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CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RONILDO XAVIER DOS SANTOS APLICAÇÃO DO FMEA NO PROJETO DE MOLDES PARA INJEÇÃO DE MATERIAIS TERMOPLÁSTICOS São Paulo 2009 CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RONILDO XAVIER DOS SANTOS APLICAÇÃO DO FMEA NO PROJETO DE MOLDES PARA INJEÇÃO DE MATERIAIS TERMOPLÁSTICOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Tecnologia de Produção ênfase Plástico na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo de Produção com ênfase em Plástico. Orientador: Prof. Lúcio Cesar Severiano São Paulo 2009 Santos, Ronildo Xavier dos Aplicação do Fmea no Projeto de Moldes para Injeção de Materiais Termoplásticos / Ronildo Xavier dos Santos – São Paulo, SP : [s.n], 2009. 50f. Orientador: Prof. Lúcio Cesar Severiano Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Centro Tecnológico da Zona Leste – Faculdade de Tecnologia da Zona Leste. Bibliografia: f. 1. Histórico do Fmea. 2. Definição de Moldes. 3. Problemas mais Comuns. I. Severiano, Lúcio Cesar. II. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste . CENTRO TECNOLÓGICO DA ZONA LESTE FACULDADE DE TECNOLOGIA DA ZONA LESTE RONILDO XAVIER DOS SANTOS APLICAÇÃO DO FMEA NO PROJETO DE MOLDES PARA INJEÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no curso de Tecnologia de Produção ênfase Plástico na FATEC ZL como requerido parcial para obter o Título de Tecnólogo de Produção com ênfase em Plástico. COMISSÃO EXAMINADORA __________________________________ Prof. Lúcio Cesar Severiano. Faculdade de Tecnologia da Zona Leste __________________________________ Prof. Me. Givanildo Alves dos Santos Faculdade de Tecnologia da Zona Leste __________________________________ Prof. Me. Bruno Tadeu Garcia Faculdade de Tecnologia da Zona Leste SEE/SP- Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. São Paulo,___de______________de 2009 AGRADECIMENTOS A Deus, a minha esposa Cleonice e minha filha Geovanna, pelo grande apoio e compreensão das horas que deixamos de estar juntos em prol da concretização deste trabalho. Em especial, ao meu orientador, Prof. Lúcio pela paciência e confiança na realização e término deste trabalho. Não posso deixar de agradecer também a empresa que viabilizou a realização deste trabalho, à instituição de ensino FATEC – ZL onde realizei meu curso de Tecnologia de Produção ênfase Plástico e a todos os professores que se empenharam, e se dedicaram durante estes três anos dando o melhor de si. A sabedoria, porém, lá do alto, é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento. Tiago 3:17 RESUMO O sucesso empresarial é constantemente almejado pelas organizações. A adoção de ferramentas da qualidade para a redução dos custos da não-qualidade, pode ajudar neste processo. Através deste trabalho pretende-se mostrar as princípais caracteristicas do (FMEA) Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos (Failure Modes and Effects Analysis), a importância da sua aplicação para identificar todos os possiveis modos potenciais de falha e determinar o efeito de cada uma sobre o desempenho do sistema (produto/processo). Em um exemplo real veremos que a aplicação do FMEA traz resultados extraordinários, pois, unindo as experiências dos profissionais envolvidos, mais os relatos de problemas obtidos no passado resulta-se em ferramentais eficientes e prazos eficazes. Os resultados obtidos, e as conclusões serão apresentados no final do presente trabalho. Palavras-chave: FMEA, Produto/Processo, Eficientes. ABSTRACT The business success is constantly longed for by the organizations. The adoption of tools of the quality for the reduction of the costs of the no-quality, it can help in this process. Through this work it intends to show the characteristic of substantial’s the (FMEA) Analysis of the Manners of Flaw and their Effects (Failure Modes and Effects Analysis), the importance of his application to identify all the possible potential manners of flaw and to determine the effect of each one on the acting of the system (product / process). In a real example we will see that the application of FMEA brings extraordinary results, because, uniting the involved professional’s experiences, more the reports of problems obtained in the past is resulted in shelf-efficient and effective periods. The obtained results and the conclusions will be presented in the end of the present work. Key-works: FMEA, Product/Process, Efficient. LISTA DE FIGURAS Figura 2.1 - Relação do RPN com S, O e D ............................................................. 25 Figura 3.1 - Componentes básicos de um molde ..................................................... 28 Figura 3.2 - Molde de duas placas ........................................................................... 29 Figura 3.3 - Molde de três placas ............................................................................. 30 Figura 3.4 - Placa do molde com partes móveis ...................................................... 31 Figura 4.1 - Peça com rebarbas ............................................................................... 33 Figura 4.2 - Peça com marca de carbonização (efeito diesel) .................................. 35 Figura 4.3 - Peça contendo marca de chupagem ..................................................... 36 Figura 5.1 - Tampa do Reservatório de Combustível ............................................... 38 Figura 5.2 - Caixa contendo os Terminais que serão montados .............................. 39 Figura 5.3 - Peça com Terminal Aflorando em sua superfície .................................. 40 Figura 5.4 - Peça antes da adaptação do Molde ...................................................... 41 Figura 5.5 - Molde produzindo em Injetora Horizontal .............................................. 41 Figura 5.6 - Molde adaptado na Máquina Vertical .................................................... 42 Figura 5.7 - Peça mais o Canal de Distribuição ....................................................... 43 Figura 5.8 - Conformadores para eliminar empenamentos ...................................... 43 Figura 5.9 - Molde Aprovado no 2° Try-out ..............................................................44 Figura 5.10 - Produto Grid Defrost ........................................................................... 45 LISTA DE QUADROS Quadro 2.1 - Tabela de Severidade ......................................................................... 23 Quadro 2.2 - Tabela de Ocorrência .......................................................................... 24 Quadro 2.3 - Tabela de Detecção ............................................................................ 24 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 1.1 Objetivos ............................................................................................................ 13 1.2 Metodologia ........................................................................................................ 13 2 HISTÓRICO DO FMEA ......................................................................................... 14 2.1 Definições do Fmea ........................................................................................... 15 2.2 Tipos de Fmea ................................................................................................... 17 2.3 Objetivo da implementação do Fmea ................................................................. 18 2.4 Metodologia do FMEA ........................................................................................ 19 2.5 Etapas para confecção do Fmea ........................................................................ 20 2.6 Modo de Falha Potencial .................................................................................... 20 2.6.1 Efeito (s) Potencial (is) da Falha ..................................................................... 21 2.6.2 Causa da Falha ............................................................................................... 22 2.6.3 Avaliação dos Riscos (Severidades) ............................................................... 22 2.6.4 RPN – Risk Priority Number: cálculo de prioridade de risco ............................ 25 3 DEFINIÇÃO DE MOLDES PARA INJEÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS .................. 26 3.1 Componentes de um Molde ............................................................................... 27 3.2 Tipos mais Comuns de moldes .......................................................................... 28 3.2.1 Molde de injeção de duas placas .................................................................... 28 3.2.2 Molde de injeção de três placas ...................................................................... 29 3.2.3 Molde de injeção com partes móveis .............................................................. 30 4 PROBLEMAS MAIS ENCONTRADOS NO TRY-OUT DE MOLDES NOVOS ...... 32 4.1 Rebarbas ............................................................................................................ 32 4.2 Ausência de Ângulos de Saída no Molde ........................................................... 33 4.3 Marcas de Carbonização no Produto (efeito diesel) ........................................... 34 4.4 Temperatura Inadequada do Molde ................................................................... 35 4.5 Refrigeração do Molde Ineficiênte ...................................................................... 35 4.6 Marcas de Rechupe ........................................................................................... 36 4.7 Peças Presas no Molde.................................................................................... ..37 5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ ..38 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ ..46 7 REFERÊNCIAS ................................................................................................... ..47 ANEXO A - Formulário de FMEA preenchido ........................................................ ..50 12 1 INTRODUÇÂO Com a disputa acirrada das indústrias em geral, as empresas têm procurado melhorar continuamente a qualidade de seus produtos e processos, para atenderem requisitos de satisfação, garantir a necessidade de seus clientes, agregarem valor a seus produtos e adquirirem conhecimento. Com à aplicação da técnica (FMEA) Análise do Efeito do Modo de Falha (Failure Modes and Effects Analysis) é possível obter resultados muito satisfatórios como: elucidar os pontos duvidosos do projeto ou processo tornando possível evitar o surgimento de problemas potenciais, devido a participação de especialistas das partes envolvidas em todo projeto e processo, tais partes possuem experiências passadas facilitando assim a identificação de erros outrora praticados, existindo então a possibilidade de desenvolver-se um projeto e/ou processo que venha dar certo. Um dos fatores mais importantes para implementação com sucesso de um programa de FMEA é o momento oportuno de sua execução. Para obter melhores resultados, o FMEA deve ser feito antes de um modo de falha de projeto ou processo ter sido incorporado ao produto ou processo. Com o uso do FMEA no projeto de moldes para injeção de materiais termoplásticos, pode-se reconhecer e avaliar falhas potenciais, os efeitos destas falhas, identificar ações que possam eliminar ou reduzir a possibilidade de ocorrência de uma falha potencial, evitando assim a necessidade de modificações em um molde já confeccionado, sem contar com a insatisfação do cliente. Utilizando o FMEA como uma técnica disciplinar, teremos um 13 ferramental produtivo, estabilização no processo, qualidade no produto final e a possível satisfação do cliente que deve ser o foco principal de uma empresa. Moldes ineficientes, mal dimensionados, sem ângulos de saída, com rebarbas, faltando saída de ar, sem controle de temperatura e outros podem influênciar de forma negativa na qualidade do produto, havendo a necessidade de reparos e/ou modificações que podem gerar custos adicionais não previstos em orçamentos. No final deste trabalho poderemos observar a importnância da aplicação da técnica do FMEA no intuito de se evitar falhas potencias, através do estudo de caso apresentado veremos um exemplo real de uma falha potencial que gerou a necessidade de mudar um ferramental e todo processo que já estava aparentemente definido. 1.1 Objetivos Esta pesquisa tem como objetivo identificar aspectos da implementação da técnica FMEA no desenvolvimento do projeto de moldes para injeção de materiais termoplásticos, visando minimizar falhas e defeitos potenciais através do conhecimento dos especialistas envolvidos no projeto. 1.2 Metodologia Para realização desta pesquisa seráutilizado a metodologia de estudo de caso e ainda será utilizado a metodologia de pesquisa bibliográfica para revisão da literatura. 14 2 HISTÓRICO DO FMEA A FMEA surgiu aproximadamente nos anos 50, na indústria aeronáutica e militar, com a finalidade de identificar e focar os modos e efeito de falha e a sua criticidade em dispositivos militares. Nos anos 60 e 70, a FMEA passou a se preocupar com a documentação dos modos potenciais de falhas, com o intuito de melhorar o desempenho de produtos projetos e também dos seus processos de manufatura. Nos anos 90, passou a estar definitivamente do campo de conhecimentos de gestão da qualidade total, tornando-se uma ferramenta de planejamento da qualidade exigida como requisito de normas, como por exemplo, a ISO 9000 (2000) e QS9000 (1996) (PUCRS, 2009). O FMEA Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos (Failure Modes and Effects Analysis ) é uma ferramenta poderosa que surgiu dentro da Indústria Aeronáutica para buscar a confiabilidade das aeronaves. O FMEA primeiramente desenvolvido para a melhoria da confiabilidade dos sistemas, também tem sido largamente utilizado para a melhoria dos processos e da qualidade dos produtos, sendo denominado como FMEA de Processos. A indústria automobilística americana com a norma QS-9000 tem como requisito, a realização do FMEA para os seus fornecedores no desenvolvimento do projeto e do processo para eliminar ou minimizar as falhas (EXCELLENCECONSULT, 2009). A ferramenta FMEA surgiu por volta de 1949 e destinava-se às análises de falhas em sistemas e equipamentos do exército americano, onde avaliavam a sua eficiência baseando-se no impacto sobre uma missão ou no sucesso de defesa pessoal de cada soldado. Na década de 60, foi aprimorado e desenvolvido pela NASA, quando foi tomando espaço nos setores aeronáuticos. 15 Porém, desde 1976 vem sendo aplicada no setor automobilístico e atualmente constitui-se numa ferramenta imprescindível para as empresas fornecedoras deste segmento. Observa-se que a maioria dos fornecedores da indústria automobilística utiliza esta ferramenta em consonância com a norma TS 16.949. No ambiente industrial, a ferramenta FMEA pode ser interpretada como uma metodologia sistemática que permite identificar potenciais falhas de um sistema, projeto e/ou processo, com o objetivo de eliminar ou minimizar os riscos associados, antes que tais falhas venham acontecer. O objetivo é eliminar os modos de falha ou minimizar os riscos associados. Para Back (1983), o FMEA é de grande utilidade para identificar a necessidade de um reprojeto visando sua confiabilidade como resultado da análise do projeto ou produto. Esta análise ajuda no aumento do conhecimento do produto e as possíveis conseqüências das falhas decorrentes do processo de projeto, assegurando que os resultados de qualquer falha, eventualmente ainda existente, irão causar o mínimo de estragos. (ABEPRO, 2009). 2.1. Definições do FMEA O FMEA (do inglês Failure Mode and Effect Analysis), é uma ferramenta que busca, em princípio, evitar, por meio da análise das falhas potenciais e propostas de ações de melhoria, que aconteçam falhas no projeto do produto ou do processo. Este é o objetivo básico desta técnica, ou seja, detectar falhas antes que se produza uma peça e/ou produto. Pode-se dizer que, com sua utilização, se está diminuindo as chances do produto ou processo falhar, ou seja, estamos almejando aumentar sua confiabilidade (MANUAL QS 9000, 1997). Análise de Modos de Falhas e Efeito – Fmea (Failure Mode and Effect Analysis) é um método estruturado e formalmente documentado, que 16 permite prevenir falhas e analisar os riscos e a criticidade de um processo, ou de seus eventos, através da identificação de causas e efeitos e da consequente utilização de mecanismos ou ações para inibir as falhas potenciais (RODRIGUES, 2004, p.148). A análise do efeito do modo de falha (FMEA) é um método para evitar problemas, que pode ser executado por engenheiros de projeto e de segurança nos primeiros estágios de introdução do produto em questão. A FMEA determina a chance de falha e a chance de detecção usando ponderação na classificação para cada um dos modos de falha. A técnica FMEA é um método estruturado de revisão de projeto que levam os profissionais a considerarem modos de falha em potencial e atribuam prioridades de acordo com o impacto que terão na confiabilidade. A FMEA identifica problemas que necessitam de atenção imediata e define ações preventivas que devem ser executadas antes de um projeto novo ser liberado. (HRADESKY, 1989, p. 241). A FMEA - Análise dos Modos e Efeitos das Falhas – é um método de análise de projetos (de produtos ou processos, industriais e/ou administrativos) usado para identificar todos os possiveis modos potenciais de falha e determinar o efeito de cada uma sobre o desempenho do sistema (produto ou processo), mediante um raciocínio basicamente dedutivo. Portanto é um método analítico padronizado de detecção e eliminação de problemas potenciais de forma sistemática e completa. (HELMAN E ANDERY,1995, p. 25). Uma FMEA pode ser descrito como um grupo sistemático de atividades destinado a: (a) identificar e avaliar a falha potencial de um produto/processo e os efeitos desta falha, (b) identificar ações que poderiam eliminar 17 ou minimizar a possibilidade de ocorrência de uma falha potencial e, (c) documentar todo o processo. Isto é complementar no processo de definição do que o projeto ou processo deve fazer para satisfazer o cliente.(MANUAL FMEA, 2001). 2.2. Tipos de FMEA A ferramenta FMEA pode ser aplicada tanto no desenvolvimento do projeto, do produto como do processo. As etapas e a maneira de realização da análise são as mesmas, ambas diferenciando-se somente quanto ao objeto. Assim as análises FMEA são classificadas em dois tipos, de acordo com o Instituto de Qualidade Automotiva (IQA) : - FMEA de Produto: considera as falhas que poderão ocorrer com o produto dentro das especificações do projeto. O objetivo desta análise é evitar falhas no produto ou no processo, decorrentes do projeto. É normalmente chamada FMEA de projeto. - FMEA de Processo: considera as falhas no planejamento e execução do processo, ou seja, o interesse desta análise é evitar falhas no processo, tendo como base as não conformidades do produto com as especificações do projeto.Há ainda um terceiro tipo, menos comum, que é o FMEA de procedimentos administrativos, onde são verificadas se as falhas potenciais de cada etapa do processo com o mesmo objetivo que as análises anteriores, ou seja, diminuir os riscos de falha. (IQA, 2001, pag.86). O FMEA pode ser utilizado nas diversas fases de um produto. As mais utilizadas tem sido: Produto / Projeto, Produto / processo e Insumos / Equipamentos. 18 - FMEA Produto / Projeto O Fmea Produto / Projeto tem como objetivo analisar potenciais falhas quando os produtos ainda estão na fase de projeto. - FMEA Produto / Processo O Fmea Produto / Processo tem como objetivo analisar potenciais falhas diante das especificações e dos métodos de controle. - FMEA Insumos / Equipamentos O Fmea Insumos / Equipamentos tem como objetivo analisar e identificar falhas em equipamentos ou insumos responsáveis por prováveis rejeitos, retrabalho, ou não utilização total da capacidade. (RODRIGUES, 2004 p.150). 2.3. Objetivo da Implementação do FMEA O objetivo da análise do efeito e modo de falhas é identificar as características do produto ou serviço que são críticas para vários tipos de falhas. É um modo de identificar falhas antes que elas aconteçam, através de um procedimento de “lista de verificação” (check-list); que é desenvolvida em torno de três perguntas-chave. - Qual é a probabilidade de a falha acontecer? - Qual seria a consequência da falha? - Com qual probabilidade essa falha é detectada antes que afete o cliente? Baseado em uma avaliação quantitativa dessas três perguntas, é calculado um número de prioridade de risco (NPR) para cada causa potencial de falha. Ações de correção que visam previnir falhas são então aplicadas às causas 19 cujo NPR indica que justificam prioridade. (SLACK, 2002, p.637). O foco principal do FMEA é identificar, delimitar e descrever as possiveis não-conformidades (modo de falha) de um projeto / processo, seus efeitos e causas, e criar condições organizacionais para minimizá-los ou eliminá-los, através de ações de prevenção estruturada e realizada no prazo e por profissional especializado. (RODRIGUES, 2004, p.148). 2.4. Metodologia do FMEA O principio da metodologia independente do tipo de Fmea e a aplicação é o mesmo, ou seja, se é Fmea de produto, processo ou procedimento e se é aplicado para produtos/processos novos ou já em operação. A análise consiste basicamente na formação de um grupo de pessoas que identificam para o produto/processo em questão suas funções, os tipos de falhas que podem acontecer, os efeitos e as possíveis causas desta falha. Em seguida são avaliados os riscos de cada causa de falha por meio de índices e, com base nesta avaliação, são decididas quais as ações necessárias para diminuir estes riscos, aumentando a confiabilidade do produto/processo. (MANTENIMIENTOMUNDIAL, 2009). A metodologia FMEA é importante porque pode proporcionar para a empresa: - uma forma sistemática de se registrar informações sobre as falhas dos produtos/processos; - melhorar o conhecimento dos problemas nos produtos/processos; - ações de melhoria no projeto do produto/processo, baseado em dados e devidamente monitoradas (melhoria contínua); 20 - diminuição de custos por meio da prevenção de ocorrência de falhas; - o benefício de incorporar dentro da organização a atitude de prevenção de falhas, a atitude de cooperação e trabalho em equipe e a preocupação com a satisfação dos clientes. (NUMA, 2009). 2.5. Etapas para confecção do FMEA De acordo com Rodrigues (2004, p.149), as principais etapas para a confecção do FMEA são: definir o processo a ser analisado, definir a equipe de preferência com visão multidisciplinar, definir o modo de falha (a não-conformidade), identificar os efeitos, identificar a causa básica e outras causas, hierarquizar as falhas através do indice de criticidade (nivel de risco), agir preventivamente, através de ações de prevenção (detecção) e definir o prazo e responsável pela preventiva. Segundo Helman e Andery (1995, p.44) existem algumas etapas a serem seguidas na confecção do FMEA, são elas: definir a equipe responsável pela execução, definir os itens do sistema que serão considerados, preparação prévia: coleta de dados, análise preliminar, identificação dos tipos de falha e seus efeitos, identificação das causas das falhas, identificação dos controles atuais, análise das falhas para determinação de índices, análise das recomendações, revisão dos procedimentos, preenchimento dos formulários da FMEA e reflexão sobre o processo. 2.6. Modo de Falha Potencial O modo de Falha Potencial é definido como a maneira pela qual um componente, subsistema ou sistema potencial falharia ao cumprir ou prover a função 21 pretendida descrita na coluna item/função (por exemplo: falhas na função pretendida). O modo de Falha Potencial pode ser também a causa de uma falha potencial em um sistema ou subsistema de um nível superior, ou ser o efeito de um componente em um nível inferior. Liste cada modo de falha potencial associado com o item particular e sua função. Assume-se que a falha pode ocorrer, mas não necessariamente vai ocorrer. O início recomendado é a análise critica de problemas passados, relatórios, e a discussão em equipe. Modos de falhas potenciais que poderiam ocorrer somente sob certas condições de uso e de operação deveriam ser considerados. (MANUAL FMEA, 2001). Modo de falha é a forma como um processo, ou seus eventos, pode ser induzido a operar de forma deficiente e é constituido por efeito, causa e detecção. Efeito é a consequencia para o cliente, Causa é o que indica a razão da falha, e Detecção é a forma de controle usada no projeto ou na operação do processo para evitar as potenciais falhas. (RODRIGUES, 2004, p.148). Entende-se por “modos de falha” os eventos que levam associados a eles uma diminuição parcial ou total da função do produto e de suas metas de desempenho. (HELMAN E ANDERY,1995, p. 34). 2.6.1 Efeito (s) Potencial (is) da Falha Efeitos potenciais da falha são definidos como os efeitos do modo de falha na função, como percebido pelo cliente. Descreva os efeitos da falha em termos que o cliente possa perceber ou experimentar. Não se esqueça que o cliente pode ser um cliente interno ou um cliente final. Defina claramente sea função 22 poderia afetar a segurança ou o incumprimento a regulamentos/legislação. Os efeitos deveriam sempre ser definidos em termos de um sistema, subsistema ou componente específico que esta sendo analisado. Lembre-se que existe uma hierarquia entre os níveis de componentes, subsistemas e sistemas. Por exemplo, uma peça pode quebrar, o que pode ocasionar uma vibração em um conjunto, resultando em operação intermitente do sistema. A operação intermitente do sistema poderia causar degradação do desempenho, levando o cliente a uma insatisfação. O objetivo é prever os efeitos de falha ao nível de conhecimento da equipe. (ESTV.IPV, 2009). Entende-se por “efeitos das falhas” as formas como os modos de falha afetam o desempenho do sistema, do ponto de vista do cliente. É o que o cliente observa. (HELMAN E ANDERY,1995, p. 35). 2.6.2 Causa da Falha “Causa da Falha” são os eventos que geram (provocam, induzem) o aparecimento do tipo (modo) de falha. (HELMAN, HORÁCIO,1995, p. 25). 2.6.3 Avaliação dos Riscos (Severidades) Nesta fase são definidos pelo grupo os índices de severidade (S), ocorrência (O) e detecção (D) para cada causa de falha, de acordo com os critérios previamente definidos (um exemplo de critérios que podem ser utilizados é apresentado nas tabelas seguintes, mas o correto é que a empresa tenha os seus próprios critérios adaptados a sua realidade especifica). Depois são calculados os coeficientes de prioridade de risco (R), por meio da multiplicação dos outros três 23 índices. (OGERENTE, 2009). Severidade (S): é uma apreciação de quão sério é o efeito do modo de falha potencial no seu cliente. O cliente, neste caso, poderia ser a próxima operação, subseqüentes operações, ou o usuário final. (TREINAMENTO SEIS SIGMA DA THYSSENKRUPP… , 2006). Veja a tabela a seguir: A TABELA 1, ilustra o Critério de Severidade: SEVERIDADE Índice Severidade Critério 1 Mínima O cliente mal percebe que a falha ocorre 2 3 Pequena Ligeira deterioração no desempenho com leve descontentamento do cliente 4 5 6 Moderada Deterioração significativa no desempenho de um sistema com descontentamento do cliente 7 8 Alta Sistema deixa de funcionar e grande descontentamento do cliente 9 10 Muito Alta Idem ao anterior, porém, afeta a segurança Quadro 2.1: Tabela de Severidade Fonte: OGERENTE, 2009 Ocorrência (O): é a probabilidade de um mecanismo/causa específico ocorrer durante a vida do projeto. A probabilidade de ocorrência tem um significado relativo mais importante que apenas um valor absoluto. (MANUAL SISTEMA DE TREINAMENTO…. , 2003). A TABELA 2, ilustra análise de proporção da Ocorrência : 24 OCORRÊNCIA Índice Ocorrência Proporção Cpk 1 Remota 1:1.000.000 Cpk > 1,67 2 3 Pequena 1:20.000 1:4.000 Cpk > 1,00 4 5 6 Moderada 1:1000 1:400 1:80 Cpk <1,00 7 8 Alta 1:40 1:20 9 10 Muito Alta 1:8 1:2 Quadro 2.2: Tabela de Ocorrência Fonte: OGERENTE, 2009 Detecção (D): é a avaliação da probabilidade que o processo tem de detectar o modo da falha antes de o produto ser remetido para o cliente. Se a detecção for quase impossível, é-lhe atribuída a pontuação 10; sendo praticamente garantida, a pontuação 1. (SPI.PT, 2009). A TABELA 3, ilustra o nível Detecção: DETECÇÃO Índice Detecção Critério 1 2 Muito grande Certamente será detectado 3 4 Grande Grande probabilidade de ser detectado 5 6 Moderada Provavelmente será detectado 7 8 Pequena Provavelmente não será detectado 9 10 Muito pequena Certamente não será detectado Quadro 2.3: Tabela de Detecção Fonte: OGERENTE, 2009 25 2.6.4 RPN – Risk Priority Number: cálculo de prioridade de risco Para a apostila do Treinamento Seis Sigma da ThyssenKrupp Metalúrgica Campo Limpo (2006), o RPN (número de prioridade de risco) é um cálculo do risco relativo para uma falha particular. Traduz-se em no produto da seriedade de um efeito particular (Severidade), com a probabilidade que uma causa criará a falha associada com o efeito (Ocorrência) e com a facilidade em detectar a falha antes que ela chegue ao cliente (Detecção). A Figura 1, ilustra a relação entre o cálculo do RPN com Severidade, Ocorrência e Detecção. Figura 2.1: Relação do RPN com S, O e D. [Fonte: Treinamento Seis Sigma…. (2006)]. 26 3 DEFINIÇÃO DE MOLDES PARA INJEÇÃO DE TERMOPLÁSTICOS É uma unidade completa capaz de reproduzir formas geométricas desejadas através de cavidades que possuem os formatos e dimensões do produto desejado. Outra definição é apresentada por HARADA (2004, p.93), molde de injeção é uma unidade completa com condições de produzir peças moldadas. Suas cavidades possuem as formas e as dimensões da peça desejada. Molde de injeção para termoplástico é um conjunto de placas de aço, paralelas entre si dispostas de forma ordenada e lógica formando assim uma estrutura, que damos o nome de porta molde. No seu interior serão alojadas em local previamente estudado de forma balanceada as partes ativas (macho e matriz) que serão preenchidas pelo material fundido que flui pelos canais de alimentação, sofrerá refrigeração e após a abertura da máquina extrairá o produto final. (SENAI- SP, 2004, p.25). Segundo Cruz (2002, p.9), o molde termoplástico trabalha com um sistema de refrigeração em suas cavidades e machos, para manter o molde com uma temperatura inferior em comparação com o material plástico a ser injetado, que é aquecido no canhão da injetora, até chegar ao estado líquido para ser injetado nas cavidades do molde. Como o material esta quente no canhão da máquina, ao ser injetado, entra em contato com as paredes das cavidades e machos, que estão com a temperatura mais baixa, sendo assim o material plástico endurece, dando forma a peça desejada.27 3.1. Componentes de um Molde Basicamente os moldes são compostos de: 1. Placa base superior. Serve para a fixação da parte (fixa do molde) na injetora. 2. Placa da cavidade superior. É a placa onde se encaixam as cavidades. 3. Placa de cavidade inferior. É a placa onde se encaixam os machos e, juntamente com o item 2, faz a linha de fechamento do molde. 4. Placa suporte. É usada para suportar toda a pressão de injeção exercida no molde. 5. Calço ou espaçador. É usado para dar espaço para o curso de extração. 6. Placa base inferior. Serve para fixação da (parte móvel) do molde na injetora. 7. Placa porta extratores. Serve para alojar os extratores. 8. Placa extratora. É usada para acionar os extratores. 9. Pino de retorno. Serve para retornar a placa extratora quando o molde se fecha. 10. Extrator de canal de retenção (poço frio). Serve para extrair o canal de retenção. 11. Pino extrator. Serve para extrair a peça que fica agarrada no macho após a abertura do molde. 12. Pino top. É usado para apoiar o conjunto extrator diminuindo a área de apoio, dando melhor assentamento. 13. Bucha guia. Serve para guiar e centralizar a parte fixa com a parte móvel do molde. 14. Coluna guia. Juntamente com o item 13 tem a mesma função. 15. Bico de injeção. É usado para levar o material plástico na cavidade. 16. Anel de centragem. Serve para centralizar o molde na máquina. 28 17. Cavidade. É o composto que dá o formato externo da peça injetada. 18. Macho. É o componente que da o formato interno da peça injetada. (CRUZ, 2004, pag.19). A FIGURA 1, ilustra os Componentes Figura 3.1: Componentes básicos de um molde. Fonte: do Autor 3.2 Tipos mais comuns de Moldes 3.2.1 Molde de injeção de duas placas Este molde é constituído essencialmente de duas placas, uma com a cavidade fêmea e outra com um punção macho. 29 Vantagens: - podem ser usados todos os tipos de entradas nas cavidades . - é conveniente para injetar grandes áreas. Desvantagens: - entrada direta só para um produto. - grande quantidade de refugo de plástico, proveniente do sistema de alimentação. (HARADA, 2004, p.184 ). A FIGURA 2, ilustra Molde de duas placas: Figura 3.2: Molde de duas placas. Fonte: MATERIA.COOPE, 2009 3.2.2 Molde de injeção de três placas Moldes com terceira placa são usados na confecção de peças que necessitam ser injetadas no centro, ou naqueles onde falta área para a colocação de pinos extratores e também em alguns casos tem a função de extrair as peças moldadas. 30 Além das duas placas já conhecidas, uma do lado fixo e outra do lado móvel, este molde apresenta uma terceira placa, conhecida como placa flutuante ou central. Ela possui, na entrada, uma parte do sistema de distribuição e uma parte da forma do produto. Na posição de abertura, esta terceira placa é separada das outras duas, permitindo a extração da peça moldada, de um lado, e do canal da bucha de injeção, com o resto do sistema de alimentação, do outro. Os moldes de três placas são ideais para cavidades múltiplas com injeção central ou para moldagem de produtos com grande área e entradas múltiplas. (HARADA, 2004, pags.185 e 186). A FIGURA 3, ilustra Molde de três placas: Figura 3.3: Molde de três placas Fonte : IBT, 2009 3.2.3 Molde de injeção com partes móveis São aqueles que apresentam no perfil do produto detalhes negativos ou internos que são contrarios ao sentido de extração necessitando de componentes que se movimentem liberando essas áreas como: gavetas, cunhas, pinos cames, mecanismos e outros. 31 Moldes com partes móveis são aqueles que, em suas cavidades ou em parte delas, apresentam elementos que se movem em uma segunda direção. Estes moldes são empregados quando algum detalhe do produto provoca uma retenção que impede sua extração. Este segundo movimento forma frequentemente um ângulo reto em relação à linha de abertura da máquina injetora. (HARADA, 2004, p.186). A FIGURA 4, ilustra Placa do molde com partes móveis : Figura 3.4: Placa do molde com partes móveis Fonte : COMWEB, 2008 32 4 PROBLEMAS MAIS COMUNS NO TRY-OUT DE MOLDES NOVOS 4.1. Rebarbas Causas prováveis: Processamento incorreto, equipamento ou molde deficiente. Processamento incorreto, possíveis soluções: - Diminuir a temperatura de massa; - Diminuir a pressão de injeção; - Diminuir a pressão de recalque; - Aumentar a força de fechamento; - Diminuir a velocidade de injeção, utilizar velocidade escalonada; - Diminuir dosagem e - Diminuir a temperatura do molde. Equipamento, possíveis soluções: Certificar-se de que a força de fechamento da injetora é suficiente. Molde deficiente, possiveis soluções: - Certificar-se de que as partes planas do molde estão perfeitamente adequadas, alinhadas e limpas; - Eliminar a folga dos pinos-guia; - Certificar-se de que não há resíduos de resina entre as faces do molde ou na bucha dos pinos-guia; - Diminuir a degasagem do molde e - Verificar a existência de restrições de fluxo em uma ou mais cavidades de molde multicamadas. (VIDEOLAR, 2009). 33 A FIGURA 1, ilustra Peça com rebarbas: Figura 4.1: Peça com rebarbas Fonte: TORRESNETWORKING,2009. 4.2. Ausência de Ângulos de Saída no Molde Um projetista deverá iniciar ou usar o maior ângulo de saída que a peça permitir. Geralmente, é indicado o uso de no mínimo de 0,5º por lado, embora seja desejável maior ângulo de saída para certas peças de alta produção, peças moldadas em termoplásticos requerem ângulos de saídavariando de 0,5º a 3º. Como os plásticos contraem durante a moldagem, geralmente é necessário ângulo de saída tanto interna quanto externamente na peça. Quando o ângulo de saída é colocado somente na cavidade, a peça prende no macho, necessitando de extratores desse lado. Também pode-se usar uma placa extratora no lugar de pinos extratores para remover a peça do macho. Na automação completa, é necessário extratores tanto no macho quanto na cavidade. A isso se chama extração positiva. Quando é moldado um olhal ou nervura em ambos os lados do molde, por exemplo num lado da peça, então somente um lado deve ter uma conicidade de 5º. O outro lado funciona como um ângulo de saída da peça por 34 si só. Conicidade é um leve ângulo de saída na parede do molde projetado para facilitar a remoção do artigo moldado do molde. As peças plásticas projetadas para serem produzidas pelos processos de moldagem devem ter uma conicidade ou ângulo de saída em todas as superfícies perpendiculares às linhas de partição da matriz. Os ângulos de saída devem ser fornecidos tanto interna quanto externamente. Os materiais plásticos tendem a contrair firmemente ao redor de pinos e machos do molde. O grau de saída varia de acordo com o processo de moldagem, a espessura de parede da peça e o material de moldagem a ser usado. Não existem cálculos precisos ou fómulas para ângulo de saída. (PLANETAPLASTICO, 2009). 4.3. Marcas de Carbonização no Produto (efeito diesel) Carbonização do material geralmente ocorrem nas regiões de final de fluxo e em alguns casos nas regiões de encontro das linhas de solda. (TORRESNETWORKING, 2009). Cada cavidade deve ser ventilada adequadamente para permitir saída do ar e de gases presos quando for penetrada pelo plástico. Naturalmente, o plástico não poderá fluir perfeitamente na cavidade sem que o ar escape. Este fato as vezes é esquecido, e os resultados inevitáveis são peças incompletas, zonas queimadas, junções fracas, mau acabamento, marcas de fluxo ou cavidade preenchida lentamente. O projeto deste detalhe requer a mesma consideração que o projeto da entrada. Sem uma saída de gás adequada, é impossível obter uma performance aceitável. (HARADA, 2004, pag.142). 35 A FIGURA 2, ilustra peça com marcas de carbonização: Figura 4.2: Peça com marca de carbonização (efeito diesel) Fonte: TORRESNETWORKING, 2009. 4.4. Temperatura Inadequada do Molde Temperaturas muito altas no molde ocasionam: rebarbas, rechupes, ciclos mais longos, a extração fica deficiente, compactação excessiva e aprisionamento de ar. Já temperaturas baixas causam: peças incompletas, tensões residuais, acabamento superficial pobre, linhas de fluxo, linhas de solda frágeis e baixa cristalinidade. (TORRESNETWORKING, 2009). 4.5. Refrigeração do Molde Ineficiênte É muito importante o controle da temperatura da refrigeração do molde. As conexões das mangueiras de água da refrigeração ligadas erradas ou em série consistem num problema clássico, provocando resfriamento irregular no molde. Outro problema é o posicionamento das mangueiras: se elas não estiverem fixadas corretamente, pode acontecer que durante o movimento de fechar e abrir o molde, elas fiquem parcialmente ou totalmente dobradas, diminuindo o fluxo e até obstruindo temporariamente a passagem da água no molde. O correto é verificar 36 atentamente as sinalizações do molde quanto à entrada e à saída da água, usar mangueiras de boa qualidade, que não dobrem com facilidade, e rotâmetros que medem a vazão e a temperatura da água. Os dutos de passagem de água interna no molde devem ser limpos periodicamente, para manter o fluxo e a troca térmica. Estas medidas ajudam muito para melhorar a refrigeração e reduzir o ciclo. (PLÁSTICO, 2009). 4.6. Marcas de Rechupe As marcas de rechupe geralmente aparecem sob pontos de acúmulo de material (pontos de variação da superfície da peça, próximo à nervuras e castelos de fixação), como uma depressão na superfície da peça moldada se a contração do material não for compensada. A Figura 3, ilustra peça com marca de chupagem Figura 4.3: Peça contendo marca de chupagem Fonte: GEOCITIES, 2009. As marcas de rechupe ocorrem durante o resfriamento do material se a contração do mesmo não puder ser compensada em certas áreas. Há três 37 principais causas físicas para as marcas de rechupe: - o processo de solidificação do material é muito lento - o tempo de aplicação efetivo da pressão de compactação é muito curto - não há transferência da pressão de recalque para o material devido às altas áreas de resistência ao fluxo no molde. Para uma melhor transferência da pressão de recalque é recomendado que o ponto de injeção tenha a maior área possível. Isto deve ser feito a fim de se evitar a solidificação prematura do material no ponto de injeção e conseqüente diminuição do tempo real de compactação. (GEOCITIES,2009). 4.7 Peças Presas no Molde Um molde para injeção de plásticos deve apresentar superfície polida, lapidada ou cromada. São estas características que vão determinar um bom acabamento das peças, facilitar o deslize do termoplástico no interior do molde, diminuir o risco de abrasão local ou ataques químicos, além de facilitar a extração das peças moldadas evitando que as mesmas fiquem presas nas cavidades. (CRUZ, 2002, pag.58). 38 5 ESTUDO DE CASO O estudo de caso foi realizado em uma empresa de transformação de termoplástico na região de guarulhos que não permitiu citar seu nome. A princípio será apresentado um caso real de modo de falha potencial que gerou uma grande problemática causando prejuizos, uma mudança radical em todo processo de produção e atraso na entrega do produto final ao cliente. A FIGURA 1, ilustra Tampa do Reservatório: Figura 5.1: Tampa do Reservatório de Combustível Fonte: do Autor Esta peça compõe um conjunto que forma o reservatório de combustível de um determinado automóvel. O molde que da forma a esta peça devido a umagrande demanda de serviço na empresa foi projetado por terceiros, onde ficou definido que seria um ferramental convencional para produzir em 39 máquina injetora horizontal. Esta peça possui alguns terminais em alumínio que são montados manualmente pelo operador da máquina em um conjunto de insertos móveis, após a montagem desses terminais nos insertos os mesmos são colocados em um alojamento dentro da cavidade do molde para que ocorra o processo de (sobre) injeção. A FIGURA 2, ilustra os terminais elétricos: Figura 5.2: Caixa contendo os Terminais que serão montados Fonte: do Autor Os try-outs iniciais do molde para análise do produto e definição do processo ocorreram bem, em seguida foram feitas as análises dimensionais do produto, e após ajustes necessários à aprovação. Mas quando o molde entrou em produção surgiu o problema potencial, de cada 10 peças produzidas 2 ou 3 apresentavam afloramento dos terminais na superfície das peças que acarretavam a reprovação das mesmas. Devido a montagem manual dos insertos no molde muitas 40 vezes estes insertos não encostavam no fundo do alojamento ocasionando o avanço dos terminais de alumínio que por sua vez não era envolvido completamente pelo plástico ficando aparente no produto. A FIGURA 3, ilustra o terminal aflorado na superfície: Figura 5.3: Peça com Terminal Aflorando em sua superfície Fonte: do Autor Depois de várias tentativas sem obtenção de êxito chegou-se a conclusão de adaptar o molde para trabalhar em máquina injetora vertical para o favorecimento da montagem dos insertos contendo os terminais. O molde possui uma única cavidade, e possuia uma injeção direta no centro da peça por meio de um bico quente, que favorecia o seu preenchimento e não gerava galhos (canal de distribuição). 41 A FIGURA 4, ilustra Peça sem galho: Figura 5.4: Peça antes da adaptação do Molde Fonte: do Autor A FIGURA 5, ilustra molde funcionando em uma injetora horizontal antes ser modificado: Figura 5.5: Molde produzindo em Injetora Horizontal Fonte: do Autor 42 Com à adaptação do molde para ser injetado em máquina vertical deu-se inicio a problemas que vieram a gerar custos que o cliente não aceitou pagar: - o bico quente mais o controlador de temperatura foi eliminado preço estimado R$ 7.000,00; - a injeção passou a ser feita por um canal de distribuição longo, que gerou uma mundança em todos os parâmetros de regulagem do processo já definidos, tendo a necessidade de abrir dois pontos de injeção para conseguir injetar a peça; - a peça passou a sair com um empenamento superfícial acima do permitido havendo a necessidade de se confeccionar conformadores tudo isto por conta da empresa. A FIGURA6, ilustra o Molde adaptado Figura 5.6: Molde adaptado na Máquina Vertical Fonte: do Autor 43 A FIGURA 7, ilustra peça e canal de distribuição (galho) após a adaptação do molde para máquina vertical: Figura 5.7: Peça mais o Canal de Distribuição Fonte: do Autor A FIGURA 8, ilustra os conformadores Figura 5.8: Conformadores para eliminar empenamentos Fonte: do Autor 44 Toda esta modificação durou cerca de três meses e teve um custo muito alto para empresa que desde então passou a aplicar o uso do FMEA em todos os projetos novos. Com a participação dos especialistas das áreas envolvidas, e aplicando o uso do FMEA, a qualidade dos novos projetos e produtos surpreenderam a muitos ao ponto de moldes serem aprovados no 1°e 2° try-out coisa que só acontecia no mínimo com 5 ou mais try-out. A FIGURA 9, ilustra molde aprovado: Figura 5.9: Molde Aprovado no 2° Try-out Fonte: do Autor 45 A FIGURA 10, ilustra o produto: Figura 5.10: Produto Grid Defrost Fonte: do Autor Com os resultados positivos aqueles que achavam demorado e burocrático a aplicação do Fmea chegaram a conclusão de que pior é se deparar com falhas potencias que além de gerar custos pode por a perder todo um projeto/processo. 46 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar da grande maioria das empresas possuirem certificações de qualidade ISO 9000, QS 9000 e outros, ainda sim, muitas empresas acabam não fazendo uso das diversas ferramentas de planejamento da qualidade existentes, acham que vão perder tempo, não querem investir em treinamento de pessoal, etc. Dentre estas ferramentas o FMEA tem sido aplicado cada vez mais, devido a necessidade do mercado que cada dia que passa exige rapidez e qualidade. Através deste trabalho pode-se observar a importância de se aplicar a técnica FMEA em projetos e/ou processos com a finalidade de identificar possiveis modos potenciais de falhas e analisar seus efeitos sobre o desempenho do produto/processo mediante o conhecimento de uma equipe técnica e de fatos ocorridos no passado. O estudo de caso apresentado exemplificou o que um erro ou uma falha potencial pode gerar a um produto/processo, toda mudança no ferramental, nos parâmetros de processo que tiveram de ser modificados e a decisãoda empresa em fazer o uso da ferramenta FMEA em todos os projetos novos. Desde então os resultados passaram a ser positivos para a empresa, os retrabalhos diminuiram consideravelmente e os seus produtos passaram a ter uma melhor qualidade. Com os resultados obtidos concluimos o potencial desta ferramenta (FMEA) e que sua aplicação traz resultados imediatos. 47 7 REFERÊNCIAS Apostila Curso Técnico Projeto de Moldes para Plástico – SENAI – SP, 2004. CRUZ, SÉRGIO. (2002). Moldes de injeção; 2. ed. revista e ampliada. Editora Hemus. Curitiba – PR Empresa: Plasfan – Indústria e Comércio de Plásticos Ltda. HARADA, J. Molde para Injeção de Termoplásticos: projetos e princípios básicos / Julio Harada. – São Paulo: Artliber Editora, 2004. HELMAN, H.; ANDERY, P. R. P. Análise de falhas - aplicação dos métodos FMEA e FTA. Belo Horizonte: Editora Fundação Christiano Ottoni, 1995 HELMAN, HORÁCIO, Análise de Falhas (Aplicação dos Métodos de Fmea e FTA) Horácio Helman, Paulo Pereira Andery. – Belo Horizonte, MG: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG, 1995. HRADESKY, JOHN L. Aperfeiçoamento da qualidade e da produtividade: guia prático para a implementação do CEP: controle estatístico de processos / John L. Hradesky; tradução Maria Cláudia de Oliveira Santos; revisão técnica José Carlos de Castro Waeny. -- São Paulo : McGraw-Hill, 1989. IQA – Instituto da Qualidade Automotiva. FMEA, Análise de Modo e Efeitos de Falha Potencial: julho 2001. [São Paulo], 2001. Manuais da Qs 9000. Análise de Modo e Efeitos de Falha Potencial (FMEA): Manual de Referência. 1997. Manual de Análise do Modo e Efeitos de Falha Potencial (FMEA). – 3. ed. 2001. Manual de Sistema de Treinamento em Core Tools da DaimlerChrysler, Ford, General Motors e Plexus – Análise de Modo e Efeitos de Falha Potencial (FMEA). – 3. ed. 2003. RODRIGUES, MARCUS VINICIUS CARVALHO, 1955 - Ações para a qualidade : padrão seis sigma, classe mundial/ Marcus Vinicius Rodrigues. – Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. 48 SLACK, NIGEL, Administração da Produção / Nigel Slack, Stuart Chambers, Robert Johnston ; tradução Maria Teresa Corrêa de Oliveira, Fábio Alher ; revisão técnica Henrque Luiz Corrêa. - - 2. ed. - - São Paulo : Atlas, 2002. THYSSENKRUPP METALÚRGICA CAMPO LIMPO LTDA. - Treinamento Seis Sigma – Sessão 1, 2 e 3. Campo Limpo, 2006.1). [1]<http://www.mantenimentomundial.com/sites/mmnew/bib/notas/fmea.pdf>. Acesso em 22.mar.2009, 19:39. [2]<http://www.estv.ipv.pt/paginaspessoais/amario/unidades%20curriculares/inovaçã o/textos%20apoio/fmea.pdf>. Acesso em 22.mar.2009, 20:00. [3]Clausing, D. (vide informações adicionais) manuais da QS<http://www.ogerente.com.br/qual/qualidade-dt-fmea.htm>. Acesso em 22.mar.2009, 20:27. [4]<http//www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP2006_TR470324_8144.pdf>. Acesso em 8.abr.2009, 00:31. [5]<http://www.spi.pt/documents/books/inovint/conteudo_integral/acesso_conteudo_i ntegral/capitulo2_TEXTO/capitulo2_3_texto/acc2_3_texto_apresentação.htm>. Acesso em 15.abr.2009, 17:28. [6]<http://www.videolar.com.br/paginas/solucoes_injecao_plastica.asp>. Acesso em 20.abr.2009, 01:10. [7]<http://www.planetaplastico.com.br/apostilas/details/detailm2.htm>. Acesso em 20.abr.2009, 02:32. [8]<http://www.comweb.com.br/25/posts/6_Servi_os/43_Outros_servi_os/1830_PRO JETISTA_DE_MOLDES_PLASTICOS.html. Acesso em 21.abr.2009, 00:28. [9]<http//www.ibt.ind.br/geral.php?sec=produtos&id=12#>. Acesso em 26.mar.2009, 01:25. [10]<http//www.materia.coppe.ufrj.br/sarra/artigos/artigo10894v13n2a19fig266.jpg>. Acesso em 26.mar.2009, 01:34. 49 [11]<http//www.excellenceconsult.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid =12>. Acesso em 26.abr.2009, 19:20. [12]<http//www.pucrs.br/feng/tcc/civil/2008_1_79_trabalho.pdf>. Acesso em 26.abr.2009, 19:45. [13]<http//www.numa.org.br/conhecimentos/conhecimentos_port/pag_conhec/FMEA v2.html>. Acesso em 26.abr.2009, 20:04. [14]<http//www.torresnetworking.com/Sociesc/problemas_moldagem.pps>. Acesso em 26.abr.2009, 22:00. [15]<http//www.plastico.com.br/revista/pm343/injecao2.htm>. Acesso em 26.abr.2009, 23:10. [16]<http//br.geocities.com/mgalarca/MASP.pdf>. Acesso em 27.abr.2009, 00:02. 50 ANEXO ANEXO A - Formulário de FMEA preenchido
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