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9-HEPATITE

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Beck, ST Imunologia Clínica 
 93
SOROLOGIA PARA HEPATITES VIRAIS 
 
HEPATITES VIRAIS 
 
PRINCIPAIS VIAS DE TRANSMISSÃO: 
 
TRANSMISSÃO FECAL- ORAL VIRUS A, E. 
 
TRANSMISSÃO PARENTERAL E SEXUAL VIRUS B,C,D. 
 
OUTROS VIRUS (HEPATOTRÓPICOS) CMV,Herpes, EBV 
 
 
 
EM PESQUISA 
HVG, (GVB-A, GVB-B, GVB-C) - HEPATITE G 
 
O vírus da hepatite G (VHG), também conhecido como vírus GB-C, foi descrito em 
1995 por dois diferentes grupos nos Estados Unidos. É responsável por cerca de 10 a 
20% dos casos das hepatites Não-A-E em diferentes regiões do mundo. Foi detectado 
também em um caso de hepatite crônica no Brasil (técnica de PCR). A descoberta 
deste novo agente etiológico de hepatites humanas tem grandes implicações na 
profilaxia da transmissão sanguínea das hepatites. 
 O grau em que este vírus determina cronicidade ainda esta sendo 
determinado. 
 
Vírus TT, vírus SEN-V 
 
Caracterizam-se por persistirem no organismo por aproximadamente 9 anos mas sem 
o portador apresentar sinais clínicos de hepatite viral. Presença de diferentes 
genótipos talvez elucide diferentes graus de implicação para hepatite crônica. Todos 
com transmissão parenteral comprovada. 
 
HEPATITE A 
 
 A hepatite A tem distribuição mundial, com maior incidência em países de 
baixa renda. No Brasil a prevalência sorológica é de 65%. É transmitido por via fecal - 
oral, principalmente sob condições de saneamento básico deficiente e de 
superpopulação. Não leva a situação de portador crônico. Tem incubação de 2-7 
semanas. A contaminação parenteral é pouco comum. 
 Para diagnóstico da hepatite A, faz-se necessário o estudo das fezes e soro 
dos pacientes infectados. As fezes são necessárias para detecção de partículas virais, 
e o soro para a pesquisa de classe IgG e IgM. O teste mais comumente usado para a 
detecção de anticorpos é o ensaio imunoenzimático (ELISA). 
 O aparecimento do vírus nas fezes de pacientes infectados inicia-se por volta 
de uma a duas semanas antes do acometimento da doença. Quando os primeiros 
sintomas clínicos aparecem, a eliminação viral geralmente já teve seu ponto máximo 
atingido, o que torna o diagnóstico de fase aguda por pesquisa de antígenos difícil. 
Em geral quando a icterícia aparece, os sintomas diminuem e o risco de transmissão 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 94
torna-se mínimo. A evolução da doença não passa de dois meses. A recuperação é 
completa, com letalidade em adultos de aproximadamente 0,3%, sendo mais grave 
em adultos maiores de 40 anos, onde a evolução é mais grave, com o número de 
óbitos podendo chegar a 2%. 
 O anticorpo anti-HAV, é geralmente detectado durante o acometimento da 
doença. A imunoglobulina M, específica para o vírus A, esta sempre presente em 
infecções recentes da hepatite, podendo continuar positiva por 6 a 12 meses. Logo 
em seguida aparecem os anticorpos específicos da classe IgG . 
 
HEPATITE E 
 
 Também de transmissão fecal-oral, o vírus responsável pela hepatite E, é 
encontrado na Índia, África e Ásia. Tem evolução benigna na maioria dos casos, 
sendo mais severa em mulheres grávidas. 
Tempo de incubação em média de 2-9 semanas 
Diagnóstico sorológico feito através da pesquisa de anticorpos IgG específicos. 
 
HEPATITE B 
 
 A identificação da hepatite B ocorreu por acaso, através do isolamento de uma 
proteína encontrada no soro de um aborigene australiano, sendo por isso também 
conhecida como Antígeno Au (1963). Posteriormente, fazendo-se um estudo de casos 
de hepatite pós - transfusional, e em doadores de sangue voluntários, detectou-se o 
mesmo antígeno, sendo este denominado antígeno da hepatite sérica (1968). 
Atualmente, é de conhecimento geral, que o antígeno AU corresponde ao antígeno de 
superfície da hepatite B (HBsAg), que faz parte da partícula de Dane (1970) que é 
reconhecida como o vírus da hepatite B. 
 
 
 ENVELOPE ( HBsAg) 
 
 
 NUCLEO ( HBcAg) 
 
 Ag solúveis do núcleo (HBe Ag) 
 
 
PARTICULA DE DANE MATERIAL DE ENVELOPE EM 
 EXCESSO 
 VIRION 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 95
 A replicação do vírus da hepatite B é caracterizada por: 
- Acumulo do HBcAg no núcleo do hepatócito infectado 
- Liberação, durante a maturação do HBSag para o citoplasma da célula 
 
 No inicio da fase aguda da hepatite B, ocorre replicação completa do vírus com 
liberação da partícula infecciosa de Dane para o soro. Isto é acompanhado pela 
excreção de HBeAg e material do envelope viral (HBsAg) sintetizado em excesso em 
forma de esferas, que são detectados no soro dos pacientes. 
 Com a evolução da infecção, ciclos de replicação abortiva ocorrem, onde 
apenas o HBsAg é produzido. Mais HBsAg livre que partícula de DANE, justifica 
HBsAg reagente com pesquisa HBV-DNA negativa. 
 
MODO DE TRANSMISSÃO 
 
Três modos principais de transmissão são responsáveis pela disseminação do VHB. 
 
- PARENTERAL - através do sangue ou produtos sanguíneos (transfusão, 
hemodiálise, uso de drogas intravenosas etc). 
- 
SEXUAL - pelo semem e secreção vaginal 
 
CONGÊNITA - De mãe para filho. Excepcionalmente ocorre passagem placentária 
do VHB. É mais provável que a contaminação aconteça durante ou logo após o 
nascimento. A severidade e o prognóstico da contaminação depende de dois fatores: 
 
- Grau de replicação viral da mãe (refletida pelo HBeAg) 
- Momento da infecção pelo recém nascido (<idade >risco cronicidade). 
 
Saliva e leite materno pode apresentar a partícula viral em níveis muito baixos, 
podendo em raros casos ser fonte de infecção. 
 
EVOLUÇÃO CLÍNICA: 
 
 A natureza e qualidade da resposta imune observada (humoral e celular) em 
cada indivíduo podem determinar o tipo de reação do hospedeiro ao vírus: 
 
- Reação intensa: Hepatite sintomática, com eliminação do vírus circulante. 
Caracteriza a hepatite B aguda clássica. 
- Reação moderada, mas adequada: Em 80% dos casos, a infecção pode ser 
assintomática, mas evoluir para a cura. 
- Reação moderada, mas inadequada: Ocorre replicação viral por tempo prolongado, 
com persistência do HBsAg. Esta situação de cronicidade pode persistir por muitos 
meses ou até anos, e progredir para uma cirrose. Cofatores como álcool, alimentos 
tóxicos, podem levar ao desenvolvimento de um câncer hepático. 
 
Casos em que a reação foi forte, mas inadequada, pode levar ao desenvolvimento de 
hepatite B crônica. 
 
A hepatite B crônica geralmente se divide em duas fases ao longo da vida: 
 
1ª Fase: na primeira fase existe uma replicação viral pronunciada. Nessa fase as 
tentativas do sistema imune em eliminar o vírus acarretam destruição dos hepatócitos 
com conseqüente elevação das transaminases. Em pacientes em que a doença foi 
adquirida no período perinatal, pode haver uma fase inicial prévia de imunotolerância, 
em que apesar da alta replicação viral, não há resposta imunológica, não havendo 
elevação de transaminases ou atividade à histologia. 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 96
 
2ª Fase: Após a primeira, inicia-se uma segunda fase caracterizada por baixos ou 
indetectáveis níveis de replicação viral, com normalização das transaminases. 
 
 
0BS: 5-10% DAS HEPATITES B EM ADULTOS, TENDEM EVOLUIR PARA A 
CRONICIDADE, metade destes evoluindo para doença hepática avançada (cirrose e 
carcinoma hepatocelular). 
 
 90% dos RNs contaminados por mães HBsAg positivas possivelmente se 
tornarão portadores crônicos do vírus. 
 
Existem diferentes genótipos virais: A,B,C,D,F 
Os mais freqüentes em nosso meio são o A e o D. 
O genótipo A leva mais freqüentemente a hepatite crônica, mas tem melhor resposta 
ao tratamento. O genótipo D raramente evolui para hepatite crônica, mas caso esta 
ocorra, a resposta ao tratamento é menos eficiente. Ogenótipo F tem pior evolução 
da doença. 
No Brasil estima-se que pelo menos 15% da população já entrou em contato com o 
vírus da hepatite B, sendo que os casos crônicos de hepatite B devem corresponder a 
cerca de 1% da população Brasileira. A hepatite B é a 9ª causa de morte no mundo. 
 
 
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO 
 
HBsAg : É o primeiro marcador sorológico da HVB . Começa a ser detectável no soro 
2 a 3 meses após o momento presumível da contaminação. Pode preceder por 2 a 4 
semanas os sinais clínicos e laboratoriais de hepatite . Nos casos de hepatite aguda, o 
HBsAg geralmente persiste por 1 a 3 meses e as transaminases geralmente retornam 
ao normal antes do seu desaparecimento. Por outro lado, pacientes infectados de 
forma crônica permanecem com HBsAg positivo. A presença deste antígeno confirma 
o diagnóstico etiológico da maioria dos casos de hepatite, mas um teste negativo para 
HBsAg não exclui o diagnóstico de infecção pelo HVB, pois em raros casos, técnicas 
mais sensíveis ( DNA) podem detectar o vírus. Observou-se que, quando surgem os 
sintomas, aproximadamente 15% dos indivíduos infectados pelo vírus B, já se 
apresentam não reativos para o HBsAg. Alguns indivíduos podem não ter HbsAg 
detectado devido a mutação na cápsula do vírus. Nestes casos, teremos HbsAg 
negativo com pesquisa de PCR positiva. 
No caso de recém -nascido o período em que é determinado a presença de HBsAg , 
define o momento do contágio 
HBsAg positivo ao nascer contágio no ultimo trimestre da gestação 
HbsAg positivo no 2º mês de vida contágio durante o parto 
HbsAg positivo no 6º mês de vida contágio pós-natal 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 97
ANTI - HBs : 
 
 Os anticorpos anti-HBs, dirigidos contra o antígeno de superfície do VHB, são 
anticorpos neutralizantes. Este tipo de imunização é conferido pela vacinação contra 
a hepatite B. A imunização natural difere da imunização por vacina pela primeira 
combinar a presença de anticorpos anti- HBc e anti-HBs. Na vacinação isto não ocorre 
devido a vacina ser construída apenas com o antígeno de superfície do vírus da 
hepatite B (HBsAg), resultando então em formação de anticorpos apenas contra esta 
porção viral ( anti-HBs). Níveis de anticorpos anti-HBs >10UI / ml , conferem 
imunidade protetora ao portador. 
VACINAÇÃO: Intervalo entre 1ª e 2ª dose: 1mes. Intervalo entre 2ª e 3ª dose: 2 
meses a 1 ano. Após soroconversão, níveis de anticorpos >200UI , proteção 
mais de 5 anos, >100UI, aproximadamente 2 anos. 
 
 No caso de hepatite com evolução para a cura, a cinética de aparecimento do 
anti- HBs é variável ; 1 a 10 semanas após o desaparecimento do HBsAg. Este 
período é conhecido como “janela imunológica”, pois não é mais detectado o antígeno 
e ainda não é possível detectar o anticorpo formado contra o mesmo. 
 No caso de hepatite fulminante, HBsAg e anti-HBs estão freqüentemente 
associados. 
 Em casos raros de portadores crônicos de HBsAg, é possível detectar 
anticorpos anti-HBs, o que não tem significado prognóstico importante. 
 Soroconversão recente também permite a detecção associada destes dois 
marcadores. Contudo, 15% dos pacientes podem não positivar para anti-Hbs, mesmo 
após a cura. Nestes pacientes é necessário fazer pesquisa de genoma viral para 
exclusão do estado de portador crônico (anti-Hbc isolado) 
 
HBc Ag: 
 Este antígeno desaparece após a destruição do capsideo viral. Pode ser 
detectado no núcleo dos hepatócitos de pessoas infectadas com VHB, mas NÃO NO 
SORO. 
 
 
ANTI - HBc: 
 
 Este anticorpo não é protetor, e não confere imunidade, porém é um valioso 
marcador sorológico. É mais constante que os anticorpos anti-HBs ou anti-HBe. Na 
ausência de outro marcador, pode ser o único marcador presente sugerindo o 
diagnóstico de hepatite B (aguda ou crônica), ou indicando contato prévio com o 
vírus B. Sua detecção é possível antes do desaparecimento do HBsAg, fazendo a 
cobertura do período de “janela imunológica” deixada pelo intervalo para a detecção 
do anticorpo anti- Hbs.. 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 98
Anti-HBc –IgM: 
 Muito importante é a presença de anticorpos IgM contra o antígeno HBc, pois 
estes podem ser detectados durante a fase aguda da hepatite B. Anti-HBc IgM é o 
marcador sorológico de escolha para se fazer a distinção entre uma hepatite B 
recente (anti-HBc IgM positivo) e uma hepatite antiga (anti-HBc IgM negativa), 
uma vez que anti-HBc IgM é apenas detectado durante as seis a oito primeiros meses 
da infecção. O anti -Hbc IgM pode ser o único marcador detectado nas hepatites 
agudas fulminantes quando o HBsAg desaparece, devido à produção limitada pela 
necrose hepática severa. Em portadores crônicos do vírus B, que voltam a apresentar 
quadro agudo da infecção, o anti-Hbc IgM, algumas vezes pode ser detectado. 
 
POSSIBILIDADES DE SOROLOGIA ANTI-HBc POSITIVA E ANTI- HBs NEGATIVA 
 
- Infecção recente, com HBsAg já negativo e anti- Hbs ainda não positivo (janela 
Imunológica). 
 
-Infecção crônica, com HBsAg em níveis baixos, indetectáveis por métodos 
convencionais. Necessário pesquisar presença de genoma viral por PCR. 
Denominada “Hepatite B oculta”. 
 
-Infecção prévia pelo vírus da hepatite B, com níveis de anti-HBs indetectáveis. 
Pesquisar genoma viral para descartar possibilidade de portador crônico do vírus B. 
 
Em bancos de sangue, onde a prioridade é evitar transmissão do vírus, e não fazer 
diagnóstico, o descarte de bolsas de sangue de indivíduos anti-Hbc positivos, pode 
prevenir a transmissão de vírus mutante, onde o HbsAg alterado pela mutação, 
embora presente, poderia não ser detectado por métodos enzimáticos de rotina. O 
monoclonal fixado na fase sólida do teste perde a capacidade de reconhecer o 
antígeno de superfície alterado. 
 
HBeAg: 
 
 A síntese de HBeAg em excesso durante a fase de replicação ativa do vírus 
pode ser detectado no soro de pacientes acometidos de hepatite B, indicando assim a 
sua presença, o grau de replicação viral , patogenicidade e infectividade . Seu maior 
valor é para prognóstico da doença. 
 A persistência do HBeAg na hepatite aguda está associada a uma maior 
tendência de evolução para a hepatite crônica ativa e cirrose. Da mesma forma que 
seu desaparecimento está correlacionado com evolução para a cura. É normalmente 
detectado em pacientes com hepatite crônica ativa, mas geralmente ausente em 
portadores assintomáticos de VHB. O portador crônico do vírus B, com o passar do 
tempo, terá o genoma do vírus integrado ao seu DNA, parando de produzir HbeAg 
(mau prognóstico). 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 99
Portadores crônicos com HbeAg positivo e mais de 100.000 cópias de HBV –DNA/ml, 
tem indicação para tratamento com interferon . 
 Em gestantes pode refletir a probabilidade de infecção do feto: 
 - Mãe HBeAg positiva: 90 a 100% de risco de transmissão 
- Mãe HBeAg negativa: 5 a 20% de risco de transmissão 
 
 
 
OBS: EXISTE UMA CEPA MUTANTE NÃO PRODUTORA DE HbeAg mesmo 
na presença de replicação viral 
 
Alguns portadores crônicos de HBsAg continuam com níveis elevados de ALT e intensa 
replicação viral, a despeito da negativação do HBeAg. Este quadro particular de apresentação 
da doença é freqüente na região do Mediterrâneo e no Extremo Oriente e está associado à 
presença de mutações na região pré-core do genoma do HBV, que impedem a expressão do 
HBeAg; desta forma, ocorre persistência da replicação viral e manutenção da doença hepática 
ativa, a despeito da ausência de HBeAg. 
Do ponto de vista clínico, as formas crônicas de hepatite B associadas à presença de 
mutação pré-core parecem ter um curso clínico mais grave, com maior ocorrência de cirrose e 
carcinoma hepatocelular e uma pior resposta ao tratamento. Estes pacientes deverão ser 
avaliados quanto aos níveis de carga viral e achados de doença hepática histológica;caso 
apresentem níveis significativos de replicação e evidência de doença crônica no fígado, deverão 
ser submetidos a esquemas específicos de tratamento. 
A prevalência da mutação pré-core varia conforme a região geográfica e no Brasil parece estar 
presente entre 30 a 60% dos portadores do vírus B com HBeAg negativo. 
. 
 
ANTI - Hbe: 
 
 A soroconversão ao anti-HBe está associada a uma alta chance de 
recuperação. A eficácia do tratamento antiviral pode ser acompanhado pela 
soroconversão com negativação do HBeAg e aparecimento dos anticorpos anti-HBe. 
Raramente após tratamento aparecem anticorpos anti-Hbs. 
 
 
PRINCIPAIS PERFIS SOROLÓGICOS OBSERVADOS 
 
HBsAg HBeAg anti-HBe anti-HBs anti-HBc 
IgM - IgG 
 
+ + - - + - Hep.B Aguda-inicio-
contagiosa 
+ + - - + + Hep.B aguda 
+ +/- +/- - + Hep B crônica 
+* - - +* + Próximo a soroconversão 
(principalmente vacina*) 
- - - - - + Janela imunol.** 
- - + - + Hep B latente 
Bom prognóstico 
- - + + + Hep.B recuperação 
- - - + + Imune curado 
- - - + - - imune vacinação 
 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 100
 
 
 
 Anti Hbc IgM 
 Anti Hbe 
 Anti Hbc IgG 
 Anti Hbs 
 
TRATAMENTO DA HEPATITE B: 
 
 O objetivo do tratamento é diminuir a progressão do dano hepático através da 
supressão da replicação viral. 
 A negativação sustentada dos marcadores de replicação viral ativa (HBeAg e 
carga viral abaixo de 30.000 cópias/ml) resulta em remissão clínica, bioquímica e 
histológica 
 O tratamento com interferon tem a vantagem de ser mais curto, embora seja 
realizado por via subcutânea e possuir maior número de efeitos adversos potenciais. 
 O tratamento com lamivudina é realizado por via oral e tem menos efeitos 
adversos, mas seleciona cepas mutantes resistentes, ainda sendo incerta tanto a 
durabilidade da resposta quanto a significância clínica do aparecimento destas 
variantes com resistência. 
 
Critérios de Inclusão 
Serão incluídos no Protocolo de Tratamento aqueles pacientes que se enquadrarem 
em todos os seguintes critérios: 
• idade superior a 2 anos; 
• HBsAg positivo no soro por mais de 6 meses; 
• HBeAg positivo ou HBeAg negativo com carga viral do HBV superior a 30.000 
cópias/ml; 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 101
• ALT superior a duas vezes o limite superior da normalidade em pelo duas 
determinações com intervalos superiores a trinta dias nos últimos 6 meses; 
• biópsia hepática com atividade necro-inflamatória moderada a intensa e/ou fibrose 
moderada a intensa (> A2 e/ou >F2 pela classificação de Metavir/Sociedade Brasileira 
de Patologia). 
 
 Critérios de Exclusão 
Interferon-alfa 
Os pacientes com qualquer um dos seguintes critérios não deverão receber interferon 
alfa: tratamento prévio com interferon alfa 
• contagem de plaquetas < 70.000 ou contagem de neutrófilos < 1.500 / mm3; 
• cardiopatia grave; 
• neoplasias outras que não carcinoma hepatocelular; 
• diabete melito tipo 1 de difícil controle; 
• cirrose hepática descompensada (Child B ou C); 
• psicose; depressão grave ou refratária ao tratamento; 
• convulsões não controladas; 
• imunodeficiência primária; 
• pacientes transplantados; doenças auto imunes 
• gravidez (beta-HCG positivo) ou mulheres em idade fértil sem contracepção 
adequada. 
 
 
Benefícios Esperados com o Tratamento 
• negativação do HBeAg com ou sem surgimento do anti-HBe; 
• negativação do HBV DNA por hibridização ou DNA ramificado ou redução da 
carga viral por teste quantitativo para HBV-DNA para valores abaixo de 30.000 cópias 
por ml; 
• normalização das transaminases; 
• diminuição da necro-inflamação na biópsia hepática; 
• melhora da função hepática; 
• redução da evolução para doença hepática terminal; 
• redução na probabilidade de evolução para carcinoma hepatocelular; 
• melhora na qualidade e expectativa de vida. 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 102
HEPATITE DELTA 
 
 
CARACTERISTICAS DO VIRUS: 
 
 Descrito em 1977, o vírus da hepatite Delta, também conhecido como o agente 
delta, é um vírus defectivo, que possui uma característica muito especial: Ele apenas 
pode se replicar na presença de um vírus auxiliar, o vírus da hepatite B, o qual 
empresta seu envelope para o desenvolvimento do mesmo. 
 A infecção pelo VHD pode ocorre em duas circunstâncias: 
 -Coinfecção: Simultaneamente com uma primo infecção pelo vírus B, 
aumentando as chances de uma hepatite fulminante, mas não de cronicidade. 
 - Superinfecção: Uma primo infecção pelo vírus Delta se estabelece em um 
paciente infectado cronicamente pelo vírus B, levando a um episodio de hepatite 
aguda ou fulminante, com agravamento das lesões hepáticas. Pode interferir 
(raramente) no aparecimento dos marcadores sorológicos do vírus B 
(perda do HBsAg). 
 
MODOS DE TRANSMISSÃO 
 
 Estudos epidemiológicos tem confirmado a possibilidade de transmissão 
sexual e parenteral do HVD. Em contraste, transmissão de mãe para filho, parece não 
ter papel predominante no processo de infecção pelo HVD. Precauções entre os 
homossexuais em relação ao risco de transmissão da AIDS têm diminuído a 
propagação do HVD nesta população. 
 
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO 
 
 O diagnóstico de hepatite DELTA apenas pode ser sugerido quando HBsAg 
for positivo. Contudo, a sorologia para o HBV não pode ser limitada a simples 
pesquisa do antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg). A pesquisa do anti-HBc 
IgM pode servir como um marcador importante na distinção entre uma coinfecção e 
uma superinfecção, uma vez que marca presença de infecção pelo vírus B. 
 
 A pesquisa do antígeno de hepatite Delta (HD Ag), é muito limitada. 
É possível a pesquisa do HVD-RNA, por hibridização molecular, mas esta 
técnica não está disponível para aplicação em laboratórios no momento. O diagnóstico 
sorológico é limitado na pesquisa de anticorpos anti-HD e anti-HD IgM. 
 
PREVENÇÃO: 
 
 A prevenção da hepatite B e hepatite Delta é a mesma. A vacinação contra 
hepatite B é efetivamente preventiva contra a hepatite Delta. 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 103
HEPATITE C 
 
 Dados clínicos e epidemiológicos, já apontavam mesmo antes da existência de 
testes laboratoriais específicos, para a existência de mais vírus da hepatite: os não A, 
não B. Através de pesquisas, concluíram-se que existiam pelo menos mais dois 
agentes virais capazes de causar hepatites pós-transfusionais. Um destes vírus, o 
VIRUS DA HEPATITE C (HCV), foi isolado e caracterizado como um vírus RNA 
(flavivirus), por Choo e colaboradores em 1989. Os outros batizados como vírus F 
(pós-transfusional), e G (formação de células gigantes), não foram ainda totalmente 
identificados. Destes todos, o vírus da hepatite C é o único com RNA seqüenciado, 
gens definidos e produtos genomicos produzidos, com produção comercial, através da 
engenharia genética, permitindo a detecção de anticorpos específicos (anti-HCV), e 
“primers” (iniciadores) na reação do PCR (“polymerase chain reaction)”. Os exames 
sorológicos para detecção do vírus só se tornaram disponíveis comercialmente em 
1992. 
 Aproximadamente 90% dos indivíduos infectados não sabem da sua situação. 
Destes, 50% terão indicação para transplante hepático. 
Embora a maioria dos indivíduos infectados possa ser assintomática, a 
infecção por VHC tem grande potencial de cronificação (50-70%), pode levar a cirrose 
ou aumentar o risco de hepatocarcinoma (20-25%). As infecções agudas raramente 
são diagnosticadas. A proporção de infectados pelo vírus HCV em relação ao HIV é 
de 4/1. 
 
ESQUEMA PROPOSTO PARA O GENOMA DO HCV E ALGUM DE SEUS 
PRODUTOS (ANTIGENOS) 
 
 
 C S NS1 NS2 NS3 NS4 NS5 
 
 
 
 C22 gp33 gp70 C33c C100-3 NS5 
 
 
 
 C-200 
 
ONDE: 
 C = codifica os produtos do núcleo do vírus (regiãoestrutural) 
 S = codifica produtos de superfície do vírus 
N= codifica produtos não estruturais do vírus (funcionais ex: enzimas) 
 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 104
TRANSMISSÃO: 
 
HCV está fortemente associado a transfusões sanguíneas. Estudos sorológicos 
demonstraram ser ele o responsável pela maioria das hepatites pós transfusionais 
Não A- Não B ( 90%) . 
 Pela transmissão ser Preferencialmente parenteral, grande parte da 
população infectada contraiu o vírus através de transfusão sangüínea ou por 
compartilhamento de agulhas com usuários de drogas. Quarenta por cento de todos 
os casos de hepatite C detectados foram contraídos por meios desconhecidos, por 
pessoas que não se enquadram em nenhuma categoria de risco atual. Mulheres 
grávidas com alta carga viral tem maior risco de transmitir o vírus para os recém-
nascidos (1,2%), sendo este risco infinitamente menor que o da hepatite B. 
 A transmissão por outros fluídos biológicos, tais como, saliva, lágrima, urina, 
semem e secreção vaginal ocorrem com menor freqüência, provavelmente devido ao 
baixo título do vírus C no sangue e fluído biológico dos portadores de HCV. Alguns 
trabalhos demonstraram que secreções como saliva, urina, semem e fezes não 
apresentavam poder de infectividade. 
 Atualmente os maiores fatores de risco são: compartilhamento de utensílios 
empregados no uso de drogas, acidentes com perfuro-cortantes, inclusive com 
instrumento de manicure. 
 A prevalência no Brasil é de 1- 2,4%. 
A presença de anticorpos não confere imunidade ao indivíduo. Este problema 
existe devido as proteínas de envelope, alvos naturais dos anticorpos 
neutralizantes, serem as duas proteínas com maior variabilidade no vírus da 
HEPATITE C. 
TEMPO DE INCUBAÇÃO: 
 
Aproximadamente 4 a 20 semanas. 
 
PESQUISA DO GENOMA VIRAL 
 
O único método atualmente existente para a detecção do genoma do HCV é a reação 
da PCR (literalmente, reação encadeada pela polimerase, melhor definida como 
reação de amplificação genomica). É extremamente sensível e muito específica. O 
RNA viral do HCV pode ser detectado 4 a 7 dias do contato . 
 
Devido ao fraco desempenho dos testes sorológicos para o HCV, a pesquisa 
genomica tem papel importante no diagnóstico desta infecção, principalmente na fase 
inicial da doença, quando muitas vezes é o único marcador de infecção presente. 
Infelizmente por ser uma técnica bastante onerosa, não pode ser de uso rotineiro no 
diagnóstico da infecção pelo HCV. É considerada a reação de padrão ouro para 
validar os resultados obtidos pelos diversos testes sorológicos de detecção de 
anticorpos, bem como para acompanhamento da resposta a terapia antiviral em 
pacientes com hepatite C crônica, em particular o interferon α peguilado.(IFNα). 
 
Entre os genótipos virais I, II, III, os genótipos Ia , Ib, e III são os que predominam no 
Brasil, sendo o genótipo III o prevalente no RGS. 
 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 105
DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO 
 
 
PESQUISA DE ANTICORPOS 
 
OBS: OS ENSAIOS DE ANTICORPOS PODEM PROMOVER EVIDÊNCIA DE 
EXPOSIÇÃO AO HCV, PORÉM, SÃO INCAPAZES DE DIFERENCIAR ENTRE UMA 
INFECÇAÕ viral PRESENTE (vírus presente) OU PASSADA (vírus eliminado). 
 
 A pesquisa de anticorpos contra o HCV é feita normalmente sob forma de 
imunensaios enzimáticos (ELISA). Os antígenos usados na fase sólida do teste 
podem ser obtidos por técnica DNA recombinante ou Peptídeos sintéticos. 
Comumente, a soroconversão para o anti-HCV é completamente tardia após o início 
da icterícia ou elevação dos níveis das transaminases. 
 
 Os testes de primeira geração utilizavam como fase sólida um antígeno 
polipeptidico (C100-3) pertencente à região não estrutural NS4. Como somente uma 
pequena porção do vírus era representada, e os anticorpos produzidos contra este 
antígeno eram de aparecimento tardio (após 3-6 meses), e, além disto, desapareciam 
com o decorrer dos anos (4 - 10) anos, o teste tinha um potencial limitado. Este teste 
detectava apenas 13% dos casos agudos e 70% dos crônicos. 
 
 Os testes de segunda e terceira geração utilizam mais de uma seqüência 
antigênica. Freqüentemente os antígenos da região C200 (contem o C 100-3 e mais 
uma outra da região NS 3), e um segundo polipeptideo , C22, representativo da região 
genômica do núcleo do vírus, o que tornou o teste de pesquisa de anticorpos mais 
sensível que o anterior de primeira geração, mas não mais específico. Detectam 65% 
dos casos agudos e 90,6% dos crônicos. Os anticorpos contra HCV são detectados 
na circulação entre 8 a 14 semanas após a infecção. 
 
 Então, pode-se dizer que um teste negativo, não exclui a possibilidade de 
exposição ou infecção pelo HCV, pois o nível de anticorpos pode estar abaixo do 
limite de detecção do teste (anticorpos são detectados entre a oitava e décima 
semana após o contato com o vírus), ou o individuo pode não ter formado anticorpos 
contra os antígenos usados no teste em questão. E um teste para pesquisa de 
anticorpos positivo, precisará ser confirmado, pois existe a possibilidade do soro 
testado conter anticorpos contra proteínas associadas ao vetor usado na obtenção 
dos antígenos recombinantes, interferência pela hipergamalglobulinemia e desordens 
do tecido conjuntivo. O teste confirmatório utilizado é o RIBA. 
 
A PESQUISA DE ANTIGENO (core) tem sido estudada como alternativa para os 
testes NAT. Teste que detecta simultaneamente Ag-Ac já foi aprovado pela ANVISA 
para uso comercial. A janela imunológica para detecção de HCV diminuiu em 
aproximadamente 20 dias nos casos de infecção recente. (Simultaneous Detection of Hepatitis C 
Virus (HCV) Core Antigen and Anti-HCV Antibodies Improves the Early Detection of HCV Infection JOURNAL OF 
CLINICAL MICROBIOLOGY, Aug. 2005, p. 3877–3883 Vol. 43, No. 8) 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 106
TESTES CONFIRMATÓRIOS 
 
RIBA: 
 Radio imunoblot assay (RIBA), são ensaios empregados para a 
confirmação da triagem de resultados anti-HCV. Consiste de uma fita de nitrocelulose 
contendo proteínas recombinantes individuais associadas com a proteína Superoxido 
Dismutase (SOD). O padrão de reatividade (numero de bandas) confirma a sorologia 
pelo método ELISA (semelhante ao Western-blot para HIV). 
 
Devido ao alto custo, não tem sido realizado com freqüência, sendo substituído 
pela pesquisa molecular do vírus. 
 
Apenas a PCR seja indicativo seguro da infecção viral presente. 
 
Algoritmo utilizado para diagnóstico de Hepatite C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em caso de seleção de doadores de sangue, adotou-se a dosagem da GTP (ALT) na 
tentativa de eliminar casos de hepatite que possam escapar do diagnóstico sorológico, 
embora flutuações nos valores da GTP possam ocorre em pacientes 
comprovadamente positivos, e nem toda GTP alterada, seja seguramente indicativo 
de hepatite C. 
Cicatriz sorológica 
(eliminou o vírus) 
10% 
Genotipagem para 
verificar possibilidade de 
tratamento 
Positivo Negativo 
Pesquisa do HCV-RNA 
(PCR) 
Supostamente 
livre do vírus 
C 
PCR 
Positiva PCR Negativa 
RIBA 
Positivo Negativo 
Falso positivo no 
teste ELISA 
Portador 
crônico do 
vírus C 
(90%) 
Pesquisar 
carga viral 
Pesquisa de anticorpos anti-HCV 
(ELISA) 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 107
AVALIAÇÃO DO TRATAMENTO 
 
O IFNα , quando eficaz, promove o rápido decréscimo dos níveis séricos de ALT, 
erradicação do genoma do HCV do soro e melhora do estado de inflamação e necrose 
do fígado. Para verificar se existe chance de boa resposta ao tratamento, é necessário 
pesquisar o genótipo viral e a carga viral (viremia) encontrada no paciente, pois: 
 
Observa-se boa resposta ao interferon -alfa em:- Pacientes Jovens (<45 anos) do sexo feminino 
 - ALT pouco elevada -Pouca ingestão de álcool 
-Genótipo viral tipo II e III 
-Carga viral inferior a 800.000 U/ml (carga maior, tratamento 
prolongado por 1 ano) 
 
O tratamento de escolha atualmente é o esquema combinado de interferon-alfa 
peguilado e ribavirina por aproximadamente 6 meses para genótipo 2 e 3 e 12 meses 
para genótipo 1 e 4 com carga viral superior a 800.000UI. Com esta associação 
consegue-se alcançar pelo menos 40% a 50% de eficácia, medida pela redução das 
transaminases e negativação sustentada da carga viral por períodos superiores há 
seis meses. Terminado o tratamento, espera-se um ano e meio a dois (tempo que o 
fígado leva para regenerar), para que uma nova biópsia seja feita, a fim de verificar a 
possível regressão da fibrose. 
 Deve-se lembrar que o uso de álcool agrava o quadro clínico. Um indivíduo 
demora de 20 a 30 anos para ficar cirrótico; se tomar álcool rotineiramente (mais de 
80g/ml/dia) evolui para cirrose em quatro a cinco anos. 
 
Efeitos colaterais do tratamento com interferon alfa e ribavirina na hepatite C 
 
Leucopenia, Neutropenia, trombocitopenia, Fadiga, depressão, sintomas gastrointestinais, 
respiratórios, dermatológicos, etc.. 
 
Hepatites A e B associadas também pioram o quadro de pacientes com 
hepatite C. Por isso recomenda-se que pacientes seja vacinado contar hepatite A e B. 
 A co-infecção com HIV é problemática. A hepatite C não piora o quadro de 
HIV, mas o HIV piora o quadro da hepatite C. 
 
Avaliação do tratamento da hepatite C 
 
 
Interferon peguilado + Ribavirina 
3º mês - PCR quantitativo (carga viral) 
Carga diminui 2 log Carga viral inalterada 
Tratamento 
interrompido 
Continua tratar até 6º mês 
3º mês - PCR qualitativo 
Positiva 
Negativa 
Provável resposta 
sustentada Não respondedor

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