol < 160mg/dL (CP) Redução de HDL Dieta de colesterol Tabagismo Hipertensão DM tipo 2 Idade História familiar Diretrizes NCEP (National Cholesterol Education Program) Tratamento da dislipidemia baseia-se no risco do paciente Prevenção primária e secundária Conceito de “prevenção primordial” 150min de exercício por semana Redução do consumo de gorduras Consumo de peixes Redução do consumo de açúcares Redução dos níveis de lipídios séricos Estabilidade da placa de ateroma Quem e quando tratar? Sexo Mulheres após menopausa Idade 45 anos para homens e 55 anos para as mulheres DVC Redução do risco Hipertensos, fumantes e DM tipo 2 Redução do risco relativo para fumantes e DM Paciente pós IAM Redução excessiva do colesterol???? Doenças não cardíacas Hipertrigliceridemia Risco aumentado para CP Risco de pancreatite aguda Triglicerídeos (mg/dL) Categoria >150 Normal 150-199 Limítrofe alto 200-499 Alto ≥500 Muito alto Tratamento da dislipidemia Alternativas terapêutica Estatinas Resinas de ligação com os ácidos biliares Derivados do ácido fibrico Ácido nicotínico (Niacina) Inibidor da absorção do colesterol Tratamento da dislipidemia Estatinas Sinvastatina, Atorvastatina, Rosuvastatina Mais efetivos e bem tolerados Efeitos Farmacológicos Redução do TG >250mg/dl (35-45% de redução) Efeitos sobre o HDL Depende da estatina Níveis de HDL normais e baixos Estudos comprovadores Tratamento da dislipidemia Estatinas Efeitos Farmacológicos Redução de LDL (20-55% - dose dep) Inibição da síntese hepática do colesterol Aumenta a expressão do gene receptor de LDL Menor degradação e maior nº de rec-LDL nos hepatócitos Aumento da remoção do LDL do sangue Diminui a sucetibilidade das lipoproteínas à oxidação Tratamento da dislipidemia Estatinas Outros efeitos farmacológicos – cardioproteção Função endotelial Aumenta a produção endotelial de NO Estabilidade da placa Diminuição da infiltração de monócitos Diminuição da secreção de metaloproteases pelos macrófagos Enfraquecem o capuz fibroso da placa Inflamação Redução dos níveis de PCR Contribuição para patogenia da placa? Coagulação Redução da agregação plaquetária* Rosuvastatina Redução dos níveis de fibrinogênio Seleção não deve se basear nesses dados Redução dos efeitos tromboembolíticos Tratamento da dislipidemia Estatinas Usos Clínicos Dose é proporcional ao efeito (% redução) Monitoramento ALT e CK *; ** usada em crianças Medicamento Dose inicial Dose máxima Horáriode tomada Sinvastatina* 20mg 80mg Ànoite Atorvastatina* 10mg 80mg Qualquerhora Rosuvastatina 5mg 40mg Qualquerhora Pravastatina** 20mg 80mg À noite Fluvastatina 20mg 80mg À noite Lovastatina* 20mg 80mg À noite Pitavastatina 1, 2 ou 4mg --- Qualquerhora Tratamento da dislipidemia Estatinas Farmacocinética Sinvastatina e lovastatina são pró-fármacos Lactonas – SVA e LVA Biodisponibilidade varia de 5 – 30% Extenso metabolismo de 1ª passagem Ligação com proteínas plasmáticas (95%) *pravastatina (50%) Meia-vida: 1-4 horas Sinvastatina: 12h; Rosu e Atorvastatina: 20h Metabolização hepática e excreção biliar Tratamento da dislipidemia Estatinas Toxicidade Hepatotoxicidade Rabdomiólise Insuficiência renal Interação metabolismo Inibidores enzimáticos Macrolídeos, cetoconazol, fibratos Escolha da pravastatina Indutores enzimáticos Rifampicina, fenitoína, barbitúricos Tratamento da dislipidemia Sequestradores de sais biliares Colestiramina, Colestipol e Colesevelam Úteis para LDL elevado isolado 2ª escolha – combinação com estatina Doses submáximas Mecanismo de ação Resinas com cargas positivas se ligam aos sais biliares de carga negativa e excretado nas fezes Depleção dos reservatórios de SB Maior conversão de colesterol em SB Estimulação da produção de rec-LDL (*hipercolesterolemia familiar homozigota) Supra regulação da HMG-COA redutase Aumento as síntese de TG Tratamento da dislipidemia Sequestradores de sais biliares Uso clínico Hipercolesterolemia primária Toxicidade Constipação e distensão abdominal Aumento de fibras na dieta Azia Se tomado concomitante Diminuição da absorção de digoxina, varfarina, estatinas Alternativa: *Colesevelam Menor absorção de Vit K e ácido fólico Tratamento da dislipidemia Niacina Mecanismo de ação Inibe a secreção de VLDL Dimunui a produção de LDL Redução de TG – inibe a lipólise Redução do catabolismo de HDL Reduz Lp(a) Redução de fibrinogênio Usos clínicos Associado a resina ou estatinas Hipercolesterolemias Lipemia mista Hiperlipoprotenemia Lp(a) e disbetalipoproteinemia familiar A Lp(a), em níveis elevados, tem atividade protrombótica e antifibrinolítica, por causa da ligação competitiva da apo(a) ao receptor do plasminogênio. A Lp(a) pode acelerar a aterosclerose porque, assim como o LDL, é pequena e rica em colesterol, sendo facilmente oxidada. 20 Tratamento da dislipidemia Niacina Toxicidade Sensação de calor, rubor e vasodilatação (inócuo) Ibuprofeno Erupções cutâneas, prurido Ressecamento de mucosa Hiperuricemia Turvação da visão Acantose nigricans Suspensão devido a resistência a insulina Tratamento da dislipidemia Derivados do Ácido Fíbrico Ciprofibrato, Fenofibrato, Clofibrato, Genfibrozila, Bezafibrato Redução de TG Mecanismo de ação Interação com os Receptores Ativados pelo Proliferador de Peroxissômico (PPARα) reguladores de transcrição gênica Estimulam a oxidação de AG Aumento da síntese de LPL Expressão reduzida de Apo C-III Inibidor do processo lipolítico Aumento de HDL Aumento de apo A-I Co-fator para LCAT LPL: hidroliza os TG. A apo CIII inibe a LPL LCAT: lecitina colesterol acil transferase A lecitina-colesterol aciltransferase (LCAT) é uma enzima presente na lipoproteína de alta densidade (HDL) que participa do transporte de colesterol dos tecidos extra-hepáticos para o fígado, o chamado transporte reverso do colesterol. Dessa forma, a ação da LCAT diminui a quantidade de colesterol no sangue e celular livre. Qualquer disfunção dessa enzima pode provocar riscos à saúde que são consequência dos altos índices de colesterol no organismo. A enzima atua catalisando a reação entre o colesterol e a lecitina, formando ésteres de colesterol. 22 Tratamento da dislipidemia Derivados do Ácido Fíbrico Usos Clínicos Hipertrigliceridemias Disbetalipoproteinemias Injestão com alimentos Toxicidade Bem tolerado Raros TGI, Manifestações cutâneas, mialgias, redução de leucócitos Aumento do risco de cálculos bilares de colesterol Aumento das transaminases e fosfatase alcalina Tratamento da dislipidemia Inibidores da absorção do colesterol Ezetimiba Mecanismo de ação Inibe a proteína de transporte NPC1L1 Inibe a captaçãoluminal de colesterol e sua incorporação nos QM Redução de LDL Dieta e endógeno Aumento da expressão de rec-LDL Aumento da síntese compensatória de colesterol Estatinas – 60% Hipercolesterolemia primária e familiar homozigota Pode ser associado a qualquer medicamento, exceto resinas Contra-indicado para gestantes Tratamento da dislipidemia Terapia de combinação VLDL estão altos no tto com resinas VLDL e LDL estão alto inicialmente VLDL e LDL não normalizam com a monoterapia Níveis elevados de Lp(a) ou deficiência de HDL Tratamento da dislipidemia Terapia de combinação Fibratos + Resinas Hiperlipidemia familiar intolerante à Niacina Estatinas + Resinas Hipercolesterolemia familiar Pode não controlar os níveis de VLDL Tomadas separadas Niacina + Resinas – tomados concomitante Hiperlipoproteinemias VLDL e LDL aumentados Niacina + Estatinas Hiperlipoproteinemia familiar Combinação mais eficaz +Resinas Distúrbios graves - LDL Fármaco Situação Fibratos+ Resinas Hiperlipidemiafamiliar intolerante à Niacina Estatinas + Resinas Hipercolesterolemiafamiliar Pode não controlar os níveis deVLDL Tomadas separadas Niacina + Resinas – tomados concomitante Hiperlipoproteinemias VLDLe LDL aumentados Niacina + Estatinas + Resinas* Hiperlipoproteinemiafamiliar Combinação mais eficaz Distúrbios graves – LDL* ANTianêmicos Hematopoiese Medula óssea Nutrientes necessários Ferro Vitamina B12 Ácido Fólico Fatores de crescimento Proliferação e diferenciação Eritropoetina ANEMIAS 1g de Hb 3,35mg de ferro ANEMIAS Hemoglobina Homens: < 12g/100 ml de sangue Mulheres: < 11g/100 ml de sangue Hematócrito Homens: < 41% Mulheres: < 36% Microcíticashipocrômica MacrocíticasNormocrômicas AnemiaFerropriva AneminaSideroblástica Anemia megaloblástica Déficit de B12 Déficitde B9 Dá-se о nome dе anemia sideroblástica ао distúrbio hematológico ocasionado реlо defeito na formação da hemoglobina com consequente acúmulo dе ferro nа mitocôndria dоѕ eritroblastos (hemácias jovens). 30 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais FERRO Maior causa de anemia crônica Palidez, fadiga, tontura, dispinéia ao esforço Pouco ferro Eritrócitos com hemoglobina insuficiente Anemia microcítica hipocrômica Mulheres grávidas Crianças em fase de crescimento Menstruação Componente essencial para mioglobina e citocromos 31 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais FERRO A taxa de metabolismo depende da reservas Hepcidina Absorvido do duodeno e jejuno Carne – ferro heme Vegetais e cereais – ferro não heme Transferrina e Ferritina Anemia ferropriva pode estar associada a um aumento de transferrina Anemia Redução de ferritina Aumento de transferrina Armazenamento - reservas Macrófagos no fígado, baço e osso Hepcidina produzido pelas céls hepáticas é um peptídeo chave na regulação do metabolismo (absorção, armazenamento e transporte) 32 Ferro heme: 2+ carnes (absorvido) Ferro não heme: 3+ legumes (precisa ser reduzido para ser absorvido) 33 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais FERRO Indicações de uso de ferro Prevenção de anemia ferropriva Gestantes, crianças, lactentes, lactantes, doença no intestino delgado Perda de sangue Parâmetros de diagnóstico VCM < 83 mm3/eritrócitos = microcítica HCM (peso da Hb na hemácia) < 26 pg/eritrócitos CHCM < 32g de Hb/dl de eritrócitos = hipocrômica VCM: volume corpuscular médio; HCM: hemoglobina corpuscular média; CHCM: concentração de hemoglobina corpuscular média 34 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais Tratamento de anemia ferropriva Oral Sais de ferro (Gliconato, Sulfato e Fumarato) 200-400mg diárias absorção de 25% (3-6 meses) Parenteral (IM ou IV) – (ferrodextrana) Doença intestinal inflamatória Síndromes de má absorção Pós gastrectomia Ressecção prévia do intestino delgado Infusão (1-2 horas) da quantidade total Teste de hipersensibilidade O sulfato ferroso tem a vantagem de poder, em situações de deficiência de ferro moderada a grave, ser absorvido por difusão passiva. Estima-se que até 20% da quantidade do ferro ferroso não interiorizado por absorção ativa possa ser absorvido por difusão passiva, o que explica o incremento mais rápido da concentração da Hb observado em alguns estudos quando se utiliza sulfato ferroso em comparação ao incremento da Hb observado com os sais aminoquelados ou com a ferripolimaltose. Por outro lado, a possibilidade de absorção ativa e passiva confere ao sal ferroso duas importantes desvantagens. A maior quantidade de ferro absorvida pode ultrapassar a capacidade de saturação da transferrina, ocasionando a presença de ferro não ligado à transferrina (NTBI, non-transferrin-bound iron) e, sobretudo, do ferro livre plasmático (LPI, labile plasma iron), que corresponde à fração do ferro livre mais tóxica para o organismo e maior risco de intoxicação aguda em casos de sobredose do sal ferroso. A administração de doses excessivas do sal ferroso pode superar facilmente a "proteção da mucosa" e causar toxicidade aguda.9-11 35 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais FERRO Toxicidade Aguda Crianças (10 cpd) Letal Altas doses Gastroenteride necrosante, diarréia sanguinolenta, vômitos, choque e dispnéia Melhora ou acidose metabólica, coma e morte Lavagem gástrica e desferroxamina (IV) Carvão ativado? Toxicidade Crônica – hemocromatose Deposição no coração, fígado, pâncreas falência Tto: flebotomia intermitente Desferroxamina – agente quelante de ferro Carvão ativado – não se liga ao ferro, sendo dessa forma inútil Flebotomia intermitente: remoção de uma unidade sanguínea a cada semana até remover o excesso do ferro 39 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais VITAMINA B12 ou Cianocobalamina Sintese do folato e metabolismo da metionina Absorção – 1à 5 mcg/dia (5-30mcg) Ligação com o fator instrínseco Anemia perniciosa Comum em idosos Transporte Transcobalamina I, II e III Armazenamento Excesso vai para o fígado (3000-5000mcg) A anemia por baixo suprimento é incomum (apenas em vegetarianos), porém é comum por alterações na ABSORÇÃO A deficiência de vitamina B12 causa anemia megaloblástica, mas somente quando há má absorção devido a falta de fator intrínseco esta anemia é chamada de anemia perniciosa. É um dos fatores relacionados que favorece o desenvolvimento de carcinoma gástrico. 40 Níveis elevados de homocisteína sugere diagnóstico de deficiência de vit B12 e podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares aterosclerótica O excesso de ác metilmalônico na urina pode corroborar no diagnóstico. A anemia por deficiencia de vit B12 pode ser PARCIALMENTE corrigida pela ingestão de ác fólico 41 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais VITAMINA B12 ou Cianocobalamina Anemia megaloblática Manifestção clínica mais comum VCM > 120 mm3/eritrócitos = macrocítica Trombocitopenia ou leucopenia Síndrome neurológica Parestesias, fraqueza, espasticidade e ataxia Degeneração da bainha de mielina Crescimento bacteriano no intestino, pancreatite crônica e disfunção na tireóide A correção dos níveis podem interromper a síndrome neurológica, porém não necessariamente revertê-la 42 ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais Tratamento de deficiência de vitamina B12 Parenteral (IM) Cianocobalamina e hidroxicobalamina Absorção Dias alternados (1-2 semanas) Terapia de manutenção para o resto da vida (1x ao mês) Oral Intolerantes as injeções Misturas B12-FI ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais ÁCIDO FÓLICO Fornecem precussores para síntese de aminoácidos, purinas e DNA Má formação congênita Papel cardiovascular Aumento de homocisteína Armazenado no fígado ANEMIAS Por deficiência de elementos essenciais Tratamento da deficiência de ácido fólico Anemia megaloblástica Ausência de síndrome neurológica Medição do folato eritrocitário Causa: Injestãodeficiente de ácido fólico Gestantes, alcoólatras, câncer, diálise e fármacos Fenitoína, ACO, izoniazida, metotrexato, trimetroprima Oral 1mg/dia Prevenção ou tratamento
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