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Grafismo Infantil

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Universidade Paulista- UNIP
Curso de Psicologia
2 e 3 semestre – Matutino
Análise de Grafismo Infantil segundo Luquet e Lowenfeld
Gabriela Gomes M Moreira RA. D247DI8
Gabriele Pereira Santos RA. N215720
Josineide N Santos RA. N2086E0
Kallena Silva Martins RA. D472CI4
Pamela Eduarda Silveira de Assis RA. N2078J0
São Paulo, 08 de maio de 2018
Sumário
1 Introdução ..................................................................................................................... pág 3
Teoria do Desenvolvimento de Piaget ...................................................................... pág 3
Fases dos Desenhos segundo Piaget ......................................................................... pág 4
Fases dos Desenhos segundo Luquet ........................................................................ pág 5
Fases dos Desenhos segundo Lowenfeld ...................................................................pág 6
Metodologia................................................................................................................pág 6
Desenvolvimento ....................................................................................................... pág 6
Anexo do primeiro desenho ....................................................................................... pág 7
Análise do primeiro desenho ...................................................................................... pág 8
3.3 Anexo do segundo desenho ...................................................................................... pág 9
3.4 Análise do segundo desenho ....................................................................................... pág 10
Anexo do terceiro desenho ......................................................................................... pág 11
3.6 Análise do terceiro desenho ........................................................................................ pág 12
3.7 Anexo do quarto desenho ............................................................................................ pág 13
Análise do quarto desenho .......................................................................................... pág 14
Anexo do quinto desenho ............................................................................................ pág 15
Análise do quinto desenho .....................................................................................pág 16
Anexo do sexto desenho ........................................................................................ pág 17
3.12 Análise do sexto desenho .......................................................................................... pág 18
Conclusão .................................................................................................................... pág 19
Referências Bibliográficas ........................................................................................... pág 20
 1 Introdução
O presente trabalho tem como objetivo analisar os desenhos infantis e relaciona lós com as fases do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget e os conceitos de grafismos de Luquet e Lowenfeld. Para tal analise foram entrevistas seis crianças no total com idades de três a 11 anos. Com base na concepção de cada um dos autores, os desenhos serão analisados e comparados com as fases indicadas pelos autores, conforme as características apresentadas em cada desenho, posteriormente concluiremos se é possível medir a veracidade dos estádios de desenvolvimento propostos pelos autores.
 Teoria do desenvolvimento de Piaget
 A teoria construtivista de Jean Piaget explica os estágios de desenvolvimento infantil em quatro etapas, são elas: sensório motor, pré-operatório, operatório concreto e operatório formal, definindo que cada etapa possui características próprias.
O estágio sensório motor por Piaget é caracterizado pela fase em que a criança começa a se movimentar e adquirir percepção do mundo a sua volta. Esse estágio está subdividido em mais seis subestágios.
O primeiro subestagio é aquele que se prolonga do nascimento até o primeiro mês de vida, onde ocorre os impulsos instintivos e reflexos, como sugar o peito da mãe quando está sentindo fome. 
O segundo subestágio se prolonga do primeiro mês de vida ao quarto mês, ocorrendo percepção simultânea e coordenação de movimentos básicos. Nesse estágio a criança já começa a repetir ações. 
O terceiro subestágio se prolonga dos quatro meses aos oito meses de idade, ocorrendo movimentos centrados em volta do resultado produzido pelo meio externo.
 O quarto subestágio se estica dos oito meses aos doze meses de vida, acontecendo reproduções de resultados e combinações novas, além de ocorrer intenções e desejos pelos seus meios conhecidos. 
O quinto subestágio se prolonga dos doze meses aos dezoito meses de vida, ocorrendo testagem por meio dos bebês de ações para verificar resultados parecidos com os anteriores feitos, ao invés de apenas repetir aquelas ações que os trouxeram satisfação. 
O sexto e último subestágio da fase sensório motor ocorre dos dezoito meses aos dois anos de idade, caracterizado pelo domínio da permanência do objeto, ou seja há representação dos objetos ausentes e de seus deslocamentos, atribuição de símbolos para objetos para as crianças, além de ocorrer a transição da inteligência sensório motor para a inteligência representativa, havendo invenções a níveis mentais e recombinações de esquemas que já foram constituídos.
O estagio Pré Operatório de Piaget se estende dos dois anos de idade aos 6 anos. Nele ocorre a linguagem, inicio da socialização por meio dos pensamentos que começam a surgir pela formação da linguagem e símbolos anteriores. Começa a ocorrer sentimentos interindividuais, com empatia e respeito, juntamente com a afetividade que a criança começa a demonstrar conforme seu desenvolvimento. 
O estágio Operatório concreto já se estica dos sete anos aos doze anos de idade, fase e que a criança começa a exercer esquemas para operações logicas, como fazer exercícios de matemática na escola, entre outros; acontece a Reversibilidade, ou seja a criança já sabe a rotina de acontecimentos em seu dia, podendo inverter a situação em determinado momento; começa a entender conceitos de causalidade como espaço, tempo e velocidade, entre outras características.
O estágio Operatório Formal se estende dos doze anos em diante e se caracteriza por um raciocínio e logica para resolver problemas, fazendo com que o conteúdo e função da inteligência progridam. Nessa fase começa a ocorrer o uso de jogos, que geram prazer para a criança por sua ação lúdica e domínio das ações, fazendo com que a criança crie estratégias e pensa no melhor movimento sabendo de suas consequências, ou seja, os jogos para Piaget ajudam do desenvolvimento intelectual da criança.
Fases do Desenho segundo Piaget
O desenho é considerado a primeira linguagem da criança na aquisição da escrita e é ele que oferece a possibilidade de entendimento, quanto às emoções, medos e angústias das crianças que ainda não sabem explicar com palavras o que sente. A seguir estão as fases dos desenhos proposto por Piaget:
Garatuja: faz parte da fase sensória motora (um mês de vida aos dois anos de idade) e parte da pré-operacional (dois a sete anos), se estendendo aproximadamente até três ou quatro anos de idade. A criança demonstra extremo prazer em desenhar e a figura humana é inexistente. A garatuja pode ser dividida em:
Garatuja Desordenada: onde os movimentos são amplos e desordenados, aparentando mais um exercício motor. Não há preocupação com preencher de forma correta os traços, pois estes são cobertos com novos rabiscos várias vezes, sem nenhum arranjo aparente.
Garatuja Ordenada : onde os movimentos aparecem com traços longitudinais e circulares e a figura humana ainda aparece de forma imaginária. Nessa fase podecomeçar a surgir um interesse por formas geométricas. Nessa fase a criança exemplifica o que vai desenhar, mas ao final o desenho contado não possui relação fixa com o que a criança contou que desenharia. 
Pré- Esquematismo: esta fase faz parte da segunda metade da fase pré-operatória, se esticando até os sete anos de idade, quando ocorre a descoberta da relação entre desenho, pensamento e realidade. Observa-se que os elementos ficam dispersos e não são relacionados entre si.
Esquematismo: faz parte da fase das operações concretas, se estica dos sete aos dez anos de idade. Nesta etapa surgem conquistas, como o uso da linha de base e a descoberta da relação cor e objeto. Já há um conceito definido quanto à figura humana, no entanto podem surgir desvios do esquema, tais como: negligência, exagero ou mudança de símbolo. 
Realismo: normalmente surge no final das operações concretas, obtendo maior entendimento do sexo e começa uma autocrítica pronunciada. No espaço, descobre o plano e a superposição, mas abandona a linha de base. As formas geométricas também aparecem como nos outro estágios mas de forma mais rígida e formal. Nesta etapa normalmente as crianças desenham figuras humanas usando roupas diferenciadas para cada um dos sexos e podem apresentar detalhes nas mesmas, como acessórios e sapatos diferentes.
Pseudo Naturalismo: faz parte da fase das operações abstratas (dez anos em diante). É o fim da arte como atividade espontânea e muitos desistem de desenhar nesta etapa do desenvolvimento. Inicia a investigação de sua própria personalidade, transferindo para o papel suas inquietações e angústias, característica do início da adolescência. Os desenhos são cheios de realismo, objetividade e profundidade. 
O grafismo infantil foi bastante estudado por dois psicólogos chamados Luquet e Lowenfeld e que a partir dos estudos de Piaget, elaboraram o desenvolvimento cognitivo infantil, visando compreender as representações gráficas das crianças em suas determinadas fases do desenvolvimento.
 1.3 Fases do desenho segundo Luquet 
Realismo fortuito: nessa fase acontece a livre exploração dos materiais pela criança e seu desenho vai ganhando intencionalidade aos poucos. Se subdivide em desenho involuntário e desenho voluntário. No desenho involuntário, a criança desenha para fazer linhas, sem se preocupar com imagens, porque não tem consciência de que as mesmas linhas podem representar objetos. Ocorre dos dois anos aos três nãos de idade. 
Realismo “gorado” ou mal sucedido: nessa fase acontece uma intenção realista, porem acriança se depara com obstáculos, sendo eles psíquicos (percepção) e físicos (coordenação). Nas produções de grafismos, os elementos estão justapostos em vez de estarem coordenados num todo e a criança se preocupa em demonstrar detalhes no desenho, mesmo que os mesmos não transpareçam o que a criança deseja mostrar no desenho. Essa fase ocorre dos três aos quatro anos de idade.
Realismo Intelectual: nessa fase a criança já consegue desenhar o conjunto da obra e suas relações reciprocas, contendo aspectos visíveis, invisíveis e abstratos. A criança desenha não aquilo que vê, mas aquilo que sabe, utilizando processos variados, tais como a descontinuidade, o rebatimento, a transparência, a planificação e a mudança de pontos de vista. Essa fase ocorre dos quatro aos nove anos de idade.
Realismo Visual: as transparências dão lugar a opacidade e os rebatimentos dá lugar a perspectiva. Essa fase se caracteriza pelo desapego e perda de espontaneidade por influência da realidade que a criança acaba por conhecer. Essa fase ocorre por volta dos nove aos doze anos de idade. 
1.4 Fase do desenho segundo Lowenfeld:
Garatujas: essa fase ocorre dos dois aos quatro anos de idade e se caracteriza por quatro tipos de rabiscos: desordenadas, que não respeitam o limite do papel, saindo da folha o rabisco; controladas, onde os riscos não saem mais da folha; nomeadas, quando a criança começa a atribuir nomes aos riscos que faz na folha e as diagramadas, onde os riscos se juntam e se interligam com traços, formando mosaicos ou mandálas.
Pré Esquemática: essa fase ocorre dos quatro aos sete anos de idade, caracterizada pelo inicio da representação humana e onde ocorre a justaposição de elementos desenhados sem a presença da linha de chão.
Esquemática: essa fase ocorre dos sete anos aos nove anos de idade, caracterizada pelo aparecimento da linha de base, possibilitando uma maior coordenação no desenho. Pode haver objetos desenhados no chão ou no céu, podendo ocorrer exageros ou omissões. 
Realismo: essa fase ocorre dos nove anos aos doze anos de idade, caracterizada pela preocupação da criança com perspectivas, profundidade, detalhes, sobreposição e desenhos satíricos. Acontece nessa fase a perda de espontaneidade que também foi citada por Piaget, onde a criança perde a vontade de desenhar pela influência da realidade que acaba conhecendo. 
2 Metodologia
Para este trabalho usamos o método da entrevista com crianças de três à onze anos de idade e a partir destas entrevistas, pedimos para cada uma delas desenhar uma pessoa em uma folha de sulfite em branco. Para tais procedimentos, deixamos disponíveis às crianças uma folha de papel sulfite branca e um lápis preto. Após isso, ficamos as observando até o término de seu desenho para verificar em que estágio de grafismo ela se encontra a partir de seu desenvolvimento.
3 Desenvolvimento
 A seguir serão analisados os desenhos de diferentes crianças a partir dos estudos dos Grafismos Infantis vistos em aula.
3.1 Anexo do primeiro desenho
3.2 Primeiro Desenho
M. B. G ( 3 anos e meio de idade)
Sexo: feminino
Série: Maternal 2
De acordo com os quadros definidos por Luquet, essa criança se encontra no estágio denominado de realismo fortuito por analise de seu desenho. Foi pedido para a criança desenhar uma pessoa. No início ela não conseguiu, começou a desenhar vários traços e pontos até que no meio do desenho ela disse:“ Eu posso desenhar o papai”, e dessa frase surgiu um círculo representando a cabeça, uma boca por um traço torto, pequenos pontos para representar os olhos, uma linha para o nariz e pescoço e por fim linhas tortas para representar o cabelo.
Luquet em seus estudos determinou, que esse quadro se apresenta por volta dos dois anos de idade e que é um estágio marcado por dois tipos de desenhos: o involuntário onde há uma falta de atribuição de significados nos desenhos por parte da criança, não conseguindo a mesma compreender o conjunto inteiro da obra. E o desenho voluntario, que ocorre quando a criança começa a atribuir significados em seus rabiscos e pode criar ideias intencionais ou não. Quando desenha sem intenção, ao fazer seus rabiscos acaba por assimilar o desenho com algo real. Após isso surge a intenção, uma vontade ou ideia consciente de desenhar alguma coisa que tem em mente. E foi isso que a criança analisada executou, ao averiguar seu desenho final, o que começou com simples traços e retas tortas, se tornou em seguida uma figura que ela pensou e teve a habilidade de representar, seguindo nossa sugestão de desenhar uma pessoa qualquer e atribuindo significado emocional para tal feito (seu pai).
Segundo Lowenfeld, a criança analisada se encontra na etapa Garatujas do desenho infantil. Nessa etapa, encontram se rabiscos desordenados que não respeitam limites do papel; as controladas, onde se respeita os limites; as nomeadas que ocorrem quando a criança com um lápis começa a dar nome aos riscos e as diagramadas, quando as linhas e traços se interligam formando uma espécie de mandala ou mosáico.
3.3 Anexo do segundo desenho 
3.4 Segundo Desenho
L.F.R (3 Anos de idade)
Sexo: Masculino.
Série: Não frequenta escola
Foi pedido para a criança desenhar uma pessoa. Ao começar a desenhar ela dizia que “não sabia fazer”, e começou fazendo rabisco, depois fazia traços e linhas, e em seguida ele passou a dar significadoaos rabiscos.
Após alguns minutos a criança disse: “Vou desenhar a mamãe”, então ele começou a fazer mais traços e linhas dizendo serem as pernas e braços da mãe, depois fez círculos e mais rabiscos dizendo ser a cabeça da mãe. Em seguida ele fez dois traços dizendo estar desenhando uma pipa, e também tentou desenhar o pai. Podemos perceber que após suas tentativas de desenhar uma pessoa, ele teve certas dificuldades de poder chegar a um desenho próximo do esperado,
porém mesmo não sabendo como construir um desenho de uma pessoa, ele desenhando seu rabisco começou a atribuir significados a eles, e não só dizia estar desenhando uma pessoa ele também disse estar desenhando uma pipa, ou seja, passou a construir seus desenhos com base naquilo que o agradava, e naquilo que vinha em sua mente na hora.
Podemos perceber que houve diferenças no desenvolvimento do desenho dessa criança, talvez por falta de estimulação ou pelo fato de não estar estudando e não ter uma interação necessária para crianças de sua idade, que pelos conceitos de Luquet crianças de 3 a 4 anos já devem se encontrar no estágio de realismo fortuito por analise de seu desenho, onde eles já passam a entender o que desenham e como chegar aquele resultado esperado, com base nos seus conhecimentos adquiridos.
E a partir de nossas opiniões levando em conta as análises de Luquet e de Lowenfeld chegamos à conclusão que, a causa dessa diferenciação nos desenhos das duas crianças seja pelo fato da primeira criança já ter acesso a escola, ter essa interação e estimulação, e já a segunda criança não, mesmo as duas possuindo a mesma idade.
3.5 Anexo do terceiro desenho
3.6 Terceiro Desenho
F.R.C
Sexo Masculino (5 anos de idade)
Série Escolar: Pré
De acordo com a representação de Lowenfeld o desenho dessa criança
corresponde a fase de desenvolvimento pré esquemático, fase que compreende o período de 4 a 7 anos de idade. Nessa fase se desenvolve o conceito da forma e os desenhos simbolizam o que pertence ao meio, ocorre aparecimento de bases que possibilitam maior coordenação no desenho: objetos no chão e no céu como representado no desenho, nuvens e sol. Enquanto o menino desenhava, ele logo mudou seu foco e disse: “vou desenhar meu irmão também” e assim o fez.
Segundo Luquet, essa criança está na fase do Realismo Intelectual, onde a mesma desenha aquilo que que sabe sobre os objetos e não somente aquilo que vê deles. Essa fase também é marcada por um desenho do conjunto, com aspectos visíveis, invisíveis e abstratos. Ou seja, a criança começa a desenhar um desenho completo como no desenho acima, a representação não somente de duas figuras humanas mas também o desenho de um sol e uma nuvem que tiveram um determinado significado para a criança entrevistada que não pode ser visto, pois estava apenas em sua cabeça e não conseguiu ilustrar graficamente. 
3.7 Anexo do quarto desenho
 3.8 Quarto Desenho
B. A. F. S
Sexo: Feminino (6 anos de idade)
Série Escolar: Pré
Segundo Piaget o período que se estende entre 2 e 7 anos, inicia a capacidade do pensamento representativo, ou seja, a criança começa a gerar representações da realidade no próprio pensamento. É isso que possibilita a aprendizagem da fala (que começa bem mais cedo, mas se desenvolve mais rapidamente aqui) e as brincadeiras de “faz de conta”. 
Quando solicitado a criança para fazer um desenho de uma pessoa, a mesma disse faria de conta que está chovendo no desenho e desenhou os pingos de chuva e no céu colocou nuvens, indagamos a ela o porquê das nuvens e ela respondeu que é porque, quando chove o céu está cheio de nuvens. Depois a criança começou a desenhar pessoas que seguravam algo em suas mãos; perguntamos a ela o que são os objetos nas mãos das pessoas e a mesma respondeu que são cata ventos e que um dia ela aprendeu a faze lós na escola. Ou seja, ela estava ilustrando algo no desenho que realmente aconteceu, representando aquilo que ela sabia desses objetos e não aquilo que simplesmente viu. Essa fase em que esta criança se encontra é a fase do Realismo Intelectual, proposta por Luquet. Nesta fase ela mistura diversos pontos de vista (perspectivas), como exemplo, ela não sabe o porquê das nuvens, mas sabe que quando chove o céu fica com muitas nuvens.
De acordo com Lowenfeld, esta criança se encontra na etapa Pré Esquemática do desenho infantil, onde a mesma já consegue representar figuras humanas visíveis, com a justaposição dos elementos desenhados sem precisar da linha do chão, no desenho acima observamos as nuvens, os pingos de chuvas e até mesmo um chão ou a representação de uma cidade que a própria criança fez, ilustrando que as pessoas estão provavelmente saindo do chão e voando para cima com seus cata ventos. A criança não quis nos contar sua intenção ao desenhar este conjunto. 
3.9 Anexo do quinto desenho
 3.10 Quinto Desenho
S.C.L.E (9 anos de idade)
Sexo: Feminino
Série Escolar: Quinto ano
Foi feita uma análise e avaliação de uma criança de 9 anos a partir de seu desenho. Segundo nossos estudos sobre Grafismo Infantil essa criança se encontra no estágio do Realismo Visual, segundo Luquet. Foi pedido para a criança desenhar uma pessoa e a mesma desenhou uma do gênero feminino, com linhas concretas, além de estar vestida de blusa, saia e sapatos. A criança disse que apenas queria desenhar isso e que fez a menina ilustrada sorridente porque estava se sentindo feliz. Ela também argumentou sobre os sapatos da menina desenhada, dizendo que “amava” sapatos de salto alto.
Esse estágio se prolonga dos 9 anos aos 12 anos de idade e nele ocorre a substituição da fase intelectual pela fase visual, onde o desenho da criança assume características do desenho de um adulto, assumindo a mesma querer representar todos os detalhes observados, tornando-o mais real. Como é possível observar acima a criança desenhou sapatos de salto alto e ainda adicionou detalhes nas roupas da menina. 
Para Lowenfeld, a criança se encontra no estágio Esquemático, onde a mesma desenvolve o conceito da forma e os desenhos, agora descritivos (narrados) e com detalhes reais, simbolizam o que pertencem ao seu mundo. Essa fase também é conhecida como simbólica por representar traços simbólicos, como por exemplo a criança pode ter desenhado essa menina de sapatos altos por ver alguém usa lós, fazendo a pensar que é bonito, querendo os desenhar. 
3.11 Anexo do sexto desenho 
3.12 Sexto Desenho
A.P.S.N (11 anos de idade)
Sexo: Masculino
Série Escolar: Sexto ano
A criança a partir de um analise de seu desenho se encontra no estágio do Realismo intelectual, proposto por Luquet. A princípio foi pedido à criança para desenhar uma figura humana e em seguida a mesma desenhou um garoto, o representando de forma clara e muito simples, com seu boné virado para o lado, uma camiseta, uma bermuda e um skate. Perguntamos para a criança se o garoto desenhado era algum amigo dela ou conhecido e a mesma respondeu que não, que era apenas um garoto qualquer e que não queria desenhar mais. 
Analisando o desenho com as etapas do grafismo de Lowenfeld, esta criança se encontra da etapa do Realismo, o que explica a falta de vontade em desenhar mais elementos ao desenho, caracterizado pela falta de espontaneidade. 
Este estágio é um avanço para as crianças pois elas já conseguem alcançar o desenho realista, já consegue transmitir todos os princípios da realidade.
 Luquet  (1969) acredita que as crianças mesmo não considerando as imperfeições de sua desenhos, ou seja, os erros, estes por sua vez são essenciais para o desenvolvimento e da aproximação com a realidade.
Conclusão
Com o presente trabalho nós podemos concluir que as crianças analisadas tiveram diferentesresultados, possuindo como base os estudos de Luquet e Lowenfeld.
Podemos perceber que a partir do momento em que a criança começa a se desenvolver, seu desenho começa a se transformar em uma obra mais elaborada. Todavia, houve uma diferença significativa nas análises dos primeiros desenhos, pois duas crianças da mesma idade ao tentarem desenhar uma pessoa, apenas uma conseguiu. A primeira criança, possuindo apenas 3 anos e meio de idade, conseguiu desenhar um rosto e até mesmo um pescoço para sua figura humana. É possível concluir que esta criança já está um pouco mais desenvolvida cognitivamente do que a segunda, obtendo assim um desenho de fácil visualização, que segundo Luquet acontece em seu estágio de Realismo Gorado e segundo Lowenfeld, no estágio das Garatujas. 
Após analisar os desenhos, podemos perceber que o que pode ter causado essa diferença esteja no fato da primeira criança já frequentar a escola e a segunda não frequentá-la, possuindo assim a primeira mais influências do meio externo e seus estímulos ajudando em seu desenvolvimento.
 
Com este trabalho concluímos que o desenvolvimento infantil pode ser diferente dependendo não somente da idade, mas do contato que criança já possui com o meio externo e à determinadas estimulações familiares ou escolares que a mesma recebe. No decorrer do trabalho foi possível notar que nossas crianças entrevistadas cumpriram com o resultado esperado de Luquet e Lowenfeld, considerando as etapas do desenvolvimento de Jean Piaget. 
5 Referências Bibliográficas
LUQUET, G. H. O desenho infantil. Porto: Editora do Minho, 1969.
RAPPAPORT, Clara Regina. Teorias do Desenvolvimento. Vol. 1 São Paulo: EPU, 1981.
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/psicologia/jean-piaget-e-as-fases-do-/55035
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-69542010000200003
http://psicopedagogiaonlineparatodos.blogspot.com.br/2012/11/etapas-evolutivas-do-desenhos-segundo.html
https://www.psicopedagogia.com.br/index.php/3266-o-uso-do-desenho-na-construcao-da-aprendizagem-significativa-da-educacao-infantil
Grafismo infantil: linguagem do desenho - Revista Udesc - revistas.udesc.br/index.php/linhas/article/download/1219/1033

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