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11-RUBEOLA

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Beck, ST Imunologia Clínica 
 118
RRUUBBÉÉOOLLAA 
 
 
INTRODUÇÃO: 
 
 Rubéola é uma infecção viral, imunizante, freqüentemente benigna ou mesmo 
subclínica. Por ter propriedade teratogênica em mulheres grávidas, esforços no intuito de 
melhorar os métodos sorológicos para diagnóstico e profilaxia da infecção têm sido realizados. 
 Em 2010, o Brasil foi certificado junto a Organização Pan-Americana da 
Saúde - OPAS como país sem circulação do vírus da rubéola por mais de doze 
meses; 
 
CARACTERÍSTICAS DO VIRUS 
 
 O vírus da rubéola pertence ao gênero Rubivirus da família Togaviridae. É um vírus 
R.N.A. , se multiplica no citoplasma das células infectadas, onde adquire seu envelope e 
subseqüentemente brota através da membrana citoplasmática. Contém uma lipoproteina no 
envelope viral a qual possui ação hemaglutinante. 
 
ASPECTOS CLÍNICOS 
 
 A Rubéola é uma doença que afeta adultos e crianças, tem um período de 
incubação de duas semanas, seguida por uma síndrome de infecção benigna correspondendo à 
fase invasiva consistindo de: 
 
- adenopatia cervical 
- exantema por todo o corpo 
- ocasionalmente associado com artralgia 
 Estes sintomas, permanecem por 1 a três dias e normalmente evoluem para a cura. 
 Contudo, raras complicações são observadas, como: 
- formas severas de encefalite 
-púrpura trombocitopenica 
 
 Embora esta infecção viral extremamente contagiosa seja geralmente benigna ou 
subclínica, ela é particularmente perigosa em mulheres grávidas não imunizadas, devido a 
propriedades teratogênicas do vírus sobre o feto, principalmente durante os primeiros 3 a 4 
meses de gravidez. A infecção intra-uterina pode atingir gravemente o feto. A criança com 
infecção congênita pode apresentar uma ou mais de uma serie de malformações conhecidas 
como “síndrome da rubéola congênita”, como baixo peso ao nascer, cardiopatia congênita, e 
atraso mental. 
Esta ameaça constitui o principal problema associado à rubéola. Por poder ser confundida 
clinicamente com um grande número de doenças virais eruptivas, torna-se essencial a 
determinação do estado imune adquirido espontaneamente ou por vacinação em mulheres 
adolescentes. 
 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 119
PROFILAXIA: 
 
 A vacinação tem sido recomendada em mulheres adolescentes, embora a 
imunidade adquirida assegure proteção por um período de tempo indefinido. 
Contudo, esta vacinação, realizada com vírus atenuado, requer precauções, principalmente a 
ausência de concepção durante três meses após a vacinação. 
 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 
 O isolamento do vírus em cultura celular é realizado excepcionalmente. O material 
pode ser obtido da garganta, urina ou saco conjuntival no caso de rubéola congênita. Embora 
este seja um longo( 3 - 6 semanas) e delicado procedimento, é indicado para a detecção do 
agente viral no tecido fetal. ( PCR ) 
 Em contraste, os métodos sorológicos ocupam considerável lugar no diagnóstico 
da rubéola. Os mais comuns são: 
 
- Inibição da hemaglutinação 
- ELISA – MEIA 
- Teste de avidez dos anticorpos IgGs 
 
INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO 
 
Esta técnica é recomendada O.M.S., e tem um princípio simples: 
 
- Após tratamento para eliminação de frações não específicas (outras substâncias com poder 
hemaglutinante ou inibidores da hemaglutinação), o soro a ser testado é colocado na 
presença do antígeno da rubéola. 
- Após um tempo de incubação, hemácias são introduzidas na reação. 
 
 INTERPRETAÇÃO: 
 
- Se o soro contém anticorpos anti-rubéola, estes anticorpos ligam-se ao antígeno (fração do 
vírus com atividade hemaglutinante) e inibem a ação hemaglutinante = hemácias 
sedimentam botão = positivo 
 
- Se o soro não contém anticorpos anti-rubéola, o antígeno adicionado não é neutralizado, e 
exerce sua ação aglutinante = rede de hemácias formando uma nuvem, ligadas pelo antígeno 
viral. = negativo 
 
Esta técnica detecta anticorpos neutralizantes que aparecem no inicio da infecção ( Ig M + Ig G ) 
. Permite a determinação do título de anticorpos presentes, sendo, portanto, útil tanto no 
diagnóstico quanto na demonstração de proteção contra a rubéola. 
Título de anticorpos > ou = a 1/16 garantem proteção. Contudo, para que haja segurança quanto 
à presença de anticorpos neutralizantes, é aconselhável que, principalmente mulheres em idade 
fértil, apresentem anticorpos em níveis superiores a 1/64. A Fase aguda da doença pode ser 
determinada pelo aumento no título de anticorpos através da análise de nova amostra de soro 
coletada após 15 dias do primeiro teste. Os testes devem ser realizados com as duas amostras 
concomitantemente. Determinação de IgM muito trabalhosa. 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 120
 
INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO INIBIÇÃO DA HEMAGLUTINAÇÃO 
POSITIVA NEGATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REAÇÃO DE ENZIMAIMUNOENSAIO ( ELISA ) 
 
 A aplicação da imunoenzimologia no sorodiagnóstico da rubéola data de 1975. 
Dependendo da natureza do conjugado usado, é possível diferenciar entre anticorpos IgG e IgM. 
 A determinação de IgG pelo ELISA indireto é mais sensível que I.H. e mais 
específico (menor interferência de fatores inibidores inespecíficos). A determinação feita através 
do enzimaimunoensaio de micropartículas (MEIA), é um método imunoenzimático quantitativo, e 
determina o nível de anticorpos em UI/ml. 
 Níveis de anticorpos acima de 15UI/ml são considerados protetores. (alguns autores 
consideram títulos > 30UI) 
 A determinação de IgM pelo ELISA-CAPTURA ou MEIA, é menos laboriosa, mais 
sensível (ausência de falso negativo devido a ↑ IgG) e específica ( ausência de falso positivo 
devido a possibilidade de retirada de IgM dirigida contra outros antígenos ou FR). Em casos de 
infecção aguda primaria durante a gravidez, os anticorpos IgM são detectados 4 a 15 dias após o 
aparecimento do exantema em 100% dos casos. Os níveis de IgM começam a diminuir 36 a 70 
dias após. Determinação segura de infecção recente pode ser dada através da pesquisa de 
avidez de anticorpos IgGs. Presença de Anticorpos de baixa avidez indicarão infecção recente. 
 
REAÇÃO DE FIXAÇÃO DE COMPLEMENTO (EM DESUSO) 
 
Os anticorpos fixadores de complemento rapidamente desaparecem; estes anticorpos são 
detectados durante a infecção, mas não podem ser usados para demonstrar imunidade. Esta 
reação não pode então ser usada para determinar se uma mulher esta protegida. 
 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 121
 PERFIL SOROLÓGICO DA RUBÉOLA PÓS-NATAL 
 
exposição 
 
 
 incubação IgG 
 
 
 Ig M ELISA 
 
 IgM IHA 
 
 
 0 7 14 // 0 7 14dias // 1 2 3 4 5 6 meses 
 exantema 
 
 Excreção viral 
 
 
DETERMINAÇÃO DO ESTÁGIO DA INFECÇÃO OU IMUNIDADE PARA RUBÉOLA 
 
SORO COLETADO LOGO APÓS O CONTATO (antes ou imediatamente após o exantema) 
 
IgG e IgM negativo RISCO DE INFECÇÃO 
 
 TESTAR 2ª 
 AMOSTRA 
IgG Reagente, 
IgM não reagente PROVAVEL IMUNIDADE 
 
 
 
 
 
 IgG de alta avidez com aumento de título IgG, baixa avidez reagente 
 Ig M(não) reagente IgM reagente 
 
 
 
 
 
 REINFECÇÃO INFECÇÃO 
 
 RN com baixo RN com risco 
 risco de infecção congênita de infecção congênita 
Beck, ST Imunologia Clínica 
 122
NOTAS: 
 
- A síntese de IgM é inibida pelo aumento da IgG, e embora GERALMENTE, 
DESAPAREÇA APÓS 2 A 3 MESES do inicio da doença, em 10% dos casos PODE 
SER DETECTADA PELO ELISA POR até 6 MESES. Portanto, cuidar com a 
determinação de FASE AGUDA, lembrando que IgM , também é parâmetro para 
determinação de PRIMO INFECÇÃO. Quando for fase aguda, encontraremosanticorpos específicos IgG, de baixa avidez. 
- Níveis de anticorpos IgG presente, e IgM ausente, imediatamente após o 
contato ( menos de 10 dias) com pessoa portadora do vírus da Rubéola, indica 
infecção pregressa, uma vez que não haveria tempo dos anticorpos referentes ao 
contato recente terem se formado em níveis detectáveis. 
 
- UM AUMENTO SIGNIFICATIVO NOS NIVEIS DE IgG, num soro testado 
mais de dez dias após o contágio, pode ser devido a uma reinfecção (dose 
reforço), bem como a uma primoinfecção. Em alguns casos de reinfecção a IgM 
pode estar presente em baixos níveis, sendo necessário o teste de avidez de IgG 
para determinar se trata-se de primo-infecção ou reinfecção. 
 
Anticorpos IgM presentes na ausência de anticorpos IgG, mesmo após seguimento 
sorológico desta paciente, através da análise de mais de uma amostra, deverá ser 
considerado resultado falso positivo. (Pode haver reação cruzada com herpes-vírus e vírus 
do sarampo). 
 
OBS-O vírus Epstein-Barr (EBV) é um potente estimulador das células B. Parece que as 
infecções causadas por este vírus produzem resposta IgM específicas em indivíduos 
previamente sensibilizados a uma variedade de agentes infecciosos . 
 
SARAMPO E RUBÉOLA – 
 
Devido a ocorrência de casos importados de sarampo em 2010 e a ampla vacinação 
realizada contra rubéola em 2008, o Ministério também incluiu todo caso de sarampo 
e rubéola como de notificação imediata, independentemente de ter história de viagem 
ou vínculo com viajante internacional. 
 
Esta medida foi adotada para detectar casos suspeitos de forma oportuna para 
adoção de medidas de controle em tempo hábil

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