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Direitos Humanos Exercício 09

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1a Questão 
 
 Em seu livro Levando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o caso Riggs contra 
Palmer, em que um jovem matou o próprio avô para ficar com a herança. O Tribunal 
de Nova Iorque (em 1889) julga o caso considerando que a legislação do local e da 
época não previa o homicídio como causa de exclusão da sucessão. Para solucionar o 
caso, o Tribunal aplica o princípio, não legislado, do direito que diz que ninguém pode 
se beneficiar de sua própria iniquidade ou ilicitude. Assim, o assassino não recebeu 
sua herança. Com esse exemplo podemos concluir que a jusfilosofia de Ronald 
Dworkin, dentre outras coisas, pretende 
 
 argumentar que regras e princípios são normas com características distintas e em 
certos casos os princípios poderão justificar de forma mais razoável a decisão 
judicial, pois a tornam também moralmente aceitável. 
 defender que regras e princípios são normas jurídicas que possuem as mesmas 
características e, por isso, ambos podem ser aplicados livremente pelos tribunais. 
 mostrar como as cortes podem ser ativistas quando decidem com base em 
princípios e não com base na lei e que decidir assim fere o estado de direito. 
 revelar que a responsabilidade sobre o maior ou menor grau de justiça de um 
ordenamento jurídico é responsabilidade exclusiva do legislador que deve se 
esforçar por produzir leis justas. 
 Tanto as regras como os princípios são sempre aplicados mediante subsunção. 
 
 
 
 2a Questão 
 
 
 Operação desencadeada pela Polícia Federal quebra o sigilo bancário de uma pessoa 
suspeita de ¿lavagem de dinheiro¿. Considerando que o sigilo bancário é um corolário 
do direito fundamental à privacidade, capitulado no art. 5.º, X, da Constituição da 
República, de 1988, tal quebra de sigilo é juridicamente possível? 
 
 Sim, desde que haja fundada suspeita de cometimento de algum ilícito e, ainda, 
desde que seja autorizado por uma autoridade judicial, podendo ser autorizado por 
CPI¿s. Os direitos fundamentais não se prestam a acobertar transações ilícitas, 
mas sim a resguardar a intimidade e a vida privada das pessoas. 
 Não, o direito fundamental é absoluto, não cabendo ceder em proveito de outro 
direito fundamental ou sequer do interesse público. 
 Sim, há sempre o interesse maior da Polícia Federal, órgão público, que em suas 
operações busca a elucidação de desvios, independente dos motivos que levam ao 
pedido de quebra. 
 Não, O desvio de finalidade na utilização dessa garantia constitucional de 
privacidade, não autoriza a sua quebra pelo Juiz ou pelas CPI¿s. 
 Não, por ser um direito fundamental, constitucionalmente protegido, o sigilo 
bancário das pessoas não pode ser quebrado. 
 
 
 
 3a Questão 
 
 
 Quanto ao Princípio da Concordância Prática podemos dizer que: 
 
 
É o resultado da impossibilidade de se obter concessões recíprocas, ou seja, 
simplesmente não foi possível alcançar qualquer tipo de harmonização, tornando-
se necessário, então, optar pela aplicação de apenas um enunciado normativo. 
 Impõe-se o estabelecimento de limites e condicionamentos de um lado, com o fim 
de conseguir uma melhor decisão para os bens. 
 O intérprete avalia o grau da lesão imposta ao direito constitucional perdedor, 
verificando se não há outro meio igualmente eficaz para satisfazer o princípio 
vencedor que sacrificasse menos o princípio perdedor. 
 O juiz deve apreciar a relação entre o fim constitucional e as medidas impostas 
pelos direitos em tensão, havendo, pois, a exigibilidade de um em relação às 
outras. 
 
O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe 
uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos. 
 
 
 
 4a Questão 
 
 
 O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe 
uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos de forma a conseguir uma 
harmonização entre esses bens. Trata-se do princípio: 
 
 Princípio da Necessidade. 
 Tal possibilidade inexiste no Direito Pátrio. 
 Princípio da Concordância Prática. 
 Princípio da Ponderação Excludente. 
 Princípio da Proporcionalidade em sentido estrito. 
 
 
 
 5a Questão 
 
 
 ¿A interpretação é um processo aberto, no qual estão envolvidos os Poderes Estatais, 
os órgãos públicos, mas também os cidadãos e os grupos sociais¿ (Häberle) O 
princípio hermenêutico da concordância prática ou harmonização deve ser entendido 
como 
 
 
aquele que o interprete parte da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos 
constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual 
conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de 
um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de 
concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. 
 aquele que o intérprete máximo da Constituição, no caso brasileiro o STF, ao 
concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força 
normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções 
constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da 
separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. 
 aquele que consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente 
das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, 
proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a 
positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto 
princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento 
jurídico¿ Trata -se de princípio extremamente importante, especialmente na 
situação de colisão entre valores constitucionalizados. 
 aquele que o interprete parte do caso concreto para a norma, e não da Constituição 
para o problema. 
 aquele que o interprete da Constituição deve assegurar a mais ampla efetividade 
social as normas constitucionais. ¿É um princípio operativo em relação a todas e 
quaisquer normas constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da 
atualidade das normas programáticas, é hoje sobretudo invocado no âmbito dos 
direitos fundamentais (no caso de dúvidas deve preferir -se a interpretação que 
reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais). 
 
 
 
 6a Questão 
 
 
 ¿Utilizado, de ordinário, para aferir a legitimidade das restrições de direitos ¿ muito 
embora possa aplicar -se, também, para dizer do equilíbrio na concessão de poderes, 
privilégios ou benefícios (...) em essência, consubstancia uma pauta de natureza 
valorativa que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, 
prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores 
afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive a de nível constitucional; 
e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo 
o ordenamento jurídico¿. Este texto refere-se a quais princípios da interpretação 
constitucional? 
 
 unidade/força normativa; 
 eficácia integradora/interpretação conforme a Constituição; 
 elástico/efeito integrador. 
 proporcionalidade/razoabilidade; 
 correção funcional/máxima efetividade; 
 
 
 
 7a Questão 
 
 
 
"(...) Responsabilidade civil de empresa jornalística. Publicação ofensiva. I. Liberdade 
de informação versus inviolabilidade à vida privada. Princípio da unidade 
constitucional. Na temática atinente aos direitos e garantias fundamentais, dois 
princípios constitucionais se confrontam e devem ser conciliados. De um lado, a livre 
expressão da atividade intelectual,artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença, de outro lado, a inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Sempre que princípios 
aparentam colidir, deve o intérprete procurar as reciprocas implicações existentes 
entre eles até chegar a uma inteligência harmoniosa, porquanto, em face do princípio 
da lealdade constitucional, a Constituição não; pode estar em conflito consigo mesma, 
não obstante a diversidade de normas e princípios que contém. Assim, se ao direito à 
livre expressão da atividade intelectual e de comunicação contrapõe-se o direito à 
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, segue-se como 
consequência lógica que este último condiciona o exercício do primeiro, atuando 
como limite estabelecido pela própria Lei Maior para impedir excessos e abusos" 
(Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Apelação Cível n° 760/96 - RJ, 2ª Câmara 
Cível, rel. Des. SÉRGIO CAVALIERI FILHO). Dessa forma, no caso concreto, 
ponderou-se que o princípio da inviolabilidade da vida privada teria maior "peso e 
importância" do que a liberdade de expressão, para fins de aplicação da sanção civil. 
Aplicou-se, assim, a dimensão de peso e importância, apesar de ficar consignado em 
diversas partes do acórdão, que se deveria buscar a conciliação dos princípios. Na 
hipótese, como a conciliação completa não seria possível, tendo em vista que a 
matéria já havia sido publicada, condenou-se a Editora Abril S.A. a pagar uma 
indenização à atriz, pela violação de sua vida privada. A partir do texto, é correto 
afirmar que: 
 
 
O texto deixa claro que foi adotada a interpretação que garantisse a maior eficácia 
e supremacia de um dos direitos colidentes; 
 
Para equacionar a colisão de direitos fundamentais, bem como para confirmar a 
validade ou não do ato estatal que tenha por finalidade restringir direitos 
fundamentais, a hermenêutica constitucional vem utilizando diversos parâmetros, 
dentre os quais se destacam (a) a utilização da regra da proporcionalidade e a 
necessária ponderação dos interesses envolvidos; 
 No caso, para a solução da colisão entre os direitos constitucionais mencionados, 
foi utilizado pelo interprete os meios tradicionais de interpretação; 
 O texto invoca como via de solução da controvérsia constitucional, a utilização do 
princípio da generalidade e abstração, que permitem ao interprete larga 
discricionariedade hermenêutica. 
 É nítido no texto o0 reconhecimento pelo interprete da existência de hierarquia 
entre normas constitucionais, tanto que a Editora foi condenada a pagar 
indenização à atriz, pela violação da sua vida privada; 
 
 
 
 8a Questão 
 
 
 A tríade subprincipial da proporcionalidade é composta pelos seguintes subprincípios: 
 
 adequação meio, necessidade fática e proporcionalidade em sentido amplo 
 adequação, reserva fática e razoabilidade 
 adequação, impositividade e proporcionalidade em sentido estrito 
 adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito 
 adequação jurídica, necessidade meio e proporcionalidade em sentido amplo 
 
1a Questão 
 
 este princípio proporciona a todos os Estados o direito subjetivo de proteção, em face 
da UE e dos demais Estados. Assim, o respeito pelas identidades nacionais investe-se 
como uma obrigação de considerar também este aspecto no processo de ponderação, 
quando deva a UE decidir sobre situações várias. O enunciado acima se refere a qual 
princípio? 
 
 Princípio dos poderes implícitos 
 Princípio do Respeito pela estadualidade 
 Princípio da Liberdade 
 Princípio do Respeito pelas identidades nacionais 
 Princípio da dignidade da pessoa humana 
 
 
 
 2a Questão 
 
 
 A respeito da colisão entre direitos fundamentais, é CORRETO afirmar que: 
 
 Deve-se, primeiramente, identificar qual dos princípios possui maior hierarquia, 
para fins de resolução do conflito. 
 Deve-se, primeiramente, identificar qual princípio irá prevalecer sobre o outro, 
mediante aplicação da ponderação excludente. 
 Deve-se, primeiramente, identificar qual dos princípios é o mais recente, para fins 
de resolução do conflito. 
 Deve-se, primeiramente, buscar soluções conciliatórias entre princípios 
conflitantes, mediante aplicação do princípio da concordância prática. 
 Deve-se, primeiramente, identificar qual dos princípios tem maior hierarquia in 
abstrato, para fins de resolução do conflito. 
 
 
 
 3a Questão 
 
 
 A tríade subprincipial da proporcionalidade é composta pelos seguintes subprincípios: 
 
 adequação, reserva fática e razoabilidade 
 adequação meio, necessidade fática e proporcionalidade em sentido amplo 
 adequação jurídica, necessidade meio e proporcionalidade em sentido amplo 
 adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito 
 adequação, impositividade e proporcionalidade em sentido estrito 
 
 
 
 4a Questão 
 
 
 Quanto ao Princípio da Concordância Prática podemos dizer que: 
 
 O intérprete avalia o grau da lesão imposta ao direito constitucional perdedor, 
verificando se não há outro meio igualmente eficaz para satisfazer o princípio 
vencedor que sacrificasse menos o princípio perdedor. 
 
É o resultado da impossibilidade de se obter concessões recíprocas, ou seja, 
simplesmente não foi possível alcançar qualquer tipo de harmonização, tornando-
se necessário, então, optar pela aplicação de apenas um enunciado normativo. 
 O juiz deve apreciar a relação entre o fim constitucional e as medidas impostas 
pelos direitos em tensão, havendo, pois, a exigibilidade de um em relação às 
outras. 
 Impõe-se o estabelecimento de limites e condicionamentos de um lado, com o fim 
de conseguir uma melhor decisão para os bens. 
 
O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe 
uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos. 
 
 
 
 5a Questão 
 
 
 O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe 
uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos de forma a conseguir uma 
harmonização entre esses bens. Trata-se do princípio: 
 
 Princípio da Concordância Prática. 
 Princípio da Proporcionalidade em sentido estrito. 
 Princípio da Necessidade. 
 Tal possibilidade inexiste no Direito Pátrio. 
 Princípio da Ponderação Excludente. 
 
 
 
 6a Questão 
 
 
 ¿A interpretação é um processo aberto, no qual estão envolvidos os Poderes Estatais, 
os órgãos públicos, mas também os cidadãos e os grupos sociais¿ (Häberle) O 
princípio hermenêutico da concordância prática ou harmonização deve ser entendido 
como 
 
 aquele que o intérprete máximo da Constituição, no caso brasileiro o STF, ao 
concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força 
normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções 
constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da 
separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. 
 
aquele que consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente 
das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, 
proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a 
positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto 
princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento 
jurídico¿ Trata -se de princípio extremamente importante, especialmente na 
situação de colisão entre valores constitucionalizados. 
 aquele que o interprete parte do caso concreto paraa norma, e não da Constituição 
para o problema. 
 aquele que o interprete da Constituição deve assegurar a mais ampla efetividade 
social as normas constitucionais. ¿É um princípio operativo em relação a todas e 
quaisquer normas constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da 
atualidade das normas programáticas, é hoje sobretudo invocado no âmbito dos 
direitos fundamentais (no caso de dúvidas deve preferir -se a interpretação que 
reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais). 
 
aquele que o interprete parte da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos 
constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual 
conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de 
um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de 
concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. 
 
 
 
 7a Questão 
 
 
 ¿Utilizado, de ordinário, para aferir a legitimidade das restrições de direitos ¿ muito 
embora possa aplicar -se, também, para dizer do equilíbrio na concessão de poderes, 
privilégios ou benefícios (...) em essência, consubstancia uma pauta de natureza 
valorativa que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, 
prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores 
afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive a de nível constitucional; 
e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo 
o ordenamento jurídico¿. Este texto refere-se a quais princípios da interpretação 
constitucional? 
 
 eficácia integradora/interpretação conforme a Constituição; 
 unidade/força normativa; 
 elástico/efeito integrador. 
 proporcionalidade/razoabilidade; 
 correção funcional/máxima efetividade; 
 
 
 
 8a Questão 
 
 
 
"(...) Responsabilidade civil de empresa jornalística. Publicação ofensiva. I. Liberdade 
de informação versus inviolabilidade à vida privada. Princípio da unidade 
constitucional. Na temática atinente aos direitos e garantias fundamentais, dois 
princípios constitucionais se confrontam e devem ser conciliados. De um lado, a livre 
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença, de outro lado, a inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Sempre que princípios 
aparentam colidir, deve o intérprete procurar as reciprocas implicações existentes entre 
eles até chegar a uma inteligência harmoniosa, porquanto, em face do princípio da 
lealdade constitucional, a Constituição não; pode estar em conflito consigo mesma, não 
obstante a diversidade de normas e princípios que contém. Assim, se ao direito à livre 
expressão da atividade intelectual e de comunicação contrapõe-se o direito à 
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, segue-se como 
consequência lógica que este último condiciona o exercício do primeiro, atuando como 
limite estabelecido pela própria Lei Maior para impedir excessos e abusos" (Tribunal de 
Justiça do Rio de Janeiro, Apelação Cível n° 760/96 - RJ, 2ª Câmara Cível, rel. Des. 
SÉRGIO CAVALIERI FILHO). Dessa forma, no caso concreto, ponderou-se que o 
princípio da inviolabilidade da vida privada teria maior "peso e importância" do que a 
liberdade de expressão, para fins de aplicação da sanção civil. Aplicou-se, assim, a 
dimensão de peso e importância, apesar de ficar consignado em diversas partes do 
acórdão, que se deveria buscar a conciliação dos princípios. Na hipótese, como a 
conciliação completa não seria possível, tendo em vista que a matéria já havia sido 
publicada, condenou-se a Editora Abril S.A. a pagar uma indenização à atriz, pela 
violação de sua vida privada. A partir do texto, é correto afirmar que: 
 
 É nítido no texto o0 reconhecimento pelo interprete da existência de hierarquia entre 
normas constitucionais, tanto que a Editora foi condenada a pagar indenização à 
atriz, pela violação da sua vida privada; 
 
No caso, para a solução da colisão entre os direitos constitucionais mencionados, foi 
utilizado pelo interprete os meios tradicionais de interpretação; 
 O texto invoca como via de solução da controvérsia constitucional, a utilização do 
princípio da generalidade e abstração, que permitem ao interprete larga 
discricionariedade hermenêutica. 
 O texto deixa claro que foi adotada a interpretação que garantisse a maior eficácia e 
supremacia de um dos direitos colidentes; 
 
Para equacionar a colisão de direitos fundamentais, bem como para confirmar a 
validade ou não do ato estatal que tenha por finalidade restringir direitos 
fundamentais, a hermenêutica constitucional vem utilizando diversos parâmetros, 
dentre os quais se destacam (a) a utilização da regra da proporcionalidade e a 
necessária ponderação dos interesses envolvidos; 
 
1a Questão 
 
 
Em seu livro Levando os Direitos a Sério, Ronald Dworkin cita o caso Riggs contra 
Palmer, em que um jovem matou o próprio avô para ficar com a herança. O Tribunal 
de Nova Iorque (em 1889) julga o caso considerando que a legislação do local e da 
época não previa o homicídio como causa de exclusão da sucessão. Para solucionar o 
caso, o Tribunal aplica o princípio, não legislado, do direito que diz que ninguém pode 
se beneficiar de sua própria iniquidade ou ilicitude. Assim, o assassino não recebeu 
sua herança. Com esse exemplo podemos concluir que a jusfilosofia de Ronald 
Dworkin, dentre outras coisas, pretende 
 
 
revelar que a responsabilidade sobre o maior ou menor grau de justiça de um 
ordenamento jurídico é responsabilidade exclusiva do legislador que deve se 
esforçar por produzir leis justas. 
 Tanto as regras como os princípios são sempre aplicados mediante subsunção. 
 
argumentar que regras e princípios são normas com características distintas e em 
certos casos os princípios poderão justificar de forma mais razoável a decisão 
judicial, pois a tornam também moralmente aceitável. 
 defender que regras e princípios são normas jurídicas que possuem as mesmas 
características e, por isso, ambos podem ser aplicados livremente pelos tribunais. 
 mostrar como as cortes podem ser ativistas quando decidem com base em 
princípios e não com base na lei e que decidir assim fere o estado de direito. 
 
 
 
 2a Questão 
 
 
 Operação desencadeada pela Polícia Federal quebra o sigilo bancário de uma pessoa 
suspeita de ¿lavagem de dinheiro¿. Considerando que o sigilo bancário é um corolário 
do direito fundamental à privacidade, capitulado no art. 5.º, X, da Constituição da 
República, de 1988, tal quebra de sigilo é juridicamente possível? 
 
 Sim, desde que haja fundada suspeita de cometimento de algum ilícito e, ainda, 
desde que seja autorizado por uma autoridade judicial, podendo ser autorizado por 
CPI¿s. Os direitos fundamentais não se prestam a acobertar transações ilícitas, 
mas sim a resguardar a intimidade e a vida privada das pessoas. 
 Não, O desvio de finalidade na utilização dessa garantia constitucional de 
privacidade, não autoriza a sua quebra pelo Juiz ou pelas CPI¿s. 
 Não, por ser um direito fundamental, constitucionalmente protegido, o sigilo 
bancário das pessoas não pode ser quebrado. 
 Sim, há sempre o interesse maior da Polícia Federal, órgão público, que em suas 
operações busca a elucidação de desvios, independente dos motivos que levam ao 
pedido de quebra. 
 Não, o direito fundamental é absoluto, não cabendo ceder em proveito de outro 
direito fundamental ou sequer do interesse público. 
 
 
 
 3a Questão 
 
 
 Quanto ao Princípio da Concordância Prática podemos dizer que: 
 
 
Impõe-se o estabelecimento de limites e condicionamentos de um lado,com o fim 
de conseguir uma melhor decisão para os bens. 
 É o resultado da impossibilidade de se obter concessões recíprocas, ou seja, 
simplesmente não foi possível alcançar qualquer tipo de harmonização, tornando-
se necessário, então, optar pela aplicação de apenas um enunciado normativo. 
 O juiz deve apreciar a relação entre o fim constitucional e as medidas impostas 
pelos direitos em tensão, havendo, pois, a exigibilidade de um em relação às 
outras. 
 
O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe 
uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos. 
 O intérprete avalia o grau da lesão imposta ao direito constitucional perdedor, 
verificando se não há outro meio igualmente eficaz para satisfazer o princípio 
vencedor que sacrificasse menos o princípio perdedor. 
 
 
 
 4a Questão 
 
 
 O valor dos bens constitucionais não possui uma diferença de hierarquia. Não cabe 
uma solução com o sacrifício de uns em relação aos outros. Impõe-se o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos de forma a conseguir uma 
harmonização entre esses bens. Trata-se do princípio: 
 
 Princípio da Necessidade. 
 Princípio da Ponderação Excludente. 
 Tal possibilidade inexiste no Direito Pátrio. 
 Princípio da Concordância Prática. 
 Princípio da Proporcionalidade em sentido estrito. 
 
 
 
 5a Questão 
 
 
 ¿A interpretação é um processo aberto, no qual estão envolvidos os Poderes Estatais, 
os órgãos públicos, mas também os cidadãos e os grupos sociais¿ (Häberle) O 
princípio hermenêutico da concordância prática ou harmonização deve ser entendido 
como 
 
 
aquele que o interprete parte da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos 
constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual 
conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de 
um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de 
concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. 
 aquele que o interprete da Constituição deve assegurar a mais ampla efetividade 
social as normas constitucionais. ¿É um princípio operativo em relação a todas e 
quaisquer normas constitucionais, e embora a sua origem esteja ligada à tese da 
atualidade das normas programáticas, é hoje sobretudo invocado no âmbito dos 
direitos fundamentais (no caso de dúvidas deve preferir -se a interpretação que 
reconheça maior eficácia aos direitos fundamentais). 
 aquele que o interprete parte do caso concreto para a norma, e não da Constituição 
para o problema. 
 aquele que consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente 
das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, 
proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a 
positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto 
princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo o ordenamento 
jurídico¿ Trata -se de princípio extremamente importante, especialmente na 
situação de colisão entre valores constitucionalizados. 
 aquele que o intérprete máximo da Constituição, no caso brasileiro o STF, ao 
concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força 
normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções 
constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da 
separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. 
 
 
 
 6a Questão 
 
 
 ¿Utilizado, de ordinário, para aferir a legitimidade das restrições de direitos ¿ muito 
embora possa aplicar -se, também, para dizer do equilíbrio na concessão de poderes, 
privilégios ou benefícios (...) em essência, consubstancia uma pauta de natureza 
valorativa que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, 
prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores 
afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive a de nível constitucional; 
e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de interpretação para todo 
o ordenamento jurídico¿. Este texto refere-se a quais princípios da interpretação 
constitucional? 
 
 eficácia integradora/interpretação conforme a Constituição; 
 correção funcional/máxima efetividade; 
 proporcionalidade/razoabilidade; 
 unidade/força normativa; 
 elástico/efeito integrador. 
 
 
 
 7a Questão 
 
 
 
"(...) Responsabilidade civil de empresa jornalística. Publicação ofensiva. I. Liberdade 
de informação versus inviolabilidade à vida privada. Princípio da unidade 
constitucional. Na temática atinente aos direitos e garantias fundamentais, dois 
princípios constitucionais se confrontam e devem ser conciliados. De um lado, a livre 
expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença, de outro lado, a inviolabilidade da 
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das pessoas. Sempre que princípios 
aparentam colidir, deve o intérprete procurar as reciprocas implicações existentes 
entre eles até chegar a uma inteligência harmoniosa, porquanto, em face do princípio 
da lealdade constitucional, a Constituição não; pode estar em conflito consigo mesma, 
não obstante a diversidade de normas e princípios que contém. Assim, se ao direito à 
livre expressão da atividade intelectual e de comunicação contrapõe-se o direito à 
inviolabilidade da intimidade, da vida privada, da honra e da imagem, segue-se como 
consequência lógica que este último condiciona o exercício do primeiro, atuando 
como limite estabelecido pela própria Lei Maior para impedir excessos e abusos" 
(Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Apelação Cível n° 760/96 - RJ, 2ª Câmara 
Cível, rel. Des. SÉRGIO CAVALIERI FILHO). Dessa forma, no caso concreto, 
ponderou-se que o princípio da inviolabilidade da vida privada teria maior "peso e 
importância" do que a liberdade de expressão, para fins de aplicação da sanção civil. 
Aplicou-se, assim, a dimensão de peso e importância, apesar de ficar consignado em 
diversas partes do acórdão, que se deveria buscar a conciliação dos princípios. Na 
hipótese, como a conciliação completa não seria possível, tendo em vista que a 
matéria já havia sido publicada, condenou-se a Editora Abril S.A. a pagar uma 
indenização à atriz, pela violação de sua vida privada. A partir do texto, é correto 
afirmar que: 
 
 
É nítido no texto o0 reconhecimento pelo interprete da existência de hierarquia 
entre normas constitucionais, tanto que a Editora foi condenada a pagar 
indenização à atriz, pela violação da sua vida privada; 
 O texto deixa claro que foi adotada a interpretação que garantisse a maior eficácia 
e supremacia de um dos direitos colidentes; 
 O texto invoca como via de solução da controvérsia constitucional, a utilização do 
princípio da generalidade e abstração, que permitem ao interprete larga 
discricionariedade hermenêutica. 
 
Para equacionar a colisão de direitos fundamentais, bem como para confirmar a 
validade ou não do ato estatal que tenha por finalidade restringir direitos 
fundamentais, a hermenêutica constitucional vem utilizando diversos parâmetros, 
dentre os quais se destacam (a) a utilização da regra da proporcionalidade e a 
necessária ponderação dos interesses envolvidos; 
 No caso, para a solução da colisão entre os direitos constitucionais mencionados, 
foi utilizado pelo interprete os meios tradicionais de interpretação; 
 
 
 
 8a Questão 
 
 
 A tríade subprincipial da proporcionalidade é composta pelos seguintes subprincípios: 
 
 adequação jurídica, necessidade meio e proporcionalidade emsentido amplo 
 adequação, necessidade e proporcionalidade em sentido estrito 
 adequação meio, necessidade fática e proporcionalidade em sentido amplo 
 adequação, impositividade e proporcionalidade em sentido estrito 
 adequação, reserva fática e razoabilidade

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