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PROC TEC FERIDAS CURATIVOS 3

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Curso de Procedimentos 
Técnicos de Feridas e 
Curativos 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
MÓDULO III 
 
 
Cuidando de pessoas com feridas: conhecimentos e competências técnicas, 
científicas e humanas 
 
De acordo com Brandão e Souza (2006), o organismo, ao sofrer uma lesão, lança 
mão de mecanismos que visam a defender o meio interno e reparar danos teciduais, 
processo chamado de cicatrização. Historicamente, pode-se perceber que a equipe de 
saúde utilizou por muito tempo técnicas que destruíam ou acabavam por prejudicar o 
trabalho realizado de forma fisiológica pelo organismo. A grande evolução e os 
conhecimentos atuais em relação aos mecanismos envolvidos no processo de reparação 
tecidual e cicatrização das feridas revelam que muitos procedimentos realizados pelos 
profissionais de enfermagem, como, por exemplo, o uso de curativos secos e aderentes, a 
aplicação de soluções antissépticas e uma série de outros que comentaremos mais 
adiante, agem de forma negativa, retardando o processo de cicatrização, levando ao 
surgimento de processos de cronificação e sequelas, tanto físicas, como psicológicas 
(Dealey, 2001). 
Como afirmam Mandelbaum e Di Santis (2004) a cicatrização de feridas é um 
mecanismo extremamente complexo e dinâmico, que pode ser classificado didaticamente 
em diferentes fases, conforme descritas adiante, nas quais estão envolvidas inúmeras 
estruturas que são interdependentes e interrelacionadas. Esta sequência de fases não 
pode ser compreendida de maneira estanque, mas deve ser considerada como processos 
concomitantes, que podem estar presentes ao mesmo tempo num mesmo paciente, em 
diferentes feridas, e numa mesma ferida em suas diferentes estruturas. Além disso, tais 
fases não podem ser interpretadas de forma linear, como uma sucessão de 
acontecimentos, pois pode haver alternância entre tais fases, em decorrência de fatores 
relacionados à própria ferida, ao paciente e ao meio ambiente. 
 
 
 
 
 
42 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Compreender de forma correta estas diferentes fases é de fundamental 
importância para que se possa identificar o estágio de cicatrização das feridas, suas 
características normais e patológicas, permitindo, desta forma, que se faça uma correta 
avaliação das necessidades locais e gerais para o seu tratamento, bem como se possa 
planejar e implementar os cuidados necessários à sua efetiva resolutividade. 
Outro aspecto importante é que o reconhecimento adequado das diversas fases e 
estágios de evolução do processo cicatricial dos diferentes tipos de feridas permitem 
estabelecer um prognóstico que inclui, entre outros elementos: o tempo estimado para 
sua cicatrização; custos previstos; recursos humanos e materiais necessários; sequelas 
potenciais e riscos de recidivas e cronificação. 
 
Fase de hemostasia 
 
Na ocorrência de uma lesão tecidual ocorre também à ruptura de vasos 
sanguíneos, neste momento há uma vasoconstrição temporária para evitar grandes 
perdas sanguíneas, além do contato entre as plaquetas e o colágeno, o que favorece a 
agregação plaquetária e a oclusão dos vasos sanguíneos lesados. 
 
Fase de inflamação 
 
Posteriormente ocorre a liberação de quimioatraentes e histamina, provocando a 
vasodilatação na região lesada e consequentemente a chegada de células de defesa que 
vão fazer a limpeza e defender a região lesada. 
Funções: Ativar o sistema de coagulação, promover o desbridamento e defender 
contra microrganismos. 
Essa fase pode durar de 04 a 05 dias e requer recursos energéticos e 
nutricionais. 
 
 
 
 
 
 
43 
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Fase proliferativa 
 
Nesta fase as plaquetas e os macrófagos liberam fatores de crescimento e 
citocinas, que são responsáveis pela proliferação de fibroblastos e células endoteliais. Os 
fibroblastos sintetizam colágeno e favorecem a contração da ferida por meio dos 
miofibroblastos. As células endoteliais formam novos arcos capilares, que fornecem 
oxigênio e nutrientes, processo chamado de angiogênese. 
Funções: Proliferação de vasos sanguíneos e colágeno, formação do tecido de 
granulação. 
O tempo de duração depende do tipo e tamanho da lesão. 
 
Fase de epitelização 
 
Nesta etapa a lesão é coberta por células epiteliais que só se movimentam sobre 
tecidos viáveis (sadios), como o tecido de granulação e requerem um ambiente úmido 
para sua proliferação. 
A duração dessa fase é muito variável. 
 
Fase de maturação 
 
A ferida se torna menos vascularizada e as fibras de colágeno são reorganizadas, 
formando ângulos com a margem da lesão, processo que visa o fortalecimento da região. 
→ Nas lesões fechadas essa fase leva aproximadamente um ano, e nas lesões 
abertas requer um tempo ainda maior, dependendo do estado clínico do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Fatores adversos ao processo de cicatrização e responsabilidades da enfermagem 
 
Conforme Hipócrates, o organismo possui inúmeros mecanismos dos quais lança 
mão para reparar uma ferida, mas uma série de fatores, tanto relacionados ao próprio 
paciente (fatores intrínsecos), como fatores externos e ambientais, podem agir de forma 
negativa sobre este processo, retardando-o ou impedindo-o. 
A enfermagem tem grande responsabilidade no sentido de conhecer e identificar 
tais fatores, para que possa atuar de forma preventiva, evitando e minimizando ao 
máximo seu efeito, buscando desta forma criar um ambiente propício para que os 
processos acima referidos possam se desenvolver de forma harmônica e fisiológica. 
Além disso, muitos desses fatores podem interferir de forma tão severa sobre o 
processo cicatricial que podem comprometê-lo de forma permanente, levando a 
complicações como infecções, cronificação da ferida ou mesmo a sequelas graves como 
perda de órgãos e membros, o que em última análise comprometerá de maneira 
significativa o prognóstico e a qualidade de vida das pessoas. 
Dentre os fatores que podem prejudicar e comprometer a cicatrização das feridas 
destacam-se: 
 
Fatores Locais: 
• Infecção da ferida; 
• Isquemia e alterações na perfusão dos tecidos; 
• Presença de tecidos desvitalizados ou necrosados; 
• Corpos estranhos; 
• Ressecamento (desidratação) ou excesso de umidade (maceração); 
• Agentes tóxicos; 
• Extensão ou profundidade da lesão. 
 
 
 
 
 
 
45 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Fatores Sistêmicos: 
• Deficiências no estado nutricional: desnutrição ou obesidade, déficit proteico, 
hipovitaminoses; 
• Doenças crônicas: diabetes, hipertensão; 
• Idade avançada; 
• Depressão imunológica e uso de medicamentosimunossupressores; 
• Neoplasia maligna; 
• Terapia medicamentosa com anticoagulantes e outras drogas; 
• Imobilidade ou redução na movimentação. 
 
Fatores Externos: 
- Agentes físicos 
• Radiação; 
• Temperatura ambiente; 
• Postura; 
• Radioterapia. 
 
- Agentes químicos 
• Antissépticos; 
• Alergenos; 
• Quimioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Competência humana e ético-legal na avaliação e tratamento de feridas. Anotações 
e registro de dados 
 
As recentes publicações alertam cada vez mais para a importância do trabalho 
interdisciplinar para o adequado atendimento às crescentes demandas gerencias e 
assistenciais relacionadas aos cuidados preventivos e ao tratamento de feridas, 
considerado como um grave problema de saúde pública, como abordado no Módulo I. A 
avaliação precoce dos fatores de risco para o desenvolvimento de feridas, a instituição de 
medidas preventivas e o monitoramento contínuo, acompanhado de técnicas adequadas 
e recursos efetivos, representam, nesse contexto, melhorias em todos os níveis, ou seja, 
no âmbito institucional, profissional, econômico e social. 
Verifica-se que mesmo com poucos recursos humanos e materiais é possível 
fazer a diferença ao operacionalizar melhorias contínuas e permanentes, principalmente, 
no sentido de inovar práticas assistenciais e gerencias de qualidade e humanismo. A 
credibilidade dos serviços de saúde parece, então, apontar para as pequenas, mas 
sistematizadas operações de melhoria que, por sua vez, necessitam ser continuamente 
avaliadas, reavaliadas e atualizadas para atender às exigências do mercado competitivo 
(Borges, 2006). 
Empreender na qualidade e humanização da assistência significa, desse modo, 
desenvolver uma lógica disciplinar voltada para a integração dos diferentes saberes a fim 
de alcançar um novo conhecimento, ou seja, um conhecimento específico e sistematizado 
de melhorias contínuas. As novas tecnologias disponíveis atualmente no mercado não 
representam, em si, avanços e/ou resultados na melhoria do cuidado. O sucesso, 
entretanto, traduz o esforço e a capacidade empreendedora de profissionais imbuídos na 
lógica do mercado competitivo, no sentido de garantir a qualidade e credibilidade dos 
pequenos e/ou grandes eventos assistenciais e organizacionais. Assim, a utilização 
adequada das tecnologias exige dos profissionais de enfermagem um contínuo 
aperfeiçoamento para que sejam selecionadas as melhores opções em cada situação 
específica, com base em acurado conhecimento clínico e atualizada informação sobre as 
melhores evidências científicas. 
 
 
 
 
 
47 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Nesse processo o empreendimento enquanto qualificação do cuidado de 
feridas/curativos requer não apenas competência técnica, mas, sobretudo, competência 
humana para visualizar novas demandas e espaços de sucesso. Mesmo que possa 
parecer insignificante frente ao contingente assistência geral, o cuidado de 
feridas/curativos determina e contribui significativamente no desenvolvimento gerencial e 
institucional pela sua representatividade em custos/benefícios, minimização de efeitos 
adversos de uma hospitalização e a garantia de um cuidado com qualidade e 
competência profissional, como comprovam os dados divulgados por organizações 
nacionais e internacionais (Wounds, 2008). 
Sendo assim, o cuidado de feridas com qualidade e competência profissional 
associado à utilização de recursos tecnológicos avançados, isto é, de coberturas 
modernas, representa uma importante conquista para a equipe multiprofissional de saúde, 
pacientes, instituição e fontes pagadoras. Para a equipe multiprofissional representa a 
qualificação e humanização da assistência e, ainda, a desmistificação de crenças sociais 
e culturais perpetuadas historicamente. Para as instituições de saúde e fontes pagadoras, 
o reconhecimento e a redução de custos com o tratamento. Para o paciente, a diminuição 
significativa da dor, pela capacidade, que estes possuem de manter a ferida úmida e 
reduzir as troca frequentes dos curativos, além de acelerar o processo de cicatrização e, 
consequentemente, reduzir o tempo de hospitalização. 
O tratamento aprimorado, isto é, qualificado e humanizado de feridas agudas e 
crônicas constitui no cenário atual uma ação emergente e uma importante estratégia para 
a minimização de custos hospitalares e a redução do período de tratamento para os 
pacientes. A consolidação desta prática, principalmente, em pessoas idosas portadoras 
de úlceras, nas suas mais variadas formas, vem ao encontro, portanto, das necessidades 
da população, uma vez que estudos da Organização Mundial de Saúde apontam para um 
aumento da expectativa de vida dos indivíduos e, por conseguinte, o envelhecimento da 
população buscando, ainda, recuperar o lugar das várias dimensões discursivas dos 
sujeitos que atuam ou recorrem às instituições de saúde. 
O tratamento qualificado de feridas, estimulado pelo aprimoramento contínuo de 
tecnologias e práticas inovadoras para a realização dos curativos, no contexto 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
multiprofissional, ocasionou no decorrer dos últimos anos inúmeros questionamentos em 
relação à eficácia/eficiência dos produtos e/ou coberturas modernas utilizadas neste 
tratamento. Com base nestas considerações existem hoje diversos programas de 
capacitação específicos para os profissionais de enfermagem, além da formação de 
grupos de estudos e grupos de Curativos/Feridas, composto por diversos integrantes 
dentre estes: enfermeiros , técnicos e auxiliares de enfermagem, médicos, nutricionistas e 
farmacêuticos, com o propósito de avaliar, monitorar e humanizar o tratamento das feridas 
a fim de suprir uma necessidade emergente em nível social. O grupo, enquanto espaço 
de trocas de conhecimentos e estratégia de mobilização de processos auxilia, também, na 
validação e padronização de produtos, redução de custos, resultando em benefícios para 
a instituição, pacientes e fontes pagadoras. 
Com uma prática consolidada e fundamentada cientificamente é possível 
assegurar que o uso seguro de novas tecnologias no tratamento de feridas, a previsão 
adequada da periodicidade das trocas dos curativos, a padronização de técnicas 
atualizadas para a realização e o acompanhamento das feridas por profissionais 
habilitados e qualificados técnico - científico e humanamente contribuem na construção de 
práticas inovadoras socialmente responsáveis, principalmente no que se refere à redução 
de custos e desperdício de materiais e medicamentos, assim como na diminuição do 
tempo dispensado pelos profissionais para a realização dos curativos. 
Nesse sentido, a humanização da assistência envolve essencialmente o trabalho 
conjunto destes diferentes profissionais que, por meio do trabalho multiprofissional, 
podem favorecer a uma multiplicidade de enfoques e alternativas para uma compreensão 
de aspectos que estão envolvidos no atendimento ao paciente. Neste processo, a 
humanização começa com o conceito de saúde como bem-estar do indivíduo, da pessoa 
doente, que é promovida em todas as dimensões seja física, mental, social e/ou espiritual. 
A humanização, no que se refere ao tratamento de feridas, requer 
comprometimento e envolvimento por parte de todos os profissionais da equipe. Atransformação do modo assistencial, portanto, somente é possível, a partir de uma 
sensibilização dos trabalhadores quanto às atitudes e comportamentos que envolvem a 
prática profissional (SILVA, 2000; MARTINS, 2003). A humanização no atual momento de 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
transformação do sistema de saúde brasileiro significa a melhoria da qualidade do 
atendimento aos usuários ou, em última análise, tratar o semelhante de maneira humana 
permitindo reatar a experiência da hospitalização ao ciclo da vida e transformá-la em uma 
oportunidade de desenvolvimento humano, ou seja, o profissional passa a manter uma 
relação humana, solidária e personalizada a cada paciente atendido além de oferecer um 
bom desempenho técnico-científico. 
O atendimento humanizado e competente de enfermagem, na prevenção e 
tratamento de feridas visa desenvolver um conjunto de práticas inovadoras e socialmente 
responsáveis na área da saúde, relacionadas ao cuidado qualificado e humanizado, que 
atenda às necessidades das pessoas em seus aspectos biológicos, psicosociais e 
estético-funcionais, de forma a respeitar sua individualidade e incentivar a promoção do 
autocuidado e da busca de emancipação e libertação das pessoas portadores de feridas 
crônicas e/ou agudas, pois como afirma Brandão (2006), os problemas de pele ocasionam 
não só dificuldades de ordem física, mas afetam as pessoas em sua vida psíquica, 
emocional, relacional e social. 
Para atender a tais necessidades, os programas e protocolos precisam ser 
desenvolvidos de forma a: 
• Disponibilizar um amplo e efetivo arsenal de recursos/tecnologias em curativos 
capazes de atender a complexidade dos novos casos emergentes; 
• Oferecer estrutura física específica para a realização dos curativos, compatível 
com a demanda e complexidade dos casos emergentes (consultório de enfermagem e 
nutrição, salas de curativos, sala de espera, acesso com rampa); 
• Criar uma estrutura operacional e funcional para a orientação e educação dos 
pacientes e familiares (folders, cartazes informativos, treinamento do familiar cuidador), 
além de suporte nutricional ao paciente; 
• Promover a integração e o saber interdisciplinar dos profissionais da saúde por 
meio de práticas empreendedoras socialmente; 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
• Disponibilizar material didático, máquina fotográfica digital e computador para o 
registro, acompanhamento e evolução dos curativos/feridas de forma sistematizada e 
informatizada; 
• Criar um programa de Educação Permanente com o quadro funcional interno e 
externo sobre o cuidado qualificado e humanizado de feridas; 
• Oferecer aos pacientes e familiares terapias ocupacionais individuais e grupais; 
• Promover Jornadas, cursos, consultorias e palestras para a comunidade como 
um dos compromissos sociais dos profissionais; 
• Promover ações que valorizem as práticas saudáveis, promovam a saúde e a 
busca precoce de atendimento; 
• Integrar esforços na elaboração de políticas públicas que permitam o acesso 
da população aos recursos e tecnologias modernas, hoje existentes para o tratamento de 
feridas; 
• Desenvolver protocolos que levem em consideração a integralidade dos 
processos e ações, evitando ações fragmentadas, considerando o aspecto holístico do 
cuidado de feridas e sua complexa etiologia e natureza. 
 
MODELO DE FLUXO DE ATENDIMENTO E ALGUNS RESULTADOS OBTIDOS 
 
1º Todos os pacientes, ao serem admitidos para internação, são avaliados quanto 
ao grau de risco para desenvolvimento de úlceras por pressão ou problemas na 
cicatrização de feridas. 
O médico assistente do paciente solicita o acompanhamento do Grupo de 
Curativos da Instituição, por escrito; 
2º A equipe de curativos realiza a avaliação geral do paciente e da pele, sugerindo 
o tratamento de escolha para prevenir infecções e complicações na cicatrização; identifica 
e registra lesões já existentes; 
 
 
 
 
 
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3º Os profissionais integrantes do grupo realizam uma tabela de custos com 
previsão e periodicidade das trocas dos curativos e do tratamento global; 
4º Um dos integrantes da equipe avalia e monitora o tratamento da ferida pelo 
tempo integral, observando a autorização do termo de consentimento, o registro 
fotográfico e a evolução do processo de cicatrização, bem como a avaliação do estado 
clínico do paciente; 
5º O grupo mantém contato permanente com o médico assistente do paciente e a 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar – CCIH, a fim de assegurar um tratamento 
clínico integral e efetivo; 
6º Realizam-se orientações para a alta hospitalar, com instruções para troca de 
curativos no domicílio, se necessário, e agenda-se retorno para reavaliação ambulatorial; 
São realizadas Reuniões semanais para a discussão dos casos de pacientes 
acompanhados pelo Grupo Multiprofissional de Curativos, com contribuição de cada 
profissional dentro de sua área, para melhorar o processo de recuperação da ferida e do 
paciente. 
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) e a documentação e 
registro de todos os dados deve ser uma preocupação e uma meta a ser atingida pela 
equipe. 
A implementação da SAE em todas as suas etapas assegura continuidade de 
cuidados aos pacientes e segurança e proteção legal aos profissionais de enfermagem, 
pois por meio dela estão documentados: 
- Histórico de Enfermagem (entrevista / exame físico); 
- Diagnóstico de enfermagem; 
- Intervenções (prescrição de enfermagem); 
- Evolução de enfermagem. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
A implementação da SAE tem se revelado como uma estratégia altamente 
positiva no tratamento de feridas, como relatado por diversos autores, como Backes 
(2006): 
• Diminuição dos casos de reinternação hospitalar de pacientes portadoras de 
feridas crônicas; 
• Redução do número de amputação de membros; 
• Minimização da dor e do desconforto do paciente pela redução da periodicidade 
das trocas dos curativos; 
• Aceleração do processo de cicatrização da ferida tendo como vantagem a 
redução do tempo de tratamento; 
• Redução dos índices de infecção hospitalar; 
• Orientação aos pacientes e familiares, garantindo a continuidade do tratamento 
prestado; 
• Redução do custo global do tratamento para a instituição e fontes pagadoras; 
• Integração e fortalecimento do compromisso e/ou responsabilidade social 
instituição/comunidade local e regional; 
• Integração e fortalecimento das relações e parcerias entre os profissionais e 
prestadores de serviço; 
• Assessoria técnica e acompanhamento de pacientes com feridas crônicas ou 
com dificuldades de cicatrização em outras instituições; 
• Atendimento domiciliar a pacientes impossibilitados de serem atendidos em 
nível ambulatorial e/ou hospitalar; 
• Terapia ocupacional individual e grupal com os pacientes e familiares, a fim de 
minimizar a dor e o estresse e, consequentemente, promover a integração das pessoas e 
desenvolvimento do voluntariado nas instituições; 
 
 
 
 
 
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• Humanização daassistência aos pacientes e familiares por meio de atividades 
científicas interativas – mesas de debate – e comemorações festivas. Exemplo: 
Comemoração do dia do aniversário dos pacientes internados; 
• Participação dos integrantes do Grupo de Curativo em Congressos regionais 
e/ou nacionais; 
• Participação do Grupo de Curativos em pesquisas para a validação de produtos 
e agentes cicatrizantes no tratamento inovador de feridas; 
• Processo de Educação Permanente, por meio da realização de treinamentos e 
eventos científicos para o público interno e externo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
-------------FIM DO MÓDULO III-------------

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