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APS Contabilidade pública

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E 
 COMUNICAÇÃO - ICSC 
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE PÚBLICA E GOVERNAMENTAL NA 
PREFEITURA MUNICIPAL DE VARGEM GRANDE PAULISTA/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO - SP 
2017 
 
Ana Paula Soares da Silva – C62464-0 
Beatriz da Silva Peres – C55IHD-1 
Denize Miranda de Oliveira – T56612-6 
Juan Carlos Lima – C4533B-2 
Renata Costa Bernardino – C562EF-0 
Wesley Cavalcante Lisboa – C547GI-0 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTABILIDADE PÚBLICA E GOVERNAMENTAL NA 
PREFEITURA MUNICIPAL DE VARGEM GRANDE PAULISTA/SP 
 
 
 
 
 
 
 
 
APS – Ativdade Prátca Supervisionada apresentado como 
exigência para a avaliação do segundo bimestre, em 
disciplinas do 6º semestre do curso de Ciências Contábeis 
da Universidade Paulista, sob orientação do professor: 
Sérgio Carlos Restino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO - SP 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Capricho é você fazer o teu 
melhor na condição que você 
tem, enquanto você não tem 
condições melhores, para fazer 
melhor ainda!” 
 
 (Mário Sérgio Cortella) 
 
RESUMO 
 
O trabalho acadêmico a seguir tem por objetivo evidenciar as diferenças técnicas e 
conceituais entre a Contabilidade Aplicada ao setor Público versus a Contabilidade 
Aplicada ao Setor Privado, através de um estudo de caso das demonstrações 
contábeis da Prefeitura Municipal de Vargem Grande Paulista/SP. Essa proposta 
surgiu da realidade atual, em que é crescente a discussão pública, principalmente 
nas redes sociais, sobre política e saúde financeira das entidades públicas. Para seu 
desenvolvimento, a pesquisa utilizou-se de levantamentos bibliográficos, e dados 
estatísticos do município, além de análises financeiras e indicadores. Destacou-se 
nesse percurso, a grande diferença de realidades, no que diz respeito ao controle, 
que é exercido de forma mais complexa pela Administração Pública, e que reflete 
essa característica em suas demonstração contábeis. Ainda, através das análises e 
indicadores, concluiu-se que o município estudado apresentou um bom desempenho 
financeiro no exercício de 2016. 
Palavras-chave: Contabilidade Pública, Administração Pública, Vargem Grande 
Paulista/SP. 
ABSTRACT 
 
The following paper has the goal to reveal the technics differences between Public 
Accounting versus Private Accounting, through a case review of accounting reports 
by the city’s administration from Vargem Grande Paulista/SP. This proposal was 
raised by the current reality, in which public discussions is growing, specially on 
social media about politics and public entities’ financial health. To accomplish its 
development, the research used bibliographic survey, static data, besides analysis 
and indicators. It was highlighted throughout this path, the wide realities differences, 
concerning the control that is executed in a more complex way by the Public 
Administration than Private Administration, and shows this feature in its accounting 
reports. Moreover, thanks to analysis and indicators, it was concluded that the 
studied city has presented a good financial performance in 2016’s financial year. 
 
Keywords: Public Accounting, Public Administration, Vargem Grande Paulista/SP.
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 - Dados do Município de Vargem Grande Paulista/SP ............................... 24 
Tabela 2 - Índices da Economia do Município ........................................................... 25 
Tabela 3 - Trabalho e Rendimento ............................................................................ 26 
Tabela 4 - Índices da Educação ................................................................................ 27 
Tabela 5 - Saúde ....................................................................................................... 27 
Tabela 6 - Território e Ambiente ................................................................................ 28 
Tabela 7 - Índices de Liquidez ................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9 
1. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 11 
1.1 Serviço Público ................................................................................................ 11 
1.2 Administração Pública ...................................................................................... 12 
1.3 Orçamento Público ........................................................................................... 13 
1.3.1 Plano Plurianual ............................................................................................ 14 
1.3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias .................................................................... 14 
1.3.3 Lei de Orçamentos Anuais ............................................................................ 14 
1.3.3.1 Crédito Orçamentário ................................................................................. 15 
1.3.3.2 Crédito Adicional ........................................................................................ 15 
1.3.4 Execução Orçamentária ................................................................................ 16 
1.4 Contabilidade Pública ...................................................................................... 16 
1.4.1 Regimes Contábeis ....................................................................................... 17 
1.4.2 Receitas Públicas .......................................................................................... 17 
1.4.2.1 Fases da Receita ....................................................................................... 18 
1.4.2.2 Tipos de Receita ........................................................................................ 19 
1.4.3 Despesas Públicas ........................................................................................ 19 
1.4.4 Balanço Orçamentário .................................................................................. 20 
1.4.5 Balanço Financeiro ....................................................................................... 20 
1.4.6 Balanço Patrimonial ...................................................................................... 20 
1.4.7 Demonstração de Variação Patrimonial ........................................................ 21 
1.4.8 Índices de Liquidez ....................................................................................... 21 
1.4.8.1 Liquidez Imediata ....................................................................................... 21 
1.4.8.2 Liquidez Corrente ....................................................................................... 22 
1.4.8.3 Liquidez Seca ............................................................................................. 22 
1.4.8.4 Liquidez Geral ............................................................................................ 22 
1.5 Município de Vargem Grande Paulista/SP ....................................................... 22 
1.5.1 História do Município ..................................................................................... 22 
1.5.2 Clima .............................................................................................................24 
1.5.3 Características Geográficas .......................................................................... 24 
 
 
1.5.4 Características Econômicas .......................................................................... 25 
1.5.5 Infraestrutura ................................................................................................. 26 
2. METODOLOGIA ................................................................................................... 29 
3. RESULTADOS ...................................................................................................... 30 
3.1 Análise do Balanço Orçamentário .................................................................... 30 
3.2 Análise do Balanço Patrimonial........................................................................ 31 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 33 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 
5.ANEXOS ................................................................................................................ 37 
5.1 ANEXO A – Balanço Orçamentário 2016 ......................................................... 37 
5.2 ANEXO B – Balanço Patrimonial 2016 ............................................................ 38 
5.3 ANEXO C – Balanço Financeiro 2016 ............................................................. 39 
5.4 ANEXO D – Demonstrações das Variações Patrimoniais 2016 ....................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
INTRODUÇÃO 
 
A República Federativa do Brasil é dívida em estados, municípios e Distrito 
Federal, que possuem território e administração própria. O art. 1º da Constituição 
Federal de 1988 assim a descreve: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel 
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a cidadania; 
a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre 
iniciativa; o pluralismo político. 
 
Logo, os Estados-Membros são entidades que formam a Unidade da 
Federação, possuem autonomia e são dotados de direito público. Para exercer sua 
função no conjunto, cada ente da Federação é organizado conforme aparatos da 
administração pública. 
Para Kohama (2014, P.9) “Administração Pública é todo o aparelhamento do 
Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando a satisfação das 
necessidades coletivas”. 
Para o correto funcionamento da administração pública e do aparelho do 
Estado, algumas diretrizes como o direito e a contabilidade pública são exigências 
básicas do Estado democrático de direito. 
A contabilidade pública, que é a disciplina base para o estudo em questão, é 
o exercício do controle, registro e execução de recursos financeiros, econômicos e 
patrimoniais de uma entidade pública. Além dessa vertente, tem a função de realizar 
uma fiscalização preventiva aos atos da administração da máquina pública. 
Com a popularização da internet e redes sociais, muito tem se discutido sobre 
o tema da Administração Pública e seus formatos de gestão, além de questões 
políticas e sociais. É comum, com isso, o debate sobre a saúde financeira dos 
órgãos públicos, a melhor aplicação e gestão dos recursos disponíveis, e como isso 
pode afetar a vida população. 
Visto a importância do tema para os cidadãos em geral, o presente trabalho 
acadêmico tem como finalidade contribuir para o debate desses assuntos através do 
uso da ferramenta da contabilidade pública. A proposta é analisar e discutir as 
10 
 
demonstrações, contábeis da Prefeitura Municipal de Vargem Grande Paulista/SP, 
fazendo uma comparação com a contabilidade aplicada ao setor privado. 
Portanto, a pesquisa a seguir, além de trazer referências teóricas a temas 
como Administração, Contabilidade e Direito Público, contemplará, aos interessados 
no tema, análises e indicativos financeiros, dados geográficos e socioeconômicos do 
Município de Vargem Grande Paulista/SP. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Neste capítulo serão apresentados o serviço público, a Administração Pública, 
a Contabilidade Pública, o Orçamento Público e dados geográficos e 
socioeconômicos do Município de Vargem Grande Paulista. 
 
1.1 Serviço Público 
 
Conforme entendimento de Kohama (2014, p.1) o serviço público visa 
abranger e proporcionar o maior grau de bem-estar social ou da “Prosperidade 
Pública”. 
Para tal, são classificados em três tipos: os essenciais; não essenciais; e de 
prestação mista. Os essenciais ou privativos do Estado são aquelas atividades que 
só podem ser exercidos diretamente pelo órgão do governo responsável. Em geral, 
são classificados dessa forma devido características que os impedem de ser 
executados por particulares. Como exemplo, podemos citar a emissão de moedas, 
controle e fiscalização de instituições de crédito, execução dos planos nacionais de 
saúde e educação, segurança pública etc. 
Já os serviços públicos não essenciais ou serviço de utilidade pública são 
atividades que podem ser delegados, sob certas condições para prestadores 
particulares. Devido ao caráter público do serviço, não deve ser considerado como 
simples comércio, e o benefício da população deve vir acima do benefício do 
prestador. São exemplos, os serviços de água encanada, eletricidade, e telefone. 
Os serviços de utilidade pública podem ser prestados através da concessão 
ou permissão do Estado. A concessão é a forma em que o órgão público 
competente através de autorização contratual concede ao particular interessado o 
direito de explorar algum serviço. Por exemplo, os transportes coletivos, 
fornecimento de energia elétrica, abastecimento de água, telefonia, Rádio, TV e etc. 
No serviço por permissão o governo delega a execução de serviço, ou uso 
excepcional do bem público. Não é necessário o acordo contratual. É exemplo de 
serviço público por permissão a colocação de banca para venda de jornais na via 
pública. 
12 
 
Por fim, a Prestação de serviço mista é forma que mais vem sendo utilizado 
no Brasil. Acontece devido a interpretação constitucional que atribui obrigações ao 
Estado, porém não os proíbe de serem executados por terceiros. São exemplos de 
prestação mista serviços na área da saúde, educação, previdência, etc. 
 
1.2 Administração Pública 
 
Para Kohama (2014 p.9), a Administração Pública é “todo o emparelhamento 
do Estado, preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das 
necessidades coletivas”. Logo, podemos dizer, que o Estado ao ofertar os serviços 
públicos, que são necessários ao bem estar da coletividade, verifica a necessidade 
de gerir o conjunto necessário para seu andamento, e portanto cria-se a 
Administração Pública. 
O objetivo da administração pública é favorecer o interesse público, e 
administrar os direitos e deveres dos cidadãos, de forma a manter o zelo e 
prosperidade social. Sendo que seus princípios legais são baseados na legalidade, 
impessoalidade, publicidade e moralidade. 
No Brasil, a administração pública é estruturada, e dividida em União, 
Estados, Municípios e Distrito Federal, de acordo com o art. 18 da Constituição 
Federal de 1988. Os Estados são organizados por suas constituições e os 
Municípios e Distrito Federal, por suas leis orgânicas. 
Cada membro da União possui uma estrutura legislativa e administrativa. Esta 
última é comandada pelo chefe do poder executivo em questão, quetem como 
principal função gerenciar os serviços públicos decidindo onde e como serão 
aplicados os recursos arrecadados. 
Além disso, a administração pública brasileira possui divisão entre direta e 
indireta. A qual a direta é desempenhada pelos poderes executivos da União, 
Estados, Municípios e Distrito Federal. E a indireta é a transferência do Estado da 
administração para outras entidades como fundações, empresas públicas, 
autarquias, etc. 
13 
 
O art. 4º do Decreto de lei nº 200, de 1967 assim descreve essa estrutura, em 
âmbito Federal: 
A Administração Federal compreende: 
I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na 
estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios; 
II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de 
entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: 
Autarquias; 
Empresas públicas; 
Sociedade de economia mista. 
 
Segundo o art. 5º do Decreto de lei nº 200/67 são definições das entidades da 
administração pública indireta: 
Autarquia – entidade criada pelo governo para executar certas atividades da 
administração pública, que requerem administração descentralizada para melhor 
funcionamento. São exemplos de autarquias entidades como Banco Central, USP, 
UFRJ, INSS, e etc. 
Empresa pública – criada pelo governo para exploração de atividades 
econômicas relevantes ao interesse social ou para segurança nacional. Como 
exemplo temos a Caixa Econômica Federal, o BNDES, Correios, e etc. 
Sociedade de economia mista – segundo Piscitelli e Timbó (2012 p.25), é a 
entidade criada por lei para exploração de atividade econômica, sob forma de 
sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria a 
União, ou entidade da Administração Indireta. Para exemplificar, podemos citar 
empresas como Petrobrás e Banco do Brasil. 
 
1.3 Orçamento Público 
 
Para Piscitelli e Timbó (2012 p.32), o orçamento público é a ação planejada 
do Estado, o instrumento do Poder Público para expressar seu programa de 
atuação, discriminando a origem e o montante dos recursos. 
Kohama (2014 p.40) complementa, dizendo que o sistema de orçamento 
público tem por objetivo a busca do diagnóstico da situação atual da máquina 
14 
 
pública, para identificar as ações ou alterações a serem desenvolvidas visando 
atingir a situação desejada. 
Esse processo, no Brasil, é uma época do calendário público onde são 
discutidos e elaborados os orçamentos públicos. Estes são baseados em três 
pilares: o Plano Plurianual, a Lei de Diretrizes Orçamentárias e a Lei de Orçamentos 
Anuais, além de no caso dos municípios, o Plano Diretor que é um importante 
instrumento para gestão municipal. 
 
1.3.1 Plano Plurianual 
 
O Plano Plurianual é o instrumento do governo para planejamento das ações. 
Previsto no art. 165 da Constituição Federal, o PPA contém o conjunto de políticas 
públicas para um período quadrienal, e quais os esforços necessários para 
atingimento das metas estipuladas. 
O PPA possui um ciclo de aplicação específico, onde a vigência inicia-se no 
segundo ano do mandato da gestão governamental, e finaliza-se no fim do primeiro 
ano do mantado da próxima gestão. 
 
1.3.2 Lei de Diretrizes Orçamentárias 
 
De acordo com o Portal da Câmara dos Deputados, a Lei de Diretrizes 
Orçamentárias define as metas e prioridades da administração pública para o 
exercício subsequente, orienta sobre alterações na legislação tributária e sobre a 
elaboração da Lei Orçamentária Anual. 
Nela devem conter, segundo o Portal: 
 
autorização específica para concessão de vantagem ou aumento de 
remuneração, criação de cargos ou alteração de estrutura de carreiras, bem 
como a admissão de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, ressalvadas as empresas públicas e 
sociedades de economia mista.(CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2017) 
 
1.3.3 Lei de Orçamentos Anuais 
 
15 
 
Para Kohama (2014 p.46) a lei de orçamentos anuais é o “instrumento 
utilizado para a consequente materialização do conjunto de ações e objetivos que 
foram planejados visando ao melhor atendimento e bem-estar da coletividade”. 
Complementarmente, podemos dizer que a LOA visa concretizar os 
programas e ações do governo para o exercício, que foram propostas no PPA. Para 
isso, estima as receitas e despesas para o período. 
Todas as despesas públicas devem constar na LOA, porém as que não 
estiverem previstas, mas necessitam ser executadas, ou necessita-se de um 
orçamento maior do que o previsto, devem solicitado a abertura de crédito adicional. 
 
1.3.3.1 Crédito Orçamentário 
 
 É a autorização legal constante na LOA para realização das despesas nela 
contidas. 
 
1.3.3.2 Crédito Adicional 
 
 Para o Portal do Senado Federal (2017), o crédito adicional é um instrumento 
para corrigir as distorções da LOA durante a execução do orçamento. Pode ser 
classificados em créditos Suplementares, Extraordinários, e Especiais. A seguir uma 
breve explicação. 
 Suplementares – são os créditos destinados ao reforço da dotação 
orçamentária. Como exemplo, temos o aumento de despesas com pessoal. 
 Especiais – créditos destinados para despesas que não tenha uma dotação 
orçamentária específica. Para exemplificar, podemos citar a criação de um órgão. 
 Extraordinários – destinados a despesas urgentes, em caso de guerra ou 
calamidade pública. 
 Com exceção dos Créditos Extraordinários, que são abertos por decreto do 
Poder Executivo, os Créditos Adicionais devem autorizados por lei, passando o 
16 
 
projeto pelo sistema legislativo vigente. O que demonstra o forte controle do 
orçamento, em que o gestor público é submetido. 
 
1.3.4 Execução Orçamentária 
 
 O processo de execução orçamentária definido pelo art. 165 da Constituição 
Federal é definido pelo Portal do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, como 
sendo a “utilização dos créditos consignados no Orçamento ou Lei Orçamentária 
Anual.” Ou seja, é a realização das receitas e despesas previstas no LOA. 
 É composta de três fases: empenho, liquidação e pagamento. A seguir os 
conceitos relativos a essas etapas. 
 Empenho - ato que cria a obrigação de pagamento para a entidade pública. 
 Liquidação – “verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os 
títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito”. (TESOURO NACIONAL, 
2017) 
 Pagamento – quando ocorre a liquidação da obrigação pelo ente público. 
 
1.4 Contabilidade Pública 
 
A contabilidade pública é a área da contabilidade aplicada ao setor público 
que tem como função controlar os recursos financeiros, orçamentários e 
patrimoniais. Para Kohama (2014 p. 25) a contabilidade pública estuda, orienta, 
controla e demonstra a organização da Fazenda Pública, o patrimônio e suas 
variações. 
Logo, a contabilidade pública utiliza-se de conceitos e técnicas da 
contabilidade aplicada ao setor privado como os registros, controles, 
demonstrações, escriturações, e até mesmo o método das partidas dobradas, 
criadas pelo Frei Luca Pacioli no século XV. Obviamente com algumas adaptações e 
diferenças. 
17 
 
A lei 4.320 de 1964 regulariza a contabilidade aplicada ao setor público, em 
que institui normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos 
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
Ainda, a lei complementar nº 101 de 2000 estabeleceu normas de finanças 
públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal por parte dos 
governantes. A chamada “Lei de Responsabilidade Fiscal” foi recentemente 
discutida pelopaís no episódio que acabou com a perda do mandato presidencial 
pela então Presidente da República Dilma Rousseff em agosto de 2016. 
 
1.4.1 Regimes Contábeis 
 
Regime contábil é o critério adotado pela contabilidade para reconhecimento 
das receitas e despesas para apuração do resultado do período. Atualmente temos 
três tipos de regimes, que são: 
Regime de caixa – quando a receita é reconhecida quando é arrecada, e a 
despesa reconhecida no ato do pagamento. 
Regime de competência – quando as receitas e despesas do período são 
reconhecidas conforme competência, ou seja, conforme o fato gerador. 
Regime misto – quando as receitas são reconhecidas pelo regime de caixa, e 
as despesas pelo regime de competência. 
A lei 4.320/64 determina os regimes de escrituração para contabilidade 
aplicado ao setor público sob dois diferentes enfoques: enfoque orçamentário, e 
enfoque patrimonial. 
Sob a ótica orçamentária, o regime aplicado é o misto, ou seja, a receita 
orçamentária é reconhecida pelo regime de caixa, e a despesa orçamentária pelo 
regime de competência. 
Já sob a ótica patrimonial, a receita orçamentária e a despesa orçamentária 
são reconhecidas pelo regime de competência. 
 
1.4.2 Receitas Públicas 
18 
 
 
As receitas públicas consistem na arrecadação de recursos financeiros por 
parte dos governos para manutenção da estrutura governamental e do estado de 
bem-estar social. Kohama (2014 p.66) destaca ainda que a receita pública é também 
a variação ativa, gerada pelo direito a receber em ocorrência do fato gerador. 
As receitas podem ser provenientes da arrecadação de tributos, do 
patrimônio, ou de fontes industriais e agropecuárias. As fontes originadas por 
tributos são compostas pelos tributos Federais, Estaduais e Municipais, definidos 
nos arts. 145 a 162 da Constituição Federal. 
A seguir, as definições e os tipos de tributos, conforme os arts. da 
Constituição citados anteriormente. 
Impostos – “tributo obrigatório cobrado pela União, estados e Municípios, que 
devem reverter a comunidade sob forma de interesse geral; educação, saúde, 
transporte, etc.”.1 
Taxas – são tributos obrigatórios cobrados pelo governo pelo uso de certos 
serviços. 
Contribuição de melhoria – tributo cobrado pelo governo, que decorre de uma 
valorização imobiliária causada por uma obra pública. 
Tarifas – valor cobrado pela prestação de serviço do Poder Público ou 
concessionário à população. 
 
1.4.2.1 Fases da Receita 
 
As fases da receita são classificadas em previsão, lançamento arrecadação e 
recolhimento. 
Na fase da previsão, é realizada uma estimativa das receitas que serão 
arrecadadas, que consta na Lei Orçamentária. 
 
 
1 Material cedido pelo Professor Sérgio Restino, durante o curso da disciplina Contabilidade Pública e 
Gornamental, na Universidade Paulista, São Paulo, em 2017. 
19 
 
No lançamento, é feito a individualização do contribuinte, do valor e da 
espécie. 
A arrecadação é a transação de pagamento dos tributos ao agente 
arrecadador que é responsável pela sua arrecadação. 
Por fim, no recolhimento é feito o repasse dos valores arrecadados pelo 
agente arrecadador ao tesouro público. 
 
1.4.2.2 Tipos de Receita 
 
As receitas são divididas em receitas orçamentárias e extras orçamentárias. 
Sendo as receitas orçamentárias aquelas que estão contidas no orçamento público, 
e as receitas extras orçamentárias as que não estão no orçamento da entidade, 
sendo devolvidas posteriormente como despesas extras orçamentárias. 
As receitas orçamentárias ainda podem ser divididas em receitas 
orçamentárias correntes, e receitas orçamentárias de capital. A seguir o conceito 
relativo a cada uma delas. 
Receita orçamentária corrente – é a receita proveniente de atividades 
“vinculadas a manutenção e ao funcionamento do serviço público”. São 
normalmente receitas arrecadadas através de tributos, contribuições, patrimonial, 
serviços e etc. 
Receita orçamentária de capital – é a receita que tem como origem operações 
financeira, ou de capital. Como exemplo, temos as operações de crédito, a alienação 
de bens, amortização de bens, transferência de capital e etc. 
 
1.4.3 Despesas Públicas 
 
São os gastos do governo para realização dos serviços necessários. São 
classificadas em despesa orçamentária e extra orçamentária. A orçamentária é a 
despesa que não estão previstas no orçamento e dependem de autorização legal, já 
a não orçamentária não está presente no orçamento e dependem de autorização 
legal. 
 
20 
 
1.4.4 Balanço Orçamentário 
 
 Segundo o Portal do Senado Federal (2017), o balanço orçamentário é a 
demonstração contábil em que se confrontam as despesas e receitas previstas na lei 
orçamentária com as efetivamente executadas. 
 Através dessa demonstração é possível constatar o déficit ou superávit do 
exercício, tanto orçado quanto executado. 
 
1.4.5 Balanço Financeiro 
 
 O Portal do Senado Federal (2017) ainda conceitua o balanço financeiro 
como a demonstração contábil em que se confrontam as receitas e despesas 
orçamentárias, além dos recebimentos e pagamentos de natureza extra 
orçamentária, com os “saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e que 
se transferem para o exercício seguinte”. (SENADO FEDERAL, 2017) 
 Este balanço possui duas seções que são compostas por ingressos e 
dispêndios. Os ingressos são as receitas orçamentárias e recebimentos extra 
orçamentários, já os dispêndios, as despesas orçamentárias e os pagamentos extra 
orçamentários. 
 A diferença entre ingressos e dispêndios é o Resultado Financeiro do 
Exercício. 
 
1.4.6 Balanço Patrimonial 
 
 Segundo o Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (2016 p.382), 
o Balanço Patrimonial: 
 
... é a demonstração contábil que evidencia, qualitativa e quantitativamente, 
a situação patrimonial da entidade pública por meio de contas 
representativas do patrimônio público, bem como os atos potenciais, que 
são registrados em contas de compensação (natureza de informação de 
controle). (MINISTÉRIO DA FAZENDA, 2016, p.381) 
 
 A lei 4.320/64 informa em seu artigo 105, que o Balanço Patrimonial 
demonstrará: 
I - O Ativo Financeiro; 
21 
 
II - O Ativo Permanente; 
III - O Passivo Financeiro; 
IV - O Passivo Permanente; 
V - O Saldo Patrimonial; 
VI - As Contas de Compensação. 
§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis 
independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. 
§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja 
mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. 
§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras 
pagamento independa de autorização orçamentária. 
§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras 
que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. 
§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, 
obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e 
que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio. 
 
1.4.7 Demonstração de Variação Patrimonial 
 
 A Controladoria Geral da União (2017) em seu documento de avaliação dos 
administradores públicos diz que a DVP é a demonstração que evidencia as 
alterações ocorridas no patrimônio durante o exercício financeiro. 
 As variações podem ser resultantes de execução orçamentária, ou 
independentes de execução orçamentária. 
 
1.4.8 Índices de Liquidez 
 
 Os índices de liquidez são indicadores patrimoniais que avaliam a solvência, 
ou seja,a capacidade da entidade com o cumprimento das obrigações adquiridas. 
São importantes para os gestores, tanto públicos como privados, pois podem servir 
de base para diversas tomadas de decisões. 
 Os principais índices de liquidez estão a seguir. 
 
1.4.8.1 Liquidez Imediata 
 
 Índice que indica a capacidade da entidade em quitar suas obrigações apenas 
com o seu disponível (caixa, bancos e aplicações financeiras). 
Liquidez imediata = Disponível / Passivo Circulante 
22 
 
 
1.4.8.2 Liquidez Corrente 
 
 Demonstra a solvência da entidade no curto prazo 
Liquidez corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante 
 
1.4.8.3 Liquidez Seca 
 
 A liquidez seca não considera os itens não monetários para calcular o quanto 
a entidade poderá dispor para quitar suas obrigações circulantes. 
Liquidez Seca = (Ativo Circulante – Estoques) / Passivo Circulante 
 
1.4.8.4 Liquidez Geral 
 
 A liquidez geral mede a capacidade de honrar os compromissos, incluindo no 
cálculo as obrigações a longo prazo. 
Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) / (Passivo Circulante 
+ Passivo Não Circulante). 
 
1.5 Município de Vargem Grande Paulista/SP 
 
 Vargem Grande Paulista é uma pacata cidade do estado de São Paulo, 
localizada na região metropolitana de São Paulo. A cidade mostrou nos últimos anos 
um grande desenvolvimento apesar de ser considerado um município jovem. 
 Até 1981, a região pertencia a administração municipal de Cotia/SP, e 
conseguiu sua emancipação através de um plebiscito, que obteve aprovação de 
96% dos munícipes. 
 Atualmente, possui aproximadamente 42.997 habitantes, segundo o último 
Censo do IBGE (2010), onde a base da economia é agrícola, porém existe uma 
parcela considerável de indústrias. 
 
1.5.1 História do Município 
23 
 
 
 O município tem sua origem vinculada a agricultura, e passou por distintos 
períodos durante sua história, como a colonização japonesa, e a emancipação do 
município de Cotia. 
 O texto a seguir, retirado do site oficial da Prefeitura, descreve a história da 
cidade detalhadamente. 
 
Lendas contam que D. Pedro I tinha o hábito de caçar nas matas do 
Ribeirão Vargem Grande, quando então descansava naquele antigo 
casarão de estilo colonial, que existia na Estrada da Lagoa. 
O que se sabe de concreto, de acordo com registros históricos, é que as 
terras que hoje compreendem o centro de Vargem Grande Paulista, 
pertenciam ao Sr. Francisco Vieira; a sede da Associação Cultural e 
Esportiva de Vargem Grande ocupa hoje terras que pertenceram, no 
passado, ao Sr. Joaquim Nunes dos Santos; Joaquim de Oliveira possuía 
as terras da Lagoa e vivia naquele casarão colonial, com senzala e 
escravos. No ano de 1914, com a desapropriação das terras do bairro da 
Graça, hoje Morro Grande – Cotia, para a construção de uma represa que 
abasteceria a Capital do Estado de São Paulo, o Sr. Mathias Maciel de 
Almeida comprou terras do Sr. Francisco Vieira e nelas se estabeleceu, com 
seu genro Valêncio Soares Rodrigues e outros, como Leonardo Soares 
Rodrigues (Nhô Nardo), José Manoel de Oliveira (Nhô Juca), André Vieira 
de Godoy e Joaquim Soares Rodrigues, alguns dos filhos ilustres do 
Município. Mathias Maciel de Almeida iniciou o movimento para a 
implantação de escola na região e o projeto foi levado adiante. As grandes 
várzeas ali existentes eram propícias ao cultivo de cereais e de hortaliças. 
Dessa forma, foram se desenvolvendo as atividades agrícolas e pecuárias, 
que deram sustentação ao progresso e fortalecimento do povoado. 
Em 1963, Vargem Grande, então bairro de Cotia, eleva-se à categoria de 
Distrito, enquanto que a emancipação política administrativa de Vargem 
Grande Paulista data de 23 de dezembro de 1981, tendo sido seu território 
desmembrado de Cotia, após plebiscito popular que deu amplo apoio a 
essa iniciativa. O aniversário da Cidade é comemorado em 27 de novembro, 
dia de Nossa Senhora das Graças. O Município pertence à zona oeste da 
Grande São Paulo e fica 39 quilômetros em linha reta da Capital. Está 
subordinada à Comarca de Cotia, Regional de Osasco. Possui uma área 
total de 37 Km² e limita-se com as localidades de Cotia, Itapevi e São 
Roque. Localiza-se entre os quilômetros 39 e 45 da Rodovia Raposo 
Tavares (SP 270); situa-se a cerca de 930 metros de altitude, acima do 
nível do mar e sua população total, segundo o último Censo (2010), é de 
42.997, e segundo o IBGE população 2017 estimada em 50.346. O nome 
de nossa cidade expressa sua topografia: lugar plano ou planície extensa. A 
vegetação original da região é constituída de capoeiras e trechos de Mata 
Atlântica nas áreas de maiores altitudes. Em sua fauna destacam-se as 
presenças de garças e veados. Seu subsolo apresenta-se rico em caolim. 
Ressalta-se a presença no Município, desde 1929, da laboriosa colônia 
Japonesa que até o ano de 1994 reuniu-se em torno da Cooperativa 
Agrícola de Cotia hoje Coopervag – Cooperativa Agrícola de Vargem 
Grande Paulista, que hoje dedica-se ao comércio varejista, indústria e 
comércio de insumos agropecuários. Atualmente a ACEVG – Associação 
Cultural e Esportiva de Vargem Grande, incentiva a educação através da 
prática de esportes (atletismo, vôlei, tênis de mesa, beisebol, etc.), 
cultivando-se o amor pelo Brasil e pelo Japão, aproximando brasileiros e 
24 
 
nikkeis, todos empenhados no bem-estar geral, também através de 
atividades que expressam as tradições culturais. 
 
A tabela a seguir traz, com base nos dados do IBGE, os dados do município. 
Tabela 1 - Dados do Município de Vargem Grande Paulista/SP 
 
Aniversário 27 de novembro 
Fundação 23 de dezembro de 1981 
Prefeito Josué Ramos (PR) 
Vice-Prefeito Reinaldo de Oliveira (PR) 
Código do município 3556453 
Municípios limítrofes Itapevi, São Roque e Cotia 
Distância até a capital 40 quilômetros 
Características geográficas Área territorial (2016) – 42,489km² 
População estimada (IBGE 2017) 50.346 
Densidade demográfica (hab/km²) 1.012,1 
Gentílico Vargengrandense 
Fonte: IBGE, Vargem Grande Paulista/SP, 2017. 
 
1.5.2 Clima 
 
O clima da cidade, como em toda a Região Metropolitana de São Paulo, é o 
Subtropical. Verão pouco quente e chuvoso. Inverno ameno e seco. A média de 
temperatura anual gira em torno dos 20 Cº, sendo o mês mais frio julho (Média de 
15°C) e o mais quente fevereiro (Média de 23°C). O índice pluviométrico anual fica 
em torno de 1300 mm. 
 
1.5.3 Características Geográficas 
 
O primeiro nome da cidade (“Vargem Grande”) expressa sua topografia: lugar 
plano ou planície extensa. A vegetação original da região é constituída de capoeiras 
25 
 
e trechos de Mata Atlântica nas áreas de maiores altitudes. Em sua fauna destacam-
se as presenças de garças e veados. Seu subsolo apresenta-se rico em caulim. 
O manancial hídrico que abastece o Município faz parte da Bacia Hidrográfica 
do Rio Sorocaba e é constituído pelo Ribeirão Vargem Grande, Córrego do Matão, 
Córrego dos Pereiras e os lagos particulares no bairro do Tijuco Preto. 
 
1.5.4 Características Econômicas 
 
No que diz respeito aos aspectos econômicos, é importante a produção 
agrícola, verificada por várias propriedades rurais, inserindo o município no “cinturão 
verde”, que abastece a cidade de São Paulo. Os principais produtos deste setor são: 
flores, hortaliças, legumes, milho e plantas ornamentais. 
Diversas indústrias instaladas no Município contribuem para a arrecadação e 
para o aproveitamento da mão de obra local. Como exemplo, temos a indústria têxtil, 
laboratório de vacinas animais, fábrica de condutores elétricos, indústria de móveis 
para banheiros, entre outras. O comércio é muito ativo e bastante diversificado,atendendo convenientemente às necessidades de abastecimento do município. 
Baseada em dados extraídos do IBGE (2010-2015), a Tabela 2 demonstra 
índices da economia do município que em 2014, tinha um PIB per capita de R$ 
32.018.02. Na comparação com os demais municípios do estado, sua posição era 
de 137 de 645. Já na comparação com cidades do Brasil, sua colocação era de 685 
de 5570. Em 2015, tinha 58.7% do seu orçamento proveniente de fontes externas. 
Em comparação ás outra cidade do estado, estava na posição 573 de 645 e, quando 
comparado a cidades do estado, estava na posição 573 de 645 e, quando 
comparado a cidades do Brasil todo, ficava em 4839 de 5570. 
 
Tabela 2 - Índices da Economia do Município 
 
PIB per capita (2014) R$ 32.018,02 
Percentual das receitas oriundas de fontes externas (2015) 58,7% 
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) (2010) 0,77 
26 
 
Fonte: IBGE, Vargem Grande Paulista/SP 2010-2015 
 
A Tabela 3 demonstra que em 2015, o salário médio mensal era de 2.9 
salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em relação à população total 
era de 30.7%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as 
posições 97 de 645 e 143 de 645, respectivamente. Já na comparação com cidades 
do país todo, ficava na posição 262 de 5570 e 481 de 5570, respectivamente. 
Considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo por 
pessoa, tinha 33% da população nessas condições, o que o colocava na posição 
230 de 645 dentre as cidades do estado e na posição 4031 de 5570 dentre as 
cidades do Brasil. 
 
Tabela 3 - Trabalho e Rendimento 
 
Salário médio mensal dos trabalhadores formais [2015] 2,9 salários mínimos 
Pessoal ocupado [2015] 14.981 pessoas 
População ocupada [2015] 30,7% 
Percentual da população com rendimento nominal mensal 
per capita de até 1/2 salário mínimo [2010] 
33% 
Fonte: IBGE, Vargem Grande Paulista/SP 2010-2015 
 
1.5.5 Infraestrutura 
 
O setor de educação está constituído por 8 escolas Estaduais e 26 
Municipais. Há uma biblioteca Pública dotada de um razoável acervo, que é bastante 
útil a estudantes, professores e à comunidade em geral. 
A Tabela 4 demonstra que em 2015, os alunos dos anos inicias da rede 
pública da cidade tiveram nota média de 6 no IDEB. Para os alunos dos anos finais, 
essa nota foi de 5. Na comparação com cidades do mesmo estado, a nota dos 
alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 413 de 645. Considerando 
a nota dos alunos dos anos finais, a posição passava a 229 de 645. A taxa de 
escolarização (para pessoas de 6 a 14 anos) foi de 97.2 em 2010. Isso posicionava 
27 
 
o município na posição 506 de 645 dentre as cidades do estado e na posição 3382 
de 5570 dentre as cidades do Brasil. 
 
Tabela 4 - Índices da Educação 
 
Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade [2010] 97,2% 
IDEB – Anos iniciais do ensino fundamental [2015] 6 
IDEB – Anos finais do ensino fundamental [2015] 5 
Matrículas no ensino fundamental [2015] 6.774 
Matrículas no ensino médio [2015] 2.393 
Fonte: IBGE, Vargem Grande Paulista/SP 2010-2015 
 
Segundo dados do IBGE (2009-2016) a taxa de mortalidade infantil média na 
cidade é de 14.91 para 1.000 nascidos vivos. Comparado com todos os municípios 
do estado, fica nas posições 190 de 645 e 465 de 645, respectivamente. Quando 
comparado a cidades do Brasil todo, essas posições são de 2059 de 5570 e 4734 de 
5570, respectivamente. 
 
Tabela 5 - Saúde 
 
Mortalidade Infantil [2014] 14,91 óbitos por mil nascidos vivos 
Internações por diarreia [2016] 0,1 internações por mil habitantes 
Estabelecimentos de Saúde SUS [2009] 9 estabelecimentos 
Fonte: IBGE, Vargem Grande Paulista/SP 2009-2016 
 
Ainda segundo o IBGE (2009-2016) em 2010 83.8% de domicílios com 
esgotamento sanitário adequado, 78.2% de domicílios urbanos em vias públicas 
com arborização e 36.8% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização 
adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando 
comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 426 de 645, 505 de 
645 e 176 de 645, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do 
Brasil, sua posição é 772 de 5570, 2543 de 5570 e 890 de 5570, respectivamente 
28 
 
 
 
Tabela 6 - Território e Ambiente 
 
Área da unidade territorial [2016] 42,489 km² 
Esgotamento sanitário adequado [2010] 83,8 % 
Arborização de vias públicas [2010] 78,2 % 
Urbanização de vias públicas [2010] 36,8 % 
Fonte: IBGE, Vargem Grande Paulista/SP 2010-2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
2. METODOLOGIA 
 
Para promover a realização desse estudo foi desenvolvida uma pesquisa 
exploratória, que tem como pilar um estudo de caso. 
Segundo Gil (2002 p.41) as pesquisas exploratórias tem por finalidade 
proporcionar maior afinidade com o problema, tendo como principal objetivo o 
aprimoramento de ideais. 
Para o estudo de caso, o Gil (2002 p. 54) constata que consiste no estudo 
profundo de alguns objetos, permitindo seu conhecimento detalhado. 
A pesquisa em questão foi baseada em técnicas acadêmicas como 
levantamento bibliográfico e documental, e estudo de caso da prefeitura municipal 
de Vargem Grande Paulista/SP, contendo analises de demonstrações financeiras e 
contábeis da cidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
3. RESULTADOS 
 
 Com a finalidade de analisar as demonstrações contábeis e averiguar se a 
gestão pública do município de Vargem Grande Paulista/SP está fazendo uma 
correta administração dos recursos, disponibilizados através dos impostos pagos 
pela população, foram feitas análises do balanço orçamentário (Anexo A), e 
indicadores extraídos do balanço patrimonial (Anexo B) do ano de 2016. 
 Todas as demonstrações contábeis e financeiras do município, estão inclusas 
inseridas na seção de anexos deste trabalho. Ambos foram retirados e estão 
disponíveis no Portal de Transparência, do site oficial da Prefeitura de Vargem 
Grande Paulista. 
 
3.1 Análise do Balanço Orçamentário 
 
 Para analisar o Balanço Orçamentário de 2016 (Anexo A) da Prefeitura em 
questão, foram confrontados dados de receitas e as despesas do município. 
 Foi verificado que apesar de ser previsto um déficit orçamentário de 10.8 
milhões de reais, a prefeitura conseguiu alcançar um superávit de 3.2 milhões de 
reais, com uma execução de receita 3,8% superior ao previsto. 
 Além do bom desempenho com as receitas, a prefeitura reduziu as despesas 
em relação ao orçado em 5,7%, passando de 150.8 milhões para 142.3 milhões de 
reais. 
 Além disso, pode-se verificar que a cidade obteve a maior parte de suas 
receitas através das receitas correntes, porém possui uma participação significativa 
de receitas de capital, que representa 2,5% do total das receitas. 
 Do lado das despesas, o maior gasto está com as despesas de pessoal e 
encargos sociais (75.3 mi), seguida de outras despesas correntes (57.2 mi). 
Essa analise evidencia a boa gestão dos recursos financeiros em 2016, com 
excelente arrecadação e controle de gastos, desempenhados pelo governo do 
prefeito Roberto Rocha. 
31 
 
 
3.2 Análise do Balanço Patrimonial 
 
 O Balanço Patrimonial de 2016 (Anexo B) da cidade vargem-grandense foi 
analisado através dos índices de liquidez, baseados no capítulo “1.4.8 Índices de 
Liquidez.” 
 Os índices refletem “a velocidade com que um ativo pode ser transformado 
em dinheiro.” A tabela a seguir traz um resumo dos principais índices utilizados 
nesta análise.(PORTAL DE CONTABILIDADE, 2017) 
Tabela 7 - Índices de Liquidez 
 
Índice de Liquidez Geral 
 R$ 30.006.895,74 + R$ 40.321.462,14 = R$70.328.357,88 → R$4,47 
R$ 12.044.208,42 + R$ 3.690.744,54 
 
R$15.734.952,96 
 
 Índice de Liquidez Corrente 
 R$30.006.895,74 = R$30.006.895,74 → R$2,49 
R$12.044.208,42 
 
R$12.044.208,42 
 
 Índice de Liquidez Seca 
 R$ 30.006.895,74 - 1.235.273,07 = R$28.771.622,67 → R$2,39 
R$12.044.208,42 
 
R$12.044.208,42 
 
 Índice de Liquidez Imediata 
 R$28.502.906,47 = R$28.502.906,47 → R$2,37 
R$12.044.208,42 
 
R$12.044.208,42 
 
 Fonte: Elaborado pelos autores, 2017. 
 É possível constatar com o índice de liquidez geral (4,47) que a liquidez de 
longo prazo está excelente, pois para cada um passivo (circulante + longo prazo) 
temos 4 ativos (circulante + longo prazo). 
32 
 
 Com o índice de liquidez corrente (2,49) observa-se a boa capacidade de 
pagamento dos compromissos de curto prazo assumidos pela prefeitura em 2016. 
 O índice de liquidez seca (2,39) demonstra o bom aproveitamento da cidade 
sem os itens não monetários 
Por fim, o índice de liquidez imediata, que indica a capacidade de honrar os 
compromissos imediatamente mostrou-se excelente, com o ativo cobrindo em 2,37 
vezes as obrigações. 
Conclui-se então que a Prefeitura de Vargem Grande Paulista/SP demonstrou 
excelente solvência financeira, com margem para liquidar seus compromissos. O 
que remete novamente a boa administração dos recursos financeiros no ano de 
2016. 
 
33 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Diante do exposto ao longo desse trabalho acadêmico com a bibliografia 
levantada e as análises da Prefeitura estudada, constatamos que a cidade de 
Vargem Grande Paulista/SP possui uma boa gestão financeira, como demonstrada 
com os excelentes índices de liquidez e o superávit nas contas públicas do ano de 
2016. 
 No decorrer da pesquisa apresentada, pôde-se desprender que apesar da 
Contabilidade Aplicada ao Setor Público ter como base técnica a Contabilidade 
Aplicada ao Setor Privado, existem algumas diferenças que as caracterizam. 
 A Contabilidade Pública possui um grande rigor, no que diz respeito ao 
controle dos recursos financeiros principalmente dos gastos. O gestor público possui 
menor liberdade para gerenciar seu orçamento durante o ano, em comparação ao 
gestor privado. Enquanto o administrador público necessita de abertura de créditos 
adicionais para uma despesa “não orçada”, o administrador de entidade particular 
pode administrar a sazonalidade de seu budget com maior facilidade. 
 As diferenças técnicas como o regime contábil misto, e o padrão das 
demonstrações contábeis entre as duas aplicações das ciências contábeis, são 
minimizadas quando se compara, por exemplo, a “Lei de Responsabilidade Fiscal”, 
que estabelece controles para as finanças públicas. Algo do tipo, não é visto nas 
principais leis contábeis (11.638/07 e 6.404/76), e tampouco nas políticas internas 
das grandes empresas é encontrado este nível de controle. 
 Por fim, conclui-se em relação as análises contábeis da cidade de Vargem 
Grande Paulista, que o município possui uma boa saúde financeira para continuar o 
desenvolvimento visto nos últimos anos. Quanto as diferenças entre a contabilidade 
aplicada ao setor público, vista ao longo do curso de Contabilidade Pública e 
Governamental, com a contabilidade aplicada ao setor privado, pode-se concluir que 
enquanto a contabilidade privada tem como foco o lucro e o patrimônio privado, a 
contabilidade pública busca o controle e a gestão dos recursos. 
34 
 
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35 
 
 
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 37 
 
5. ANEXOS 
5.1 ANEXO A – Balanço Orçamentário 2016 
 
 38 
 
5.2 ANEXO B – Balanço Patrimonial 2016 
 
 39 
 
5.3 ANEXO C – Balanço Financeiro 2016 
 
 40 
 
5.4 ANEXO D – Demonstrações das Variações Patrimoniais 2016 
 
 
 41 
 
 
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