Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IMED- FACULDADE MERIDIONAL ESCOLA DE ODONTOLOGIA SEMINÁRIO DE PROPEDÊUTICA Aluna:Rafaella Loss Machado Professor: Leandro Cericato Disciplina: Propedêutica Clínica I- Semiologia PASSO FUNDO 2017 Exame Físico O Exame Físico engloba um conjunto de técnicas para a avaliação física de um paciente no qual, o profissional da saúde, identifica sinais e sintomas clínicos tomando o corpo do paciente como o centro de observação. É iniciado pelo exame físico geral, seguido do exame físico regional. Deve ser completo e feito logo após a anamnese, e somente em casos de urgências, deve ser feita uma anamnese sucinta e um exame físico direcionado ao problema relatado pelo paciente. O exame físico deve cobrir todas as regiões anatômicas em busca de alterações clínicas compatíveis, em princípio, com a queixa do paciente. Normalmente, ao iniciar o exame clínico, o paciente aponta uma queixa em que logo é evidenciada. Contudo, deve-se, mesmo assim, efetuar um exame completo e sequencial, independentemente de já se ter percebido uma lesão em determinada área. Não é improvável haver outras lesões não percebidas pelo paciente, às vezes até com maior gravidade do que a apontada. No exame físico geral, observa-se o biótipo (relação entre peso e altura), a ambulação e eventuais alterações na marcha, no tegumento e na respiração. Avaliam-se, ainda, aspectos emocionais e culturais que possam ser úteis no relacionamento entre profissional e paciente ou mesmo na realização do exame clínico e do diagnóstico de maneira geral. É possível, então, avaliar o estado de saúde geral do paciente, servindo como indício de eventual alteração que possa estar associada com a queixa principal. O exame físico regional é dividido em extrabucal e intrabucal. Um bom exame requer que o examinador coloque em prática as manobras de semiotécnica, usando a maioria dos seus sentidos: visão - inspeção (direta e indireta), tato - palpação (direta e indireta), bidigital, gidital, digito-palmar, bilateral, auscultação e olfação. Inspeção: é a avaliação visual sistemática do paciente. O examinador a utiliza a cada momento em que olha o seu paciente: os traços anatômicos, fisiológicos, psíquicos. É facilitada pela aspiração intermitente da saliva, secagem com ar ou gaze e pelo uso de espelho clínico, afastadores, boa iluminação e lupas. As gazes também são usadas para tracionarmos a língua para sua melhor visualização. As próteses removíveis e totais devem ser retiradas assim que analisamos sua posição, qualidade, estabilidade e retenção. Toda alteração da normalidade deve ser escrita no prontuário: localização, dimensão, forma, cor.. Palpação: permite obter o que não se tem apenas pela simples inspeção. O examinador consegue perceber alterações mais profundas e avaliar a: consistência (endurecimento ou amolecimento), alterações de textura superficial (lisa, rugosa, áspera), presença e tamanho de crescimentos teciduais, aumentos de espessura, compressibilidade, envolvimentos dos planos teciduais (pele ou mucosa, músculos e órgãos), sensibilidade à palpação (que nem sempre se equivale à sensibilidade espontânea relatada na anamnese), elevação de temperatura, infiltração, linfadenomegalias, delimitação e mobilidade. Uma forma particular de palpação é a percussão, introduzida na medicina por Leopoldo Auenbrugger, em 1761: batemos com pancadas controladas e rápidas, em estruturas utilizando um instrumento ou os próprios dedos. Podemos percutir os dentes com o cabo de um instrumento ou colocar um dedo sobre uma área ante a uma cavidade sinusal e percutir sobre esse dedo com um dos dedos da outra mão. Na percussão fazemos comparações da sensibilidade de uma área com a de outra, ou de um dente com outro. Quando temos que descobrir um dente responsável pela dor entre vários, a percussão vertical tem um valor decisivo. Olfação: é pouco usado, mas tem a sua constribuição. Com ele podemos detectar diversas alterações: as halitoses, o cheiro de álcool de alguém que bebeu, o odor cetônico dos diabéticos bastante descompensados, o cheiro mais intenso de pus infectado por anaeróbios, o odor de tecidos necrosados dos pênfigos (em “ninho de ratos”) e dos carcinomas. A capacidade de sentir e identificar os odores em função do diagnóstico depende da experiência do examinador. São causas de halitose: má higiene dental e lingual, tabagismo, periodontopatias, gengivite úlcero- necrosante aguda, rinite, sinusite, tonsilite, bronquite, abscessos pulmonares, distúrbios gastrintestinais. Auscultação: uso da audição educada, detectar sons normais ou anormais produzidos pelo desempenho fisiológico dos vários órgãos. Com ela podemos ouvir os sons emitidos pela ATM, pelos sopros cardíacos, pelo roçar dos fragmentos de uma fratura e dos produzidos pela percussão. 1. Exame Físico Geral 1.1 Deambulação Observa-se se o paciente possui alguma dificuldade na locomoção, se faz uso de algum auxílio, como por exemplo, cadeira de rodas ou bengala. 1.2 Pressão Arterial Pressão arterial é o nome dado à força exercida pelo bombeamento do sangue na parede das artérias. Ao medirmos a pressão, nos deparamos com dois números sendo que, desses números, o primeiro é sempre maior que o segundo; esses números nos dão as medidas da pressão sanguínea em mmHg – milímetros de mercúrio e se referem a duas fases do ciclo cardíaco: a sístole e a diástole. Durante a sístole, o coração está se contraindo para bombear o sangue por todo o corpo; é na sístole que os átrios se contraem, impulsionando o sangue para os ventrículos que, por consequência, bombeiam o sangue para as artérias. É nesse processo que nos deparamos com a pressão arterial sistólica (ou “máxima) onde o sangue pode atingir pressão entre 120 a 140mmHg – em uma pessoa saudável e em repouso. Enquanto a sístole é contração, a diástole é o relaxamento dos músculos cardiovasculares; nesse período, ocorre a dilatação dos ventrículos que permitem a entrada do sangue no coração. É durante a diástole que identificamos a pressão arterial diastólica (ou “mínima”) onde o sangue está fluindo antes de ser bombeado, durante esse processo sua pressão encontra-se em uma média de 80mmHg nas mesmas condições apresentadas acima. É aferida com o auxílio de um estetoscópio e um esfigmomanômetro. Atualmente, os níveis de pressão arterial para adultos, idosos e adolescentes são divididos da seguinte forma: 1.3 Pulso O pulso é a delimitação palpável da circulação sanguínea percebida em vários pontos do corpo. O sangue circula no corpo através de um circuito contínuo. O pulso é um indicador do estado circulatório. Após cada batimento cardíaco, o sangue é ejetado do ventrículo esquerdo para a artéria aorta. A pressão e o volume resultam em oscilações em toda extensão da parede. Para verificar o pulso: - Coloque seus dedos indicador e médio sobre a parte inferior do punho, abaixo da base do polegar. - Pressione firmemente os dedos planos até sentir o pulso (não use seu polegar para medir o pulso). - Com um relógio, conte os batimentos cardíacos por 1 minuto, ou por 30 segundos multiplicando por 2. Essa é a freqüência cardíaca. Frequência cardíaca ou pulso normal: - Bebês de menos de 1 ano: 100 a 160 batimentos por minuto. -Crianças de 1 a 10 anos: 70 a 120 batimentos por minuto. -Crianças de mais de 10 anos e adultos: 60 a 100 batimentos por minuto. - Atletas bem treinados: 40 a 60 batimentos por minuto. Pressão Arterial Sistólica Diastólica Normal < 120 < 80 Pré-Hipertensão 120-139 80-89 Hipertensão Estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão Estágio 2 > 160 > 100 1.4 Peso x Altura Índice de Massa Corporal (IMC), adotado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), serve para avaliaro peso do indivíduo em relação à sua altura e assim indicar se está dentro do peso ideal, acima ou abaixo do peso desejado. Estar dentro do peso certo é importante porque estar acima ou abaixo peso influencia na saúde, aumentando o risco de doenças como desnutrição quando se está abaixo do peso, e AVC e infarto, quando se está acima do peso. O cálculo do IMC pode ser calculado facilmente através da seguinte equação: IMC = peso (em quilos) ÷ altura² (em metros) A lista a seguir indica os possíveis resultados do IMC, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, sendo que o IMC entre 18,5 a 24,9 representa o peso ideal e o menor risco de algumas doenças. Baixo peso = IMC abaixo de 18,5 kg/m². Peso normal = IMC entre 18,5 e 24,9 kg/m². Sobrepeso = IMC entre 25 e 29,9 kg/m². Obesidade grau I = IMC entre 30 e 34,9 kg/m². Obesidade grau II = IMC entre 35 e 39,9 kg/m². Obesidade grau III (obesidade mórbida) = IMC maior que 40 kg/m². 1.5 Temperatura A temperatura corporal normal, também conhecida como normotemia ou eutemia, é um conceito que depende do local do corpo no qual a temperatura é medida. O controle da temperatura (termorregulação) é o mecanismo que mantém o organismo na temperatura operacional ótima, a qual afeta a taxa das reações químicas. Em humanos, a temperatura corporal média é de 36.8 °C, embora ela varie entre indivíduos e durante o dia. - Febre e hipertermia: quando o ponto de regulação da temperatura é elevado, o resultado é febre. A maioria dos casos de febre é causada por infecções. - Temperatura corporal baixa ou Hipotermia: quando a temperatura corporal baia para menos do que é necessário para o funcionamento corporal normal. - Temperatura corporal basal: A temperatura corporal basal é a menor temperatura que ocorre durante descanso (geralmente durante o sono). Ela geralmente é medida imediatamente depois de acordar e antes de fazer qualquer coisa. Métodos de medição da temperatura corporal: A temperatura corporal depende da parte do corpo onde ela é medida. A medição geralmente é feita na boca, ouvido, ânus ou axilas. Nas mulheres também pode-se usar a vagina. A temperatura média durante o dia em adultos saudáveis é: - Temperatura no ânus (ou retal), vagina ou ouvido: em torno de 37,6 °C. - Temperatura na boca (oral): em torno de 36,8 °C. - Temperatura nas axilas: em torno de 36,4 °C. 1.6 Alterações cutâneas É necessário avaliar as alterações presentes na pele, como por exemplo, cor, textura, sensibilidade, entre outros. A maioria das alterações são observadas a olho nu, entretanto, muitas delas devem ser observadas com o auxílio de uma lupa, e claro, de uma boa iluminação. É importante mandar em casos de dúvida, caso apresente, a lesão a um patologista, que pode diagnosticar e previnir o agravamento de muitas doenças. 2. EXAME FÍSICO REGIONAL EXTRABUCAL DE TECIDOS MOLES PERI-ORAIS E CABEÇA E PESCOÇO Estuda-se as partes da cabeça e o pescoço através das manobras de semiotécnica. 2.1 Fácies 2.1.2 Coloração Dentro dos padrões da normalidade ou clanótica, ruborecida ou avermelhada, empalidecida ou descorada. 2.1.3 Olhos O olho é o órgão da visão que permite detectar a luz e transformar essa percepção em impulsos eléctricos. Ao examinarmos os olhos, devemos cuidar a movimentação, reflexo pupilar, vascularização da mucosa conjuntiva, esclerótica. Em pacientes idosos, deve-se observar a transparência do cristalino. O exame do fundo ocular deve ser realizado por meio de oftalmoscópio, em sala escurecida, se necessário, com dilatação pupilar. 2.1.4 Nariz e seios paranasais O nariz é o órgão do olfato e a principal via de acesso para entrada e saída de ar dos pulmões. O nariz aquece, umedece e limpa o ar, antes que ele entre nos pulmões. Os ossos do rosto, localizados ao redor do nariz, contêm espaços ocos denominados seios paranasais. Há quatro grupos de seios paranasais: os seios maxilares, etmoidais, frontais e esfenoides. Os seios paranasais reduzem o peso dos ossos faciais e do crânio, enquanto mantêm a resistência e a forma dos ossos. Os espaços cheios de ar do nariz e dos seios paranasais também conferem ressonância à voz. Devido à sua posição proeminente, o nariz é particularmente vulnerável a lesões, inclusive fraturas. As infecções nasais bacterianas, hemorragias nasais, objetos inseridos no nariz e pólipos também podem afetar o nariz. A membrana mucosa do nariz pode ficar inflamada (rinite). Esta inflamação pode se disseminar para o revestimento dos seios paranasais (rinossinusite). Deve ser feita a palpação dos seios paranasais, por meio de dígito-pressão nos ossos frontais, até as sobrancelhas, para verificar se há dor associada à inflamação dos seios da face. 2.2 Dor Na odontologia, a dor é o maior problema relatado e a que, normalmente, faz com que os pacientes procurem seus dentistas. Cerca de 60% dos pacientes odontológicos relatam alguma dor na sua consulta. Cabe ao dentista fazer um diagnóstico correto, e identificar com precisão o que, onde, como e porque da queixa do paciente. A dor de dente constitui a causa mais comum de dor orofacial, no entanto, muitas vezes o exame dos elementos dentais não revela sinais de alguma patologia. O profissional deve não relacionar a dor somente aos elementos dentários, mas também, a oclusão, a mastigação, problemas nas articulações temporo-mandibulares, entre outros. Deve-se ter a capacidade e a compreensão de todas as partes que envolvem a cabeça e pescoço, e saber diagnosticar a sua origem. 2.3 Pescoço Ao examinarmos o pescoço, devemos usar como pontos de referência a mandíbula, os músculos esternocleidomastóideos e trapézios, além das clavículas e do esterno. Deve-se avaliar protuberâncias ou nódulos linfáticos nesta região. Os nódulos ou inchaços vistos com maior frequência são linfonodos aumentados. Eles podem ser causados por infecções bacterianas ou virais, câncer (malignidade) e outras causas raras. O aumento das glândulas salivares sob o maxilar pode ser causado por infecção ou câncer. Os nódulos nos músculos do pescoço, quase sempre na região frontal, são causados por lesões ou torcicolo. Os nódulos na pele ou logo abaixo da pele frequentemente são cistos, incluindo cistos sebáceos. A glândula tireoide também pode produzir um nódulo, vários nódulos ou inchaço no pescoço como resultado de uma doença da tireoide ou câncer. Todos os nódulos no pescoço de crianças e adultos devem ser examinados imediatamente. Nas crianças, a maior parte dos nódulos no pescoço é causada por infecções tratáveis. Entretanto, o tratamento deve ser iniciado rapidamente para prevenir complicações ou disseminação de infecções. 2.4 Palpação da cadeia ganglionar Os linfonodos ou gânglios linfáticos, são pequenos órgãos de defesa localizados no trajeto dos vasos linfáticos. Eles filtram a linfa, podendo reter, destruir ou retardar a proliferação de micro-organismos (bactérias, vírus, protozoários) e células cancerígenas pelo organismo. Os linfonodos armazenam e produzem glóbulos brancos, células de defesa que combatem infecções e doenças. Por isso eles podem aumentar de tamanho e ficar doloridos quando há alguma doença ou infecção, pois estão reagindo aos micro-organismos invasores ou aos agentes agressores. Ao se detectar um linfonodo, ou grupo de linfonodos, existem 4 características principais que devem, obrigatoriamente, ser descritas: tamanho; consistência; sensibilidade à dor; adesão a outros linfonodos e aos planos corporais. Outra características válidas de serem descritas são a mobilidadedo linfonodo e as condições da pele adjacente, como coloração, integridade e presença de secreção. A palpação é realizada com as polpas digitais e face ventral dos dedos médio, indicador e anular. Os linfonodos superficiais estão distribuídos em grupo ganglionar da cabeça e dos pescoço, grupo ganglionar das axilas e grupo ganglionar das virilhas As principais cadeias linfáticas que drenam a boca são: submandibular, mentoniana, bucinatória, pré-auricular, pós-auricular, cervical. Para palpar um linfonodo, a área deve estar relaxada. Os linfonodos cervicais superficiais são palpados mais facilmente com o examinador posicionado atrás do paciente. Os linfonodos jugulares são melhor examinados apreendendo-se o músculo esternocleidomastóideo entre o polegar e os dedos indicador e médio de uma mão e realizando a palpação com a outra mão. Deve-se posicionar a cabeça numa posição que permita o relaxamento dos músculos do pescoço, logo deve-se fletir o pescoço e incliná-lo ligeiramente para o lado que se deseja examinar. Diferenças entre linfonodo inflamatório e tumoral: 2.5 Glândulas Salivares Maiores A saliva é uma secreção produzida pelas glândulas salivares e compostas por elementos orgânicos e inorgânicos. Desempenha várias funções na cavidade oral e são produzidas por dois grupos: pelas glândulas salivares menores e as glândulas salivares maiores. As glândulas salivares maiores são em menor número e apresentam maior interesse anátomo-cirúrgico sendo em número de 3 pares: Parótida: situa-se anteriormente ao pavilhão auricular. Podem-se notar nódulos. Um sinal importante, associado a um nódulo fixo, consistente e indolor na região parotídea, é a paralisia facial do mesmo lado da lesão, que pode representar tumor maligno de parótida. Submandibular: situa-se na região submandibular, alojando-se na face lingual do corpo da mandíbula. Sublingual: é a menor das glândulas salivares maiores. Situa-se no soalho da boca, próximo a inserção da língua na forma da letra U. A avaliação da função da glândula salivar tem como objetivo, identificar doenças obstrutivas, inflamatórias, traumáticas e neoplásicas. O exame clínico das glândulas salivares devem seguir uma seqüência intra e extra-bucal. No exame físico extra-bucal devemos observar eventuais aumentos uni ou bilaterais, comprometimento de um ou mais pares de glândulas bem como a consistência do aumento. A palpação deve ser digito - palmar contra superfície rígida, devendo pressionar a glândula salivar de encontro a esta estrutura e intra-bucalmente, a ordenha é um recurso utilizado para observar a qualidade e quantidade de saliva em glândulas salivares maiores, sendo que a obstrução dos ductos pode ser visualizada através de sondagem segundo Linfonodo inflamatório Linfonodo tumoral Dolorido Indolor Poucos consistente Consistente Fugaz Fixo Liso Superfície irregular 2.6 Odinofagia Algumas pessoas sentem dor durante o processo de transferência do alimento da boca para o estômago. Tecnicamente, essa dor é conhecida como Odinofagia. Esse fenômeno ocorre quando existe um processo inflamatório que pode ser infeccioso ou químico. A dor na deglutição (disfagia) diz respeito à dor enquanto o alimento está sendo engolido. Os sintomas vão de dor forte e até queimação no peito, servindo de sinal para possíveis transtornos graves, sendo caracterizada por doença da gengiva, vírus do herpes simples, vírus da imunodeficiência humana, faringite, inflamação do esôfago, entre outros. 2.7 ATM A articulação temporomandibular é uma articulação que liga o maxilar ao crânio. A DTM é a disfunção da articulação temporo mandibular que pode, por exemplo, não estar funcionando adequadamente. Essa articulação é uma das mais complexas do corpo humano, responsável por mover a mandíbula para frente, para trás e para os lados. Qualquer problema que impeça a função ou o adequado funcionamento deste complexo sistema de músculos, de ligamentos, de discos e de ossos é chamado de DTM. Geralmente, a DTM dá a sensação ao indivíduo acometido de que sua mandíbula está saltando para fora, fazendo um estalo e até travando por um instante. A causa exata desta disfunção, em geral, é impossível de ser identificada. Disfunções de ATM apresentam muitos sinais e sintomas. É difícil saber com certeza se você tem DTM, porque um destes sintomas ou todos eles podem também estar presentes em outros problemas. Alguns dos sintomas mais comuns de DTM são: - Dores de cabeça (freqüentemente parecidas com enxaquecas), dores de ouvido, dor e pressão atrás dos olhos; - Um "clique" ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca; - Dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar; - Mandíbulas que "ficam presas", travam ou saem do lugar; - Flacidez dos músculos da mandíbula; - Uma brusca mudança no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam. Para seu exame, deve-se palpar o espaço articular em busca de estalidos ou dor. Testar a amplitude de movimento, pedindo para o paciente que abra e feche a boca, faça movimentos de lateralidade, protrusão e retração da mandíbula, testar a força dos músculos temporais com a boca do paciente fechada. Para palpar a articulação temporomandibular coloque os teus dedos indicadores dentro do canal auditivo do paciente. O movimento pode ser sentido quando o paciente abre a boca. O exame é complementado com ascultação indireta com estetoscópio, procurando- se estalidos ou crepitação. 2.8 Ossos Deve-se fazer a palpação dos ossos da face, a procura de aumentos, depressões e assimetrias. 2.9 Inervação Deve-se palpar uni ou bidigitalmente os nervos motores e sensitivos da face, avaliando sensibilidade ao toque. Em caso de nevralgia do nervo trigêmeo, a dor de intensifica quando é pressionado a região do foram infraorbitário - ponto de gatilho (trigger point). 3. EXAME FÍSICO INTRABUCAL Examinadas todas as estruturas da cabeça e pescoço, o cirurgião dentista deve passar ao exame da cavidade bucal. O exame físico intrabucal deve ser sistemático, ordenado e completo. O profissional deve utilizar rotineiramente uma metodologia própria de exame, não deixando nenhuma estrutura sem ser examinada. 3.1 Mucosa Labial Verificar a simetria, espessura, contorno, coloração, textura, trauma e integridade. 3.2 Mucosa Jugal Deve-se afastar a bochecha e verificar todos os lados. Inicia-se na comissura labial, mucosa retrocomissural, estendendo-se até o pilar anterior. Pode ser palpada bidigitalmente, com polegar e indicador, ou de forma digitopalpar. " 3.3 Gengiva A gengiva é o tecido epitelial de tonalidade variando entre vermelho-claro e roxo na cavidade bucal que reveste o osso alveolar (suporte ósseo dos dentes), constituindo parte da mucosa bucal. É dividida em: - Gengiva inserida: mucosa de cor rosa-pálido que se situa entre a mucosa alveolar e a gengiva livre. - Gengiva livre: extremidade da gengiva emerge a partir da gengiva inserida. É examinada mediante sondagem indireta do sulco gengival que a compõe. - Gengiva (papila) interdental: situa-se entre dois dentes, tendo uma ponte de tecido que une a porção vestibular com a lingual ou palatina. Usa-se as técnicas de palpação e inspeção, a gengiva deve-se apresentar saudável, rosada, com consistência firme, aderida ao osso. O dentista deve estar atento frente à: gengiva inchada, retraída, com presença de exsudato e com sangramento. GENGIVA SAUDÁVEL GENGIVA INFLAMADA 3.4 Língua A língua é um órgão formado por musculatura estriada esquelética que faz parte do sistema digestivo. Ela é revestida por uma membrana mucosa com uma estrutura que varia de acordo coma região. Este órgão é essencial para o começo do processo de digestão, moldando e guiando o alimento, além também, de estar relacionado ao sentido do paladar e da formação de fonemas da fala. Pode ser dividida em 4 regiões: dorso, ventre, bordas laterais e ápice. Pode ser dividida em 4 regiões: dorso, ventre, bordas laterais e ápice. Com o paciente de boca aberta e a língua em repouso, examina-se o dorso; solicitando ao paciente que estire a língua, examina-se o ápice. Com a língua fletida para um lado, examina-se o lado oposto, e vice-versa. Examina-se da mesma forma o ventre lateral. Quanto ao ventre anterior, é examinado com ápice lingual pressionando para cima. Com uma compressa de gaze. Envolve-se o ápice lingual para tracionar a língua e examinar o dorso e a borda lateral posterior. Dorso da língua Ventre da língua Margem direita da língua Margem esquerda da língua 3.5 Soalho da boca É examinado utilizando-se os mesmos recursos para o exame da língua. Com afastadores, observamos o soalho da boca. A palpação é feita deslizando-se o dedo em todo o soalho da boca, apoiando a região submandibular externamente com a outra mão. " 3.6 Palato duro O paciente deve estar com a cabeça fletida para trás para a inspeção direta e horizontalizada. Para inspeção indireta, a palpação é feita com a polpa do dedo indicador. 3.7 Palato mole Para inspecionar o palato mole e a úvula, a língua deve estar protruída. Solicita-se que o paciente pronuncie vogais E e I, que normalmente determinam o levantamento desses. " 3.8 Porção visível da orofaringe Solicita-se que o paciente pronuncie as vogais E e I enquanto pressiona a língua, comprimindo-a contra o soalho da boca 3.9 Boca Com o exame intra-oral completo na boca, deve-se estar atento em qualquer anormalidade. O dentista tem o dever de cuidar: - Oclusão: em pessoas com oclusão normal, em relação a chave de oclusão molar de angle, por exemplo, a cúspide mesiovestibular do primeiro molar superior oclui no sulco mesiovestibular do primeiro molar inferior. - Presença de cicatrizes claras, que pode indicar problemas com próteses ou oclusionais. - As gengivas devem ser róseas, e juntas aos dente. - Deve-se observar bem os dentes, as alterações de coloração devido a pigmentos e se estão quebrados. As lesões que afetam a cavidade bucal, também chamadas de estomatites (do grego stoma = boca), podem se manifestar de várias formas. 1. Lesões brancas (onde a característica fundamental da lesão é a sua coloração esbranquiçada) Candidíase oral: causada por um fungo e acomete pacientes com algum grau de comprometimento do sistema imunológico Líquen plano oral (LPO): doença de etiologia auto-imune 2. Lesões vésico-bolhosas (onde predominam a formação de bolhas, vesículas e, após a ruptura delas, ulcerações da mucosa) Herpes vírus simples 3. Lesões aftóides (onde as lesões se assemelham a aftas comuns) Estomatite Aftosa Recorrente (EAR): é uma doença inflamatória crônica caracterizada por úlceras orais dolorosas, recorrendo com frequência variada. Os mecanismos etiológicos ainda não foram totalmente elucidados, há evidencias que há participação do sistema imune, através da mediação dos linfócitos T, que culmina na lise das células epiteliais da mucosa oral. 4. Lesões associadas a doenças sistêmicas ou de etiologia infecciosa. Paracoccidioidomicose: tem como agente causal o P. brasilensis e, além de manifestações sistêmicas (como o acometimento pulmonar), pode se manifestar por meio da chamada “estomatite moriforme de Aguiar Pupo”, com lesões granulomatosas em mucosa oral; 3.9 Odontograma Odontograma é um formulário utilizado nos atendimentos odontológicos, geralmente na primeira consulta, onde é descrita a situação em que se encontra cada elemento dentário. O esquema do odontograma pode ter diferentes formatos. Há versões que identificam os dentes com números, outros com letras maiúsculas e mesmo alguns com pares numéricos. Tudo depende da preferência do odontólogo para escolher um ou outro formato. Seja para que o odontólogo tenha presente os trabalhos realizados na boca do seu paciente, para identificar uma pessoa ou para facilitar a troca de dados médicos entre profissionais, o odontograma é uma história clínica de grande importância que se deve actualizar com frequência. É a partir do odontograma que se elaborará o plano de tratamento indicado ao paciente. Referências Bibliográficas ANDERSON DENTISTA. Periodonto, 2013. Disponível em: <http:// andersondentista.blogspot.com.br/2013/03/periodonto.html>. Acesso em 6 de abril de 2018. AUTONOMIA EM SAÚDE. Prevenção e controle da pressão arterial, 2017. Disponível em: <http://autonomiaemsaude.net.br/prevencao-e-controle-da-pressao- arterial/>. Acesso em 5 de abril de 2018. ANDREWS, L. F. The six keys to normal occlusion. Am J Orthod Den- tofacial Orthop, St. Louis, v. 62, no. 3, p. 296-309, Sept. 1972. BORAKS, S. Semiotécnica, Diagnóstico e Tratamento das Doenças da Boca. ARTES MÉDICAS. BORAKS, S. Diagnóstico Bucal, 3 ed. São Paulo. Editora: Artes Médicas, 2001. Acesso em 15 de abril de 2018. CENTRAL DA FONOAUDIOLOGIA. O que é odinofagia?, 2014. Disponível em: <http://www.centraldafonoaudiologia.com.br/dicas-de-saude/o-que-e-odinofagia>. Acesso em 6 de abril de 2018. COLGATE. O que é ATM?. Disponível em: <https://www.colgate.com.br/oral-health/ conditions/temporomandibular-disorder/what-is-temporomandibular-joint-disorder- tmj>. Acesso em 6 de abril de 2018. COPACABANA RUNNERS. Sinais vitais - Temperatura corporal, pulso, pressão arterial e respiração, 2009. Disponível em: <https://www.copacabanarunners.net/ sinais-vitais.html>. Acesso em 5 de abril de 2018. COPACABANA RUNNERS. Temperatura corporal - baixa, normal, febre e hipertermia, 2009. Disponível em: <https://www.copacabanarunners.net/temperatura- corporal.html>. Acesso em 5 de abril de 2018. Differential diagnosis of neck masses. In: Cummings CW, Flint PW, Haughey BH, et al, eds. Otolaryngology: Head & Neck Surgery. 5th ed. Philadelphia, Pa: Mosby Elsevier; 2010:chap 116. ENFERMAGEM E SAÚDE. Sinais vitais (SSVV) - Pulso, 2017. Disponível em: <http://enfermagemesaude.com.br/guia-enfermagem/16266/fundamentos-de- enfermagem-sinais-vitais-ssvv-pulso>. Acesso em 5 de abril de 2018. OTORRINO USP. Lesões orais. Disponível em: <www.otorrinousp.org.br/imageBank/ aulas/aula_36.doc> Acesso em 6 de abril de 2018. LIVRARIA FLORENCE. A Importância do exame clínico, 2017. Disponível em: <https://blog.livrariaflorence.com.br/a-importancia-do-exame-clinico/>. Acesso em 5 de abril de 2018. LIVRARIA FLORENCE. Pressão arterial - o que é, cuidados e redução, 2014. Disponível em: <https://blog.livrariaflorence.com.br/pressao-arterial-o-que-e- cuidados-e-reducao/>. Acesso em 5 de abril de 2018. MANUAL MSD. Introdução a doenças do nariz e dos seios paranasais. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-do-ouvido,-nariz-e- garganta/doenças-do-nariz-e-dos-seios-paranasais/introdução-a-doenças-do-nariz- e-dos-seios-paranasais>. Acesso em 6 de abril de 2018. MANUAL MSD. Nariz e seios paranasais. Disponível em: <https:// www.msdmanuals.com/pt-br/casa/distúrbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/biologia- dos-ouvidos,-nariz-e-garganta/nariz-e-seios-paranasais>. Acesso em 6 de abril de 2018. MÉDICO RESPONDE. Linfonodos aumentados pode ser câncer?. Disponível em: <https://medicoresponde.com.br/linfonodos-aumentados-pode-ser-cancer/>. Acesso em 6de abril de 2018. PET DOCS. Exame dos linfonodos, 2013. Disponível em: <http://petdocs.ufc.br/ index_artigo_id_342_desc_Semiologia_pagina__subtopico_54_busca_>. Acesso em 6 de abril de 2018. Pfaff JA, Moore GP. Otolaryngology. In: Marx JA, Hockberger RS, Walls RM, et al, eds. Rosen's Emergency Medicine: Concepts and Clinical Practice. 7th ed. Philadelphia, Pa: Mosby Elsevier; 2009:chap 70. TUA SAÚDE. Calcule seu IMC e saiba se está no peso ideal. Disponível em: <https://www.tuasaude.com/imc/>. Acesso em 5 de abril de 2018. Vassend O. Anxiety, pain and discomfort associated with dental treatment. Behav Res Ther. 1993;31(7):659-66
Compartilhar